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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Rotativo do cartão de crédito é uma armadilha



O consumidor tem que ficar atento ao usar o cartão de crédito. Os juros na modalidade rotativa subiram novamente em agosto, para 475,2% ao ano, na média. Esse tipo de crédito pré-aprovado é uma armadilha. Com uma taxa assim, o consumidor que devia R$ 1.000 à operadora do cartão há um ano tem agora uma dívida de R$ 5.725.

Os juros do rotativo vêm escalando. Em 12 meses até agosto, o aumento foi de 71,7 pontos. Nesta modalidade, a inadimplência chegou a 37% no mês.  Juros nesses níveis são inviáveis. O cliente preso na armadilha deve buscar outras linhas mais baratas, como o crédito pessoal, e saldar rapidamente a dívida com a operadora do cartão. Não há equilíbrio financeiro que resista a taxas como essa. 

Fonte: Blog da  Miriam Leitão

 

UM DOS GRANDES OPERADORES DO LULOPETISMO

Palocci deu apoio político para ex-diretor da Petrobras, diz lobista

O lobista Fernando Soares contou em seu acordo de delação premiada que a doação ilegal de R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff em 2010 serviu para selar um acordo político: o apoio do PT, por meio de Antonio Palocci, ao então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.  Palocci era deputado federal pelo PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma, junto com José Eduardo Cardozo (atual ministro da Justiça) e José Eduardo Dutra (1957-2015), presidente nacional do PT à época.
Soares, conhecido como Fernando Baiano, disse que levou Costa ao encontro com Palocci porque o diretor da estatal temia ser demitido da diretoria de Abastecimento caso Dilma fosse eleita.

O delator afirmou que conseguiu o encontro com Palocci com a ajuda de um amigo do ex-presidente Lula: o pecuarista José Carlos Bumlai. Bumlai é citado pelo delator em outro episódio, no qual ele teria pedido R$ 2 milhões para uma nora de Lula. Tanto Lula como Bumlai negam enfaticamente o repasse.  O acordo com Palocci foi uma espécie de toma lá, dá cá, segundo o delator: o PT recebeu os R$ 2 milhões enquanto Costa ganhou apoio político para continuar no cargo.  Tanto Costa como Palocci dizem que Baiano mente. O PT, por sua vez, afirma que todas as doações que recebeu são legais.

FAMA DE COSTA
Dilma integrou o conselho da Petrobras e tinha grandes restrições ao trabalho e à reputação de Costa, considerado pelos executivos da estatal como um operador do PP e do PT na diretoria de Abastecimento.  A antipatia de Dilma por Costa não era lenda. Em abril de 2012, ele foi demitido diretamente pela presidente da estatal na época, Graça Foster. Graça seguia uma ordem que partiu de Dilma.

Saíram junto com Costa outros dois diretores que seriam presos em 2014 pela Operação Lava Jato: Renato Duque, ex-diretor de Serviços, e Jorge Zelada, ex-diretor da área Internacional da estatal. A fama de Costa tinha fundamento, segundo o acordo de delação que ele fez depois de ter sido preso pela Operação Lava Jato: o executivo relatou que juntou US$ 28 milhões em suborno em contas ilegais fora do país, recebidos de empresas que faziam grandes obras para a Petrobras.

Baiano relatou aos procuradores que o encontro entre Palocci e Costa ocorreu numa casa no Lago Sul, em Brasília, que o deputado usava para fazer reuniões sobre a campanha de Dilma.  Segundo o delator, ele não conseguiria localizar o imóvel atualmente porque o encontro ocorreu à noite e as casas da região são parecidas. Baiano, porém, deu detalhes sobre a entrega dos R$ 2 milhões num hotel na avenida Faria Lima, em São Paulo.  O montante, segundo ele, foi entregue a um representante de Palocci que se chamava Charles e tinha a aparência de um motorista. Quando esteve na Casa Civil, o chefe de gabinete de Palocci era Charles Capella, conforme a revista “Veja” revelou.

OUTRO LADO
O advogado de Antonio Palocci, José Roberto Batochio, afirma que o relato feito por Fernando Soares em sua delação “é absolutamente falso e mentiroso”. “O Palocci jamais esteve com o Fernando Soares e o Paulo Roberto Costa nem em Brasília nem em São Paulo nem em cidade alguma. Ele nunca teve contato com esses dois, seja em 2010 ou em qualquer outro ano”, rebate o advogado.

De acordo com Batochio, Costa já prestou mais de 150 depoimentos e em nenhum deles falou sobre a suposta reunião em que o ex-ministro teria negociado a doação de R$ 2 milhões. “Essa delação [de Soares] é uma manobra primária e imoral, repleta de invencionices criminosas”, afirma.

O advogado de Palocci diz que uma delação com informações tão inconsistentes não deveria ser aceita pela Justiça, como ocorreu com o acordo de Soares, que foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo. Batochio afirma que está estudando questionar a homologação da delação de Soares pelo Supremo.
“O Fernando Baiano fez uma delação a la carte [sob encomenda] para suprimir eventuais incongruências de outros delatores”, diz o defensor de Palocci.

A defesa de Costa também diz que esse encontro nunca ocorreu e que o ex-diretor não tinha problemas políticos para se manter no cargo.  O PT nega por meio de sua assessoria de imprensa que tenha recebido uma doação de R$ 2 milhões no caixa dois, intermediada por Soares. De acordo com o partido, todas as doações feitas para a legenda são legais e posteriormente declaradas para a Justiça eleitoral.

O pecuarista José Carlos Bumlai disse por meio de sua assessoria que não intermediou nenhum encontro de Soares com Palocci.*

Por: (*) MARIO CESAR CARVALHO – DE SÃO PAULO – FOLHA DE SÃO PAULO

 

Dados cruzados

Prisões mostram que o PT usou a Fazenda para arrecadar bem mais do que impostos. Foi um paciente quebra-cabeças o que levou à prisão de Antonio Palocci. A 35ª fase da Operação Lava-Jato pegou dados da 23ª, que prendeu João Santana e Mônica Moura, e que, por sua vez, ajudou a esclarecer pistas da 14ª, a que prendeu Marcelo Odebrecht. Foi com o cruzamento de dados que se chegou à planilha de propinas da construtora e à elucidação de quem é o “italiano".

O delegado Filipe Hille Pace e a procuradora Laura Tessler mostraram que a fase saiu desse quebra-cabeças, juntando um fio solto capturado numa fase com um e-mail encontrado em outra fase, e assim por diante. A Odebrecht está preparando a delação premiada da empresa e dos executivos, mas o que ficou claro na entrevista dos investigadores é que, ainda que eles não falassem, as provas já elucidam muitos fatos. — Achamos uma planilha na 23ª onde havia um nome que não sabíamos quem era (italiano), e outras investigações nos levaram ao que deflagramos hoje. Nós não escolhemos uma pessoa e vamos procurar os dados. As informações que investigamos é que levam aos personagens — disse Filipe Pace.
Na 23ª fase, a Acarajé, foram presos, entre outros, os dois marqueteiros do PT e uma funcionária de confiança da Odebrecht, a secretária há mais de três década na empresa Maria Lúcia Guimarães Tavares. Ela entregou informações valiosas, e com ela foram apanhadas também planilhas de pagamentos de propinas, que, apesar dos codinomes, ajudaram a esclarecer vários pontos investigados. Por esse caminho se chegou ao setor de operações estruturadas da Odebrecht, a ala clandestina da empreiteira dedicada à corrupção. Para se saber quem era o “italiano” foi importante cruzar com informações que estavam no celular de Marcelo Odebrecht, apreendido quando ele foi preso na 14ª fase, a Erga Omnes.

O que impressiona é a quantidade de interesses que a Odebrecht tinha no governo, e os muitos fios que ligavam a construtora ao ex-ministro da Fazenda. Um deles era a Medida Provisória que recriava o crédito-prêmio de exportação. O absurdo desse benefício era evidente e o assunto foi ao Supremo, que felizmente derrubou a medida. Com essa vantagem frustrada, a Odebrecht começou a conversar com Palocci sobre como a empreiteira poderia ser “compensada”. Tudo impressiona pela desfaçatez. Uma delas está explícita no e-mail de Marcelo Odebrecht a seus assessores, quando ele diz que vai se encontrar com um político e que deve proteger o bolso. Ele responde: “a pergunta é se tem algo que eu posso buscar com ele.”

Os dados revelam que a ligação com Palocci acontece inicialmente com ele na Fazenda. Nesse caso, os investigadores tiveram que descobrir que JD não era José Dirceu, mas sim Juscelino Dourado, o chefe de gabinete de Palocci na Fazenda. Os contatos com a empreiteira continuaram no período em que ele não exercia cargo público, foram mantidos quando foi para a Casa Civil e permaneceu depois que saiu. Essa linha constante é que o levou à prisão, ontem, porque Palocci, dentro ou fora do governo, estava citado nos negócios da Odebrecht.

Palocci foi uma escolha inesperada para o Ministério da Fazenda em 2003. Havia dúvida se Lula escolheria para ministro Aloizio Mercadante ou Guido Mantega, que vinham assessorando a economia do PT desde o começo das disputas presidenciais. Os dois economistas defendiam ideias que se chocavam diretamente com as bases da estabilização e por isso a chegada do partido ao governo elevou o dólar e a inflação.  O médico Antonio Palocci foi um bom ministro da Fazenda, mas acabou derrotado pelo seu lado obscuro. Com grande capacidade de comunicação, uma equipe competente de economistas sem ligação partidária, Palocci venceu a crise de confiança, fez um ajuste fiscal em 2003 que permitiu o crescimento a partir de 2004.

Palocci tem muito a explicar, além das suas relações com a Odebrecht. Ele foi citado por recolher propina em Belo Monte na delação de Otávio Azevedo, da Andrade. E está na extensa lista de Delcídio Amaral. Não há relação entre a acusação que levou Palocci a ser preso ontem e a que levou Guido Mantega para a prisão, baseado no depoimento do empresário Eike Batista. Mas as duas fases, 34ª e 35ª, mostram que o PT usou o Ministério da Fazenda para arrecadar bem mais do que impostos.


Fonte: Miriam Leitão - O Globo
 

Como Palocci se encaixa na trajetória do lulopetismo - Falando nisso: por onde anda o Eduardo Cardoso?

Da denúncia, de 1997, de que compadre de Lula assediava prefeituras petistas, até o petrolão, há uma linha coerente de um grupo em busca do dinheiro público

A prisão temporária do ex-ministro Antonio Palocci, o segundo ministro da Fazenda da era lulopetista a ser detido pela Lava-Jato Mantega, o primeiro —, ajuda a compor um quadro amplo dos maus costumes que o PT desenvolveu no trato com o dinheiro público. Não começaram em Brasília. Vêm de muito longe os desvios neste campo; desde quando o partido começou a vencer eleições municipais e a conquistar as primeiras prefeituras no entorno da São Paulo e interior do estado.

É de 1997 a denúncia do militante e dirigente petista Paulo de Tarso Venceslau contra o amigo do peito de Lula, Roberto Teixeira, advogado e próximo do ex-presidente até hoje. Mantêm relação de compadres. Incomodado com consultorias que Teixeira oferecia a prefeituras petistas, Tarso, ainda crédulo com o PT, relatou à cúpula da legenda a preocupação com aqueles negócios. 

Criou-se por certo, a contragosto de Lula uma comissão para examinar o assunto. Ela propôs a abertura de processo ético-disciplinar sobre o companheiro Teixeira. A Executiva Nacional acolheu a proposta, nas nada mais aconteceu. A não ser a expulsão de Paulo de Tarso, a decisão de um dos membros da comissão, Hélio Bicudo, fundador do partido, de se desligar viria a ser um dos signatários do pedido de impeachment de Dilma — e o desgaste junto ao lulopetismo do jovem José Eduardo Cardozo, reabilitado no partido só agora, na defesa que fez de Dilma. 

Essa passagem pode ser considerada a pedra fundamental de um contumaz comportamento delinquente de desviar dinheiro público para o projeto de poder hegemônico da legenda, e o enriquecimento de alguns, o que só ficaria à vista da sociedade a partir do mensalão, em 2005.  A atuação de Palocci nessa engrenagem, em investigação pela Lava-Jato, é coerente com este lado sem ética do lulopetismo, ativo há muito tempo. Médico sanitarista, prefeito competente de Ribeiro Preto (SP) responsável pela privatização parcial da telefônica da prefeitura, algo inédito naquele tempo —, e hábil ministro da Fazenda num momento grave, no início do primeiro governo Lula, Antonio Palocci repetiria o caminho subterrâneo de muitos outros dirigentes.

Tendo assumido a coordenação da campanha de Lula em 2002, com o assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André outra história envolta em brumas —, Palocci cresceu dentro do partido e, depois, no governo.  Agora, pelas revelações da Lava-Jato, começa-se a saber como o ex-ministro passou a servir de intermediário nas sombras entre a Odebrecht e o PT. De 2008 a 2013, teriam saído do caixa dois da empreiteira para o partido R$ 128 milhões.


Já eram conhecidos os sinais de enriquecimento de Palocci. Depois que saiu do governo enxotado pela revelação do caseiro Francenildo sobre a frequência com que visitava uma casa em Brasília destinada a festas e negócios, Palocci parece ter se dedicado com afinco a consultorias, atividade que o derrubou da Casa Civil de Dilma. Sempre essas consultorias. [o Brasil, sob o regime petista, oficializou as consultorias como forma de lavagem de dinheiro de propina; tem o consultor fantasma Fernando Pimentel, será preso a qualquer momento, os presidiários  Palocci e Dirceu, até o estúpido do Lula virou consultor e convenhamos que um país em que pessoas e empresas aceitam pagar para ouvir Lula expelir fezes pela boca  tem mais é que f ... .
E acreditem que muitas pessoas ainda tinham coragem de dizer que valia a pena pagar pelas consultorias do Lula, chegavam ao absurdo de dizerem: "ele não tem leitura mas é muito inteligente".]

Palocci se junta a outros “capas pretas” petistas apanhados em delitos, além do próprio Lula: José Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha, Delúbio Soares, para citar alguns poucos. Tudo muito coerente com o que aconteceu em 1997, na denúncia de Paulo de Tarso Venceslau.  Felizmente, acontece um processo dialético no conflituoso relacionamento entre o PT e a democracia representativa brasileira: pressionada pelo partido, aliados e satélites, ela ganha força, cria anticorpos.

Fonte: Editorial - O Globo 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Justiça de SP anula julgamento de PMs condenados por massacre do Carandiru

Defesa entrou com um recurso alegando que as decisões dos jurados foram contra as provas

[certíssima a decisão dos desembargadores e com a vantagem que foi didática e pode servir de exemplo para juízes de outros estados.
Bandido tem que entender que ele já está no lucro se tiver direito a uma refeição por dia, um banho de sol a cada dois dias e um banho por semana.
É preciso acabar com esse negócio de bandido se rebelar e queimar colchão e no dia seguinte o governo já está fornecendo colchões novos - queimou colchão, pelo menos três meses dormindo no chão duro.
Bandido fez rebelião, manda o choque invadir e usar a força necessária para conter o motim.
Antes da faxina do Carandiru os bandidos se rebelavam, havia negociação, queimavam uns colchões e tudo ficava do jeito que eles queriam.
O coronel Ubiratã - que comandou a operação e ganhou a gratidão do povo de São Paulo, tanto que foi eleito com grande maioria deputado por SP - entrou no presídio com o Choque e o GATE e fez uma faxina e NUNCA MAIS HOUVE REBELIÃO NO CARANDIRU.
Bandido agora já está ciente que se houver rebelião a Polícia Militar vai invadir e abater quantos for preciso - a decisão da Justiça Paulista servirá de exemplo para outros estados.] 
 
A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo anulou nesta terça-feira os julgamentos de 74 policiais militares condenados em primeira instância por envolvimento no massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos em 1992. A Justiça apreciou recurso da defesa dos PMs, que além da anulação do julgamento, pedia a absolvição dos réus. 
 
A antiga casa de detenção, em São Paulo: 111 detentos morreram em ação em 1992 - Nellie Solitrenick / Agência O Globo / Arquivo 03/10/1992


Com a anulação, os PMs terão direito a um novo júri. O relator do processo, desembargador Ivan Sartori, chegou a votar pela absolvição dos policiais militares, mas outros dois desembargadores concordaram apenas com a anulação do júri e a realização de um novo julgamento. Para ambos, houve excesso na ação da polícia no Carandiru. 

Sartori baseou sua decisão de absolver os policiais no fato de que três agentes foram absolvidos pelos jurados na primeira instância. Ele também afirmou que não houve individualização da conduta de cada agente já que, sem exames de confronto balístico, não foi possível saber qual PM matou qual preso na ação.

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Como foi voto vencido, Sartori invocou um artigo do Código de Processo Penal que chama dois outros desembargadores presentes a votar o caso, mas eles foram contra a invocação do artigo. Como a votação não foi unânime, os advogados vão entrar com recurso para que os desembargadores que não votaram analisem se é o caso de absolvição dos PMs, como votou o relator. 
 
Os policiais foram julgados em cinco júris e condenados com penas que variavam de 48 a 624 anos de reclusão. No entanto, a defesa entrou com um recurso alegando que as decisões dos jurados foram contra as provas, o que foi acatado pelos três desembargadores que votaram.[apesar das condenações nenhum policial chegou a ser preso, já que todos tiveram direito a aguardar o julgamento dos recursos em liberdade, tendo em contra que agiram no estrito cumprimento do DEVER LEGAL e os sucessivos julgamentos mostram que  não cometeram nenhum crime.]


O crime aconteceu em 2 de outubro de 1992 depois que tropas da Polícia Militar entraram na Casa de Detenção de São Paulo para conter um briga entre presos. A direção da penitenciária pediu a ajuda da PM para controlar a situação. A entrada dos policiais militares foi autorizada pelo então secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, e pelo ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho.

Sobreviventes e familiares de vítimas contestam os dados, dizendo que o número de mortes foi superior a 111. Participaram da invasão ao Carandiru as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a Tropa de Choque, o Comando de Operações Especiais (COE) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

A ação da PM no Carandiru durou cerca de meia hora. Apesar dos presos não portarem armas de fogo, exames do Instituto Médico Legal mostraram que 102 detentos foram mortos com tiros. Nove deles foram vítimas de golpes de armas brancas, o que indica que as mortes podem ter ocorrido antes da chegada da PM. Nenhum policial foi morto.
Fonte: O Globo - Com G1 

STF abre ação penal contra Gleisi e Paulo Bernardo na Lava-Jato – Casal agora é réu na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro



Investigados responderão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu nesta terça-feira ação penal para investigar suposta participação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), do marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, e do empresário Ernesto Kugler no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. 
Senhor Propina e senhora Caixa 2

Por unanimidade, o colegiado aceitou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra os três – que agora são réus. Eles responderão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi unânime, com os votos dos ministros Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no tribunal, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes.

Segundo a denúncia, enviada ao STF em maio, Paulo Bernardo pediu R$ 1 milhão ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para abastecer a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O dinheiro teria sido entregue por um intermediário do doleiro Alberto Youssef a um empresário chamado Ernesto Kugler, ligado ao casal. A quantia teria sido repassada em quatro parcelas de R$ 250 mil.  — Os elementos indiciários convergem no sentido de que, em tese, teria ocorrido a solicitação de vantagem indevida pelo denunciado Paulo Bernardo Silva a Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobras, no montante de R$ 1 milhão, para a campanha eleitoral de sua esposa, a denunciada Gleisi Helena Hoffmann, oriundos de desvio da Petrobras — afirmou Teori.

O relator explicou que, para aceitar a denúncia, não é necessário haver provas cabais no processo, mas apenas indícios de que os crimes ocorreram. Depois, ao longo da ação penal, as apurações seriam aprofundadas para se verificar se os investigados cometeram os crimes ou não.  — A descrição fática explicitada na denúncia, aliada aos indícios já descritos, revela, nesta fase, em que não se exige um juízo de certeza, material indiciário suficiente ao recebimento da denúncia e afasta as teses defensivas de ausência de descrição das condutas e o modo como teria ocorrido o delito — declarou o ministro.

Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff entre junho de 2011 e fevereiro de 2014. Durante o processo de impeachment, a senadora foi uma das vozes mais eloquentes na defesa da petista no Congresso Nacional. Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento no governo Lula, de 2005 a 2011, e das Comunicações já no governo Dilma, de 2011 a 2015.

A suposta participação do casal na Lava-Jato surgiu nas delações premiadas de Youssef e de Paulo Roberto. Em seguida, veio a delação do advogado Antônio Carlos Pieruccini, que detalhou como o dinheiro foi repassado para a campanha da petista. Em depoimento ao Ministério Público Federal, Pieruccini afirmou ter transportado R$ 1 milhão de São Paulo para Curitiba, a pedido de Youssef. O doleiro teria dito que a destinatária final do dinheiro era a campanha de Gleisi.

Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala de propriedade de Ernesto Kugler, localizada shopping de Curitiba. Pieruccini teria levado uma caixa lacrada com a inscrição “P.B./Gleisi”. Ainda segundo Pieruccini, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil e disse que o valor “não dava nem para o cheiro”. Teriam ocorrido outras três entregas no mesmo molde, segundo o delator.

Para aceitar a denúncia, Teori também levou em consideração outros elementos de prova além dos depoimentos. Um deles é uma agenda de Paulo Roberto apreendida na casa dele. Em uma das páginas, havia as iniciais de Paulo Bernardo seguidas do número 1,0. Segundo a denúncia, Paulo Bernardo teria oferecido a Paulo Roberto, como agradecimento pela propina, a manutenção do diretor da Petrobras no cargo.

Antes da votação, as defesas dos três investigados fizeram sustentação oral para defender o arquivamento do caso, por falta de indícios suficientes. Os advogados bateram na tecla de que os depoimentos de Youssef e de Paulo Roberto foram contraditórios entre si, já que nenhum dos dois admitiu ter recebido pedido de propina diretamente de Paulo Bernardo. O advogado Rodrigo Mudrovitsch, contratado por Gleisi, criticou o mau uso das delações premiadas na Lava-Jato. — Esse caso realmente não possui qualquer amparo probatório mínimo. Foi feito uso desmedido, desregrado e pouco cauteloso do instituto da delação premiada. Tivesse havido cautela maior nos acordos de delação, não teríamos essa acusação — declarou Mudrovitsch.

Veronica Abdalla Sterman, contratada por Paulo Bernardo, alegou que seu cliente não tinha influência em nomeações para a Petrobras, porque era ministro do Planejamento. Segundo as apurações da Lava-Jato, o PP teria influência nas nomeações e, por isso, não faria sentido ao diretor da Petrobras tentar comprar o apoio de um petista. — Não há como se atrelar a solicitação feita a Paulo Roberto ao cargo de ministro do Planejamento. Não há ato de ofício no ministério do Planejamento que Paulo Bernardo poderia ter feito em troca para solicitar a vantagem indevida — argumentou a advogada.

Em nota divulgada a imprensa, Gleisi disse que recebeu a decisão do STF “com profunda tristeza”. Ainda segundo a nota, a senadora espera “serenidade, imparcialidade e isenção” do tribunal para julgar o processo. Ela voltou a afirmar sua inocência. “Não há uma única prova concreta que aponte o recebimento de recursos ilícitos para minha campanha ao Senado, em 2010”, diz o texto. “Tenho certeza que a verdade prevalecerá”, conclui a notícia.

Fonte: G 1