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sábado, 16 de julho de 2022

Crimes criados pelo STF: o caso Allan dos Santos (Terça Livre) - VOZES

André Uliano


Allan dos Santos é blogueiro, dono do canal Terça Livre. Ele é um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro e investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal: de disseminação de conteúdo falso e financiamento de atos antidemocráticos.  
Ele teve as contas em redes sociais suspensas, tanto a pessoal quanto a do canal, e também teve a prisão decretada no ano passado, mas hoje vive nos Estados Unidos. 
Nossos convidados debatem a legitimidade dos inquéritos e dos crimes atribuídos a ele.

Sobre o Fora dos Autos
Um momento decisivo na História que você precisa entender. Decisões que ignoram o texto constitucional. E outras que tomam descaradamente o papel dos legisladores. Corruptos soltos por teses descabidas. Censura.

Nunca foi tão importante entender o que significa e quais as consequências do ativismo judicial. 
Este é um tema que vem passando sem a devida crítica pela maior parte da mídia no Brasil. 
Por isso, a Gazeta do Povo lançou o Fora dos Autos, uma iniciativa inédita no país para debater um tema que afeta todos os brasileiros.


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Por e-mail, notícias e artigos de colunistas da Gazeta que você precisa acompanhar para não esquecer da importância do combate à corrupção.
Um e-book com editoriais da Gazeta do Povo sobre fatos jurídicos polêmicos, do perdão a Lula ao inquérito das fake news.

André Uliano, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Procurador da República. Mestre em Economia e pós-graduado em Direito. Professor de Direito Constitucional.


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Secretário de Justiça tentou retardar extradição de Allan dos Santos, mas delegada foi mais rápida - Malu Gaspar

Eduardo Bolsonaro almoça com o ideólogo Olavo de Carvalho e o blogueiro Allan dos Santos nos EUA

Mas, quando pediu os papéis à delegada para tentar produzir um parecer contrário, foi informado de que a ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes para que Allan fosse extraditado para o Brasil já havia sido enviada para os Estados Unidos. Foi essa a razão da demissão de Silvia do cargo de diretora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, que cuida de extradições, transferências e da repatriação de ativos.

O DRCI é um dos setores mais sensíveis e estratégicos para investigações de crimes transnacionais, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção. Foi o departamento que cuidou, por exemplo, da repatriação dos recursos desviados pelo petrolão para outros países. A exoneração de Silvia Amélia foi publicada na quarta-feira (10). 

O blogueiro Allan dos Santos é aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro e especialmente próximo do filho 03 do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Ele é alvo de dois inquéritos no Supremo. O primeiro apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte, e um segundo  investiga a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições. 

Na decisão tomada a pedido da PF, Alexandre de Moraes afirmou que o blogueiro continua a divulgar conteúdo criminoso por meio de redes sociais para arrecadar recursos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou no processo contra a prisão do aliado Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde agosto de 2020. 

A ordem de prisão preventiva e de extradição foi expedida no início de outubro. O procedimento padrão nesses casos é encaminhar automaticamente o pedido ao país onde está a pessoa procurada. Foi isso o que fez o DRCI, ao despachar a ordem para os EUA logo que ela chegou ao Ministério da Justiça. [a pressa da delegada, indevidamente elogiada pela colunista,  foi fruto da precipitação da então diretora do DRCI que, no afã de acelerar a extradição do blogueiro, 'esqueceu' de consultar o tratado de extradição firmado entre Brasil e Estados Unidos, que limita a extradição aos autores de crimes tipificados nas duas nações.
Apesar do  juiz Alexandre de Moraes entender que o blogueiro bolsonarista cometeu crimes gravíssimos, para as autoridades norte-americanas ele apenas exerceu o direito à liberdade de expressão, direito existente naquele País,  que tem o costume de respeitar suas leis, começando pela Carta Magna.]

 Mas, no final do mês,  numa entrevista que deu à Jovem Pan ao lado de Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça Anderson Torres disse que sua pasta ainda iria analisar o pedido "Assim que a ordem judicial chegar nós vamos fazer uma análise disso", disse Torres. "É um assunto que vai ser tratado de uma forma técnica, observando os critérios legais, o que pode ser feito e o que não pode ser feito."

Torres certamente contava que o caso seria manejado pelo secretário Santini – outro amigo próximo da família Bolsonaro –, que dois dias antes da entrevista tinha enviado um memorando ao DRCI. Segundo o site Brazilian Report, o documento informava que, a partir daquele momento, todos os pedidos de extradição seriam despachados por ele. Foi só aí que Santini descobriu que o pedido de extradição do blogueiro bolsonarista àquela altura já estava em algum escaninho do governo americano.  

Pelo jeito, o secretário achou que devia uma satisfação a Jair Bolsonaro por não ter conseguido evitar o envio do aliado para a prisão. Exonerou Silvia Amélia do cargo sem nem mesmo se dar ao trabalho de nomear um substituto. O departamento continua funcionando, mas agora sob as ordens do prestativo Santini. [ Após os comentários, nosso entendimento nos leva às perguntas que não calam:
- Allan dos Santos foi preso nos Estados Unidos?
- Allan dos Santos já foi ou será extraditado?
Ao que se sabe  a decisão  pela extradição depende EXCLUSIVAMENTE do entendimento do país que recebeu o pedido de extradição e, por óbvio, aos termos do tratado de extradição vigente.  O mesmo se aplica a eventual pedido de prisão apresentada contra o possível extraditando.]

Malu Gaspar, colunista - O Globo


domingo, 7 de novembro de 2021

Biden sem rumo, Kamala desaparecida = O caso de Allan Santos é uma amostra - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Joe Biden está sem rumo

Pelo andar da carruagem, republicanos podem retomar controle do Congresso no ano que vem. Falta de rumo dos democratas pode ser ilustrada pelo caso paroquial, mas também significativo, do blogueiro Allan dos Santos

O presidente americano Joe Biden conseguiu perder a eleição na Virgínia um ano depois de ter vencido naquele estado com uma vantagem de dez pontos. [Biden nunca ganhou; houve um relaxamento de Donald Trump, um  excesso de confiança e a mídia dominada pelo esquerdismo empossou Biden. Nada que não possa ser revertido com a retomada pelos republicanos do controle do congresso.] Pelo andar da carruagem, os republicanos poderão retomar o controle das duas casas do Congresso no ano que vem, ressuscitando o trumpismo.

Tendo prometido uma revisão da política de controle das fronteiras e escolhido sua vice, Kamala Harris, para cuidar da encrenca, Biden não sabe para onde ir, e Kamala, com seu imenso sorriso, simplesmente sumiu.

Entre o final do governo Trump e outubro passado, foram deportados 56.881 brasileiros que tentavam entrar nos Estados Unidos sem a documentação adequada. É o jogo jogado, não tem os papéis, volta para casa. E Allan dos Santos?

O blogueiro está nos Estados Unidos desde julho do ano passado, e no início de outubro teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Seu visto de turista expirou há tempo, e Moraes pediu que ele fosse recambiado para o Brasil.

O blogueiro, estrela do bolsonarismo eletrônico, defende-se e quer ficar por lá. Ele sustenta que é jornalista e está sendo perseguido. Há dias, ele voltou ao ar: “Eu não sei se o Alexandre vai conseguir me calar. Mas uma coisa eu tenho certeza, e essa certeza é absoluta: quando vierem me calar, estarei falando.”

A diplomacia americana pode oferecer abrigo a Allan dos Santos ou pode tratá-lo como trata os estrangeiros sem a documentação adequada. O que não tem sentido é que nada faça. [a inércia serve para mostrar a alguns brasileiros que pensam poder tudo, que fora do Brasil NADA podem.
O mais chato é que nenhuma autoridade brasileira pode fixar prazo para que os Estados Unidos apresentem explicações.] Faz tempo, ela deu asilo a Leonel Brizola em poucos dias, e não faz tempo, a imigração americana embarcou mais um avião de deportados para o Brasil.

Biden está sendo comido pelos dois lados. Pela direita, porque tem uma agenda de centro. Pela esquerda, pelo mesmo motivo. Se isso fosse pouco, dorme durante reuniões chatas.

Eremildo, Bolsonaro e Moro
Eremildo é um idiota, e por isso leu três vezes o depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal. Lá está escrito o seguinte:   “Ao indicar o delegado Alexandre Ramagem ao ex-ministro Sergio Moro, este teria concordado com o presidente desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal.”

A frase telegráfica não permite dizer que Moro ofereceu uma troca. De certa forma, não permite dizer coisa alguma. Tudo ficaria mais claro se Bolsonaro pudesse reproduzir o que ouviu, contando quando a conversa ocorreu. Pelo que o depoimento registra, Eremildo acha que a história não faz sentido. A conversa mencionada por Bolsonaro teria ocorrido em abril de 2020. O presidente queria para logo a nomeação de Ramagem para a chefia da Polícia Federal, mas a vaga do ministro Celso de Mello só viria em setembro, mais de quatro meses depois.

Sem as imprecisões que o tempo impõe à memória, Eremildo acha que merece crédito a curta troca de mensagens ocorrida naqueles dias entre a deputada Carla Zambelli e o então ministro da Justiça: “Por favor, ministro, aceite o Ramagem e vá em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar a fazer JB (Jair Bolsonaro) prometer”.

Moro respondeu: “Prezada, não estou à venda”. [Conclusão: não se sabe se houve alguma oferta para Moro aceitar Ramagem = cumprir o ordem do presidente da República, seu superior, sendo o ex-juiz ocupante de um cargo de demissão ad nutum = o fato é que com sua demissão aprendeu que se o Presidente da República pode demitir um ministro, nada impede que demita, ou troque, um subordinado do ministro.]
 
 
 
Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista - MATÉRIA COMPLETA 
 

domingo, 24 de outubro de 2021

O incômodo que provoca o caso Allan dos Santos - Gazeta do Povo

Diogo Schelp

Decisão judicial se cumpre e, quando se considera equivocada ou injusta, se contesta por meio dos canais legais. No caso de Allan do Santos, o blogueiro e youtuber bolsonarista, as medidas determinadas pela Justiça, sem entrarmos no mérito se eram justas, não vinham sendo cumpridas. Ele não poderia estar divulgando os conteúdos de seu canal , por exemplo.

Por essas e outras, Alexandre de Moraes, ministro que comanda os dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) em que Allan dos Santos é investigado, acatou o pedido da Polícia Federal para mandar prendê-lo preventivamente — decisão que veio acompanhada de ordem de extradição, já que o blogueiro se encontra nos Estados Unidos, para onde ele se mudou, ao arrepio das leis de imigração locais, depois que começou a ser investigado.

Por enquanto, até o fechamento deste texto, Allan dos Santos ainda não figura entre os procurados pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. A simples solicitação por parte da PF não garante que uma pessoa entre na lista de alerta vermelho. Isso pode ocorrer nos próximos dias.

Bolsonaro diz que não vai interferir no preço do combustível: “Teremos reajuste”

É possível que Allan dos Santos tenha realmente cometido os crimes pelos quais é investigado. A PF afirma ser ele líder de uma "organização criminosa" dedicada a atacar autoridades públicas, a desacreditar o processo eleitoral, a incentivar a polarização política e a provocar a animosidade entre os poderes da República. Além disso, ele é suspeito de incitar outras pessoas a cometer crimes.

O que causa incômodo é que, por mais desprezíveis que sejam as opiniões do blogueiro, por mais antiéticos que sejam seus métodos de comunicação, por mais absurdas que sejam as mentiras que ele cria ou ajuda a espalhar (e são muitas) e por mais que tudo isso possa realmente ser enquadrado como crimes pela lei brasileira, a maneira como o seu caso vem sendo conduzido passa a impressão de seletividade da Justiça, ou seja, de um tratamento mais duro do que normalmente se adota para investigados como ele.

Allan dos Santos se identifica como jornalista e assim também é descrito por seus seguidores. É preciso muita boa vontade para considerar que este é realmente seu ofício. Jornalistas não combinam estratégias com agentes políticos para favorecer determinado projeto de poder. Isso é coisa de militante. Postura, aliás, presente também em certos influenciadores da esquerda que se apresentam como jornalistas — e que também têm a difusão de mentiras e a destruição de reputações como métodos. Como eles, Allan dos Santos é um ativista político. Se sua motivação é ideológica ou financeira, ou ambas, é outra discussão.

O fato de ser militante, porém, não reduz o incômodo de se assistir a alguém ser alvo de uma ordem de prisão preventiva por difundir informações ou, que seja, desinformações. Será que cabe a afirmação de que essa é uma conduta "de elevado grau de periculosidade", como afirmou Moraes em seu despacho?

É bom lembrar que Allan dos Santos é um investigado.  
Não foi ainda julgado e condenado pelos supostos crimes que cometeu. Faz sentido mantê-lo preso até lá? O dano que ele causa estando à solto é maior do que o de, potencialmente, violar um direito fundamental?

E mais, que tipo de precedente isso abre para outras pessoas que, no futuro, venham a se tornar alvo de inquéritos do STF ou a pisar nos calos de seus ministros?

Diogo Schelp, colunista - Gazeta do Povo- VOZES

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Jornalista tem fonte, blogueiro tem informante? - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


"Blogueiro bolsonarista investigado pelo STF usou estagiária de Lewandowski como informante", diz manchete em destaque na Folha de SP hoje. O jornal conseguiu acesso às conversas trocadas entre o jornalista e a funcionária do ministro, usando alguma fonte. Mas eis o interessante: só quem tem fonte é jornalista de esquerda!  A tática da velha imprensa é tão manjada que falta sutileza. Todos percebem o truque. Para começo de conversa, o uso do rótulo blogueiro, que os militantes disfarçados de jornalistas usam para se referir a qualquer jornalista que não seja de esquerda.

Mesmo alguém que atua e atuou nos principais veículos de comunicação do país, como no meu caso, continua chamado de blogueiro se não for da patota corporativista, dominada pelo esquerdismo. Jornalista é termo reservado só para quem é do clubinho, gente que leva a sério Renan Calheiros.

Por que o preço da carne subiu tanto – e não deve baixar tão cedo

Bolsonaro aceita depor presencialmente em inquérito e STF suspende julgamento

É a mesma tática do uso da expressão "empresário bolsonarista". Ora, nunca vimos a imprensa falar em empresário tucano ou empresário lulista, mesmo quando o empresário em questão é ligado umbilicalmente ao PT ou ao PSDB. Mas bastou enxergar virtudes no presidente ou em seu governo para virar um empresário bolsonarista, em tom depreciativo.

Voltando ao caso de Allan dos Santos, do Terça Livre, eu poderia jurar que a mídia chamasse esse tipo de contato de "fonte". Algo inclusive preservado pela Constituição Federal, com direito ao sigilo e tudo. Mas como se trata de um "blogueiro bolsonarista", a fonte virou "informante", e o panfleto esquerdista disfarçado de jornal faz de tudo para criar ares golpistas e criminosos na relação entre fonte e jornalista.

A ponto de passar batido pelo que realmente importa nessas trocas de mensagens! "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem como querem e o que querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro", diz a funcionária do ministro Lewandowski.

Barbara, a mineira do popular canal TeAtualizei, comentou sobre isso:
"Invés da galera comentar o absurdo da informação dada pela estagiária do Lewandowski, d q as coisas mudavam qdo alguém importante ligava, os jornalistis estão chocados pq ela foi a fonte de alguém. Ninguém tá ligando para a gravidade da informação sobre a justiSSa desse país!"

O jornalismo morreu? Esses militantes perderam a capacidade de identificar o essencial numa notícia? 

Vale tudo para atingir jornalistas independentes ou simpáticos ao governo Bolsonaro? 
Carolina Brígido, colunista do UOL e que escreve sobre o STF, tirou disso tudo que Allan dos Santos tentou "espionar o Supremo". Leandro Ruschel rebateu:
Quando você recebe uma informação das suas fontes no Supremo é "jornalismo", e quando o Allan faz o mesmo é "espionagem"? Alem disso, sobre a grave acusação de mudança de sentenças a pedido de autoridades, é mentira? Fake news? Nunca aconteceu?

Essa postura da velha imprensa tem sido responsável por sua acelerada perda de credibilidade. 
Enquanto os jornalistas deveriam estar debruçados sobre os esquemas absurdos que existem em nosso Poder Judiciário e ameaçam nosso Estado de Direito, preferem fazer picuinha e atacar "blogueiros bolsonaristas", gente que, aliás, costuma ter muito mais engajamento do que esses jornalistas.
 
A prioridade dessa turma é lutar com unhas e dentes para resgatar uma era de hegemonia e monopólio das narrativas, uma época que não volta mais após o advento das redes sociais
Não há mais espírito público, compromisso com os fatos, a busca da verdade. 
Restou apenas a militância ideológica e a tentativa de assassinato de reputação dos novos concorrentes. 
São os blogueiros socialistas, que comandam o espetáculo da velha imprensa decadente...
Saber mais, clique aqui.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

‘É lamentável que STF tenha sido infiltrado’, afirma ministro Lewandowski sobre estagiária

‘É lamentável que STF tenha sido infiltrado’, afirma ministro Lewandowski sobre estagiária

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski levou um susto quando recebeu a informação de que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos tinha uma estagiária do gabinete do magistrado como informante.

De acordo com a Folha de S.Paulo, a Tatiana Garcia Bressan trocava mensagens com o bolsonarista e recebeu dele o pedido para que ela fosse “nossa informante lá”. “Será uma honra. Estou lá kkk”, respondeu a mulher.

Desde então, ela passou a enviar mensagens com informações que achava relevantes. Em resposta ao jornal, o ministro disse que “é lamentável que a Suprema Corte tenha sido infiltrada por uma pessoa sem compromisso com ética pública e a democracia."

Folha de S. Paulo

Moraes determina que PF ouça ex-estagiária de Lewandowski suspeita de ser informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (6) que a Polícia Federal ouça uma estagiária que trabalhou no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, também do STF, suspeita de ser informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em mensagens trocadas entre os dois, Santos pediu a estudante para que ficasse como "informante" dele na Suprema Corte. Em resposta, ela respondeu que seria "uma honra" ajudá-lo, de acordo com os diálogos coletados pela Polícia Federal. As trocas de mensagem constam do inquérito das fake news, que apura a disseminação de informações falsas e foi compartilhado com a CPI da Covid no Senado. Santos é um dos investigados nesse inquérito e, por essa razão, teve o sigilo telefônico quebrado.

Ministros do Supremo, no entanto, minimizaram o caso, dizendo que a ex-estagiária não tinha acesso a informações relevantes. [com as frequentes ações do Supremo em assuntos menores, de relevância mínima, muitas vezes provocado por partidecos, se torna aceitável que o entendimento de ministros do STF, destacado em itálico vermelho, tenha sustentação.] 

Segundo a Folha, Tatiana Garcia Bressan estagiou no gabinete de Lewandowski de 19 de julho de 2017 a 20 de janeiro de 2019, antes da abertura dos inquéritos contra Allan, em março daquele ano. 
As conversas começaram em 23 de outubro de 2018 e vão até 31 de março de 2020. 
Nos diálogos,  que estão em um relatório da Polícia Federal e foram reproduzidos pela Folha, ela relata ter dificuldade em trabalhar com o ministro, mas diz que está "lá para aprender". A informação, segundo a PF, "naturalmente desperta o interesse de Allan", que pede a colaboração dela."Fique como nossa informante lá", diz o blogueiro. A estagiária responde prontamente: "Será uma honra. Estou lá kkk".

Em seguida, Allan pergunta o que de mais espantoso Tatiana vê no gabinete. Ela, então, responde: "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem o que querem e como querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga pro ministro".

Para a Folha, Tatiana afirmou por mensagem que nunca atuou como informante de Allan. Disse que apenas tinha ligação com o blogueiro pois ambos tinham sido alunos do escritor Olavo de Carvalho. Allan não respondeu aos contatos do jornal. [Não fecham???  a data das conversas, o período do estágio da Tatiana e a data da abertura do inquérito não batem. 
Visto que o natural é se considerar que o blogueiro passou a ter suas conversas gravadas a partir de março de 2019. Portanto... .] 
 

G1 - Julia Duailibi


sábado, 28 de agosto de 2021

Piada numa hora dessas? - Carlos Alberto Sardenberg

Pois é, estava preparando uma coluna de humor, na medida de minhas limitações. Ocorre que os fatos ajudavam. Considerem, por exemplo, a sentença da juíza  Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves,  que livrou o blogueiro Allan dos Santos do crime de ameaças ao ministro Luís Roberto Barroso. Ela faz uma argumentação até pertinente sobre como caracterizar uma ameaça, mas escorrega feio na conclusão. Diz que não haveria possibilidade de concretização da ameaça, já que o ministro possui equipe de “seguranças qualificados” e um setor de inteligência “igualmente preparado”.

Ora, se um ministro do STF, numa democracia, precisa de “seguranças qualificados” para sair na rua só pode ser porque está sendo …ameaçado. Mas também tem humor no comentário do procurador geral da república, Augusto Aras, quando tentou explicar porque não tomava providências contra o presidente Bolsonaro por não usar a máscara e ainda incentivar outros a não usá-la.

[com todo o respeito ao ilustre articulista - cujos escritos desfrutam de nossa admiração desde o milênio passado.
Pedimos encarecidamente que continue escrevendo sobre economia, política, mas esqueça o humor. 
O senhor foi parcial na escolha do lado a ser alvo da sua estreia no campo humorístico = só viu comicidade nos atos dos apoiadores do governo Bolsonaro. 
Qualquer pretendente a humorista, não pode desprezar o filão magnifico propiciado pelo Circo Parlamentar de Inquérito, de "'propriedade" do triunvirato Aziz, Calheiros e Rodrigues, e sob "assessoria direta" do Humberto Costa, codinome drácula e do Barbalho, primeiro senador a estrear algemas - foi algemado e o fato foi documento pela imprensa.
Quanto ao ministro Barroso e demais ministros do STF andarem protegidos por segurança da própria Suprema Corte é uma prática que antecede ao blogueiro Allan dos Santos se tornar conhecido e, ao nosso entendimento, a Meritíssima ´pretendeu apenas mostrar que uma eventual agressão do blogueiro ao ministro, se inclui no rol dos crimes impossíveis.]

O procurador não tem dúvida da ilicitude do comportamento presidencial, afirmou. Mas ressalvou: é caso de multa administrativa. E arrematou: ” falar-se (no caso das máscaras) em pena de natureza criminal, que é diferente de outras sanções, pode ser algo extremamente perigoso”.  Ou seja, é “extremamente perigoso” denunciar o presidente pela conduta de colocar em risco a vida de pessoas, inclusive crianças.

Tem outra: o procurador disse que não “criminaliza a política” e por isso desmontou a Lava Jato. O que quer dizer isso? A Lava Jato não criminalizou a política, apenas apanhou políticos ladrões, assim contribuindo para sanear o ambiente político. Logo, o que fez Aras? [sanear o ambiente político? que adianta a Lava Jato montada se é possível algum saneamento em um monturo de lixo, sob a administração da maior sujeira política: o criminoso Lula da Silva. 
A anulação das condenações de Lula da Silva, sem análise do mérito, sepultou de vez a Lava Jato e qualquer outra operação que tente prender corruptos no Brasil - claro, se algum corrupto, ainda que pé de chinelo, for encontrado entre os apoiadores do presidente Bolsonaro, será exemplar e perenemente punido - no mínimo, com prisão preventiva = versa "a brasileira" das penas de prisão com caráter de perpétua.] Livrou os políticos e criminalizou a Lava Jato.

Mas o troféu de campeão nesse departamento continua com o ministro Guedes. Fechando a coleção de semanas atrás, mandou ver há dias: “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”  Sabem o quão “pouco” a energia elétrica ficou mais cara nos 12 meses terminados em agosto? 20,36%, bem acima da inflação, 9,30%, e penalizando as famílias mais pobres e toda atividade econômica dependente dessa energia. [quanto a atividade econômica os preços serão, como de praxe, repassados; já famílias de baixa renda dificilmente atingem o consumo mensal de 100Kwh.]

Mas para o ministro essa inflação também não é problema. Tem inflação também nos EUA, logo estão reclamando do quê? Estamos ali, mano a mano. Nem precisava, mas mostramos no Jornal da Globo e na  CBN que a inflação nos EUA é menor, o PIB é maior , o desemprego, muito menor, a taxa de juros, zero. [aqui para mostrar que não só o Brasil, governado por Bolsonaro, que produz notas dignas de um humor de péssimo gosto, perguntamos: será que essa situação privilegiada dos USA resistirá ao Biden?]

Teve mais: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, numa boa, cometeu a irregularidade de vacinar o deputado Eduardo Bolsonaro – não pela vacina, claro, mas porque o deputado estava sem máscara! Segue a série: enquanto o próprio governo admite que os reservatórios das hidrelétricas estão no limite do limite, o presidente Bolsonaro, com sua sabedoria de botequim, pede às famílias: apaguem uma lâmpada.

Assim, a gente vinha nessa toada de gozação até ontem. Aí a coisa engrossou. O presidente Bolsonaro, no cercadinho, disparou: “Tem que todo  mundo comprar fuzil, pô”. Ainda recomendou o fuzil, o 762, pesado, ressalvou que é caro – por volta dos R$ 14 mil – e aí mandou ver: “Tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar.” [quem quiser comprar fuzil, tem o direito democrático de comprar;  quem não quiser, tem o direito democrático de não comprar; e os titulares dos dois direitos possuem o DEVER DEMOCRÁTICO de não interferir na vontade dos que pensam diferente.] Aí é ofender a população, especialmente a mais pobre. Os alimentos tiveram forte alta de preço neste ano. O feijão subiu quase 11% em 12 meses, e ainda ficou bem atrás do arroz, com inflação de 37%.

O presidente manda  apagar uma lâmpada, comprar fuzil e badernar no 7 de setembro[sic].  Não está para brincadeira.

 Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 28 de agosto de 2021

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Barroso se declara impedido e Rosa recebe ação de Allan dos Santos no STF

Ministro foi alvo de ameaças do blogueiro bolsonarista, que levaram o Ministério Público Federal a denunciá-lo na quarta, 18 

A ação protocolada pelo blogueiro bolsonarista Allan dos Santos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a quebra de seus sigilos bancário, telefônico e telemático (de mensagens e e-mails) pela CPI da Pandemia mudou de mãos no Supremo nesta quinta-feira, 19. Santos é dono do blog Terça Livre, alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

Alvo de ameaças de Allan dos Santos que levaram a uma denúncia do Ministério Público Federal contra o blogueiro nesta quarta, 18, o ministro Luís Roberto Barroso declarou-se impedido no caso, que foi redistribuído à ministra Rosa Weber. No último dia 13, Barroso havia sido sorteado relator do mandado de segurança protocolado pela defesa de Santos. A declaração de impedimento de Barroso foi dada por ele em um despacho também nesta quarta, com base no artigo do Código de Processo Civil que prevê a declaração de suspeição de juízes.

A denúncia do MPF contra Allan dos Santos acusa o blogueiro dos crimes de ameaça e incitação ao crime contra Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Os delitos, dizem os procuradores, foram cometidos na divulgação de um vídeo intitulado “Barroso é um Miliciano Digital”, em novembro de 2020, em que Santos destila ódio e tom ameaçador contra o ministro.

“Tira o digital, se você tem culhão! Tira a p**** do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a p**** do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa p****!”, atacou o blogueiro aliado do presidente Jair Bolsonaro.

O próprio Luís Roberto Barroso apresentou uma representação ao Ministério Público para adoção de medidas cabíveis. Para o MPF, o vídeo “superou os limites do razoável na livre expressão de pensamento e opinião e intimidou a vítima”.  No pedido ao STF que agora será analisado por Rosa Weber, Allan dos Santos afirma ser alvo de “atos abusivos e ilegais” da CPI da Pandemia nas quebras de seus sigilos, pede a anulação das medidas e a inutilização de todo o material recolhido.

Até o momento, a CPI já recebeu das operadoras Oi e Vivo dados do sigilo telefônico do blogueiro, e informações de sigilo bancário dele pelos bancos Bradesco, Itaú e Ourinvest, pelas plataformas de pagamento PicPay e PayPal e uma casa de câmbio.

Maquiavel, coluna - VEJA

 

 

sexta-feira, 6 de março de 2020

Sem compostura (2*) - Por Merval Pereira

O Globo

Bolsonaro sem compostura

*Em 21/12/2019 foi publicada a primeira coluna com este título

Vivendo na bolha virtual das redes sociais, o presidente Bolsonaro espanta-se quando os jornais independentes estampam nas manchetes sua falta de compostura. Diz que jornalista é raça em extinção, mas se incomoda quando identificam nele a contrafação do palhaço contratado.

[FATO: o presidente Bolsonaro brincou com o PIB, foi para o tronco;
- tivesse achado ruim, criticado de forma negativa, também iria para o tronco;
- optasse por elogiar, também iria para o castigo.]

Numa metalinguagem involuntária, um palhaço orientava o outro sobre que perguntas fazer para os jornalistas, enquanto bananas eram distribuídas. O que em Chacrinha era pura arte brasileira, em Bolsonaro e Carioca é a explicitação de uma visão de mundo apequenada pela atuação permanente no lado escuro da sociedade.  Beppe Grillo, o cômico italiano, youtuber e blogueiro, que criou um partido político de extrema-direita com influência importante na política italiana, é o que há de mais próximo de Bolsonaro na política internacional.  Não por ser de extrema-direita, mas por ser palhaço.  Apalhaçado também é Trump, assim como foram Hitler e Mussolini, em comum todos de extrema-direita chegados ao poder em momentos críticos da vida de seus países e do mundo.

Como não podia deixar de ser, Bolsonaro enfrentou reações negativas sobre sua postura em relação ao resultado do PIB. "PIB? O que é PIB? Pergunta para eles (jornalistas) o que é PIB", disse Bolsonaro ao humorista Márvio Lúcio, conhecido como Carioca, caracterizado como o presidente, que chegou ao Palácio da Alvorada num carro oficial da Presidência, ao lado do chefe da Secom, Fabio Wajngarten. Brincar com o crescimento pífio do PIB brasileiro é brincar com a taxa de desemprego, é menosprezar as conseqüências no cotidiano do cidadão de baixa renda ou sem renda. Bolsonaro, de tão tosco, deixa pistas sobre suas impropriedades, e até mesmo suas ilegalidades, pelo caminho. Ao levar a tiracolo um palhaço empregado da rede de televisão Record, depois de elogiar a chegada da franquia CNN Brasil, deixa claro o que considera imprensa que merece respeito. Millor Fernandes já dizia que jornalismo tem que ser de oposição, ou então é secos e molhados.

 Pois humor a favor não é humor, é propaganda. Uma velha lição jornalística foi dada por William Randolph Hearst, magnata da imprensa inspirador do Cidadão Kane de Orson Welles: “Notícia é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado. O resto é propaganda”. Bolsonaro confirma candidamente que não gosta de críticas, repetindo um dos nossos ditadores militares, Costa e Silva, que retrucou a explicação de que as críticas jornalísticas eram “construtivas” também com sinceridade: “Prefiro elogios construtivos”.

O ex-presidente Lula também tinha dificuldade em separar o joio do trigo, e não gostava muito dessa definição de notícia. A ex-presidente Dilma também tinha sua contrafação, o comediante que fazia a Dilma Bolada e recebia, segundo diversas delações, pagamento mensal em “dinheiro não contabilizado” para tornar a presidente em figura simpática popularmente, missão de resto impossível.  Nunca houve, no entanto, presidente algum que tenha levado a cabo com tanto entusiasmo a degradação da função presidencial, querendo adaptar os usos e os costumes republicanos ao seu modo de vida à margem das instituições, utilizando-se delas para tentar destruí-las.

Mau soldado, segundo o ex-presidente Ernesto Geisel, foi acusado de planejar atos terroristas à guisa de reivindicação salarial nos quartéis. Mau político, anda às voltas com denúncias de divisões salariais ilegais em seus escritórios e no de seus filhos, a chamada “rachadinha”. Em 27 anos como deputado federal, só aprovou dois projetos na Câmara. [aquele senador do Amapá, parece que senador Rodrigues, parece que da Rede, é senador e até hoje não aprovou um mísero projeto - optou por se destacar sendo contra tudo e todos.] Presidente eleito por uma maioria de mais de 57 milhões de votos, hoje representa um núcleo extremista da sociedade que incentiva a ir às ruas contra as mesmas instituições que jurou proteger. Não tem noção do que seja decoro, na vida privada e na pública, nem respeita a “liturgia do cargo”.

Merval Pereira, jornalista - Coluna em O Globo



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Ciro Gomes atira em Marina e acerta o próprio pé; são os Ciros, as Marinas e coisas do gênero que vão eleger presidente: BOLSONARO

Ciro dá o primeiro tiro no pé; ao falar de Marina, diz: “O momento é muito de testosterona”

Em 2002, indagado sobre o papel de sua mulher na campanha, poetizou: “Minha companheira tem um dos papeis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental”

Desta feita, ele foi mais rápido. A menos que seja resgatado por Lula — sim, aquele que, segundo o Datafolha, colocaria em primeiro ou segundo lugar o nome que escolhesse para a Presidência —, Ciro Gomes (PDT) já pode ser considerado ex-candidato à Presidência. Por quê? Bem, ele resolveu estabelecer uma relação entre a Presidência da República e os hormônios. Com a fineza habitual. Não sei se Ciro é a exacerbação do que chamam “ideologia de gênero” ou sua negação.

Ele participou, nesta quinta, de um almoço na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio). Instado a comentar a eventual candidatura de Marina, saiu-se com este misto de Richard Dawkins com Jandir, a personagem de Jesse Valadão no filme “Cafajestes”, de Ruy Guerra. Prestem atenção: “Não tou vendo a Marina com apetite de ser candidata, ou então é uma tática extraordinariamente nova que nunca vi na minha vida pública, que é o negócio de jogar parado. Não vejo ela com energia, e o momento é muito de testosterona. Não elogio isso. É mau para o Brasil, mas é um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia avessa a isso. Não sei, eu tou achando que ela não é candidata”. [talvez falte a Marina a disposição para ser candidata sempre a perder - Ciro já perdeu umas três ou quatro eleições.
Mas é bom que ele e Marina sejam candidatos, aumenta o número de derrotados por Bolsonaro - futuro presidente do Brasil e moralizador dessa República da Banânia.]

Como?
Daqui a pouco Ciro vai dizer que não enxerga explosão de testosterona nem no deputado Alessandro Molon (RJ) nem no senador Randolfe Rodrigues (AP), hoje as faces mais presentes — na Globo, quase todo dia! — da Rede.  Sim, ele se deu conta do fora e tentou consertar: “É mau para o Brasil, mas é um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia avessa a isso. Não sei, eu tou achando que ela não é candidata.”  Bem, na disputa da bravata hormonal, então, os candidatos deveriam ser, deixem-me ver, Jair Bolsonaro e o próprio Ciro. Não porque os outros postulantes não remetam a características masculinas. É que Ciro alude, e as palavras fazem sentido, ao macho bruto, truculento, capaz de ir para o confronto. Não sei se inclui campeonato de cuspe naquele papo de saber quem chega mais longe… De certo modo, hoje, nem Lula, que já foi o “Sapo Barbudo” de Brizola, se encaixa nessa bomba de testosterônica. Uma amiga ironizou no WhatsApp: “Se o caso é testosterona, ele que trate de fazer reposição hormonal; já está na hora”…

Como esquecer a frase que ficará para história da política? Em 2002, candidato à Presidência pelo PPS, era casado com a atriz Patrícia Pillar, ainda hoje uma das mulheres mais belas e desejadas do país; reconhecida, antes de tudo, como uma atriz competente; figura admirada por seu comedimento e elegância. Em agosto, daquele ano, alguém resolveu perguntar qual era o papel de Patrícia em sua campanha. Ele mandou ver: “Minha companheira tem um dos papeis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental”.

Ele já tinha começado a descer a ladeira em julho. Num programa de rádio, ao receber uma pergunta de um ouvinte, em Salvador, atirou: “São estes petistas furibundos. Isso é para você deixar de ser burro”.

Em outubro, na reta final, ainda tentou se apresentar como alternativa ao PT: “Quem quiser tocar fogo no Brasil e experimentar uma aventura vota em Lula. Quem quiser uma mudança segura vota conosco”.

Lula disputou o segundo turno com o tucano José Serra, e Ciro não apenas apoiou o petista como se tornou seu ministro.

Em 2009, então deputado federal, estava em curso uma apuração sobre farra com passagens aéreas na Câmara. Ele resolveu dar uma resposta cheia de macho: “Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém! Da imprensa, dos deputados. Pode escrever o caralho aí!”

Em março deste ano, depois de Sérgio Moro determinar, de maneira realmente destrambelhada, a condução coercitiva de um blogueiro, Ciro decidiu deixar claro como ele trata esse negócio de autoritarismo da Justiça: com testosterona. Disse: “Hoje esse Moro resolveu prender um blogueiro. Ele que mande me prender. Eu vou receber a turma dele na bala”.

A língua de Ciro é certamente mais comprida do que elevado o seu índice de testosterona. Mas ele tenda vender uma coisa por outra… Felizmente, é a maior vítima de si mesmo.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 
 

sábado, 27 de junho de 2015

Dilma renuncie ou siga o exemplo de Getúlio. Saia com dignidade, caso ainda lhe reste alguma

A REPORTAGEM-BOMBA DE VEJA: O EMPREITEIRO CONTA TUDO – Renuncie, Dilma! Faça ao menos um bem ao Brasil. Ou aguarde o impeachment, o que vai custar mais caro aos pobres

A economia vai mal. Muito mal. Mas a política está muito pior. É discutível se a crise econômica piora a política, mas é certo que a crise política piora a economia. É a fraqueza do governo que dá as cartas. Dilma não sabe o que dizer, o que fazer, o que anunciar. E, um ano e três meses depois de iniciada a operação Lava Jato — depois de muitos desacertos, ainda em curso, protagonizados também pela Procuradoria-Geral da República, sob o comando de Rodrigo Janot, e pelo juiz Sergio Moro —, eis que cai a máscara, eis que a verdade se desnuda: UMA VERDADEIRA MÁFIA TOMOU CONTA DO ESTADO BRASILEIRO. E ELA PRECISA SER TIRADA DE LÁ PELA LEI.
Vá à banca mais próxima e adquira um documento: a edição desta semana da revista VEJA. Em 12 páginas, você lerá, no detalhe, como atuou — atua ainda? — a máfia que tomou conta do Brasil e como se construiu o establishment político que nos governa. O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e ex-amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu contar tudo. Ficou preso mais de cinco meses. Só fez o acordo de delação premiada depois de ter deixado a cadeia. ESTE BLOGUEIRO FALASTRÃO, COMO LULA ME CLASSIFICOU NO CONGRESSO DO PT, SENTE-SE, DE ALGUM MODO, VINGADO. Vingado também contra as hostes da desqualificação e do cretinismo da esquerda e da direita burra e desinformada. NÃO HÁ NEM NUNCA HOUVE CARTEL DE EMPREITEIRAS, COMO SEMPRE SUSTENTEI. O QUE SE CRIOU NO BRASIL FOI UMA ESTRUTURA MAFIOSA DE ACHAQUE.
É claro que as empreiteiras praticaram crimes também. Mas não o de formação de cartel. Insistir na tese do cartel CORRESPONDE A NEGAR A ESSÊNCIA DO MODELO QUE NOS GOVERNA.
Achaque Edinho
O achaque VEJA teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, homologada pelo ministro Teori Zavascki. É demolidor. Segue, em azul, um trecho do que vai na revista:
Em cinco dias de depoimentos prestados em Brasília, Pessoa descreveu como financiou campanhas à margem da lei e distribuiu propinas. Ele disse que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de dezoito figuras coroadas da República. Foi com a verba desviada da estatal que a UTC doou dinheiro às campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014. Foi com ela também que garantiu o repasse de 3,2 milhões de reais a José Dirceu, uma ajudinha providencial para que o mensaleiro pagasse suas despesas pessoais.
A UTC ascendeu ao panteão das grandes empreiteiras nacionais nos governos do PT. Ao Ministério Público, Pessoa fez questão de registrar que essa caminhada foi pavimentada com propinas. O empreiteiro delatou ao STF essas somas que entregou aos donos do poder, segundo ele, mediante achaques e chantagens. Relatou que teve três encontros em 2014 com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro de Comunicação Social.
Nos encontros, disse, ironicamente, ter sido abordado “de maneira bastante elegante”. Contou ele: “O Edinho me disse: ‘Você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Eu estou precisando”. A abordagem elegante lhe custou 10 milhões de reais, dados à campanha de Dilma. Um servidor do Palácio chamado Manoel de Araújo Sobrinho acertou os detalhes dos pagamentos (…).
Documentos entregues pelo empresário mostram que foram feitos dois depósitos de 2,5 milhões de reais cada um, em 5 e 30 de agosto de 2014. Depois dos pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro o repasse de outros 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. Pessoa entregou metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições. Só não cumpriu o prometido porque foi preso antes. (…)
Retomo
Edinho, claro, nega. Será preciso agora saber quem é o tal Manoel Araújo Sobrinho, que tem de ser convocado pela CPI nas primeiras horas da segunda-feira. Ricardo Pessoa sempre foi considerado o homem-bomba do caso, muito especialmente por Lula e pelo Palácio do Planalto. Ele é apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como o coordenador do “Clube do Bilhão”. O nome é meio boboca, e duvido que tenha existido algo parecido. Mas é inegável que ele exercia uma espécie de liderança política entre os empresários.

Escrevi aqui umas quinhentas vezes que INSISTIR NA TESE DO CARTEL CORRESPONDIA A NEGAR A NATUREZA DO JOGO. Empresas, quando se cartelizam, fazem uma vítima do outro lado. Sim, as vítimas da roubalheira são os brasileiros, é inegável. Mas, do outro lado da negociação com as empreiteiras, estava a Petrobras, a contratadora única, que determinava os preços, e no comando da empresa, a máfia que tomou conta do governo e impunha as suas vontades.
Achque caneco

Máfia cachaceira Quando falo em máfia, não forço a mão nem recorro a uma figura de linguagem. Havia até senha secreta para entregar dinheiro aos petistas, segundo Ricardo Pessoa. As palavras, nem poderia ser diferente, referem-se, vamos dizer, ao universo alcoólico. Tudo compatível com um Poderoso Chefão chamado “Brahma”. Leiam esta passagem da reportagem, em que o empreiteiro conta como era entregue O DINHEIRO VIVO AO TESOUREIRO DA CAMPANHA DE LULA, EM 2006.
Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, a UTC contribuiu com 2,4  milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje trabalha como secretário de Saúde da cidade de São Paulo.
Para viabilizar a entrega do dinheiro e manter a ilegalidade em segredo, o empreiteiro amigo de Lula e o tesoureiro do presidente-candidato montaram uma operação clandestina digna dos enredos rocambolescos de filmes sobre a máfia. Pessoa contou aos procuradores que ele, o executivo da UTC Walmir Pinheiro e um emissário da confiança de ambos levavam pessoalmente os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha presidencial de Lula. Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local, a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário.
Ao chegar com a grana, Pessoa dizia “tulipa”. Se ele ouvia como resposta a palavra “caneco”, seguia até a sala de Filippi Júnior. A escolha da senha e da contrassenha foi feita por Pessoa com emissários do tesoureiro da campanha de Lula numa choperia da Zona Sul de São Paulo. Antes de chegar ao comitê eleitoral, a verba desviada da Petrobras percorria um longo caminho. Os valores saíam de uma conta na Suíça do consórcio Quip, formado pelas empresas UTC, Iesa, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que mantém contratos milionários com a Petrobras para a construção das plataformas P-53, P-55 e P-63.
Em nome do consórcio, a empresa suíça Quadrix enviava o dinheiro ao Brasil. A Quadrix também transferiu milhares de dólares para contas de operadores ligados ao PT. Pessoa entregou aos investigadores as planilhas com todas as movimentações realizadas na Suíça. Os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula foi beneficiado diretamente pelo petrolão.
Até agora, as autoridades tinham informações sobre as relações lucrativas do petista com grandes empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, mas nada comparável ao testemunho e aos dados apresentados pelo dono da UTC. Depois de deixar o governo, Lula foi contratado como palestrante por grandes empresas brasileiras. Documentos obtidos pela Polícia Federal mostram que ele recebeu cerca de 3,5 milhões de reais da Camargo Corrêa. Parte desse dinheiro foi contabilizada pela construtora como “doações” e “bônus eleitorais” pagos ao Instituto Lula. Conforme revelado por VEJA, a OAS também fez uma série de favores pessoais ao ex-presidente, incluindo a reforma e a construção de imóveis usados pela família dele. UTC, Camargo Corrêa e OAS estão juntas nessa parceria. De diferente entre elas, só as variações dos apelidos, das senhas e das contrassenhas. “Brahma”, “tulipa” e “caneco”, porém, convergem para um mesmo ponto.
Vaccari pixuleco
Pixuleco Leiam a reportagem da VEJA. Ao longo de 12 páginas, vocês vão constatar que o país foi literalmente assaltado por ladrões cínicos e debochados. João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT que foi objeto de um desagravo feito pela Executiva Nacional do partido na quinta, depois de um encontro de Rui Falcão com Lula, chamava a propina de “pixuleco”. Segue um trecho.
O empreiteiro contou que conheceu Vaccari durante o primeiro governo Lula, mas foi só a partir de 2007 que a relação entre os dois se intensificou. Por orientação do então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos presos da Operação Lava-Jato, Pessoa passou a tratar das questões financeiras da quadrilha diretamente com o tesoureiro. A simbiose entre corrupto e corruptor era perfeita, a ponto de o dono da UTC em suas declarações destacar o comportamento diligente do tesoureiro: “Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: ‘Como fica o nosso entendimento político?’”. A expressão “entendimento político”, é óbvio, significava pagamento de propina no dialeto da quadrilha. Aliás, propina não.
Vaccari, ao que parece, não gostava dessa palavra. Como eram dezenas de contratos e centenas as liberações de dinheiro, corrupto e corruptor se encontravam regularmente para os tais “entendimentos políticos”. João Vaccari era conhecido pelos comparsas como Moch, uma referência à sua inseparável mochila preta. Ele se tornou um assíduo frequentador da sede da UTC em São Paulo. Segundo os registros da própria empreiteira, para não chamar atenção, o tesoureiro buscava “as comissões” na empresa sempre nos sábados pela manhã.
Ele chegava com seu Santa Fé prata, pegava o elevador direto para a sala de Ricardo Pessoa, no 9º andar do prédio, falava amenidades por alguns minutos e depois partia para o que interessava. Para se proteger de microfones, rabiscava os valores e os porcentuais numa folha de papel e os mostrava ao interlocutor. O tesoureiro não gostava de mencionar a palavra propina, suborno, dinheiro ou algo que o valha. Por pudor, vergonha ou por mero despiste, ele buscava o “pixuleco”. Assim, a reunião terminava com a mochila do tesoureiro cheia de “pixulecos” de 50 e 100 reais. Mas, antes de sair, um último cuidado, segundo narrou Ricardo Pessoa: “Vaccari picotava a anotação e distribuía os pedaços em lixos diferentes”. Foi tudo filmado.
Retomo Aí está apenas parte dos descalabros narrados por Ricardo Pessoa. E agora? Até havia pouco, parecia que o petrolão era fruto apenas de empresários malvados, reunidos em cartel, que decidiram se associar a três funcionários corruptos da Petrobras tese de Dilma, por exemploe a alguns parlamentares, a maioria de segunda linha, para roubar o país. 

Faltava o cérebro dessa operação, que sempre esteve no Poder Executivo.
Eis aí. Nunca houve cartel. Eu estava certo! O depoimento de Ricardo Pessoa — que não se deixou constranger pela prisão preventiva e que, tudo indica, confessou o que quis, não o que queriam ele confessasse REVELA A REAL NATUREZA DO JOGO.
Ainda não terminei. Em outro post, vou chamar Rodrigo Janot e o juiz Sergio Moro para um papinho sobre lógica elementar.
Leia na revista:
Achaque 15 milhões
Achaque Gim Argello
achaque Dirceu
achaque TCUAchaque Collor
Achaque Mercadante
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Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Revista VEJA