Economia brasileira abre o ano em retração, com queda de 0,26%, segundo Banco Central
A taxa de desemprego ficou em 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro,
renovando o recorde da série histórica. O resultado representa uma alta
de 1,3 ponto percentual sobre os três meses imediatamente anteriores,
encerrados em janeiro, quando foi de 12,6%. Há um ano, o resultado era
de 10,2%. Pela primeira vez o número de pessoas sem emprego passou da
marca de 13 milhões. Em todo o país, havia 13,5 milhões de trabalhadores
desempregadas no trimestre encerrado em fevereiro.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Mensal, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais cedo, o Banco Central divulgou que a economia brasileira começou 2017 em retração e encolheu 0,26% em janeiro. Esta é a sétima queda mensal seguida
do Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), que é
considerada a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro de
2016, a perda foi de 0,68%. Em dezembro, a queda tinha sido de 0,32%.
O resultado da taxa de desemprego ficou acima da estimativa média de analistas consultados pela Bloomberg. Os especialistas projetavam uma taxa de desemprego de 13,1%. — Com o trimestre encerrado em fevereiro, já temos dois terços do primeiro trimestre deste ano. Vemos um avanço expressivo da desocupação, atingimos o nível mais alto, chegando a 13,5 milhões de desempregados — afirma Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e Rendimento do IBGE.
O resultado da taxa de desemprego ficou acima da estimativa média de analistas consultados pela Bloomberg. Os especialistas projetavam uma taxa de desemprego de 13,1%. — Com o trimestre encerrado em fevereiro, já temos dois terços do primeiro trimestre deste ano. Vemos um avanço expressivo da desocupação, atingimos o nível mais alto, chegando a 13,5 milhões de desempregados — afirma Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e Rendimento do IBGE.
Cimar destacou a influência do crescimento da desocupação nesta época
do ano para a piora da taxa de desemprego. Isso porque o início do ano
costuma registrar aumento dos desempregados, já que há dispensa de
trabalhadores temporários: — Essa característica de a taxa subir nesse período do ano é comum
acontecer. É esperado que haja uma alta na passagem do quarto para o
primeiro trimestre.
13,5 MILHÕES SEM EMPREGO
O número de pessoas sem emprego ficou em 13,5 milhões em dezembro, janeiro e fevereiro, também recorde desde o início da série histórica iniciada em 2012. Foi um crescimento de 3,2 milhões (30,6%) de desempregados frente ao mesmo trimestre de 2016 e de 1,4 milhão (11,7%) de desempregados frente ao trimestre encerrado em novembro de 2016.
13,5 MILHÕES SEM EMPREGO
O número de pessoas sem emprego ficou em 13,5 milhões em dezembro, janeiro e fevereiro, também recorde desde o início da série histórica iniciada em 2012. Foi um crescimento de 3,2 milhões (30,6%) de desempregados frente ao mesmo trimestre de 2016 e de 1,4 milhão (11,7%) de desempregados frente ao trimestre encerrado em novembro de 2016.
Apesar dos números elevados, Azeredo afirma que há uma desaceleração
do aumento do número de desempregados na passagem de um trimestre para
outro: — O trimestre encerrado em fevereiro cresceu 11,7% frente ao
trimestre anterior. No mesmo trimestre do ano passado, cresceu 13,8%
nessa comparação. Embora o cenário esteja desfavorável, com ocupação
baixa e desocupação alta, no ano passado houve um avanço maior do que
vimos entre um trimestre e outro. O cenário continua desfavorável, mas
está crescendo menos do que no ano anterior — explica o coordenador do
IBGE, destacando que o mesmo ocorre na comparação anual: o trimestre
encerrado em fevereiro cresceu 30,6% e, no ano passado, 40%.
A população ocupada ficou em 89,3 milhões, atingindo o menor menor
nível desde o trimestre março/abril/maio de 2012. Foi uma uma redução de
1% (menos 864 mil trabalhadores) frente aos três meses imediatamente
anteriores e de 2% (menos 1,78 milhão de trabalhadores) comparado ao
mesmo trimestre do ano passado. O nível de ocupação atingiu o menor
nível da série, a 53,4%. — Em seis anos, atingimos o menor nível de ocupação. Isso não é
positivo. Temos uma fila de desocupação de 13,5 milhões adultos perdendo
emprego, então esse nível é uma configuração extremamente desfavorável
para o mercado brasileiro — aponta o coordenador do IBGE.
Devido ao aumento da população desocupada, a força de trabalho no
país atingiu 102,9 milhões no período, representando um aumento de 0,5%
frente ao trimestre encerrado em novembro. Já frente ao mesmo trimestre
de 2016, foi um acréscimo de 1,4 milhão de pessoas nesse volume, uma
alta de 1,4%.
MENOS EMPREGO COM CARTEIRA
O número de trabalhadores com carteira assinada recuou, chegando a 33,7 milhões de pessoas. São 337 mil pessoas a menos (-1%) frente ao trimestre imediatamente anterior. Já em um ano, foi uma queda de 3,3% no número, o que representa 1,1 milhão de trabalhadores celetistas a menos.
Em 2016, a taxa média anual de desemprego voltou a bater recorde histórico, desde o início da pesquisa, em 2012, atingindo 11,5% da força de trabalho em todo o Brasil. Cresceu 3 pontos percentuais em relação a 2015, quando ficou em 8,5%. Na média, 11,8 milhões de pessoas ficaram desempregadas ano passado. — A carteira de trabalho continua em queda expressiva. A queda na carteira não se deu só na comparação anual como vemos observando, mas também na trimestral. Nessa passagem de ano, a gente teve uma perda de 337 mil postos de trabalhos com carteira assinada — diz Cimar Azeredo.
O número de trabalhadores por conta própria no trimestre encerrado em fevereiro ficou estável frente aos três meses anteriores. Esse contingente permaneceu em 22,2 milhões de pessoas. Quando comparado ao mesmo trimestre de 2016, houve queda de 4,8%, o que equivale a 1,1 milhão trabalhadores por conta própria a menos.
RENDIMENTO
O rendimento médio no trimestre encerrado em fevereiro ficou em R$ 2.068, o que segundo o IBGE indica estabilidade nas duas comparações, frente ao trimestre anterior (R$ 2.049) e ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.037). A massa de rendimento real dos trabalhadores no período ficou em R$ 180,2 bilhões, também estável.
EMPREGO POR SETORES
O volume de empregados no setores da construção (6,9 milhões) e agricultura (8,8 milhões) atingiram os menores níveis desde o início da série histórica. Na construção, foi uma redução de 1,7% frente ao trimestre anterior (menos 118 mil empregados) e uma forte queda de 9,7% em comparação há um ano (menos 749 mil trabalhadores). Por outro lado, o setor de alojamento e alimentação registrou o maior número de trabalhadores desde 2012, chegando a 5 milhões.
O setor da indústria em geral registrou queda nas duas comparações: de 2% (menos 225 mil pessoas) frente aos três meses encerrados em novembro e 4,3% na relação anual (511 mil trabalhadores a menos).
Azeredo destaca a piora do cenário do mercado de trabalho na indústria. Segundo ele, antes da crise, em 2014, havia 13 milhões de pessoas ocupadas no setor. O número chegou a 11, 8 milhões no ano passado, e hoje, há 11,3 milhões. Foram praticamente 1,7 milhão de pessoas em dois anos, de acordo com o coordenador do IBGE. - Tem a ver com a crise. A indústria foi sem dúvida o grupamento que mais sentiu a crise por ser o grupamento mais formalizado, ter uma participação em estados como São Paulo, do Sul, Minas Gerais, que são pontos importantes com peso na economia brasileira — afirma Azeredo, que ressalta o impacto que o setor tem na demissão indireta, de setores periféricos à indústria: — Quando se fecha um canteiro de obra, você põe para fora segurança, faxina; mexe com bastante coisa. São grupamentos muito populosos, que causam impacto quando afetados.
O setor do comércio se manteve estatisticamente estável, segundo o IBGE. Apesar disso, em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, o recuo foi de 193 mil vagas, ou 1,1%. Frente ao trimestre encerrado em novembro, a queda foi de 0,1%, menos 25 mil vagas. Transportes, armazenagem e correio também registrou estabilidade nas duas comparações: alta de 1,3% (mais 58 mil vagas) e 1,6% (mais 72 mil postos de trabalho).
O setor de alojamento e alimentação registrou altas: 409 mil pessoas a mais, crescimento de 9%, frente ao mesmo trimestre de 2016, e alta de 3,5%, ou 169 mil trabalhadores na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
MENOS EMPREGO COM CARTEIRA
O número de trabalhadores com carteira assinada recuou, chegando a 33,7 milhões de pessoas. São 337 mil pessoas a menos (-1%) frente ao trimestre imediatamente anterior. Já em um ano, foi uma queda de 3,3% no número, o que representa 1,1 milhão de trabalhadores celetistas a menos.
Em 2016, a taxa média anual de desemprego voltou a bater recorde histórico, desde o início da pesquisa, em 2012, atingindo 11,5% da força de trabalho em todo o Brasil. Cresceu 3 pontos percentuais em relação a 2015, quando ficou em 8,5%. Na média, 11,8 milhões de pessoas ficaram desempregadas ano passado. — A carteira de trabalho continua em queda expressiva. A queda na carteira não se deu só na comparação anual como vemos observando, mas também na trimestral. Nessa passagem de ano, a gente teve uma perda de 337 mil postos de trabalhos com carteira assinada — diz Cimar Azeredo.
O número de trabalhadores por conta própria no trimestre encerrado em fevereiro ficou estável frente aos três meses anteriores. Esse contingente permaneceu em 22,2 milhões de pessoas. Quando comparado ao mesmo trimestre de 2016, houve queda de 4,8%, o que equivale a 1,1 milhão trabalhadores por conta própria a menos.
RENDIMENTO
O rendimento médio no trimestre encerrado em fevereiro ficou em R$ 2.068, o que segundo o IBGE indica estabilidade nas duas comparações, frente ao trimestre anterior (R$ 2.049) e ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.037). A massa de rendimento real dos trabalhadores no período ficou em R$ 180,2 bilhões, também estável.
EMPREGO POR SETORES
O volume de empregados no setores da construção (6,9 milhões) e agricultura (8,8 milhões) atingiram os menores níveis desde o início da série histórica. Na construção, foi uma redução de 1,7% frente ao trimestre anterior (menos 118 mil empregados) e uma forte queda de 9,7% em comparação há um ano (menos 749 mil trabalhadores). Por outro lado, o setor de alojamento e alimentação registrou o maior número de trabalhadores desde 2012, chegando a 5 milhões.
O setor da indústria em geral registrou queda nas duas comparações: de 2% (menos 225 mil pessoas) frente aos três meses encerrados em novembro e 4,3% na relação anual (511 mil trabalhadores a menos).
Azeredo destaca a piora do cenário do mercado de trabalho na indústria. Segundo ele, antes da crise, em 2014, havia 13 milhões de pessoas ocupadas no setor. O número chegou a 11, 8 milhões no ano passado, e hoje, há 11,3 milhões. Foram praticamente 1,7 milhão de pessoas em dois anos, de acordo com o coordenador do IBGE. - Tem a ver com a crise. A indústria foi sem dúvida o grupamento que mais sentiu a crise por ser o grupamento mais formalizado, ter uma participação em estados como São Paulo, do Sul, Minas Gerais, que são pontos importantes com peso na economia brasileira — afirma Azeredo, que ressalta o impacto que o setor tem na demissão indireta, de setores periféricos à indústria: — Quando se fecha um canteiro de obra, você põe para fora segurança, faxina; mexe com bastante coisa. São grupamentos muito populosos, que causam impacto quando afetados.
O setor do comércio se manteve estatisticamente estável, segundo o IBGE. Apesar disso, em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, o recuo foi de 193 mil vagas, ou 1,1%. Frente ao trimestre encerrado em novembro, a queda foi de 0,1%, menos 25 mil vagas. Transportes, armazenagem e correio também registrou estabilidade nas duas comparações: alta de 1,3% (mais 58 mil vagas) e 1,6% (mais 72 mil postos de trabalho).
O setor de alojamento e alimentação registrou altas: 409 mil pessoas a mais, crescimento de 9%, frente ao mesmo trimestre de 2016, e alta de 3,5%, ou 169 mil trabalhadores na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
Fonte: O Globo
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