Polícia investiga caso de racismo contra criança de quatro anos em creche
Mãe de menina de 4 anos matriculada em uma creche pública conta que a filha chegou em casa chorando depois de a monitora dizer que não lavaria o cabelo dela por ser "duro". Polícia investiga o caso
A Polícia Civil investiga um caso de discriminação racial que teria
ocorrido em uma creche pública de Samambaia Sul. A vítima, uma menina de
4 anos, contou à mãe que a professora se recusou a lavar o cabelo dela
porque era “duro”. No centro de educação em que a criança está
matriculada, estudam 136 alunos em turno integral, todos tomam banho
antes de voltar para casa.
A mulher contou ainda que, desde o início das aulas, em 6 de fevereiro, reparou que a menina nunca voltava para casa com os cabelos lavados. “No fim do ano passado, por conta do frio e porque ela estava ficando resfriada, pedi para a professora não lavar mais. Neste ano, eu pensei que não estavam lavando por causa da crise hídrica”, relata. A aluna, que está no 2º período da educação infantil, contou ainda para a mãe que a monitora a deixava tomar banho sozinha, enquanto as outras crianças tinham total apoio da equipe.
A família alega que foi até a escola conversar com a diretora no dia seguinte ao incidente. A dirigente informou que averiguaria a denúncia, mas não deu mais retorno aos pais, que decidiram registrar, na quarta-feira, ocorrência na 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul). “Expliquei o acontecido a um agente, que me informou que não seria possível fazer a ocorrência por não ser crime. Ele me disse que haveria crime se ela tivesse batido na minha filha”, disse a mãe. No entanto, ainda de acordo com a mulher, após o caso vir a público, dois agentes foram até a residência da família na última quinta-feira e os conduziram à delegacia para o registro. Ela conta que precisou interromper um curso de estética para ficar com os dois filhos em casa. “Estamos com medo de deixar o mais novo, que tem um ano e 11 meses, ir para a escola e eles fazerem algo contra ele.”
Em nota, a Secretaria de Educação do DF informou que a direção da creche recebeu a mãe da criança para ouvir o relato do ocorrido e que a equipe gestora está apurando os fatos. A pasta informou ainda que, na próxima semana, integrantes da unidade escolar devem ser ouvidos pela Polícia Civil, responsável pela investigação. O Correio entrou em contato com a diretora da escola, mas ela não quis se pronunciar.
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