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terça-feira, 30 de março de 2021

Crise de Soberania, Secessão e Guerra Civil - Jorge Serrão

A oposição irresponsável de canhota, financiada pelos controladores das oligarquias regionais tupiniquins e seus rentistas amestrados, produziu toda uma sabotagem institucional e política para tentar desestabilizar, desgastar e derrubar o Presidente da República que sobreviveu à facada criminosa dada em 6 de setembro de 2018. Os sabotadores se aproveitaram do pandemônio gerado em função da Covid-19 e também tiraram proveito dos variados erros de comunicação de Jair Bolsonaro. Agora, alopraram com a reação política do Presidente que segue com alto apoio popular, apesar da mais descarada e sórdida campanha midiática sofrida por um ocupante do Palácio do Planalto.

Bastou Bolsonaro tomar a decisão de acionar, de supetão, a barata caneta esferográfica que assina os atos de exoneração (demissão) e nomeação publicados no Diário Oficial da União (o famoso DOU porque, muitas vezes, tem tudo a ver com o sistema do “é dando que se recebe”). Quase na véspera da celebração de mais um aniversário da “Revolução, Golpe ou contragolpe” de 31 de março de 1964, Bolsonaro trocou seis dos seus principais ministros. Mas a substituição que surpreendeu e apavorou a galera foi a do Ministro da Defesa - que se estende aos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O movimento fez a galerinha de canhota partir para dedadas alopradas nas redes sociais da internet, choramingando que Bolsonaro estaria preparando um “fechamento de regime”. Os ejaculadores precoces, que tem pregado, abertamente, golpes contra o Presidente, escreveram que Bolsonaro, mexendo na cúpula militar, armava um “golpe de Estado”. Na visão dos amedrontados, Bolsonaro estaria se preparando para invocar “Estado de Defesa” ou “Estado de Sítio”. Por isso, mexeu na escalação de seus militares palacianos, no Ministério da Justiça e na Advocacia-Geral da União, além de botar um General de Exército na Casa Civil.

KKKKKKKKK… Bolsonaro deve estar dando gargalhadas diante do reacionarismo medroso da oposição radicalóide. Na verdade, o Presidente percebeu a gravidade da situação (inclusive da dele) diante da flagrante crise de soberania e desrespeito institucional, com elementos de secessão (governadores e prefeitos decretando inconstitucionalidades, com a complacência do Supremo Tribunal Federal) e risco real de explosão de rebeliões populares que podem aprofundar um estágio (já iniciado) de Guerra Civil (por enquanto, não-declarada).


 Refém político do Centrão e pressionado ao limite pela ação sabotadora do Estamento Burocrático (Establishment), Bolsonaro só é um “déspota” na narrativa desenhada pela canalhice esquerdopata. O Presidente não tem vontade, disposição e nem condição real de aplicar um “golpe”. Imagina se ele precisa “fechar um regime” que já opera em flagrante rompimento institucional, por sucessivos rompimentos da ordem constitucional, em função de decisões dos “Guardiões da Constituição” (os 11 ministros do STF). Bolsonaro apenas tem repetido a reclamação de que “estão esticando a corda”. E também insiste (mas ninguém garante ser verdadeiro) que as Forças Armadas estão com ele.

Haverá celebrações (modestas) nos quartéis que desejarem para lembrar o 31 de março de 1964. Será lida uma Ordem do Dia do novo ministro da Defesa, General Braga Neto, e dos novos comandantes militares. [atualizando: até o presente momento, só está decidida a posse de um comandante militar = o do Exército.]O gesto vai alimentar, ainda mais, o medinho esquerdista. Os aloprados vão insistir na falsa narrativa de “golpe em gestação”. O pior é que os segmentos (igualmente extremistas) do Bolsonarismo também vão embarcar na inviável possibilidade da famosa “Intervenção Militar”. As redes sociais refletirão mais uma edição da “Batalha de Itararé(a que não aconteceu, na “Revolução” Constitucionalista de 1932). De todo modo, sobe a tensão institucional.       

Quem fez uma leitura imediata, precipitada e sintomática da gravidade da situação brasileira foi o governador de São Paulo. João Dória se mudou para o Palácio dos Bandeirantes. A “justificativa” para se refugiar (ops, morar) na fortaleza da “residência oficial”, no Morumbi, foi “motivo de segurança”. O governador de São Paulo reclamou que vem sofrendo ameaças (dos bolsonaristas). Por isso, o marketeiro de calça apertada soltou uma frase de efeito para protestar: “O fanatismo ideológico ignora a racionalidade”.

Mas a leitura correta da frase e da situação real do País indicam que o
governante entrou em estado de medo.
João Dória já vivia “sitiado” em sua mansão-quarteirão no bairro dos Jardins.
O lugar é quase um sítio na área mais nobre e cara de São Paulo.
O local estava, há várias semanas, cercado e “protegido” por uma quantidade exagerada de Policiais Militares do Batalhão de Choque.

A residência pessoal do governador era, sem dúvida, um dos lugares mais seguros de São Paulo, não fosse por um detalhe que incomodava João Dória. Ele era alvo de expressivos protestos populares. O povo ocupava as imediações seguríssimas do “sítio urbano” de Dória para protestar e pedir o impeachment do governador. Dória fez, rapidamente, a mesma leitura parcial, amedrontada e precipitada que a maioria esmagadora da oposição a Bolsonaro. “O Presidente pode decretar Estado de Sítio ou Estado de Defesa”. Fala sério, galerinha do mal…

O Alerta Total insiste na análise objetiva. Vivenciamos uma perigosa combinação de fatores destrutivos. Instabilidade institucional. Insegurança política, jurídica, econômica, social e individual. Intolerância ideologicamente gerada para dividir as pessoas em antagonistas e inimigos que, dificilmente, tentarão e conseguirão se unir em torno do Bem-Comum. 

Explosões de violência, desobediência civil e desrespeito a autoridades (que não se dão ao respeito).

 A rebelião popular já começou. 

Vai se intensificar até degenerar em guerra civil? Melhor não duvidar e se preparar (para o agravamento da tensão)

  

A mistura é explosiva. O covidão amedronta, infecta, mata (ou, na hipótese menos ruim, deixa sequelas físicas e psicológicas nas pessoas). A bagunça econômica, por falhas estruturais, por erros conceituais ou por sabotagem friamente pensada, dificulta ou inviabiliza a vida de quem precisa trabalhar, empreender e lucrar produtivamente. É crescente a insatisfação e revolta das pessoas com os governantes, políticos e autoridades públicas em geral. Eles têm abusado do poder e atentado contra as liberdades individuais.

É mais um capítulo da “Revolução Brasileira”, desde quando o povão começou a sair às ruas para grandes protestos, há mais de 10 anos atrás. O certo é que já houve uma secessão (que não diz respeito apenas à separação territorial, mas sim ao rompimento claro da divisão constitucional entre os poderes da República). O estrago agravou a crise de soberania (que é antiga, vem desde o golpe que extinguiu o Império do Brasil, no qual um equilibrado soberano exercia, com sabedoria, o Poder Moderador). Agora, todos ficam com medinho diante do risco concreto de eclosão de revoltas populares que podem aprofundar uma Guerra Civil (por enquanto, não declarada, porém em flagrante andamento e recrudescimento).

Como bem descreve o sticker daquele Gatinho preto fumando um baseado de maconha, que circula pelos aplicativos padrão zap-zap: “O bagulho é doido”... E a famosa frase do Capitão Nascimento ecoa no ouvido de todos: “Vai dar Merda”! Vai, não… Já deu… Pobre Geração Covidão… Haja vacina! Porque o Poder Covidiário continua com tudo… O Parquinho segue com todo fogo... 

Navegando livremente na piada...

Em tempo: A navegação volta ao normal no Canal de Suez. Diretamente de Brasília, em meio a tantas mudanças na cúpula do Governo Federal, veio a explicação mais criativa para a solução do problema que poderia paralisar a economia mundial, em função do caos logístico:

  • Gilmar Mendes mandou soltar o navio que estava preso...

Reveja o artigo de ontem: Brasil em tempos de Cólera, Corrupção & Covidão

Releia o artigo de Domingo: Qual o DNA (ou Éthos) do Brasil?

 

Alerta Total - Jorge Serrão, editor-chefe


sábado, 30 de maio de 2020

O dragão chinês mostra as garras – Editorial - O Estado de S. Paulo

Agressão do PC chinês a Hong Kong pede uma resposta enérgica da comunidade internacional 


Enquanto o resto do mundo combate a pandemia, a China realizou sua manobra mais truculenta contra a autonomia de Hong Kong e Taiwan. No dia 20, o Congresso do Povo anunciou planos navais de assalto a uma ilha controlada por Taiwan e aprovou uma moção para uma nova lei de segurança em Hong Kong que, na prática, desmantelará o modelo “um país, dois sistemas”.

Em 1997, quando o Reino Unido passou o controle de Hong Kong à China, um tratado forjado nas Nações Unidas garantiu as liberdades políticas e o estilo de vida da população até 2047. O artigo 23 da “lei básica” de Hong Kong efetivamente previu que o seu Parlamento elaboraria uma legislação proibindo atos de “traição, secessão, sedição ou subversão” contra o governo chinês. Em 2003, as tentativas das autoridades pró-comunistas de impor uma legislação draconiana levaram 500 mil cidadãos de Hong Kong às ruas, no maior protesto em décadas. A ideia foi abandonada, mas desde que Xi Jinping assumiu o comando da China em 2013, ele tem reafirmado a hegemonia do Partido Comunista (PC), reprimindo qualquer tentativa de dissidência na sociedade chinesa, e, agora, o Partido está flexionando seus músculos além das fronteiras.

No ano passado, milhões em Hong Kong protestaram contra um decreto de extradição que iria borrar a linha que separa os dois sistemas. Nas eleições distritais de novembro, a maioria votou a favor dos que apoiaram os protestos. Agora, prevendo a eleição de uma nova maioria democrática para o Conselho Legislativo em setembro, o Congresso chinês, usurpando as prerrogativas do Parlamento de Hong Kong, anunciou uma nova legislação que garantirá ao Ministério de Segurança chinês reprimir direitos de reunião e expressão com a mesma brutalidade com que opera no território chinês. Como disse o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, isso equivale a uma “sentença de morte” à autonomia de Hong Kong. Mal saídos da quarentena, milhares de cidadãos de Hong Kong foram às ruas, e as apreensões dos investidores sobre o futuro financeiro de Hong Kong levaram à pior queda em seu mercado de capitais em cinco anos.

Não se trata de uma manobra isolada. Desde abril, a China já abalroou um navio vietnamita em águas sob disputa no Mar do Sul chinês e estabeleceu duas unidades administrativas em ilhas reclamadas pelo Vietnã. Além disso, realizou manobras navais ostensivas próximas a uma sonda petrolífera no litoral da Malásia e reagiu com ameaças à possibilidade de Taiwan ser incluída na Assembleia-Geral da OMS, declarando que a reunificação é “inevitável”. Além da Ásia, o Partido está investindo pesadamente em campanhas de propaganda e desinformação para desmoralizar a resposta dos países ocidentais à pandemia e consolidar uma narrativa triunfalista da atuação chinesa, enquanto seus diplomatas ameaçam retaliar qualquer proposta de investigar a origem do vírus. A Austrália já sofreu sanções comerciais.

Essas agressões pedem uma resposta enérgica da comunidade global, em especial do Reino Unido – que costurou o tratado de autonomia de Hong Kong –, dos EUA e dos investidores internacionais. No ano passado, uma comissão bipartidária do Congresso norte-americano propôs uma legislação para implementar sanções oficiais a qualquer tentativa de impor uma lei de segurança sobre Hong Kong. Os avanços de Pequim devem esquentar a guerra fria que vem sendo buscada com empenho tanto por Xi Jinping como por Donald Trump para agradar às hostes nacionalistas de seus respectivos países.



 O fato é que o mundo precisa se adaptar a esta ameaça crescente. Como disse o cientista político Nick Timothy em artigo no Telegraph, as manobras de Pequim “mostram que a China não é apenas mais um parceiro comercial, um país que se abrirá e se tornará mais liberal quanto mais se expuser aos costumes ocidentais”. Conforme advertiu Chris Patten, o último governante britânico de Hong Kong, “podemos confiar no povo da China, como os valentes médicos que tentaram soar o alarme sobre a camuflagem dos primeiros estágios da pandemia. Mas não podemos confiar no regime de Xi Jinping”.

Editorial -  O Estado de S. Paulo