Coronel
reformado tinha 83 anos e se tratava de um câncer
O coronel
reformado Carlos Brilhante Ustra, 83 anos, que chefiou o Doi-Codi do 2º
Exército, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ele
estava internado na UTI do Hospital Santa Helena, em Brasília, em estado
gravíssimo. Ustra teve complicações a partir de um câncer de próstata, que provocou uma metástase. Ele também foi acometido
de forte pneumonia. O corpo de Ustra será velado a
partir das 16h de hoje, na capela do Hospital das Forças Armadas. Ele
será cremado na sexta-feira.
MORTE
TRAZ SENTIMENTOS OPOSTOS
O coronel
da reserva Pedro Ivo Moézia, que foi subordinado de Ustra no Doi-Codi, lamentou
a morte de seu superior. — Foi uma grande
perda para o Brasil e para o Exército. O
Ustra era o único grande herói nacional vivo. Ele cumpriu missões difíceis.
Foi um dos principais responsáveis por termos acabado com o terrorismo e a subversão,
mas que, infelizmente, não obteve o valor devido do Exército. Como amigo e
subordinado, sinto muito. Foi um injustiçado. Um símbolo da nossa resistência e
que toda essa estrutura de governo, do PT, se debruçou para acabar com ele —
disse Moézia.
— Mesmo a morte de uma pessoa que
cometeu as maiores atrocidades é de se lamentar. Foi tirado dele, nessa
existência, a oportunidade de se arrepender e confessar seu papel perverso na
máquina estatal de tortura de seres humanos. Vamos ficar com essa lacuna na
reconstituição de nossa história recente — disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
—
Perdemos hoje um símbolo da luta pela democracia. O coronel Ustra esteve na
linha de frente no combate a guerrilheiros formados em Cuba e financiados pela
União Soviética para aqui impor a ditadura do proletariado. Devemos a ele parte
da liberdade que ainda gozamos no Brasil — lamentou o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Já o
presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, criticou o fato dele não ter
sido punido em vida: - O Supremo Tribunal
Federal aguarda que todos morram antes de decidir definitivamente sobre a
validade da Lei da Anistia e sobre a obrigatoriedade da execução da sentença da
Corte Interamericana de Direitos Humanos que estabelece o dever de responsabilização
dos crimes da ditadura. A Lei da Anistia é a verdadeira lei da vergonha e da
impunidade no Brasil - disse Abrão.
A família de Ustra registrou a
morte do militar nas redes sociais. São vários os comentários elogiosos de internautas: "Torturador de vermelho. Vai fazer falta";
"obrigado por
proteger o Brasil do inimigo comunista em um passado recente";
"exemplar combatente das forças patrióticas";
"um excelente
brasileiro que ajudou a livrar o país da corja comunista";
"morreram
ou mataram?".
Fonte: O Globo
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