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domingo, 18 de setembro de 2022

A Falha e o Tubo - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Um dia esse jornal se encontrou com uma plataforma livre. Segue-se o diálogo travado entre os dois grandes veículos 
 
 
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Era uma vez um grande jornal isento chamado Falha de Sapê. Um dia esse jornal se encontrou com uma grande plataforma livre chamada O Tubo. O encontro se deu numa esquina escura da internet. Segue-se o diálogo travado entre os dois grandes veículos, a Falha e o Tubo, segundo uma fonte:

— Opa.

— Fala aí.

— Tô te esperando há um tempão.

— Desculpe. Perdi a hora censurando uns vídeos.

— Pelo menos fez o trabalho direito?

— Claro. Botei todos na sombra, pra ninguém encontrar.

— Isso é muito mais legal que remover, né?

— Muito mais. O autor fica com a ilusão de que tá falando pra um monte de gente e o vídeo dele não aparece pra ninguém ahahaha!

— Ahahaha!

E lá no jornal? Resolveram aquele problema dos especialistas?

— Totalmente resolvido.

— Que bom. Ninguém mais tava acreditando naquele “dizem especialistas”, né?

— Tem sempre uns trouxas que acreditam em tudo. Mas era hora de mudar.

Como é que vai ser agora?

— “Diz leitor”.

— Como assim?

— O “dizem especialistas” restringia muito, porque mal ou bem a coisa tinha que ser verossímil.

— Saquei. Genial!

— Não é? Com o “diz leitor” a gente pode falar qualquer barbaridade sem aquela chatice de ter que parecer fundamentado.

— Liberdade de expressão.

— No caso, liberdade de impressão.

— Perfeito. E ninguém reclamou que pra publicar o que o leitor diz não precisava do jornal?

— Ninguém. O pessoal recebeu como democratização do jornalismo.

Eles compram qualquer coisa, né?

— Qualquer coisa.

Falando em comprar: trouxe a muamba?

— Claro. Tá aqui.

— Mas não foi bem isso que a gente combinou.

— Foi o que deu pra arrumar.

Mas faz o mesmo efeito da outra?

— Praticamente. Esse veneno realmente não resolve na hora, mas asfixia aos poucos.

Ah, então por um lado é até melhor, né?

— Também acho. Você queria uma reportagem inventando um crime, pra poder riscar o fascista do mapa. Isso a gente não conseguiu fazer, estou com equipe reduzida.

Se eles mudarem pra Pingos nos Js acho que não teria o mesmo alcance, né?

Muita gente de férias?

— Não. No curso de checagem.

— É bom esse curso?

— Uma porcaria. Mas a gente ganha pra fazer essa “capacitação”, aí não dá pra reclamar.

— Depois é só repetir a cartilha do patrocinador nas matérias.

— Exatamente. Claro que não precisava de curso pra isso, mas não custa nada cumprir o ritual ahaha.

— Ahaha.

— Então o que eu te trouxe é o seguinte: uma reportagem mostrando que você favorece os fascistas.

— Eu??!!

— Sim, você.

— Logo eu que vivo cortando cabeça e silenciando essa gente?

— É. No início você vai parecer mal na foto, mas logo todo mundo vai entender o jogo e te elogiar.

— Por quê?

— Porque você vai aproveitar a reportagem que eu te trouxe como justificativa pra sabotar aquele elemento mais perigoso. Não é isso que você quer?

— É. Mas como eu vou explicar o meu “favorecimento” a ele?

— Não precisa explicar. Quando você travar o canal dele, a alegria na patrulha vai ser tão grande que ninguém vai se lembrar do motivo.

— Será?

— Bom, você me disse que estava com dificuldade de boicotar esse elemento perigoso pela audiência enorme dele, que ia dar na vista. Estou te trazendo o pretexto. O resto é contigo.

Tem razão. Obrigado. Mas posso te fazer mais um pedido?

— Manda.

— Será que algum daqueles intelectuais afetados que escrevem na Falha poderia fazer uma crítica ao alfabeto?

— Hein?

Nem seria criticar o alfabeto inteiro. Só fazer um ataque filosófico à letra “i”.

— Como assim?

Dizer que o “i” tem uma função subliminar de dominação das minorias pela elite branca e deveria ser banido da língua portuguesa.

— Acho que consigo sim. Posso saber pra quê?

Pra acabar de vez com o elemento perigoso. Se eles mudarem pra Pingos nos Js acho que não teria o mesmo alcance, né?

— Bem pensado. Com certeza não. E sem o “i” a palavra Pingos também ficaria inviável.

— Isso. Atacaríamos em duas frentes.

— Deixa comigo. Vou pedir aos intelectuais aqui da Falha que pensem também numa proposta revolucionária para a substituição do “i” nas outras palavras.

— Que tal um punho cerrado?

— Genial! Você também é um intelectual. Quer escrever na Falha?

Obrigado, não tenho tempo. Muito vídeo pra censurar.

— Imagino. Então boa sorte com a tesoura por um mundo melhor!

— Sucesso com as fake news de grife!

— É nóis!

— O certo é “nós”.

— Eu sei. É jeito de falar.

Tá, mas vai procurando outro jeito porque nós vamos acabar com o “i”.

Leia também Fake news por um mundo melhor”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste 

 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

OS “POMBINHOS”LULA E ALCKMIN SUBINDO NO ALTAR E REMODELANDO A POLÍTICA DAS TESOURAS - Sérgio Alves de Oliveira

Se existe um só lugar no mundo onde o impossível pode acontecer esse lugar pertence à  política. À política degenerada.

Para que se compreenda razoavelmente  essa aliança política estapafúrdia  entre Lula da Silva  e Geraldo Alckmin, o primeiro candidato a Presidente da República, e o  segundo a seu “vice”, vai ser preciso retornar um pouco na história das “mil” manobras fraudulentas da esquerda na busca do poder político,antigas e mais recentes.

Especialistas em tapear todos os povos “sem noção”, Hegel a Marx,nas suas respectivas “dialéticas”,desenvolveram a “Política (ou estratégia) das Tesouras”,segundo a qual nos espaços “democráticos” de todo o mundo  a esquerda sempre adotaria dois candidatos nas eleições presidenciais de que participasse,um de esquerda mais radical,visível,transparente,outro mais moderado,disfarçado,”escamoteado”,mas que ao final deveriam polarizar a eleição no sentido de assegurar a vitória de um ou outro.

Essa “filosofia” se baseava nas duas lâminas de uma tesoura, que partiam de lados opostos,mas que ao final se encontravam, buscando o mesmo objetivo: cortar os adversários comuns.

O grande politiqueiro do Brasil, professor e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, na condição de então Ministro da Fazenda do Presidente Itamar Franco,em 1993, escorado no amplo  sucesso do “Plano Real”,elaborado pelos técnicos do seu ministério, fez com que “decolasse” ao natural a sua candidatura a Presidente da República.

E foi nesse “embalo” de prestígio pela obra dos outros que  FHC tomou o primeiro avião com destino aos Estados Unidos, combinando antes encontrar-se lá com o líder sindicalista Lula da Silva, líder do Partido dos Trabalhadores-PT,e que em 1990 havia fundado,junto com Fidel Castro,o “Foro San Pablo”,uma organização clandestina plurinacional cuja meta seria a instalação do socialismo em toda a América Latina, com o objetivo de fundar a “Pátria Grande”.

O “intelectual” FHC,representando a organização esquerdista  “Diálogo Interamericano, e o PSDB, ”espertamente” escolheu a charmosa Universidade de Princeton, dos Estados Unidos,e ali assinou,com Lula,representando o PT e o “Foro San Pablo”, ao que denominaram de PACTO DE PRINCETON,que adotou integralmente a estratégia das tesouras,das dialéticas de Hegel e Marx.ficando estabelecido um “rodízio”,ou a alternância do poder político presidencial no Brasil,entre os candidatos dos principais partidos pactuantes de esquerda,o PSDB e o PT.

Dando início ao “pacto”, no ano seguinte, 1994,FHC venceu a eleição presidencial,”derrotando” o candidato do PT, assumindo a presidência  em 1995,conseguindo o direito à candidatura para sua reeleição ,após uma manobra de muito “toma lá,dá,cá” com o Congresso Nacional, que aprovou uma emenda à Constituição permitindo a reeleição,que era proibida,e sendo novamente eleito governou até 2003.

Em 2003 a “Coroa” do Pacto de Princeton foi repassada para Lula da Silva, que venceu a eleição presidencial no ano anterior, também sendo reeleito e governando até 2010, sucedido por Dilma Rousseff, também do PT, que governou de 2010 a 2016,quando foi “impichada” e substituída pelo “vice” José Temer.

Todavia,nas eleições presidenciais de 2018,o “Pacto de Princeton” ,do  PT e do  PSDB, foi derrotado por Jair Bolsonaro, que assumiu a Presidência em janeiro de  2019.

É evidente que se a esquerda quisesse retomar a presidência do Brasil nas eleições de 2022, ela teria que cancelar ou  dar uma revisada profunda no Pacto de Princeton,que não funcionou em outubro de 2018. Foi o que fez.

Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, e também “ex”-candidato presidencial, um dos maiores expoentes do PSDB, ”fez-de-conta”que desligou-se do PSDB, nessa “remexida” que fizeram no Pacto de Princeton,´para ingressar em outro partido socialista,o PSB. Fizeram essa manobra depois de  tornar-se pública a “enganação” assinada entre o PT e o PSDB, em 1993,nos Estados Unidos,e que lamentavelmente funcionou bem durante 14 anos,embora fraudassem o verdadeiro espírito da democracia.

Aparentemente ,o “Pacto de Princeton” estaria sendo desfeito pelo fato do PSDB ter deixado de ser uma das “lâminas” da tesoura, para as eleições de outubro de 2022, e “abandonado” o acordo de 1993, concorrendo com seu candidato “oficial” Joao Doria,sem qualquer chance de vitória,segundo todas as pesquisas.

Mas tudo isso  não passou de um ridículo “teatrinho” .O teatrinho das “tesouras”.

É evidente que a estratégia das tesouras, adotada no Pacto de Princeton, tinha que ter por base um sistema eleitoral semelhante ao brasileiro,com a possibilidade de um segundo turno das eleições,a ser disputado entre os dois primeiros colocados,os“finalistas” do primeiro turno.

Mas como o pessoal da esquerda no Brasil não tem nada de “bobo”, embora muita “safadeza”, considerou a derrota do Pacto de Princeton em outubro de 2018, com a eleição do candidato conservador,liberal, o ex-capitão do exército Jair Bolsonaro. Viram também que a força eleitoral do “capitão” não permitiria que ele caísse fora da eleição já no primeiro turno. Considere-se  que no objetivo do Pacto de Princeton a esquerda já sairia vencedora no primeiro turno,com um ou outro candidato.E foi assim  que aconteceu no Brasil de 1995 a 2016, invariavelmente a esquerda disputando segundo turno das eleições.

Para as eleições de outubro de  2022, a esquerda está concentrando  as suas forças principais numa só das “lâminas” da estratégia das tesouras, a da esquerda mais “radical”, com Lula na “cabeça”, e Alckmin  “vice”,um PSDB “histórico” que trocou de partido só para “inglês ver”, e para “ajeitar”,com muita falcatrua, o Pacto de Princeton às condições políticas do momento.

“De quebra”,a outra lâmina da tesoura, a da  esquerda “moderada”,  passou a ser composta por um batalhão de candidatos de pequenos partidos de esquerda,apostando em contar com o apoio dessas forças num provável segundo turno contra Jair Bolsonaro. Mas há que se considerar também a expressão política de João Doria, em São Paulo, e o eleitorado “cativo” de Alckmin no mesmo Estado.

Eis o resultado da re/ratificação do Pacto de Princeton,firmado em 1993, nos Estados Unidos, entre o PSDB e o PT, que acionará com mudanças  a estratégia das tesouras, de Hegel e Karl Marx, agora  objetivando as eleições presidenciais brasileiras de outubro de 2022.

Portanto o candidato Jair Bolsonaro tem que estar preparado para vencer um verdadeiro exército de candidatos de esquerda no segundo turno das eleições de 2022. Isso sem falar numa possível “ajudinha” da eleição eletrônica  do TSE “contra” Bolsonaro !!!

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

"TERCEIRA VIA" É O PRESENTE QUE A ESQUERDA PEDE AO PAPAI NOEL - Percival Puggina

Enquanto o Ocidente se suicida, fala-se em 3ª via para a corrida presidencial de 2022. O retorno dessa estratégia para o teatro das ações significa desprezar o discernimento da sociedade brasileira. Supõe que somos desmemoriados e incapacitados para nossas responsabilidades como cidadãos. A peça exibida no teatro em questão é ruim e a gente identifica, desde o início, os vilões e as vítimas do roteiro.

Lula e FHC desfilavam ombro a ombro, braços dados em campanha pelas diretas e pela anistia. Cochicho a cochicho, levaram ao limite do possível a esquerdização da Constituição de 1988. Costuraram o Pacto de Princeton, em 1993, definindo estratégias comuns ao Foro de São Paulo (Lula/PT) e ao Diálogo Interamericano (FHC/PSDB). Nas seis eleições presidenciais consecutivas de 1994 até 2014, seus partidos adotaram a estratégia conhecida como “tesoura”, em que duas esquerdas, operam as lâminas para o mesmo fim comum. E espicaçaram o país com a direita, sem nome, partido ou movimento, votando no PSDB na reta final dos pleitos presidenciais.

Tão prolongada supremacia só ocorrera no início do século passado, durante a Primeira República, com a política “Café com Leite” das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Quase cem anos mais tarde, os dois velhos amigos mantiveram o país na esquerda durante 24 anos. Nunca o MST foi tão feliz como durante o governo de FHC;  
nunca os banqueiros foram tão felizes quanto nos governos de Lula e Dilma. Juntos, com mera troca de manobristas e de retórica, levaram o Brasil para aquela esquerda que se diz “progressista”. O estrago foi grande. Mas não desanimou os propósitos, como se vê nos bastidores destes dias.
 
Aliás, o nonagenário FHC já se abraçou com Lula jurando amor para a eleição de 2022
E já se apartou de Lula quando percebeu o amplo apoio da mídia amiga da esquerda para a proposta de uma 3ª via.
Esse apoio prova que a ideia é ruim. E é ruim porque seu objetivo é restaurar a situação em que, durante 24 anos, a direita (aqui entendida como conservadores e liberais) foi representada por um candidato de esquerda: o vitorioso FHC e os derrotados José Serra, Geraldo Alckmin, José Serra II e Aécio Neves. Como resultado, a direita definhou politicamente por mais de duas décadas. 
 
Como podemos ter uma terceira via política porque política não é um candidato! – se sequer temos uma segunda via política organizada? 
A esquerda tem via própria, ampla, pavimentada por muito trabalho! 
Ela opera em toda parte, onde houver poder público, ensino, cultura, comunicação social e meio de influência. É uma via política muito mais eficiente do que a representação dos seus partidos. 
 
Agora querem retornar. Se isso ocorrer, outras décadas fluirão. Conservadores e liberais se recolherão, novamente, às catacumbas
A 3ª via é a estratégia da esquerda. 
Cair nessa é levar-lhe em mãos a minuta de nosso atestado de óbito. 
Não votar em Bolsonaro porque ele é assim ou assado, ou porque serão mais quatro anos desse ambiente conflituoso, significa esquecer que tais conflitos são criados e mantidos para produzir esse raciocínio e obter esse resultado!

Pela direita, leitores, só Bolsonaro vence essa eleição.

Olhem para o palco. Vejam quem dá apoio a essa ideia que reputo desastrosa por suas consequências passadas e futuras. O Brasil não pode retornar a quem tanto mal lhe fez no governo e continua a fazer na oposição. Retomemos o trabalho suspenso pelas absurdas regras atribuídas à pandemia e comecemos a organizar a 2ª via política de que o país tanto necessita

Ao menos aqui, salvemos o Ocidente!

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 4 de setembro de 2021

Os juízes do "tribunal do crime": a guerra entre PCC e Comando Vermelho

DF e Entorno são palcos da atuação de grupos organizados do Brasil. O assassinato de Randerson Carmo, 24 anos, em 2 de julho, expôs a brutalidade de um "tribunal do crime" na capital do país. Desafio da polícia é conter a expansão dessas células

Um conflito bárbaro que dura quase 20 anos no país se expandiu para o Distrito Federal: 
a guerra entre as duas maiores facções criminosas do Brasil, o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro; 
e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, leva violência a áreas do DF e do Entorno. 
A disputa por pontos estratégicos para comercializar drogas deixa um rastro de morte em diversos estados brasileiros e, recentemente, Brasília registrou o assassinato de Randerson Silva Carmo, 24 anos, integrante do CV, decapitado após ser submetido a umtribunal do crime, que durou mais de 10 horas, em Ceilândia, transmitido on-line. 
 
Para especialistas, a ação de faccionados na capital tem sido mais discreta do que em outras unidades da Federação, mas o fato de lideranças do grupo terem sido transferidas para a Penitenciária Federal de Brasília indica o incremento das ações do grupo. Esta semana, um integrante do PCC pertencente à célula do DF, que tinha como função gerenciar as atividades da facção, foi preso em Piracicaba (SP), na companhia de um suspeito de participar do ataque a bancos em Araçatuba

Dos quatro envolvidos no homicídio de Randerson, todos membros do PCC, dois foram presos pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), um morreu em confronto com a Polícia Militar, e o outro está foragido. O Correio esteve em frente à casa onde o jovem foi assassinado e observou intensa movimentação de homens entrando e saindo da residência. Vizinhos relataram à reportagem que o imóvel funciona como um ponto de tráfico de drogas, mesmo após o crime. 

Delegado do Grupo de Investigação de Homicídio (GIH) de Águas Lindas (GO), Vinícius Máximo está à frente do caso e afirma que a polícia tem trabalhado para impedir a instalação e a expansão de facções em regiões do Entorno. “Muitas das ordens dos faccionados, seja para execução, seja para tráfico, saem direto do presídio. Então, nosso monitoramento se concentra muito nas cadeias, para inibir o problema na raiz. Não sabemos ao certo quantos membros de facção estão em Águas Lindas, mas acreditamos que sejam muitos. Eles estão em toda a parte. Nesse caso, em específico, os autores ficavam no DF”, pontuou.

Execução
Fim da tarde de 1º de julho. Por volta das 17h, Randerson, conhecido como Chico Nóia, saiu de casa, em Águas Lindas de Goiás, sem dizer para onde ia. Aparentava estar nervoso, segundo relatou a amiga que morava com ele, em depoimento ao qual o Correio teve acesso com exclusividade. O encontro parecia estar marcado. Próximo a uma padaria da região, ele entrou em um gol branco ocupado por quatro homens, Fernando Gomes de Morais, o Esquerdinha; José Francisco Feitosa Filho, o Foguinho; Antônio Francisco Batista, o Pé na Porta; e um identificado apenas como Zóio. Mal sabia que passaria por uma longa sessão de julgamento, sob acusação de agir para tomar o ponto de tráfico comandado pelo PCC: a Praça Santa Lúcia, em Águas Lindas.

Foram 26km até chegar a uma casa alugada, na Quadra 9 do Setor Industrial de Ceilândia. No interrogatório, à polícia, Fernando contou que, além da rivalidade entre os membros, as duas facções estariam disputando o ponto de tráfico no município goiano. A sessão começou por volta das 20h30. Fernando deu detalhes aos policiais de como ocorreu o tribunal. Segundo ele, cerca de 100 membros do PCC, incluindo um dos líderes, participaram do julgamento. Após mais de 10 horas, a maioria votou pela execução.

Dada a ordem do assassinato, os líderes da facção ordenaram aos “encarregados” que decapitassem Randerson e jogassem a cabeça na Praça Santa Lúcia: seria uma forma de “mostrar o poder”. A vítima foi espancada e esfaqueada com golpes de tesoura.  
O passo a passo do crime foi filmado, como determina uma das leis da cúpula, e o vídeo circulou nas redes sociais.  

Investigação
A cabeça de Randerson foi encontrada na praça, ao lado de um saco plástico preto. Uma testemunha relatou à polícia que recebeu a notícia em um grupo de WhatsApp de moradores e foi até o local. Na volta para casa, disse ter visto Fernando em um bar debochando da situação, dizendo que precisaria sair do bairro o quanto antes, pois tinha assassinado Chico Nóia.

A mãe de Randerson mora no Pará e recebeu a notícia da morte do filho no mesmo dia. A mulher veio para Brasília e, em depoimento, contou que o último contato que fez com o filho foi em 1º de julho, quando ele ligou, disse que estava trabalhando e que pretendia morar sozinho. Narrou que o filho nunca chegou a comentar se era ameaçado ou se era integrante de facção.

Em uma intensa investigação, policiais civis do GIH deram início às diligências e, em 7 de julho, a equipe recebeu a informação de que um corpo decapitado estava em um matagal próximo à Quadra 9 do Setor Industrial de Ceilândia. A perícia constatou que se tratava de Randerson. “A partir daí, iniciamos as apurações para capturar os envolvidos”, disse o delegado Vinícius Máximo.

“Fizemos duas perícias na casa onde ocorreu o crime. Encontramos lençóis sujos de sangue e um buraco na parede onde supostamente eles tinham escondido a tesoura usada no crime”, completou o delegado-chefe da 24ª DP (Setor O), Raphael Seixas. Um dia depois de os policiais encontrarem o corpo, um dos suspeitos do crime, Antônio Francisco Batista, foi morto após atirar contra policiais militares de Goiás.

A PCGO prendeu Fernando e José poucos dias depois do crime. Ambos foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver e cumprem prisão preventiva na cadeia de Águas Lindas. Eles ficarão no Complexo Penitenciário da Papuda, uma vez que o assassinato aconteceu no DF. “Um dos envolvidos está foragido. Estamos intensificando as investigações para identificá-lo e capturá-lo”, reforçou o delegado Vinícius Máximo.

Segurança
No Complexo Penitenciário da Papuda, os presos membros de facção não são separados por cela ou pátio. Isso porque, na avaliação da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF), é um meio de evitar o fortalecimento das organizações na cadeia.

No DF, a Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) é a unidade especializada da PCDF na desarticulação de facções criminosas na capital. Em maio deste ano, os investigadores capturaram o chefe da maior organização do Distrito Federal, o Comboio do Cão (CDC), Willian Peres Rodrigues, de 36 anos, que estava foragido desde 2017. Foram anos de investigação até chegar ao paradeiro do homem. O trabalho de monitoramento, no entanto, é sigiloso, para não atrapalhar as diligências.

Atitude dos governos

“Temos observado a expansão de facções prisionais por todo o país, mas também o surgimento de novos grupos, os quais têm se valido claramente da estrutura de Estado. Recentemente, a Polícia Civil do DF e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios desarticularam mais uma célula do PCC na capital com a deflagração da Operação Tríade. A PMDF também prendeu um membro que estava foragido no DF. A PCGO teve êxito na prisão de um membro do PCC em Brazlândia. Ou seja, temos observado ações muito pontuais das forças de segurança pública para impedir que facções se instalem no DF, a partir de investigações, sem, contudo, conseguir resolver efetivamente o problema, pois o PCC tem se organizado como uma hidra: corta uma cabeça e nasce outra. O PCC internacionalizou um modelo de facção cuja forma de autoadministração entre membros e lideranças é complexa e muito bem articulada e, o pior, a partir da infraestrutura oferecida pelo Estado. Enquanto o Estado não atacar a política de drogas, pensar na questão da seletividade penal e nos filtros da entrada do sistema prisional, no problema do encarceramento em massa, na questão dos presos provisórios e não priorização às penas e às medidas alternativas, dificilmente a economia do crime e as facções perderão força.”

Welliton Caixeta Maciel, professor de antropologia do direito e pesquisador do Grupo Candango de Criminologia (GCCrim), da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).

Filiação
Natural do Pará, Randerson filiou-se ao CV em 2016 dentro da cadeia de Águas Lindas, onde cumpriu pena pelo assassinato de Jeferson Faria Nascimento, 17. Cerca de um mês após passar para o regime semiaberto, ele foi morto.

Preso o "geral do estado"
Mais conhecido como Luiz Adriano, o homem preso pelos investigadores da Decor da PCDF, na terça-feira, pertence à célula do PCC em Brasília e ocupava a função de “geral do estado” dentro da facção, segundo as investigações. O criminoso estava escondido em uma região de chácaras nos arredores da cidade de Piracicaba (SP), onde, de lá, geria os negócios do PCC na capital do país. As ações de Luiz Adriano foram investigadas no âmbito da Operação Tríade, deflagrada em junho deste ano pela Polícia Civil, como forma de conter a tentativa de estabelecimento do PCC no DF. Em decorrência dessa investigação contra o criminoso, constava mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. No momento da prisão, os policiais detiveram outros dois homens, sendo que um deles estava com um ferimento em um dos braços, decorrente de troca de tiros com a polícia durante o mega-assalto em Araçatuba, que deixou três mortos e cinco feridos.
 
Cidades - Correio Braziliense

sexta-feira, 10 de junho de 2016

O mimimi de Dilma



O dedo acusador de Dilma volta-se contra tudo e todos.


Quem já passou pela experiência de encolher seu padrão de vida, apertar o cinto, mudar-se para imóvel menor, em bairro pior, vender o carro novo para comprar um usado, entenderá bem o que vou escrever. Nos últimos dias tenho conversado com muita gente vivendo concretamente essas experiências. 

Muitos deles eram jovens com bons postos de trabalho, colhidos pela tesoura determinada pela recessão. Profissionais bem sucedidos em diversas áreas, assumiram a direção de seus carros e se tornaram motoristas do Uber, por exemplo. Tenho ouvido suas histórias e seu esforço de adaptação a uma nova realidade. Tenho lhes conferido, principalmente pelas histórias de vida, a desejada nota cinco que os credencia a continuar no serviço. É nota dada ao cidadão, ao chefe de família, ao estudante bolsista no exterior, que precisou retornar porque o programa secou. Era um programa para crescer até a eleição e minguar depois, sabe como é. 

O mandato presidencial de Dilma tinha que ser "legitimamente conquistado".  Pois eis que a tesoura, uma outra tesoura, acabou atingindo a própria presidente. Ela foi afastada segundo o rito constitucional e aguarda o julgamento do Senado. Enquanto isso, salário integral, curte as comodidades do Palácio da Alvorada, com um séquito de fazer inveja à qualquer família real europeia. No entanto, para a Dilma, ela está nas masmorras de uma espécie de Coliseu, onde aguarda algumas semanas pela decisão final. Naquele dia precisará que mais de 27 entre os 81 senadores ergam o polegar e a restituam à vida antiga, que tão mal levava o Brasil e tanto bem lhe fazia viver.

Tivesse fé, Dilma deveria subir de joelhos as escadarias da Penha. Deveria lavar o átrio da Igreja de Nosso Senhor do Bom Fim. Foi-lhe dado o privilégio de presidir a república e ela fez mau uso dessa ventura conduzindo o país a uma situação que se torna desnecessária descrever porque seria falar sobre a vida de cada um. No entanto, em vez de agradecer e penitenciar-se, Dilma reclama. Reclama de tudo, como se estivesse nas masmorras do Coliseu Romano.

Reclama de não ter jato da FAB à disposição para viajar quando e para onde bem entenda. Reclama da reduzida equipe. Reclama do cartão de alimentação. E no entanto, de uma ponta a outra, a lista de suas efetivas disponibilidades é feita de privilégios! São regalias negadas aos trabalhadores. E ainda mais recusadas aos milhões de brasileiros desempregados por sua incompetente condução da política econômica. A estes, desempregados pela corrupção, desempregados pelos gastos durante o estelionato eleitoral de 2014 e pelo dinheiro despejado no totalitarismo dos camaradas bolivarianos, ela não dedica uma única palavra.


O dedo acusador de Dilma volta-se contra tudo e todos. Só não encontra o rumo do próprio peito.

Fonte: http://puggina.org