Defensor
critica justificativa do MP para prisão do ex-diretor da Petrobras. Diz
que, se transferência de imóveis foi ilegal, presidente da estatal também o fez
Ao
criticar nesta quarta-feira a prisão do
ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o advogado Edson
Ribeiro afirmou que, se seu
cliente foi preso pela transferência de três imóveis a familiares, a presidente da Petrobras, Graça Foster, também deveria ser detida. O defensor classificou como "totalmente arbitrária e ilegal" a decretação de prisão
preventiva de Cerveró, detido na madrugada desta quarta-feira ao desembarcar
no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Zona Norte do Rio.
"Se é verdade que houve
essas transferências, e não posso afirmar que seja, essas movimentações são
totalmente legítimas e legais. Na época em que ele as fez, não havia nenhuma
restrição administrativa ou legal. Tanto que ele e a
Graça Foster fizeram", disse Edson Ribeiro. "Se é crime para Nestor, é para Graça.
Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor por esse fato,
deveria pedir para a Graça. Se não o fez, então está
prevaricando".
Em
agosto, o jornal O Globo mostrou que Graça
Foster doou parte de seus bens precisamente quando a compra da refinaria
de Pasadena, no Texas, se
transformou num problema do Palácio do Planalto e virou pauta de CPI. O advogado disse que deve viajar
nesta tarde a Curitiba, para onde o ex-diretor da Petrobras foi
levado. No pedido de prisão preventiva, em que alega existirem existem "fortes indícios" de que o
ex-diretor continue praticando crimes, o
MPF afirma ter identificado transferências de 500.000 reais para a conta
de uma filha de Cerveró, além da transferência de três imóveis a familiares
"em valores nitidamente
subfaturados". A transação caracteriza, no entender da procuradoria, a
continuidade da prática de crimes.
Ainda de
acordo com o defensor de Cerveró, a quantia envolvida na movimentação
financeira corresponde a "dinheiro
legal, auferido através de salários e declarado ao Imposto de Renda".
"Não existe nenhuma ilegalidade", afirmou o advogado, que disse
ter conversado com o ex-diretor logo após a prisão. "Ele estava tranquilo, mas indignado com a situação, porque desde
o primeiro dia se colocou à disposição de todas as autoridades e até agora
ninguém se interessou em ouvi-lo. Ele nunca fugiu de nada".
Propina
– De acordo com a acusação
contra Cerveró, aceita pela Justiça em dezembro, o ex-diretor recebeu 15 milhões de dólares, a partir da
mediação do lobista Fernando Baiano, para a consolidação de
um contrato com a Samsung.
Depois de ter embolsado a propina, Cerveró, na condição de diretor da Área
Internacional da Petrobras, recomendou à Diretoria Executiva da estatal a contratação da empresa sul-coreana por 586
milhões de dólares.
Em uma segunda etapa, por meio de Fernando Baiano, Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung conseguisse um contrato para o fornecimento de outro navio sonda para perfuração de águas profundas ao custo de 616 milhões de dólares. O total de 40 milhões de dólares em vantagens indevidas, que o empresário Julio Camargo afirma ter sido destinado a Fernando Baiano, terminou, segundo apuração do Ministério Público, nas mãos de Cerveró.
Pasadena – O ex-diretor também foi um dos principais responsáveis pela desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que rendeu prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Na época diretor da Área Internacional da estatal, Cerveró elaborou um parecer favorável ao negócio apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras.
Em uma segunda etapa, por meio de Fernando Baiano, Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung conseguisse um contrato para o fornecimento de outro navio sonda para perfuração de águas profundas ao custo de 616 milhões de dólares. O total de 40 milhões de dólares em vantagens indevidas, que o empresário Julio Camargo afirma ter sido destinado a Fernando Baiano, terminou, segundo apuração do Ministério Público, nas mãos de Cerveró.
Pasadena – O ex-diretor também foi um dos principais responsáveis pela desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que rendeu prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Na época diretor da Área Internacional da estatal, Cerveró elaborou um parecer favorável ao negócio apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras.
Fonte:
Estadão Conteúdo
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