Entretanto, a realidade, impregnada de Lava Jato e de maus indicadores, não tira folga. Para complicar, Dilma continua sendo Dilma. Nesta quinta-feira, a presidente admitiu, numa conversa com jornalistas, que pode jogar você, contribuinte, na fogueira da Petrobras.
Perguntou-se a Dilma se está descartada a hipótese de o governo “capitalizar” a Petrobras. Ela não descartou: “O que nós faremos será em função do cenário nacional e internacional. Nós não descartamos que vai ser necessário fazer uma avaliação se esse processo continuar.”
Quer dizer: após fechar os olhos para a pilhagem na estatal, Dilma cogita ligá-la a uma bolsa de soro do Tesouro Nacional, cujos nutrientes são o seu, o meu, o nosso dinheiro. Fará isso sem precisar justificar a longa convivência com os petrolarápios. “Os fatores que levam a essa situação são fatores exógenos a ela [Petrobras], que ela não controla'', disse madame, referindo-se ao derretimento da cotação do Petróleo. “Fatores exógenos'', eis o álibi de Dilma.
A presidente mostrou-se apreensiva com o preço do petróleo. “Desde o final da década de 1990 até hoje, ele nunca esteve nos níveis que alguns bancos internacionais estão dizendo que ele vai chegar. Agora, se ele vai chegar, eu não sei e ninguém sabe. Porque ninguém podia dizer no final de 2014 que ele chegaria a 30 [dólares]”. Verdade. Do mesmo modo, ninguém poderia supor que o PT no poder viraria uma espécie de abracadabra para a caverna de Ali Babá.
Do petróleo barato, a Petrobras ainda tira algum proveito. Importa na baixa e vende no mercado interno na alta, esfolando o consumidor brasileiro. Já a pilhagem nos cofres da estatal não serve nem mesmo de lição. Indagada sobre as delações que inundam o noticiário, Dilma deu de ombros. Para ela, há “muita repetição'' nas denúncias. É mesmo! Muita repetição!
Fonte: Blog do Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário