Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
É claro que nenhum governo pode apresentar resultados em
um mês. Mas o problema é que está sendo feito um esforço inédito na
história deste país para não se chegar a resultado nenhum
Ministros do governo Lula - Foto: Ricardo Stuckert/Flickr
Não, não é você que não está entendendo direito as coisas.Não, você não
viu este filme antes — e se não consegue achar pontos de contato entre o
terceiro governo Lula e os seus dois governos anteriores é porque não
há pontos de contato entre um e os outros. O fato puro e simples,
embora haja pouco de simples e nada de puro nisso tudo, é que o Lula de
20 anos atrás não existe mais.
É um outro homem que vive hoje no Palácio
do Planalto — e ele está fazendo um governo incompreensível nestes seus
primeiros 30 dias no comando do país.
Os circuitos normais do
pensamento político não estão funcionando.
Está fora do ar, também, a
lógica habitual da administração pública.
O presidente, dia após dia,
repete declarações que não têm nada a ver com nada; a única preocupação
que demonstrou, até agora, é a de manter o Brasil em guerra.
Os
ministros e o resto do primeiro escalão não fizeram um único dia de
trabalho útil de 1º de janeiro para cá; em vez disso, produzem
manifestos. Os sinais vitais da atividade normal de governar estão
frouxos. O sistema, como se diz hoje, parou de responder. [o melhor para o Brasil e para milhões e milhões de brasileiros é que pode piorar e VAI PIORAR - e quem vai produzir a PIORA é o próprio governo Lula.]
O Brasil precisa de emprego, de renda e do investimento indispensável para uma coisa e outra
O principal comprovante da trava geral que o país vive neste momentoé
a recusa do governo em fazer qualquer movimento que possa se conectar
com a ideia básica de produzir.
Nada do que se fez até agora conduz à
produção de um único parafuso — e, como consequência direta e óbvia
disso, não há perspectiva da mínima melhoria em qualquer aspecto da vida
real do cidadão.
Lula e o seu entorno, nas decisões que estão tomando,
agem como se fossem contra a produção — ou, pior ainda, como se não
soubessem o que é produção, e nem como funcionam os circuitos
produtivos mais elementares de uma economia.
É claro que nenhum governo
pode apresentar resultados em um mês; já está muito bom se realmente
fizer alguma coisa que preste em quatro anos, ou pelo menos se não
piorar muito aquilo que se tem hoje.
Mas o problema, visível a cada
gesto do presidente ou de quem manda em algum pedaço do seu governo, é
que está sendo feito um esforço inédito na história deste país para não
se chegar a resultado nenhum, nunca. O Brasil precisa de emprego, de
renda e do investimento indispensável para uma coisa e outra. A imensa
maioria dos brasileiros precisa, desesperadamente, adquirir mais
conhecimento para ganhar mais com o seu trabalho.
Precisa, é óbvio, que
haja mais oferta do que demanda de emprego — a única maneira coerente
para os trabalhadores conseguirem uma remuneração maior do que têm.
Precisa de mais competição para que se possam gerar produtos de melhor
qualidade, em maior escala e a preços menores. Precisa de assistência
médica mais decente da que recebe hoje, de água e esgoto e de mais
proteção contra o crime.
É uma agenda absolutamente básica — e o
governo, até agora, está fazendo questão fechada de só tomar decisões
frontalmente contrárias a tudo isso. É pior do que ficar parado. É andar
para trás.
O governo Lula montou uma equipe de 900 pessoas, nada menos que 900,
para preparar a “transição”. O presidente se orgulhou, a propósito, por
ter começado a governar “antes da posse”. Conseguiu uma licença para
gastar R$ 170 bilhões, já agora, acima do que a lei permite.
E o que foi
feito, na prática, para se conseguir um avanço mínimo, um único que
seja, em relação a qualquer das questões mencionadas no parágrafo
anterior? A resposta é: três vezes zero.
Isso fica comprovado com um
exame elementar, ponto por ponto, de tudo o que o novo governo fez nos
últimos 30 dias.
Um dos principais esforços da atuação pública do
presidente, por exemplo, é procurar uma briga com os militares. Já disse
que “perdeu a confiança” em parte das Forças Armadas, demitiu o
comandante do Exército e, no momento, está perseguindo com demissões até
cabos e sargentos que servem à Presidência e suas vizinhanças.
Que
brasileiro de carne e osso ganha alguma coisa com isso, no mundo das
questões práticas?Nenhum. Na mesma balada, Lula disse que os
empresários brasileiros não trabalham; o empresário,afirmou ele no novo
departamento de propaganda do governo criado dentro da Rede Globo, “não
ganha muito dinheiro porque ele trabalhou, mas porque os trabalhadores
dele trabalharam”. É falso.
Há neste momento 20 milhões de empresas em
funcionamento no Brasil; cada uma tem pelo menos um dono.
Lula está
chamando de “vagabundos”, então, essa multidão toda?
Já tinha dito que
uma parte do agronegócio, atividade essencial para o funcionamento da
economia brasileira de hoje, é “fascista”. De novo:qual o proveito que a
população pode tirar de um insulto gratuito como esse?
O que se tem,
tanto num caso como no outro, é a aberta hostilidade do governo à
atividade de produzir. O recado é: “Você produz alguma coisa? Então o
governo vai tratar você como inimigo, principalmente se o seu negócio
estiver dando certo”.
Que raio de“distribuição de renda”é essa, que transfere
cada vez mais riqueza da população para o cofre do Estado e para as
contas bancárias dos sócios-proprietários do governo?
Para além do palavrório de Lula, essa ira explícita contra o mundo na
produção fica clara na questão dos impostos. Num país de renda média
baixa, que não cresce de forma consistente, em grande parte, por causa
do excesso de impostos que a população paga, o governo quer socar ainda
mais imposto em cima do país — o contrário, exatamente, do que deveria
estar fazendo se estivesse interessado em progresso econômico e
desconcentração de renda.
O ministro da Fazenda já ameaçou: “muita
gente”, disse ele, “não paga imposto” neste país. Sério? Que “muita
gente” é essa? O ministro não diz — e nem poderia dizer, porque não
sabe.
Na verdade, não tem nenhum interesse em saber; seu único propósito
é cobrar mais. É um impulso suicida:
- como, num Brasil que arrecadou R$ 3
trilhões em 2022 nos três níveis de governo, dos quais 2 trilhões
ficaram nos cofres da União, o ministro pode achar que a população está
pagando pouco imposto?
Quanto que ele quer, então? O governo mostra sua
verdadeira cara, em matéria fiscal, numa das principais decisões que
tomou a respeito do assunto nestes seus primeiros dias: não vai dar a
isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, ao
contrário do que Lula tinha prometido na campanha. Deve ser essa a nova
política de “incluir os pobres no orçamento” — eles entram no orçamento,
sim, mas do lado de quem paga.
Do lado de quem ganha estão os artistas
da “Lei Rouanet”.Não há dinheiro para reduzir em um tostão o IR dos
pobres (ou Lula acha que quem ganha R$ 5.000 por mês é rico?),mas já sobrou R$ 1 bilhão para os artistas.
Se está desse tamanho em apenas um
mês, onde vai estar daqui a um ano? Ninguém sabe. O que se sabe,
perfeitamente, é que a pobrada vai continuar pagando. Afinal, eles têm
de estar “no orçamento”, não é mesmo?
Como é possível um cidadão brasileiro ganhar alguma coisa
juntando a sua moeda,que no momento circula dentro de uma inflação
inferior a 6% ao ano,com a moeda de um país que está com a inflação
perto dos 100%?
Não pode haver nada mais hostil à produção de um país do que cobrar
imposto da maneira burra, safada, irresponsável e desproporcional às
condições reais da economia como se faz hoje no Brasil — mas o PT quer
piorar o que já é péssimo. Também não pode haver maneira mais eficaz de
concentrar renda. É o contrário, exatamente, do que dizem Lula, o PT e
os cérebros econômicos da esquerda.
Eles dizem que precisam de mais
impostos para “dar aos pobres”. É mentira. Os pobres ficam com umas
esmolas em dinheiro e um serviço público abaixo da crítica.
O coração
daqueles 3 trilhões mencionados acima vai para o bolso das castas
superiores do funcionalismo público, essas onde se ganha de R$ 30.000
por mês para mais, e todo o monumental sistema de despesas que têm em
torno de si.
A isso se soma o pagamento de juros inevitável para um
Estado que gasta mais do que pode e o universo de parasitas,
aproveitadores e piratas que se cola no governo — empreiteiras de obras
públicas, fornecedores de tudo, beneficiários do BNDES (nacionais e, de
novo, “latino-americanos”), empresários com carteirinha de “amigo” e por
aí se vai.
Que raio de “distribuição de renda” é essa, que transfere
cada vez mais riqueza da população para o cofre do Estado e para as
contas bancárias dos sócios-proprietários do governo? É concentração,
direto na veia, e Lula está querendo concentrar mais.
E o que se pode dizer de outra das realizações mais ruidosas deste
terceiro governo Lula — a “moeda latino-americana”, anunciada de novo
num discurso sem pé nem cabeça que o presidente fez em sua viagem à
Argentina? Como é possível um cidadão brasileiro ganhar alguma coisa
juntando a sua moeda, que no momento circula dentro de uma inflação
inferior a 6% ao ano, com a moeda de um país que está com a inflação
perto dos 100%?
É uma construção impossível — como querer montar uma
casa, numa armação de Lego, com as peças de um tanque de guerra. Lula
diz que “há países” que “às vezes precisam de dólares” para cumprir os
seus compromissos e que a “moeda sul-americana”, aí, iria ajudar. É
mesmo?Vamos tentar entender.
Esse “alguns países” é a Argentina. O
Brasil, que segundo Lula foi totalmente quebrado pelo governo anterior,
tem no momento acima de US$ 320 bilhões em reservas internacionais.
A
Argentina não tem um tostão furado, deve a meio mundo, não paga ninguém e
vive pedindo dinheiro para o FMI, que não quer dar mais — mesmo porque
os seus diretores não querem acabar na cadeia por fazer empréstimos que
não vão ser pagos. Muito bem:
- Lula inventou que o Brasil, que não
consegue cuidar da população brasileira com um mínimo de decência, tem
de dar dinheiro para a Argentina. Como um governo pode criar riqueza
jogando fora os seus dólares? Que diabo os pobres ganham com isso?
O
Brasil, segundo a ministra do Meio Ambiente, tem “120 milhões de pessoas
passando fome” neste momento; Lula, ao que parece, se contenta com “33
milhões”.
Em qualquer dos casos, como um país nesse estado de desgraça
pode emprestar, ou doar, dinheiro a um dos maiores caloteiros da finança
mundial no momento?
Lula disse que tinha “orgulho”do tempo em que o BNDES emprestava
dinheiro, muitas vezes não pago até hoje, para a “América Latina” —
portos, metrôs, gasodutos e outros portentos em países como Cuba,
Venezuela e daí para baixo. Orgulho? Como assim?
Ele teria de ter
orgulho de um BNDES que ajudasse o povo brasileiro,e não do escândalo
de mandar para bolsos estrangeiros dinheiro que pertence à população
deste país.
Lula não explicou, também, o que o Brasil poderia fazer com
os “surs”, ou seja lá o nome que derem à tal moeda, que vai
receber da Argentina em troca dos empréstimos e exportações brasileiras —
comprar coca da Bolívia, talvez?
Não vai conseguir, é óbvio, nem 1
litro de petróleo da Arábia Saudita, ou um rolo de arame farpado da
China; ali a conversa é em dólar.
Também não há nenhuma explicação
lógica para a ideia de montar em meia hora uma moeda internacional.
A
Europa levou 40 anos para chegar ao euro; Lula vai fazer melhor?
É tudo
um disparate gigante. É claro que toda essa história de “moeda
latino-americana”pode ser apenas um biombo para as trapaças de sempre; o
que estão querendo, mesmo, é o dinheiro do BNDES, como já se viu
durante anos. Nesse caso, tudo só fica pior ainda.
Há, enfim, a grande ideia fixa do Lula “modelo 2023” e do seu governo
— a repressão a quem não concorda com ele, e sobretudo a quem não
concorda em público.Quantos empregos o presidente pretende criar no
Brasil com o “controle social da mídia”?
Quantos por cento o PIB vai
aumentar com isso — ou quantos bilhões em investimento produtivo vão
sair daí?
O governo já tinha anunciado seu projeto de mudar o Código
Penal para criminalizar as manifestações de rua que julgar
inconvenientes.
Os crimes de “golpe de estado” e de “abolição violenta
do estado de direito”,previstos no artigo 359 do Código Penal,só podem
ser cometidos, hoje, se for usada violência ou grave ameaça; - Lula quer
incluir nisso os protestos públicos que julgar “antidemocráticos”.
Seu
último feito foi anunciar a criação de uma “Secretaria Nacional de
Promoção da Liberdade de Expressão”, apresentada pelo consórcio da mídia
como um órgão destinado à virtuosa tarefa de “combater a
desinformação”.
É um desvario de classe mundial. Desde quando, na
história humana, a liberdade de expressão precisou ser “promovida” por
um governo?
Como “promover” a livre opinião montando uma equipe de
vigilantes para controlar o que se diz, se mostra ou se escreve nas
redes sociais ou nos meios de comunicação? O que eles vão fazer, ou
tentar fazer, é censura — vão proibir, unicamente isso.
Ou alguém
imagina que vão incentivar a crítica ao governo e aumentar a liberdade
de expressão?
O Lula de hoje e os extremistas, aventureiros e
assaltantes do Erário que controlam todos os postos-chave do governo— e
parecem, cada vez mais, falar e decidir por ele — não têm compromisso
com o mundo das realidades. Ignoram que o Brasil precisa trabalhar para
prover as necessidades básicas de 215 milhões de pessoas. Estão querendo
criar um Brasil só para eles.
"Blogueiro bolsonarista investigado pelo STF usou estagiária de Lewandowski como informante", diz manchete em destaque na Folha de SP hoje. O jornal conseguiu acesso às conversas trocadas entre o jornalista e a funcionária do ministro, usando alguma fonte. Mas eis o interessante: só quem tem fonte é jornalista de esquerda! A tática da velha imprensa é tão manjada que falta sutileza. Todos percebem o truque. Para começo de conversa, o uso do rótulo blogueiro, que os militantes disfarçados de jornalistas usam para se referir a qualquer jornalista que não seja de esquerda.
Mesmo alguém que atua e atuou nos principais veículos de comunicação do país, como no meu caso, continua chamado de blogueiro se não for da patota corporativista, dominada pelo esquerdismo. Jornalista é termo reservado só para quem é do clubinho,gente que leva a sério Renan Calheiros.
É a mesma tática do uso da expressão "empresário bolsonarista". Ora, nunca vimos a imprensa falar em empresário tucano ou empresário lulista, mesmo quando o empresário em questão é ligado umbilicalmente ao PT ou ao PSDB. Mas bastou enxergar virtudes no presidente ou em seu governo para virar um empresário bolsonarista, em tom depreciativo.
Voltando ao caso de Allan dos Santos, do Terça Livre, eu poderia jurar que a mídia chamasse esse tipo de contato de"fonte". Algo inclusive preservado pela Constituição Federal, com direito ao sigilo e tudo. Mas como se trata de um "blogueiro bolsonarista", a fonte virou "informante", e o panfleto esquerdista disfarçado de jornal faz de tudo para criar ares golpistas e criminosos na relação entre fonte e jornalista.
A ponto de passar batido pelo que realmente importa nessas trocas de mensagens! "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem como querem e o que querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro", diz a funcionária do ministro Lewandowski. Barbara, a mineira do popular canal TeAtualizei, comentou sobre isso:"Invés da galera comentar o absurdo da informação dada pela estagiária do Lewandowski, d q as coisas mudavam qdo alguém importante ligava, os jornalistis estão chocados pq ela foi a fonte de alguém. Ninguém tá ligando para a gravidade da informação sobre a justiSSa desse país!"
O jornalismo morreu?Esses militantes perderam a capacidade de identificar o essencial numa notícia?
Vale tudo para atingir jornalistas independentes ou simpáticos ao governo Bolsonaro?
Carolina Brígido, colunista do UOL e que escreve sobre o STF, tirou disso tudo que Allan dos Santos tentou "espionar o Supremo".Leandro Ruschel rebateu:
Quando você recebe uma informação das suas fontes no Supremo é "jornalismo", e quando o Allan faz o mesmo é "espionagem"? Alem disso, sobre a grave acusação de mudança de sentenças a pedido de autoridades, é mentira? Fake news? Nunca aconteceu?
Essa postura da velha imprensa tem sido responsável por sua acelerada perda de credibilidade.
Enquanto os jornalistas deveriam estar debruçados sobre os esquemas absurdos que existem em nosso Poder Judiciário e ameaçam nosso Estado de Direito, preferem fazer picuinha e atacar "blogueiros bolsonaristas", gente que, aliás, costuma ter muito mais engajamento do que esses jornalistas.
A prioridade dessa turma é lutar com unhas e dentes para resgatar uma era de hegemonia e monopólio das narrativas, uma época que não volta mais após o advento das redes sociais.
Não há mais espírito público, compromisso com os fatos, a busca da verdade.
Restou apenas a militância ideológica e a tentativa de assassinato de reputação dos novos concorrentes.
São os blogueiros socialistas, que comandam o espetáculo da velha imprensa decadente...
O empresário se transformou num norte para líderes populistas que menosprezam os riscos do novo coronavírus
Não são poucos os que consideramElon Musk um dos grandes talentos de sua geração. O empresário e filantropo de 48 anos, nascido na África do Sul, vê constantemente o seu nome ser associado ao de gênios incontestes como Thomas Edison, Henry Ford, Howard Hughes e Steve Jobs. A mente inventiva do mito por trás da criação de projetos que mudaram — e mudam — hábitos de consumo como PayPal, Tesla, SpaceX e Solar City, no entanto, contrasta com sua faceta mais polêmica.
Conhecido por não ter papas na língua, Musk tem sido um dos principais negacionistas dos efeitos donovo coronavírus, posicionando-se, desta vez, ao lado de figuras contestadas pela comunidade científica como Donald Trump, Jair Bolsonaro e Nicolás Maduro. Neste domingo 17, o empresário usou sua conta no Twitter,onde carrega uma legião de 34 milhões de seguidores, para fazer um breve comentário: “Escolha a pílula vermelha”. A alusão ao filmeMatrix não é por acaso. Ele quer dizer, com isso, que as pessoas devem encarar a complexa — e, por vezes, polêmica — verdade por detrás de um mundo de aparências. Em outras palavras, ele deseja que a população aceite a sua controversa opinião sobre a doença. A publicação foi endossada por Melania Trump, a primeira-dama dos EUA, e diversos apoiadores do governo americano. A lista de polêmicas do empresário acerca da enfermidade, que já
ocasionou mais de 315 mil mortes no mundo, parece não ter fim. Em 6 de
março, o visionário Musk tempestuou ao declarar no Twitter que o pânico
causado pelo coronavírus é “estúpido”. Pouco depois, ele tentou se
redimir. Entre o fim de março e o começo de abril, prometeu doar
milhares de ventiladores pulmonares para diversos estados do território
americano. Cumpriu com a palavra em partes. Cerca de 400 equipamentos,
lacrados com o logo da Tesla, foram entregues ao estado de Nova York. (.....)
Recentemente, Musk desafiou as
autoridades do estado da Califórnia ao afirmar que iria reabrir, ainda
que sem autorização, a fábrica da montadora Tesla localizada na cidade
de Fremont, na Califórnia, obrigando trabalhadores que estavam em
licença, por conta das medidas de isolamento social, a voltarem ao
trabalho. Depois de ameaçar deixar a Califórnia e levar suas fábricas a
estados como Texas ou Nevada, a montadora recebeu um e-mail do governo
do estado com a autorização para o retorno das atividades de algumas de
suas operações. Mas Musk, não satisfeito, decidiu retomar as atividades
de fábricas que não constavam na lista de permissões, como a do condado
de Alameda. .................................................... O bilionário dono da Tesla também faz parte de um grupo perigoso de defensores da hidroxicloroquina,
medicamento usado para o tratamento da malária, para mitigar os
impactos do coronavírus. No início de março, Musk usou sua rede social
para relembrar que, em 2000, foi diagnosticado com a malária e, depois
de complicações respiratórias, foi salvo pelo fármaco. “Teria
morrido se não fosse pela cloroquina. Não significa que funcionará
contra o Covid-19, mas é melhor do que nada”, disse, em uma publicação
no Twitter. Recentemente, nomeou seu filho recém-nascido de X Æ A-12. Polêmicas não faltam para o homem que tem um patrimônio colossal estimado em 36,1
bilhões de dólares e que pretende transformar o emprego da energia
renovável e as viagens à lua e à Marte em algo corriqueiro para os seres
humanos. EmVEJA - Economia - MATÉRIA COMPLETA
Quando se quer demitir alguém, qualquer fato ou coleção de fatos serve. E
se os fatos em estado puro não prestam, é sempre possível distorcê-los
ao gosto do dono da caneta. Foi o que fez “o nosso presidente”, como o chama seu porta-voz, o
general Rego Barros. Ou o “capitão”, como insiste em chamá-lo o demitido
ministro Gustavo Bebianno. A verdadeira, ou as verdadeiras razões do presidente Jair Bolsonaro para
despachar aquele que foi seu faz tudo desde o início da campanha do ano
passado, essas permanecem ocultas.
É claro que Bebianno não foi demitido porque iria receber no Palácio do
Planalto um diretor da Rede Globo, por mais que Bolsonaro a trate como
inimiga do seu governo. [as sucessivas reportagens da Rede Globo (bem como as 'manchetes' e 'chamadas') sempre destacam trechos que podem ser interpretados como falhas do governo Bolsonaro é uma prova eloquente de que isenta ou a favor do governo do nosso presidente a Globo não é.
Os diálogos deixam claro que Bebianno tinha prazer, fazia questão, em agir em desacordo com as determinações do presidente da República, que apesar de muitos discordarem, é Jair Bolsonaro.]
Nem porque teria vazado para o site Antagonista o que já fora publicado
pelo jornal Folha de S. Paulo. Muito menos porque viajaria à Amazônia na
companhia de mais dois ministros. Para quem, como diz Bolsonaro, nada tem a ver com o escândalo das falsas
candidaturas do PSL, a menção que ele faz ao episódio pode ser uma
pista razoável da causa de saída de Bebianno. Melhor dizendo: de uma das causas, mas não a determinante. Carlos
envenenou o pai com a suspeita de que Bebianno vazara informações sobre
as ligações da família com milicianos no Rio.
Envenenara-o também com a suspeita de que Bebianno queria derrubar
Flávio com os rolos de Queiroz para pôr no lugar o seu suplente, o
empresário Paulo Marinho, amigo do ex-ministro. Doses tão reforçadas de veneno injetadas num cérebro tão pouco
privilegiado como o do capitão produziram lá o seu efeito, admita-se.
Mas ainda parece faltarem mais coisas. Quem ganhou com a deposição de Bebianno – fora Carlos, o paranoico, o
protetor número um do pai ao invés de limitar-se a ser o protegido
número um por ele?
Com certeza, a ala militar do governo ganhou. Sim, ela mesma, que nos
últimos dias pareceu ter ficado ao lado de Bebianno com receio de que a
saída precoce dele desgastasse o governo. A demissão de Bebianno reforçou a turma da caserna com a ascensão de
mais um general de pijama ao posto de ministro. Agora são 8 os ministros
que um dia vestiram farda. Nunca antes na história do país tantos militares ocuparam funções antes
destinadas a civis. Nos três últimos governos militares do ciclo de 64
foram apenas sete ministros.
Está tudo muito bom, está tudo muito bem para os que sonhavam com o
retorno ao poder desta vez por meio do voto, mas o futuro a Deus
pertence. E se ele não for róseo para o governo… [morte desejada, vida alcançada - vale o mesmo para o insucesso e sucesso;
fácil perceber que todos os rolos havidos até agora envolvem civis, os militares não se envolvem nessas pendengas - vale lembrar que os filhos do nosso presidente, causadores da maioria dos rolos, são civis.]
Se não for será um desastre para as Forças Armadas, principalmente para o
Exército, que ajudaram um ex-capitão sem brilho a se eleger e, em
seguida, a governar. Não dá para separar mais o Exército do governo como disse desejar o
general Vilas Bôas que o comandou até há pouco. Villas Bôas, hoje, serve
no Palácio do Planalto e obedece ao capitão. A jogada dos generais foi arriscada.A imagem do Exército está
indissoluvelmente atada à do governo Bolsonaro. Para o bem ou para o
mal. Tomara que seja para o bem.
Brasil acima de tudo. O Deus de cada um acima de todos.
[o brado acima sofreu uma leve adaptação, mas, mesmo assim preferimos:
Condenado em segunda instância a 30 anos e 9 meses de cadeia, José
Dirceu deveria estar atrás das grades. Mas ele desfruta, veja você, de
uma temporada de férias. Graças à generosidade da Segunda Turma do
Supremo, que o libertou no mês passado, o ex-chefão da Casa Civil de
Lula trocou a hospedaria da Papuda, o presídio de Brasília, pelo
conforto da casa de um empresário-companheiro no interior da Bahia.
Dirceu passeia, se reúne com políticos locais e até dá entrevistas.
No
Brasil, os crimes praticados acima de um certo nível de poder e renda
não costumavam ser punidos. A Lava Jato melhorou o que era muito ruim.
Mas a situação continua precária. O baixo risco de punição, sobretudo da
criminalidade de colarinho branco, funciona como um incentivo à prática
generalizada dos crimes do poder.empresário-companheiro
Quem olha para as alianças
eleitorais de 2018 percebe que ainda é grande a quantidade de corruptos
em plena atividade. Ao libertar Dirceu, que coleciona sentenças no
mensalão e no petrolão, a Segunda Turma do Supremo revela que, no
Brasil, continua sendo mentirosa a tese segundo a qual o crime não
compensa. É que, quando compensa, ele muda de nome. Quando a punição é
inexistente ou cenográfica, o nome do crime é impunidade.
Joesley Batista já descansava em sua casa, em São Paulo,
quando Rodrigo Janot postou-se frente às câmeras, em Brasília, para
anunciar que poderia cancelar a delação do empresário. Durante os quase
20 minutos em que o procurador-geral da República falou na noite da
última segunda-feira, dia 4, o mundo político parou. Na Rua França, no
bairro paulistano do Jardim Europa, a tevê de Joesley permaneceu
desligada. O empresário preferiu não ver o pronunciamento. O insistente
tilintar do aparelho celular, no entanto, foi mais difícil de ignorar.
Aos mais chegados, Joesley respondeu não entender o que se passava. O
delator mais famoso do País repetia não saber por que Janot estava tão
irritado.
A aparente serenidade contrastava com a percepção geral de que
Janot impunha profundo revés ao empresário. Joesley, que comprara briga
com o presidente da República e com boa parte da classe política,
perdia naquele momento seu mais importante aliado. Por meses, o
procurador-geral defendera os termos do acordo, que previa imunidade
total ao bilionário. Com sua fala, Janot escancarava a possibilidade de
que ele fosse parar na cadeia. Joesley, que até então parecia conseguir
se antecipar aos fatos e controlar seu destino na investigação criminal,
não percebeu.
Cinco dias antes, o empresário entregara ao Ministério Público
Federal nova leva de áudios, incluindo a gravação que enfureceu Janot.
Havia sido o próprio Joesley, com ajuda de um advogado interno da
J&F, o encarregado de analisar e preparar o anexo que incluía o
áudio comprometedor – seu principal advogado na delação, o criminalista
Pierpaolo Bottini, estava impedido de auxiliá-lo por defender citados na
gravação.
Com o conteúdo enviado à PGR, Joesley voltou-se a problemas de
ordem empresarial. Preocupava a tentativa do BNDES de sacar seu irmão
Wesley da presidência da JBS, companhia criada por seu pai e principal
fonte de riqueza do grupo. O conglomerado lutava ainda para fechar a
venda da Eldorado Celulose, que garantiria à J&F dinheiro para
quitar suas dívidas. As boas notícias vieram. Com ajuda da Justiça, a
disputa com o banco estatal foi adiada. A Eldorado foi passada à frente,
num acordo que previa o pagamento de espantosos R$ 15 bilhões. Tudo
parecia caminhar bem no mundo de Joesley. No domingo, o clima era de
comemoração na casa do bilionário.
Lentidão Joesley não admitia que o movimento de Janot representasse o
fim da boa fase. Insistia com seus auxiliares que a situação era
contornável. Na manhã seguinte à fala de Janot, na terça-feira, 5, fez
questão de manter a rotina. Aprumou-se e seguiu para Brasília em seu
jatinho para um depoimento previamente agendado. Foi quando o áudio
começou a vazar. Na conversa com o lobista e também delator, Ricardo
Saud, um embriagado Joesley falava de planos para manipular
procuradores, enredar o STF na delação, conquistar mulheres.Abundavam
palavras chulas e impropérios. Num só lance, Joesley se indispunha com a
PGR, com o Supremo, com sua mulher e até com sua defesa — citada de
forma grosseira por Joesley no áudio, uma de suas advogadas deixou o
caso.
Seus assessores ficaram atordoados. Reclamavam de não terem
sido avisados do áudio. Diziam não entender como o bilionário, até então
tão astuto, cometera erro de avaliação tão crasso. Com estilo
centralizador, Joesley escolhera os passos que pavimentaram sua exitosa
delação. Era também ele o responsável por levá-lo à crise que ameaçava
sua liberdade.
Somente na quarta, dois dias após Janot avisar que poderia
revogar os benefícios de sua delação, Joesley chamou assessores para
analisar o que fazer. Rumou para o escritório de Bottini, na região da
Avenida Paulista, de onde só saiu após a noite cair. Reunido com Saud e o
advogado Francisco de Assis (também delator),e em meio a um vaivém de
advogados, ouviu a gravação. Afirmou aos auxiliares não ter mudado de
opinião. Para ele, não havia crime e, por isso, não havia o que temer,
segundo pessoas próximas. Joesley fiava-se em sua capacidade de se safar
de problemas. Avaliava que seu depoimento, marcado para o dia seguinte
em Brasília, esclareceria os fatos, preservando sua delação premiada.
Baque Tal tranquilidade não era partilhada por Saud e Assis, que já
demonstravam forte apreensão. Familiares também indicavam nervosismo com
a situação. Um executivo que esteve com Wesley Batista na semana
passada diz que o empresário não escondia o abatimento com a ameaça de
prisão do irmão. Já Joesley seguiu em estado de aparente negação até o
pedido de prisão se concretizar. Já de volta a São Paulo, na sexta,
argumentava que não havia motivo jurídico que o levasse à cadeia.
Reclamava de cansaço e disse que emendaria o feriado.
No sábado, com o pedido de prisão consumado, restou a Joesley
pensar em como seguir para a cadeia. Cogitou pegar seu jatinho e se
entregar em Brasília. Foi desaconselhado por advogados, temerosos de que
o movimento até o aeroporto fosse visto como tentativa de fuga. No
domingo, 10, de manhã, ainda tentou tranquilizar o pai e a mãe. Partiu
da casa dos dois rumo à carceragem da PF em SP.
As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Em sua sentença, o juiz Sérgio Moro pedirá até 22 anos de prisão para o capo petista
A um passo da condenação
O juiz Sergio Moro irá condenar
Lula nos próximos dias a até 22 anos de cadeia. O roteiro já foi
definido. No itinerário do magistrado apenas uma etapa o separa do
anúncio da sentença do ex-presidente petista: a definição da pena ao
intermediário da propina, Antonio Palocci
AREIA MOVEDIÇA Um apartamento na praia levará Lula a ser condenado pela primeira vez por corrupção
(Crédito: MAX G PINTO)
Mais do que nunca, os olhares do mundo político e jurídico estão
voltados para as movimentações do juiz Sergio Fernandes Moro, da 13ª
Vara Federal do Paraná. Nos próximos dias, ele anunciará a sentença que
condenará Lula à prisão no caso do tríplex do Guarujá por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente é acusado de ter recebido o imóvel da OAS como
contrapartida às benesses que a empreiteira obteve do governo no período
em que o petista esteve no poder. Segundo o Ministério Público Federal
(MPF), o ex-presidente foi beneficiado com pelo menos R$ 87,6 milhões
dados pela OAS, dos quais R$ 3,7 milhões foram usados por Lula no
apartamento de três pavimentos. Conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da Lava Jato, o petista vai
pegar até 22 anos de cadeia– 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por
corrupção passiva. No cronograma de Sérgio Moro só uma etapa o separa do
anúncio da condenação de Lula: a definição da pena a ser aplicada ao
ex-ministro Antonio Palocci, hoje preso.
A defesa de Lula está tão perdida nesse processo quanto o próprio
cliente. Sem argumentos sólidos para defendê-lo, os advogados do petista
apelam para o jogo sujo e chicanas jurídicas. Chegaram ao desplante de afirmar que os procuradores usariam, na
acusação a Lula, a mesma teoria aplicada por Hitler em seu primeiro
discurso como chanceler da Alemanha na qual o ditador nazista defendeu a
“elasticidade dos veredictos”. Ou seja, que a posição dos procuradores seria manifestamente
contrária às provas dos autos. Uma excrescência. Ao contrário do que
alardeiam os advogados do petista, o MPF dispõe de farta documentação e
depoimentos que demonstram que o ex-presidente ocultou a propriedade.
O comandante da quadrilha e seu estado-maior
Nas alegações finais enviadas ao juiz Moro, na última semana, o dono
da OAS, Léo Pinheiro, atestou que o imóvel era mesmo de Lula.“O tríplex
nunca foi posto à venda e as reformas foram executadas seguindo
orientações dos reais proprietários do imóvel, o ex-presidente Lula e
sua esposa. O projeto de reforma foi aprovado na residência do ex-presidente”,
escreve o advogado de Pinheiro, José Luiz Oliveira Lima. O advogado
esclarece na defesa da OAS que o tríplex, “bem mais caro do que o
apartamento que Lula tinha no local”, não saiu de graça. “Os gastos
feitos eram contabilizados e descontados da propina devida pela empresa
ao PT em obras da Petrobras. Tudo com a anuência de seu líder partidário
(Lula)”, afirmou.
Apesar de todas as evidências de que cometeu vários crimes, Lula,
como todo acusado que cai nas garras da Justiça, insiste em alegar
inocência. Em entrevista a Rádio Tupi do Rio na manhã da última
terça-feira 20, o ex-presidente classificou de “piada” a peça acusatória
dos procuradores da Lava Jato. “Espero que o Moro leia os autos e
anuncie para o Brasil a minha inocência. Eu já provei que sou inocente.
Quero que eles agora provem minha culpa”, acrescentou.
Em nota oficial, os procuradores do MPF foram contundentes ao rebater
Lula. “A defesa do ex-presidente está usando recursos eticamente
duvidosos para atacar. Quer transformar um julgamento de crimes por
corrupção em julgamento político”, dizem os procuradores do MPF. Eles
reiteraram que, “apesar de todas as dificuldades para superar a
impunidade, todo esse processo pode restabelecer a crença de que é
possível termos um País onde todos sejam efetivamente iguais perante a
lei”.
O imóvel efetivamente não se encontra no nome do ex-presidente, mas a
corrupção está fartamente provada, já que as benfeitorias no imóvel
aconteceram e constituíram uma contrapartida ao tráfico de influência
exercido pelo petista em favor da OAS. Mesmo assim, a ideia era de que o apartamento fosse transferido mais
tarde para Lula. Segundo Léo Pinheiro, a transferência fazia parte do
acordo firmado com Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula e braço
direito do ex-presidente. A eclosão do escândalo, no entanto, alterou os
planos.
Na última semana, o advogado de Lula, Cristiano Martins Zanin,
mostrou que a defesa do petista veio para confundir, não para explicar,
como versava a famosa frase de Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Segundo
ele, o imóvel havia sido transferido pela OAS para um fundo imobiliário
da Caixa. O blefe se transformou num tiro no pé. De pronto, a Caixa esclareceu que o imóvel jamais lhe pertenceu. “Ele
foi dado pela OAS como garantia de uma operação de debêntures com
financiamento da Caixa, mas o imóvel continua sendo da empreiteira”,
afirmou a Caixa. O próprio dono da construtora, Léo Pinheiro, garantiu
em depoimento ao juiz Sergio Moro que o tríplex estava destinado a Lula e
sua família desde o início de 2010, ano em que a empreiteira assumiu as
obras de construção do Edifício Solaris, antes pertencente à
Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Pinheiro fez questão
de deixar claro que a OAS só aceitou assumir as obras do Solaris porque
soube, por meio de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, que o então
presidente Lula tinha imóvel no local.
Outras importantes testemunhas corroboraram a versão de Léo Pinheiro.
Entre elas, o ex-zelador José Afonso. Segundo ele, Lula esteve duas
vezes no imóvel, uma das quais acompanhado pelo dono da OAS. E agiu como
dono do apartamento, não como alguém que desejava visitá-lo na condição
de futuro comprador. À ISTOÉ, o zelador chegou a dizer que testemunhou em 2014 a
ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher de Lula falecida em fevereiro,
pedir a engenheiros da OAS que construíssem o elevador privativo. “Como é
que alguém, que não é dono, pede a construção de um elevador?”,
questionou Afonso. O envolvimento de Lula nas práticas de corrupção
tisnou sua imagem perante a sociedade.
Em levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas no Distrito
Federal, 87,1% dos entrevistados garantiram que não votarão em
candidatos citados na Lava Jato. Na pesquisa, Lula é considerado “o mais
nocivo para o Brasil” para 37% das pessoas pesquisadas. O ex-presidente foi denunciado em setembro de 2016 pelo MPF. No mesmo
mês, Sergio Moro aceitou a acusação, transformando-o em réu pela quinta
vez, afirmando que, dos R$ 3,7 milhões doados pela OAS ao
ex-presidente, R$ 2,2 milhões constituíram vantagens oferecidas a ele
por meio do apartamento 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá.
Nesse valor, estão incluídas as reformas feitas no imóvel de 300
metros quadrados, que passou a contar com um elevador privativo, cozinha
completa e área de lazer com piscina. Na denúncia formulada pelo MPF,
Lula é considerado “o comandante da corrupção”na Petrobras. Ou seja, o
chefão da quadrilha. “Lula dominava toda a empreitada criminosa, com
plenos poderes para decidir sobre sua prática, interrupção e
circunstâncias. Nos ajustes entre diversos agentes públicos e políticos,
marcados pelo poder hierarquizado, Lula ocupava o cargo público mais
elevado (…) Os atos de Lula, quando analisados em conjunto, e em seu
contexto, revelam uma ação coordenada por ele, desde o início, com a
nomeação de agentes públicos, comprometidos com o desvio de recursos
públicos para agentes e agremiações políticas, até a produção do
resultado, isto é, a efetiva corrupção (…) Lula é um dos principais
articuladores do esquema de corrupção que defraudou contratos da
Petrobras”, diz a denúncia assinada por 13 procuradores, incluindo
Deltan Dallagnol, que menciona Lula como um dos políticos que usou
recursos da Petrobras para enriquecimento ilícito.
O mais nocivo Além da sentença de Moro no processo do tríplex, novos revezes se
descortinam no horizonte de Lula. Para convencer o MPF a aceitar um
acordo de delação premiada, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral promete
envolver o petista em mais uma falcatrua. Entre as histórias que Cabral se dispôs a contar está uma reunião,
realizada em 2009 com a presença de Lula, em que o ex-presidente teria
autorizado o empresário Arthur César Soares de Menezes a pagar propina a
integrantes do Comitê Olímpico Internacional em troca da escolha do Rio
de Janeiro como cidade sede das Olimpíadas de 2016. Em março, o jornal
francês Le Monde já havia abordado o assunto.
De acordo com a publicação, o Ministério Público da França descobriu
que Arthur César Soares pagou US$ 1,5 milhão ao presidente da Associação
Internacional de Federações de Atletismo, Lamine Diack, três dias antes
da votação que confirmou o Rio como sede dos Jogos. Incapaz de se reinventar, o petista insiste no surrado discurso da
vitimização.“Já provei minha inocência. Agora quero que provem a minha
culpa. Mexeram com a pessoa errada”, disse em tom de ameaça, tal qual um
capo mafioso. Não cola mais. Apesar de as investigações da Lava Jato
atestarem que toda a política nacional está corrompida, resta evidente
que a corrupção institucionalizada na era petista no poder não foi mera
continuidade de um sistema corrupto, como adora alegar setores da
esquerda. Sem dúvida, existe um “antes e depois de Lula”.
Não que a corrupção não existisse, por óbvio. Mas, sob o petista, a
bandalheira foi transformada em política de Estado. É como se o Estado
tivesse sido posto à venda. No governo dele e de sua sucessora,o
pentarréu valeu-se do discurso histórico de esquerda, qual seja, de
intensificação da intervenção do Estado na economia para angariar novas
oportunidades de negócio à cúpula petista. O caso da exploração do pré-sal é emblemático. Por trás daquilo que
era apresentado como defesa do interesse nacional estava uma intencional
e bem articulada ampliação do Estado como balcão de negócios. A serviço
de um partido e de interesses particulares, como foi o caso do tríplex.
A realidade exposta pelos depoimentos colhidos por Moro é pródiga em
demonstrar que o mito do herói, cultivado pelo PT nos últimos quarenta
anos, serve melhor à literatura farsesca do que à política. Lula exerceu
papel determinante na construção da pior crise política, econômica e
moral da história recente do Brasil. Se ainda pairam dúvidas sobre qual
caminho o País deverá seguir em 2018, o lulopetismo já apresentou
abundantes motivos para o brasileiro saber qual trilha deve ser evitada.
Num artigo escrito, em 2004, para a Revista Jurídica do Centro de
Estudos Judiciários sobre a Operação Mãos Limpas ocorrida na Itália nos
anos 1990, o juiz Sérgio Moro a descreveu como “uma das mais
impressionantes cruzadas judiciárias contra a corrupção política e
administrativa”. E acrescentou: “se encontram presentes várias condições
institucionais necessárias para a realização de ação semelhante no
Brasil”. Estava certo o magistrado. E a condenação de Lula, a ser
confirmada também pela segunda instância, será o seu apogeu, sem a qual a
Lava Jato não terá feito qualquer sentido. Mãos limpas No mesmo artigo, Moro analisou o caso de Bettino Craxi, líder do Partido
Socialista Italiano (PSI), primeiro socialista chefe de um governo na
Itália (1983-1987) e um dos principais alvos da Operação Mãos Limpas.
Moro sublinhou que Craxi, àquela altura já alvo de investigações e
depois de refutar várias vezes o seu envolvimento, reconheceu
despudorada e cinicamente, sem corar a face, o cometimento das práticas
ilícitas em célebre discurso no Parlamento italiano, em 3 de julho de
1992, servindo-se de argumentos muito semelhantes aos utilizados pelo PT
e por Lula: “Casos de corrupção e extorsão floresceram e tornaram-se
interligados. O que é necessário dizer e que todo mundo sabe é que a
maior parte do financiamento da política é irregular ou ilegal. Os
partidos e aqueles que dependem da máquina partidária, de jornais, de
propaganda, atividades associativas ou promocionais têm recorrido a
recursos irregulares”.
As coincidências não param por aí. Em dezembro de 1992, Craxi
receberia um documento de dezoito páginas no qual era acusado de
corrupção, extorsão e violação da lei de financiamento de campanhas. A
base da acusação era a delação premiada de Salvatore Ligresti, amigo
pessoal de Craxi preso em julho de 1992. Dizia ele que o grupo empresarial de sua propriedade teria pago cerca
de US$ 500 mil desde 1985 ao Partido Socialista Italiano em troca de
favores. Em janeiro de 1993, chegou à residência do político o segundo
aviso com acusações de que a propina teria beneficiado não apenas o PSI,
como também a ele próprio. Um mês depois, Craxi renunciou ao posto de
líder do partido.
Transformado em símbolo do que havia de pior na política italiana,
Craxi chegou a ser alvo de uma chuva de moedas ao andar pelas ruas de
Milão. Ao condenar Lula, Sergio Moro terá alcançado, ironicamente 13
anos depois de ter escrito o artigo, a versão tupiniquim do corrupto
italiano Bettino Craxi.
Uma relação tão delicada A JBS, que no início chamava-se apenas Friboi, transformou-se na
maior produtora de proteína animal do mundo graças ao governo Lula, que
deu mais de R$ 10 bilhões em empréstimos do BNDES com juros de pai para
filho ao grupo de Joesley Batista. Com essas mamatas todas, a JBS deu um
salto de 3.600% no faturamento durante o governo petista. Em 2006
faturava R$ 4,7 bilhões e em 2016 passou para R$ 170,4 bilhões. Apesar
de Lula turbinar os negócios do amigo Joesley, o empresário vem tentando
se esquivar desse relacionamento mais do que próximo. A amizade era
tanta que houve boatos de que ele era sócio de um dos filhos de Lula. [boatos que arrefeceram, mas, nunca foi provado que eram apenas boatos.]
Em entrevista à Época, na última semana, o empresário disse ter se
encontrado com Lula apenas duas vezes para conversas “republicanas”: em
2006 e 2013. Mentiu. Afinal, no depoimento da delação premiada que o próprio dono
da JBS concedeu aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) em
Brasília, em março último, Joesley relatou diversas outras conversas com
Lula.
Um desses encontros, segundo Joesley, aconteceu em outubro de 2014 na
sede do Instituto Lula, quando o empresário alertou o ex-presidente de
que a JBS já havia doado R$ 300 milhões à campanha do PT , o que ele
considerava “perigoso”, caso viesse a conhecimento público. “Lula me
fixou nos olhos, mas não disse nada”, afirmou Joesley aos procuradores.
Os encontros dos dois, portanto, eram constantes. Os dois se falavam com
frequência por telefone também.
Coube ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desmentir Joesley. Em
carta escrita de próprio punho da cadeia de São José dos Pinhais, onde
está preso desde o final do ano passado, Cunha disse que o dono da JBS
faltou com a verdade. “No dia 26 de março de 2016, sábado de aleluia
(véspera da Páscoa), houve um encontro entre eu, ele e Lula, a pedido do
Lula, para discutir o impeachment de Dilma”, diz Cunha na carta. Nessa
reunião, acrescentou Cunha, realizada na casa do empresário, “pude
constatar que a relação de Lula e Joesley era de constantes encontros”. O
ex-deputado afirmou que pode provar o que está falando por meio de
recibos do aluguel dos carros que utilizou em São Paulo para ir à casa
de Joesley encontrar o ex-presidente petista.
Quer dizer que crimes, no Brasil, só podem ser apurados se houver delação? O
BRASIL DE HOJE está dividido em dois tipos de gente. De um lado, há os
que mandam na aprovação de leis e, principalmente, na sua aplicação. São
os políticos, que executam a primeira tarefa do jeito que se sabe, e
depois deles camadas sucessivas de advogados caros ou influentes,
desembargadores, procuradores gerais ou parciais, ministros de tribunais
superiores e, acima de todos,os onze cidadãos que estão no momento no
Supremo Tribunal Federal; frequentemente, chamam a si mesmos de
"juristas".Do outro lado estão os "leigos"— todos os demais cidadãos
brasileiros, cujo papel é obedecer a tudo o que o primeiro grupo decide.
Não apenas obedecer: têm de estar de acordo, sob pena de serem
acusados, justamente, de "leigos". É mau negócio ser leigo neste país.
Na melhor das hipóteses, para os que controlam o aparelho legal, esse
indivíduo é um ignorante que jamais sabe o que está falando, não tem
capacidade mental para entender as decisões dos juristas e acha que o
triângulo tem três lados, quando pode ter cinco, sete ou qualquer número
que os magistrados resolvam, pois "decisão judicial não se discute,
cumpre-se". Na hipótese pior, os leigos que discordam de algum desses
decretos imperiais — diversos deles, comicamente, são chamados de
"monocráticos", ou tomados por uma pessoa só, no palavreado da moda —
são denunciados como "inimigos do Estado de Direito".
Justamente
agora, com essa prodigiosa e extraordinariamente turva operação de
artilharia em torno do mandato do presidente da República, o Brasil está
vivendo um dos grandes momentos da charada judicial aqui descrita. A
questão realmente central, ai, é a seguinte: continua incompreensível,
há mais de vinte dias,por que um empresário que confessou oficialmente
crimes capazes de lhe render dezenas de anos de cadeia foi perdoado pelo
procurador-geral da República, e por um ministro do STF, de todos os
delitos que tinha confessado, junto com o irmão, e para o resto da vida;
não enfrentará um único processo penal na Justiça brasileira nem ficará
um minuto na cadeia. No momento, relaxa no exterior na companhia de seu
iate, ou de seus bilhões, ou de outros confortos. Um cidadão em atraso
com o pagamento de pensão alimentícia, por exemplo, está em situação
muito mais perigosa que ele e o irmão perante a Justiça nacional. É
impossível entender: está escrito na lei que é proibido subornar, mas os
juristas — no caso, o PGR e o ministro "monocrático" do STF — podem
perfeitamente decidir que é permitido, sim senhor, cometer o crime de
suborno quando ambos decidirem que é.
O PGR e o seu entorno nos
garantem que, sem o perdão dado aos delatores, crimes muitíssimo mais
graves ficariam "sem punição".Como ele pode ter certeza disso? Quer
dizer que crimes, no Brasil, só podem ser apurados se houver delação?
E que crimes monumentais seriam esses? Como garantir, também, que serão
punidos? Nada disso é explicado com um mínimo de lógica. A aberração
toda fica especialmente agressiva quando se pensa, por dois minutos, que
o procurador, sobretudo um que procura "geral" e procura para ninguém
menos que a "República", é pago pelo contribuinte para colocar
criminosos na cadeia — e não para fazer o contrário, permitindo que
escapem para Nova York no seu jato particular Gulfstream Aerospace G550,
com capacidade de levar até vinte passageiros.
Mas tudo isso só é
incompreensível para o leigo, esse amador ingênuo, chato e incapaz de
raciocinar como um jurista; é um bobo que utiliza a palavra "justiça" e
acredita que a autoridade pública deva tomar decisões "justas". Para os
que influem ou mandam no sistema judiciário brasileiro, o leigo,
tristemente, é incapaz de pensar como um profissional sério da ciência
jurídica. Ali, como sabem as pessoas realmente qualificadas para tomar
decisões legais, o que importa não é a aplicação do conceito romântico,
tolo e pedestre de"justiça", e sim a aplicação da "lei"; não interessa
que as decisões sejam "justas", e sim que sejam "legais" — isto é, que
estejam de acordo com o que os altos tribunais decidirem. Você
acha uma alucinação que criminosos confessos como os irmãos Joesley e
Wesley Batista recebam permissão legal para praticar crimes, como, por
exemplo, subornar com 50 000 reais por mês um procurador federal de
Justiça? Ou não acha certo que dois bilionários possam comprar a sua
impunidade com dinheiro — no caso, menos de 11 bilhões de reais, a ser
pagos em prestações ao longo de 25 anos?Problema seu. Você é um leigo.
Cale a boca. Caia fora.
PF investiga pagamentos a sobrinho da primeira mulher do ex-presidente
Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente Lula, foi conduzido pela Polícia Federal para prestar depoimento
na sexta-feira numa investigação sobre tráfico de influência
internacional. Ele é suspeito de ter recebido ilegalmente recursos de
obra da Odebrecht, em Angola, financiada pelo BNDES. Segundo a PF, mesmo
sem ter capacidade de prestar serviços, a empresa de Taiguara, a
Exergia Brasil, recebeu R$ 3,5 milhões da gigante da construção
brasileira. Documentos obtidos pelo GLOBO vão além: mostram que entraram
nos cofres da empresa de Taiguara outros US$ 7,5 milhões.
A Exergia foi subcontratada pela Odebrecht, mas, segundo as
investigações, só existiria no papel e não teria condições de executar
os contratos firmados com a empreiteira. Lula não foi alvo da operação
de sexta-feira, batizada de Janus (menção ao deus romano Janus, de duas
faces, que olha ao mesmo tempo para o passado e o futuro), mas
o inquérito que resultou na condução coercitiva de Taiguara investiga
se o ex-presidente fez lobby no exterior para obras da Odebrecht. Nos últimos cinco anos, a construtora brasileira obteve US$ 2 bilhões em financiamentos do BNDES para obras no país africano.
Os documentos obtidos pelo GLOBO revelam que a Odebrecht fez diversos
pagamentos à Exergia desde 2011. Os repasses estão vinculados a oito
projetos da empreiteira em Angola. Taiguara e seu sócio, José Emmanuel de Deus Carmano Ramos, foram
interrogados no Rio sobre a prestação de serviços em obras do complexo
hidrelétrico de Cambambe, em Angola. Ao todo, o projeto contou com
financiamento de US$ 464 milhões do BNDES. Segundo a PF, o fato de a
Exergia ter recebido pelo menos R$ 3,5 milhões mesmo sem experiência
anterior ou demonstrar capacidade técnica, indica suspeita de
“irregularidades e dissimulação de valores de origem ilícita”.
Troca de e-mails apreendida pela PF em junho do ano passado na sala
do então diretor da Odebrecht Engenharia e Construção, Eduardo Oliveira
Gedeon, lista serviços prestados pela Exergia em Angola. A gama de
atuação é variada e vai desde perfuração hidráulica de maciço rochoso,
sondagem de solo e topografia a implementação de sistema de gestão de
qualidade e projeto de realojamento de populações.
Produzidas pela área técnica da companhia, as mensagens citam
pagamento de US$ 1,47 milhão para a Exergia vinculados à hidrelétrica de
Cambambe, já mencionado na sexta-feira pela PF, e outros U$ 865,5 mil
associados à obra da hidrelétrica de Laúca. Em 2014, essa obra obteve
financiamento de US$ 147 milhões do BNDES.
Pela “gestão de qualidade de projeto de construção de ruas em Luanda e
análise de projetos e fiscalização da construção da Praça da Paz”, na
mesma cidade, a Exergia recebeu US$ 1,92 milhão. Terraplanagem e
perfuração de rocha na refinaria de Lobito renderam US$ 1,43 milhão;gestão de qualidade no realojamento de populações, outros US$ 586,8
milhões;projetos e topografia da construção de duas estradas, US$ 1
milhão; e sondagem de solo e rocha no projeto Caculo-Cabaça, mais US$ 83
mil.
Nas mensagens, a Odebrecht defendeu a contratação da Exergia, citando
“disponibilidade de pessoal capacitado e equipamentos específicos já
mobilizados em Angola”, e preços “em linha com os cobrados por outras
empresas para execução de serviços similares”. Mas documentos divulgados
na noite de sexta-feira pelo “Jornal Nacional” apontaram indícios de
que os serviços não teriam sido prestados como exigido em contrato.
Na sexta-feira, os dois sócios da Exergia foram localizados pela PF
no hotel onde estavam hospedados no Rio.Além de tráfico de influência, a
PF apura se houve lavagem de dinheiro. Foram cumpridos mandados de
busca e apreensão em Santos (SP), sede da Exergia. Houve quebra de
sigilos bancários, fiscais e telefônicos de nove envolvidos, autorizada
pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF.
INVESTIGAÇÃO TEM QUATRO FRENTES A investigação
começou no MPF em maio do ano passado e tem quatro frentes para apurar
possíveis irregularidades em obras no exterior com recursos do BNDES.
São elas: tráfico de influência de Lula, em especial na República
Dominicana, Cuba e Angola; metrô de Caracas, na Venezuela; obras no
Panamá; e o porto de Mariel, em Cuba. Em 23 de dezembro, foi aberto um
inquérito policial, e, desde então, a PF vem fazendo cruzamento das
viagens de Lula à Africa e de reuniões que ele teria tido no BNDES.
— Estamos tentando materializar a possibilidade de tráfico de
influência e tráfico de influência envolvendo ex-agentes públicos,
Odebrecht e BNDES. Envolve grandes contratos, essa fase em particular a
construção de uma hidrelétrica em Angola — disse a delegada federal
Fernanda Costa de Oliveira.
Para a delegada, tudo indica que o financiamento do banco estatal
para a empreiteira seguiu os trâmites burocráticos regulares.As
suspeitas recaem sobre as negociações que levaram o banco a abrir os
cofres para a Odebrecht que, depois de receber a ajuda, contratou uma
empresa aparentemente sem qualificação. Segundo o MPF, as investigações
reúnem “indícios de irregularidades e de condutas, em tese delituosas,
no sentido de, no mínimo, dissimular e ocultar valores de origem
ilícita”.
O BNDES informou na sexta-feira que todos os empréstimos foram
regulares. Os advogados da Exergia não foram localizados. Em nota, o
Instituto Lula escreveu que o ex-presidente não foi parte da operação
policial. Disse que procuradores tentam “sem resultado, apontar ilegalidades na conduta do ex-presidente”
e lembrou investigação da Lava-Jato sobre Lula, segundo o Instituto
“aberta a partir de ilações fantasiosas”. Para o Instituto, “Lula sempre
atuou dentro da lei e em defesa do Brasil, como fazem ex-presidentes em
todo o mundo”. A Odebrecht informou que não se manifestaria sobre a
operação.