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terça-feira, 2 de agosto de 2022

China mobiliza tanques anfíbios para o Estreito de Taiwan

Incursões militares se deram em virtude da viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi

Incursão militar chinesa ao longo do Estreito de Taiwan
Incursão militar chinesa ao longo do Estreito de Taiwan | Foto: Reprodução

O Partido Comunista da China mobilizou uma série de tanques anfíbios e caças militares para Xiamen, cidade costeira ao longo do Estreito de Taiwan. As incursões miliares ocorreram na noite de ontem, informou reportagem do jornal britânico Daily Mail, nesta terça-feira, 2.

As manobras do PCC são uma reação à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, a Taiwan. A democrata desembarcou na capital da ilha, Taipé, na manhã de hoje, para estreitar as relações diplomáticas.

Em um comunicado publicado ontem, o Ministério da Defesa de Taiwan informou que tem “total conhecimento” das atividades militares perto de Taiwan e enviará forças apropriadamente, em reação a “ameaças inimigas”. Imagens compartilhadas na rede social chinesa Weibo mostram tanques anfíbios na costa da Província de Fujian, ao longo do Estreito de Taiwan. Outras imagens mostram equipamentos militares em movimento em Xiamen.

Na semana passada, o secretário-geral do PCC, Xi Jinping, advertiu o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para os perigos da visita de Nancy à ilha. “Quem brinca com fogo se queima”, disse Xi Jinping, ao democrata.

A Rússia saiu em defesa da China hoje, ao acusar os EUA de “desestabilizarem” o mundo, ao permitir a viagem de Nancy. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, advertiu que a visita seria “extremamente provocativa”.

Leia também: “O jogo do gigante”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 58 da Revista Oeste

Revista Oeste 

 

quarta-feira, 27 de julho de 2022

O PC chinês quer controlar sua mente - Revista Oeste

Dagomir Marquezi

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

A notícia do jornal britânico The Times cita o Centro Nacional de Ciência Abrangente de Hefei como criador de um sistema capaz de “ler expressões faciais e ondas cerebrais, analisando quão atento um membro está para a educação política e do pensamento”. 

O objetivo, segundo o Centro Hefei, é “solidificar ainda mais a confiança e a determinação de ser grato ao partido, de ouvir o partido e de seguir o partido”. Atingir 100% de foco nos ensinamentos políticos e na doutrinação ideológica. A tecnologia de leitura de ondas cerebrais já é capaz de detectar se alguém, numa sala de estudos, está acessando um site de pornografia ou se está cansado.

Na sua busca pelo controle absoluto da população, o regime comunista chinês já espalhou 170 milhões de câmeras de vigilância por lugares públicos e é capaz de monitorar de uma maneira ou outra os atos de seu 1,4 bilhão de habitantes. A tecnologia de inteligência artificial é capaz de apontar um punhado de “suspeitos” em aglomerações com milhares de pessoas. O processo de identificação dura menos de um segundo.

Mas controlar a liberdade dos cidadãos é pouco. O PCC quer controlar sua mente. Ainda segundo o Times, o Partido espalhou um aplicativo chamado “Estude Xi para tornar a China Mais Forte” aos seus quase 97 milhões de membros. Xi, claro, é o todo-poderoso Xi Jinping, o presidente da China, o autoproclamado novo Mao Tsé-tung.

O partido já havia transformado outro aplicativo, o “Estude a Grande Nação”, num grande sucesso. Mais de 100 milhões de chineses haviam baixado o aplicativo, segundo reportagem do New York Times. Estudantes que decoram as mínimas regras do socialismo de estilo chinês ganham notas melhores na escola. 
Empregados são obrigados a mandar suas avaliações para seus chefes, provando que aprenderam direitinho as lições. 

A imprensa oficial (e qual não é oficial na China?) conta histórias edificantes sobre cidadãos que abrem o aplicativo assim que acordam, antes de tomar água ou fazer xixi. Solteiros são incentivados a se casar com quem também usa o “Estude a Grande Nação”. “Você não pode se distrair”, declarou o professor Haiqing Yu, da universidade australiana RMIT. “É um tipo de vigilância digital. Leva a ditadura digital a um novo nível.” A China de Xi Jinping está cada vez mais parecida com uma versão high-tech da Coreia do Norte.

Os humanos não são iguais
Cada membro do partido é obrigado todos os dias a ler no aplicativo quatro artigos aprovados pelo grande líder, a assistir a três vídeos de nove minutos e responder a três perguntas. Se acertar as respostas, ganha 40 pontos. Acumulando esses pontos, como num programa de milhagem, vai ter mais chance de subir na burocracia do partido.

O professor James Leibold, da Universidade La Trobe, em Melbourne, Austrália, escreveu um artigo, em 2018, para o New York Times sobre essa obsessão chinesa de controle sobre o indivíduo. Revelou que não é uma novidade imposta pelo Partido Comunista quando tomou o poder, em 1949.

A China de Xi Jinping está cada vez mais parecida com uma versão high-tech da Coreia do Norte

Segundo o professor Leibold, já no século 3 a.C., o filósofo Xunzi definia a humanidade como “madeira torta” que precisava ser retificada em nome da “harmonia social”. O confucionismo (que exerce grande influência no regime comunista chinês) determinava que o mais importante não eram os direitos individuais, mas a aceitação da hierarquia social. Segundo essa linha de pensamento, os humanos não são iguais, mas variam em “suzhi”, ou qualidade. Confúcio falava em “pessoas superiores”. Os comunistas falam em “quadros de liderança”.

Pessoas “inferiores” podem se aperfeiçoar? Sim, desde que sigam as regras do partido. Se um chinês é condenado à prisão, por exemplo, é imediatamente isolado e incentivado a obedecer às regras. Recebe, conforme seu comportamento, mais comida e horas de sono ou mais tortura e isolamento. Faz parte do processo a “autocrítica”, o reconhecimento de que estava errado. Segundo o filósofo contemporâneo Tu Weiming, é a jornada de “dor e sofrimento” na busca de aperfeiçoamento e aceitação.

“Paralisar e controlar o oponente”
O Partido Comunista chinês sempre deu atenção ao processo que ficou conhecido como “lavagem cerebral”. A expressão vem da união de duas palavras em mandarim, “xi” (lavagem) e “nao” (cérebro). O sistema tornou-se tristemente conhecido durante a Guerra da Coreia (1950-1953), quando militares norte-americanos aprisionados pelos chineses confessavam crimes inexistentes e decidiam abandonar o próprio país e viver com seus carrascos. 

O doutor Robert Jay Lifton, que trabalhou com veteranos da Guerra da Coreia, identificou alguns métodos para quebrar a vontade dos prisioneiros norte-americanos — o controle absoluto de seu ambiente, a confissão de crimes não cometidos, a obrigação de permanecer em posições dolorosas, a privação de comida e sono, o confinamento solitário e a exposição permanente à propaganda comunista. A individualidade é quebrada, e o prisioneiro se torna uma “nova pessoa”, dócil aos seus captores, renegando seus próprios princípios.

A China não esconde uma outra possibilidade: a de inventar armas destinadas a desorientar tropas inimigas, criando confusão mental em massa. Segundo o jornal Washington Times, os chineses estão investindo em biotecnologia destinada a “paralisar e controlar o oponente” e “atacar o desejo do inimigo de resistir”. 

Escravos voluntários
Toda essa tecnologia de dominação mental, que parece sair de uma história em quadrinho barata, é real e presente. Por enquanto, está sendo testada na China, mas amanhã poderá estar no Irã ou em Cuba. A obsessão controladora de Xi Jinping está dando um impulso definitivo para esses métodos e tecnologias. Mas a questão não diz respeito só à China. E muito menos à tecnologia em si.
 
A questão de certa forma é mais simples escravidão x liberdade. Ser prisioneiro ou ser livre.
 O próprio ditador da China sabe que não existe controle perfeito numa realidade que tende ao caos. 
Seu gigantesco aparelho repressivo pode quebrar um dia, e a situação fugir ao seu controle. 
Por isso se esforça tanto em criar escravos mentais, zumbis sem vontade própria recitando as ordens do partido em busca de 40 pontos no aplicativo e um carguinho melhor na estatal.
Todos os ditadores do mundo sabem também que existem espíritos indomáveis, mentes que permanecem livres mesmo fechadas nas mais sombrias prisões. 
A própria China é uma panela de pressão soltando fumaça pela tampa. Não há tecnologia ou sistema judiciário capazes de controlar 1,4 bilhão de cérebros, é impossível.
 
 
Por outro lado, existem pessoas que, mesmo sem ser obrigadas, se entregam à mais abjeta escravidão mental. 
Esses prestativos escravos voluntários não precisam de leitores de mentes, armas atordoantes nem aplicativos de doutrinação para obedecer aos senhores de suas vontades. 
O Brasil, você sabe, está cheio desses vassalos.
 

Leia também “Saúde também é tech

Dagomir Marquezi, colunista - Revista Oeste


sábado, 21 de maio de 2022

A democracia pode funcionar mal - Carlos Alberto Sardenberg

Congresso erra ao não votar reforma tributária

 Não existe democracia sem parlamento eleito pelo povo. Em um país continental como o Brasil, é também conveniente que os entes regionais tenham representação nacional. O sistema político brasileiro atende a esses dois requisitos. 
A Câmara dos Deputados representa o povo. 
O Senado representa os estados, que formam a federação.

Ditaduras costumam fechar parlamentos ou instalar simulacros que só existem para chancelar as decisões do líder do momento. Exemplo: o assim chamado Congresso do Povo da China.

O nosso Congresso, reunião das duas casas, funciona livremente. Assim, a despeito de Bolsonaro, temos uma democracia em funcionamento. Ocorre que os parlamentos podem funcionar bem ou mal. Criticá-los, nesses casos, não é atentar contra a democracia, mas, ao contrário, defender não apenas sua existência, como também sua eficácia. Sim, eficácia.

Os líderes da maiores ditaduras do momento, Xi Jinping e Vladimir Putin, sustentam suas críticas à “democracia ocidental” com o argumento que não são eficientes nas políticas de desenvolvimento. E por que? Porque o sistema seria muito lento para a tomada de decisões. E aqui se completa o argumento autoritário: essa lentidão viria justamente do fato de que as decisões precisam passar pelo parlamento e ter o aval da Justiça.[ainda que não concordem, entendemos que os dois líderes tem razão, sendo o fato de que nem o Parlamento (o Congresso no caso do regime presidencialista) nem a Justiça, tem como função governar, qualquer interferência, além de indevida pode atrasar o funcionamento do Governo.]

Verdade que a democracia é mais lenta que as ditaduras. Mas o trâmite das decisões faz com que estas sejam, ao final, mais eficientes, exatamente porque foram bem avaliadas e votadas pelos representantes do povo e da federação. Ok, mas o Congresso brasileiro falha completamente quando não vota uma proposta de reforma tributária que lá tramita há 20 anos.

Foi o que fez recentemente o Senado. Seu presidente, Rodrigo Pacheco, simplesmente engavetou uma proposta montada na base de consensos entre diversos setores da sociedade. Alegou que não era hora. Ora, o sistema tributário brasileiro é dos principais obstáculos ao desenvolvimento. Atrapalha empresas e pessoas, encarece e, pois, inibe os investimentos.

E se não bastasse o Senado engavetar essa proposta, a Câmara resolve entrar no assunto, mas para aplicar um tipo de punição aos governadores estaduais. Irritado porque eles não reduzem certos impostos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, inventou uma proposta que limita a 17% o ICMS cobrado sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes.

É verdade que esses setores são excessivamente onerados e que isso impõe custos às famílias e empresas. Mas constituem a base da arrecadação dos Estados. Limitá-los, sem oferecer alternativa, como outras receitas ou redução de encargos, é simplesmente contratar uma quebradeira geral. Governos quebrados não prestam serviços, se endividam e, ao final, causam mais inflação.

Resumo: o Congresso não vota uma ampla reforma tributária, mas vota remendos que pioram o sistema. O modo de privatização da Eletrobras foi bem pensado. A empresa faz uma chamada de capital e o Estado, acionista controlador, não compra nem uma ação. Investidores privados compram, tormam-se majoritários e assumem o controle da companhia.

Simples e eficiente. Mas para aprovar isso, o Congresso, atendendo a interesses de suas clientelas, resolveu impor uma série de obrigações aos novos donos. Por exemplo: construir termelétricas a gás em locais a milhares de distância dos poços de gás.

Resultado: o custo da Eletrobras privatizada vai aumentar, isso terminando em majoração de tarifas.

Educação é um tema central sob qualquer aspecto. Social, porque a boa educação é condição para o progresso das pessoas. Econômico, porque nenhum país avança sem mão de obra educada e treinada.

Pois a Câmara dos Deputados entrou no assunto para votar uma barbaridade, o homeschooling, ensino domiciliar. Só interessa aos bolsonaristas e às famílias para as quais os nossos professores são todos comunistas e/ou pervertidos.[não se trata de uma barbaridade e sim de uma necessidade; o ensino domiciliar é a única forma eficaz e prática de impedir que professores comunistas e/ou pervertidos contaminem a cabeça de nossas crianças com ideias esquerdistas e coisas tais como ideologia de gênero, linguagem neutra e outras coisas = todas além de barbaridades são aberrações.

Na opinião do ilustre colunista não limitar impostos para manter a base de arrecadação dos Estados é medida correta, tentar salvar nossas crianças de serem vítimas do comunismo e de imoralidades outras é errado. Fica fácil perceber que um Governo com um Poder Executivo Forte, eleito pelo povo que também elege o Poder  Legislativo - portanto, democrata - (não cabe ao povo eleger os membros do Poder Judiciário)  não prejudica a democracia mas impede excrescências como a sob comento.]

É o contrário do que país precisa – escola pública de boa qualidade para todos.

SE ELES SÃO CONTRA, A MEDIDA É BOA

É pena, mas nosso Congresso está dando razão aos ditadores.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 21 de maio de 2022


domingo, 17 de abril de 2022

A guerra de Putin vista da China - Fernão Lara Mesquita

Em entrevista ao New Statesman esta semana Sergey Karaganov, assessor de confiança dos presidentes Boris Yeltsin e Vladimir Putin, assim como do ministro do Exterior deste último, Sergei Lavrov, repetiu o recado: para a Russia esta é "uma guerra existencial", de modo que se não tivermos "algum tipo de vitória" vai haver "uma escalada" que, sim, pode ser nuclear.

Claro, países nunca deixam de existir, mas para Vladimir Putin e sua camarilha de ladrões essa guerra é, sim, "existencial". Por que razão não houve ainda nem mesmo uma escalada na guerra convencional mas, ao contrário, uma "revisão dos objetivos" da "operação especial" desastradamente posta em curso em 24 de fevereiro pelo ex-agente da KGB, deixando de lado a vitória a qualquer custo para adotar este "algum tipo de vitória" que "é preciso alcançar" para salvar a face é coisa que seguramente tem a ver, para além da força da reação militar da Ucrânia, sobretudo com o modo pelo qual a China reagiu ao desatino de Putin.

Foi no longo telefonema havido entre Xi Jinping e ele dias depois de iniciada a coisa que se deu o primeiro "pé no breque" que Putin não tem podido mais aliviar desde então...

Com toda a tecnologia que levou à globalização do que já é globalizável - a fina fatia da humanidade que, em todos os países, saltou da economia de sobrevivência para a economia de consumo e fala algum inglês - o resto do vasto mundo ainda é uma constelação de servidões isoladas que se expressam em línguas e alfabetos mutuamente incompreensíveis, sem nenhuma comunicação direta entre si e que, também graças a isso, só têm, umas das outras, a imagem filtrada a que seus mestres lhes derem acesso.

No país que já está onde Lula e a imprensa da privilegiatura brasileira querem chegar só "A Verdade" tem vez, de modo que tudo que aparece e permanece na internet É a posição oficial do governo. Todo o resto ou já morreu ou permanece em segredo bem guardado na mente de cada indivíduo tentando evitar o tiro na nuca.

Assim, um passeio pela internet chinesa oferece a oportunidade de saber o que a China oficial está pensando e levando a China real a pensar sobre a aventura de Putin. E não raro essas análises mostram mais lucidez que as dos "especialistas" amestrados da nossa "imprensa livre". 

Na plataforma weixin.qq.com está publicado desde 16 de março, sem nunca mais ter sido apagado pela polícia da internet do Partido Comunista Chinês que é de matar Alexandre de Moraes de inveja, um relato dos acontecimentos que precederam a invasão, em que Putin é acusado de ter "manipulado" Xi Jinping ao levá-lo a assinar um acordo com a Russia que o colocou inadvertidamente "na armadilha de uma posição desconfortabilíssima" (an evil-like and unkind position foi a expressão usada na tradução direta do texto do chinês para o inglês) em relação a uma guerra que "viola as regras básicas da civilização".

Segundo o artigo Putin abordou Xi na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno ameaçados de boicote pelos Estados Unidos com um tratado envolvendo 15 acordos de cooperação apoiando todas as bandeiras geopolíticas da China, da nacionalidade de Taiwan à iniciativa conjunta com a Organização Mundial de Saúde para traçar a origem do coronavirus para fora daquele país, passando pelo apoio às advertências contra "a intenção da Nato de voltar à guerra fria". Xi não tinha porque recusar assina-lo embora o artigo lembre que os 15 acordos não acrescentavam novidade alguma pois todas essas iniciativas eram, desde sempre, apoiadas pela Russia. Mas o fato de te-lo assinado "de modo nenhum significa que a China soubesse com antecedência ou apoiasse a invasão da Ucrânia".

Um dia antes desse artigo aparecer para o público chinês, o embaixador de Pequim nos Estados Unidos, Qin Gang, publicou outro similar no Washington Post, afirmando que dizer que a China sabia das intenções de Putin "é pura desinformação" e que "a posição da China sobre a Ucrânia é objetiva e imparcial, baseada nas regras da ONU de respeito à integridade territorial e à soberania de todos os países, Ucrânia inclusive, que devem ser estritamente observadas".

Em 5 de abril passado outro artigo assinado por Yu Jianrong, intelectual muito popular nas redes sociais chinesas, afirmava que quanto mais se estender, mais a guerra de Putin será impopular na China. "Agressão é agressão. É moralmente errada e ponto".

Também este vinha na sequência de outro publicado no WeChat chinês, que analisava as condições objetivas de Putin levar a cabo o seu projeto: "A Russia quer brincar de União Soviética mas não tem mais a força econômica que isso requer. A Ucrânia, agora vizinha da Nato e servida por modernas capacidades militares, é uma versão aumentada do Afeganistão enquanto a Russia é uma versão diminuída da União Soviética. Esta guerra abriu um buraco nas artérias econômicas da Russia cuja economia já vinha abalada desde 2012. As ameaças nucleares de Putin nunca chegaram a ser feitas no tempo da União Soviética. São um sinal de fraqueza". 

"No tempo da Guerra Fria o PIB da União Soviética era de pelo menos 50% do dos Estados Unidos. Hoje, com um PIB de 1,7 trilhão de dólares, a Russia é menor que a economia da província de Guangdong. O orçamento da Federação Russa de 330 bilhões de dólares para 2021 é metade do orçamento de 705 bilhões do Pentágono. Para manter a fidelidade da Bielorussia, com menos de 10 milhões de habitantes, Putin injeta de 10 a 20 bilhões de dólares por ano naquele país. Não tem condições de fazer o mesmo com a Ucrânia e seus 44 milhões de habitantes".

"A Russia não pode vencer essa guerra. Ela custa 8 bilhões de dólares por mês. Os ucranianos destroem todos os dias tanques e aviões de centenas de milhões de dólares com mísseis individuais que custam apenas algumas dezenas de milhares fornecidos pelo resto do mundo e pela Nato. Não existe mais uma União Soviética nem Ocidente contra o Leste, só existe um jogo econômico global complexo. O tempo não é aliado da Russia. Esse é o poder da globalização e a Russia não tem a opção de resistir-lhe".

A única saída da sinuca em que se meteu é, portanto, a que Xi Jinping indicou a Putin naquele telefonema depois de constatar a reação, "fechada" como nunca, dos Estados Unido e da Europa: alguma que lhe salve a face sem parecer uma derrota total, antes que o massacre de ucranianos se torne definitivamente imperdoável. 

Esta salvaria o mundo de ver o ex-agente da KGB apertar o botão. Mas dificilmente salvará ele próprio do final melancólico a que se condenou, nem o povo russo do rebaixamento a satélite da economia chinesa, a inversão do quadro "primo rico x primo pobre" dos dois gigantes comunistas de ontem, que vai lhe restar depois dessa sangria desatada.

*Publicado originalmente em O Vespeiro (13/04/2022)


sábado, 19 de março de 2022

Biden alerta China sobre consequências caso apoie a Rússia

“A crise da Ucrânia é algo que não queremos ver”, disse Xi

 O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou Xi Jinping, presidente da China, em conversa virtual nesta sexta-feira (18), que o país pode sofrer consequências caso apoie a Rússia

Os líderes conversaram por cerca de duas horas sobre o conflito na Ucrânia. “O presidente Biden detalhou nossos esforços para prevenir e responder à invasão, inclusive impondo custos à Rússia. Ele descreveu as implicações e as consequências se a China fornecer apoio material à Rússia ao realizar ataques brutais contra cidades e civis ucranianos”, afirmou a Casa Branca em comunicado.

Em conversa por videoconferência, Biden e Xi teriam ressaltado o apoio em uma resolução diplomática para a invasão russa. A China negou que oferecerá apoio militar e econômico à Rússia. “A crise da Ucrânia é algo que não queremos ver”, disse Xi.

O secretário-geral do Partido Comunista da China, Xi Jinping, em pronunciamento durante jantar em sua homenagem na Casa Branca, ao lado do então vice-presidente dos EUA, Joe Biden - 25/09/2015 | Foto: Divulgação/Departamento de Estado
O secretário-geral do Partido Comunista da China, Xi Jinping, em pronunciamento durante jantar em sua homenagem na Casa Branca, ao lado do então vice-presidente dos EUA, Joe Biden - 25/09/2015 | Foto: Divulgação/Departamento de Estado

“Conflito e confronto não são do interesse de ninguém”, disse Xi Jinping a Biden, noticiou a agência de notícias chinesa Xinhua. “Paz e segurança são os tesouros mais estimados da comunidade internacional”, observou Xi Jinping.

Segundo o líder chinês, Estados Unidos e Pequim precisam guiar as relações bilaterais “por um caminho correto”, sem mencionar qual, e ambos os países têm de fazer esforços em prol da paz mundial e do bem-estar das pessoas.

A teleconferência marcou a primeira conversa entre Xi Jinping e Biden sobre a crise na Ucrânia e a primeira reunião desde novembro. O teor completo da conversa, contudo, ainda não foi divulgado pelos dois governos.

Conforme noticiou Oeste, a postura de Biden na reunião foi antecipada pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Segundo ela, o presidente advertiria o líder chinês sobre sanções em caso de a China apoiar a Rússia no conflito. [o líder chinês,como de hábito, prima pelo caráter lacônico de suas manifestações; o Biden, usou da prolixidade habitual e das sempre citadas sanções.]

Leia também: “As lições de Olavo de Carvalho sobre a Rússia”, artigo de Ana Paula Henkel publicado na Edição 104 da Revista Oeste


segunda-feira, 7 de março de 2022

Sanções à Rússia estão longe de ser uma resposta ideal - Valor Econômico

O boicote de Xi Jinping às sanções pode dar sobrevida à postura bélica de Putin

Do sequestro de ativos detidos por oligarcas próximos ao Kremlin até o bloqueio à movimentação de reservas do Banco Central da Rússia, os países ocidentais aplicaram contra Moscou uma espiral inédita de sanções econômicas, que visam enfraquecer o presidente Vladimir Putin no plano doméstico. 
Idilicamente, o cerco pode acelerar a transição política em um governo que usurpa a democracia e viola o direito internacional. 
No mínimo, as punições anunciadas constrangem Putin com seus eleitores e demonstram os custos de agredir outras nações sem nenhuma justificativa plausível. 
Pela primeira vez, no entanto, o mundo testa também a capacidade de uma autocracia instalada em potência bélica - não uma ditadura latino-americana, uma ilha de corrupção na África ou um emirado absolutista no Golfo Pérsico - sobreviver escorando-se na neutralidade ou no apoio tácito da China. Pequim pode ter se tornado o fiel da balança.
 
É de se colocar em perspectiva, sim, que as sanções adotadas até agora estão longe de constituir uma resposta ideal. 
Restrições econômicas de todos os lados resultam em sofrimento de toda a população russa. 
Não se pode desprezar ainda o fato de que podem ajudar o próprio Putin a reforçar internamente, com sua máquina de desinformação, o discurso de que é uma vítima do Ocidente e luta apenas para resistir às tentativas de avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). 
Também guarda razoabilidade o argumento de que regimes autocráticos no Irã, na Venezuela ou na Coreia do Norte têm sobrevivido às sanções. [IMPORTANTE: as sanções atingirão todo o mundo -  incluindo os corajosos manifestantes brasileiros, que protestam em Brasília, Esplanada dos Ministérios, em frente ao Itamaraty, contra aquele conflito. Imagine no Brasil com o barril de petróleo abaixo dos US$ 100,  -  antes do inicio das hostilidades, a gasolina já raspava os R$7; agora o petróleo está  acima de US$ 130, podendo chegar a US$ 200. A quanto irá nossa gasolina? - Confiram: O Globo: Barril de petróleo supera US$ 130 e gás na Europa tem alta de 79%. Bolsas europeias caem.  "Após bater na cotação de US$ 139 na madrugada, maior cotação desde o recorde de US$ 147,50 de julho de 2008, o preço do petróleo Brent perdeu força." " No caso do petróleo, contratos de curto prazo de opções de compra, que não são os mais negociados  por isso não são a principal referência, já apontam para o barril do tipo brent cotado a até US$ 200 antes do fim de março"
Transcrevemos e linkamos do O Globo, por todo o complexo Globo ser,  notoriamente,  Ucrânia.]

O cerceamento à Rússia, contudo, ocorre em velocidade e amplitude épicas. Em menos de dez dias houve exclusão do sistema Swift de pagamentos internacionais, proibição à compra de nova dívida soberana, fechamento de espaço aéreo para voos comerciais, quase metade das reservas do BC russo teve seu uso inviabilizado. Companhias de navegação que respondem por 47% do tráfego global de contêineres decidiram paralisar fretes. Dezenas de empresas americanas e europeias anunciaram suspensão dos negócios. Petroleiras como Shell, BP, Total e Equinor se comprometeram a não mais alocar capital no país. Nike, Ikea e Spotify interromperam suas atividades. A lista aumenta dia após dia.

Os efeitos na economia russa já apareceram. O BC mais do que dobrou a taxa de juros (para 20% ao ano), o valor do rublo caiu para um mínimo histórico, há corrida bancária e a Bolsa de Moscou passou a semana inteira fechada. O colchão financeiro preparado pela Rússia para enfrentar a guerra parece não ser suficiente. Ela empobrecerá muito, e rapidamente. Não à toa, em reunião ministerial parcialmente televisionada na sexta-feira, Putin acusou o golpe: "Não temos más intenções acerca dos nossos vizinhos. Eu gostaria também de aconselhá-los a não escalar a situação, a não introduzir nenhuma restrição".

De acordo com o instituto de pesquisas russo Levada Center, 52% dos cidadãos no país temem repressão das autoridades e 58% receiam sofrer prisões arbitrárias - os índices mais altos desde 1994. Por isso, impressiona que protestos tenham sido registradas em 48 cidades diferentes. A filha do porta-voz de Putin escreveu "não à guerra" em seu perfil numa rede social. Esportistas e celebridades têm se manifestado. Nesse ritmo, o apoio da classe média a Putin ficará cada vez mais corroído.

Nada disso garante que Putin aceite um cessar-fogo e, muito menos, uma paz duradoura com seus vizinhos. Trata-se, porém, do único caminho para pressioná-lo sem o impensável emprego de tropas da Otan. O problema é a resistência da China em aderir às sanções. Os países do eixo Ásia-Pacífico absorvem hoje 30% das exportações russas. Pequim já tem mais investimentos na Rússia do que a Alemanha. Putin e Xi Jinping, que já se encontraram 38 vezes e se chamaram de "melhores amigos", anunciaram a construção de um "superduto" que levará gás da Sibéria ao norte da China.

O boicote de Xi às sanções, pelo peso da aliança formada entre os dois países, pode dar sobrevida à postura bélica de Putin e impedir o declínio do regime russo. Ao mesmo tempo, aumentará a desconfiança do Ocidente com a China e a percepção - já alimentada durante a pandemia - de que é preciso tomar cuidado com as cadeias de valor dependentes do gigante asiático. Uma divisão do mundo em dois eixos apartados, no qual suspeitas prevalecem sobre cooperação e integração, é péssimo para o futuro da economia e da estabilidade globais.

Opinião - Valor Econômico 


domingo, 20 de dezembro de 2020

A conciliação ideológica da “vachina” - Sérgio Alves de Oliveira

A verdadeira guerra ideológica, política, econômica e midiática eclodida na prevenção e cura do novo coronavirus, tomou contornos inimagináveis no mundo inteiro.

A República Popular da China, onde  essa pandemia nasceu, para logo após ser “exportada” para todos os países, ”apadrinhando”, pelas vias diplomáticas, os manifestos  interesses econômicos do laboratório  Sinovac, age  da mesma maneira que aquele   sujeito que quebrou as pernas do outro e logo após  teve  a cara de pau de  oferecer-lhe para  venda as respectivas muletas.

Essa “quase” 3ª Guerra Mundial não poupou o Brasil. Apesar de todas as medidas governamentais preventivas ao Covid-19, da União, Estados e Municípios, as contaminações, hospitalizações, e mortes provocadas pelo maldito  vírus chinês não param de crescer.                                             

Os hospitais e UTIs  estão  lotados.Por isso até  recusam novos pacientes, por absoluta “falência” das suas possibilidades. As pessoas têm que se conformar a morrer na porta de entrada  dos hospitais, nas ruas, ou em casa .A situação  toma contornos dramáticos. Nunca vistos “fora-de-guerra-convencional”.

A corrida entre  a contaminação e as mortes pela praga chinesa e a ciência que objetiva a sua prevenção e cura está sendo vencida, com “folga”, pelas primeiras.  Mas tudo leva a crer  que as medidas “preventivas”,principalmente através de “vacinas”, tendem a ser mais rápidas que as medidas “curativas”, com perspectivas de alcance lamentavelmente sem qualquer previsão.

E é especificamente  em torno das vacinas que se estabeleceu uma “guerra econômica mundial”.  Sabe-se com absoluta certeza que os grandes laboratórios mundiais da indústria farmacêutica jamais  tiveram qualquer “vocação” humanitária, altruística, ou filantrópica. E nos países “ditos” comunistas, não é diferente. Invariavelmente os objetivos principais são os lucros .E nas  pandemias “novidades”, como a do novo coronavirus, os “necessitados” dificilmente irão questionar eventuais sobrepreços ou “ágios”. No “desespero ”, pagarão qualquer preço que lhes for imposto.  Parece que já deu para notar a verdadeira “correria” entre os laboratórios do mundo inteiro para vender a vacina do novo coronavirus.

E nessa  “correria” frenética, o laboratório biofarmacêutico chinês “Sinovac Biotech Ltd” tem as suas chances de venda significativamente aumentadas porque acabou ganhando  um “embaixador improvisado”, João Doria, que acumula as funções de governador do mais poderoso Estado-membro   do Brasil, São Paulo, ao qual, ”coincidentemente”, está subordinado,  como  órgão da sua administração indireta, o Instituto Butantan, que por seu turno  montou uma espécie de “consórcio” com o laboratório chinês Sinovac, para produção da vacina “Coronavac”. [corrupção no laboratório chinês Sinovac? leia aqui ou aqui.]

Durante esses trâmites, o  governador paulista  já teria encomendado milhões de vacinas “Coronavac”, mesmo à margem do órgão federal competente, a “Anvisa”. Mas João Doria já tem a seu favor uma decisão do STF (órgão  da sua “quadrilha”?), que dispensa a vacina que ele representa  e vende de homologação na Anvisa, algo inédito nos sistemas de saúde e judiciário brasileiros.

Mas seria possível um  fim nessa  guerra de interesses  sobre a vacina do novo coronavirus? Talvez um componente “ideológica” possa ajudar na busca dessa “paz”.

É praticamente uma unanimidade entre os políticos da esquerda, e seus “comparsas” de outras ideologias, [unidos todos sob o lema dos inimigos do Brasil, qual seja = quanto pior, melhor'] espalhados pelos Três Poderes Constitucionais da União, e pelos Poderes Executivo e Legislativo dos Estados e Municípios, a força que estão  dando para  aprovação,  compra,e aplicação da vacina chinesa Coronavac.

Enquanto outros brasileiros “suspeitam” de alguns possíveis efeitos colaterais nocivos e talvez irreversíveis, eventualmente genéticos, da vacina Coronavac, praticamente toda a esquerda ideológica e política já deu o seu “aval” e considera boa   essa  vacina.

Então parece estar aí a “solução”. Reserve-se a vacina Coronavac a todo o pessoal da esquerda, de carteirinha ou não, e seus diversos apoiadores, mesmo sem aprovação da Anvisa, e só com o “canetaço” do STF, e reserve-se aos “demais” as “outras” vacinas que forem aprovadas pela Anvisa, [ou, no mínimo, pelo FDA]  sem o carimbo comunista, seja do Partido Comunista  Chinês - PCC, do ditador Xi Jinping, ou do “ditador” paulista, João Doria. [sobre o destino de Xi Jinping optamos por nada comentar - assuntos internos de um país devem ser cuidados internamente - mas João Doria e outros que buscam protagonismo via covid-19, seja comprando o que ainda não existe oficialmente, seja proferindo decisões esdrúxulas - restritivas ou expansivas - serão chamados a prestar contas, tão logo a pandemia passe, e vai passar, já está passando. Somos favoráveis ao uso de máscaras, contrários ao tranca tudo, mas concordamos que excessivas aglomerações são prejudiciais, são pró vírus e o que mais tem ocorrido no Brasil, desde o inicio de novembro, são aglomerações - a maior parte, especialmente as oficiais, perfeitamente evitáveis.

Temos a confiança que com as bençãos de DEUS, o mais tardar entre 15 a 20 de janeiro de 2021, começarão a cair, em definitivo, os gráficos de contágios e mortes. VAI TAMBÉM que neste meio tempo aparece a VACINA - aquela tradicional, física, que se aplica no braço!!!]

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo