Para manter a carcomida estrutura da República, é necessário desmoralizar o Estado democrático de Direito. E isso está sendo feito com rara eficiência. O STF joga um papel fundamental nesse processo. Vai atuar na vanguarda sem nenhum temor. Conta com amplo apoio na praça dos Três Poderes. E com a simpatia do grande capital que está receoso da continuidade das investigações sobre o petrolão e dos desdobramentos que possam desvendar estranhos privilégios no pagamento de tributos, benefícios fiscais e a confecção de medidas provisórias.
Diversamente de outros momentos da história do Brasil, quando a conciliação acabou impedindo a construção do novo, dessa vez não será tarefa fácil reconfigurar o bloco político que está – e pretende continuar ad eternum – no poder. A ativa participação da sociedade civil é o principal elemento complicador. E a presença das redes sociais, sempre vigilantes, construiu novas formas de participação política.
O impasse não foi rompido. Pelo contrário, tende a se agravar. Poderemos até chegar a uma grave crise institucional de consequências inimagináveis. Qualquer possibilidade de um grande acordão está fadada ao fracasso. A fratura entre a praça dos Três Poderes e o Brasil real cresce a cada dia. E se aprofunda com decisões como a libertação momentânea de José Dirceu.
Nada indica que a Lava Jato vai interromper seu trabalho. Deve, inclusive, agilizar as condenações. E conta com amplo apoio popular. As manobras brasilienses só agravam a crise política. Qualquer possibilidade de um grande acordão está fadada ao fracasso. A fratura entre a praça dos Três Poderes e o Brasil real cresce a cada dia
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