Enfrentamento do problema, que assumiu dimensão nacional, exige cooperação do governo federal e ações integradas entre as diversas forças de segurança
Aviolência ultrapassou todos os limites — inclusive aqueles que
separam as 27 unidades da Federação. Como mostrou uma série de
reportagens do “Jornal da Globo”, o Brasil vive uma epidemia de
violência. E, se antes a criminalidade estava concentrada nas áreas mais
industrializadas, hoje ela se revela um problema nacional. Não só isso.
Em 15 anos (de 2000 a 2015), as estatísticas viraram do avesso. O
Sudeste, que detinha a maior taxa de homicídios do país, conseguiu
reduzir seus índices (passou de 38 para 19 por cem mil habitantes),
enquanto as Regiões Norte e Nordeste viram seus números dispararem (de
18 para 40, e de 21 para 42, respectivamente). Sergipe, estado apontado
como o mais violento, registra 58,1 homicídios por cem mil habitantes,
taxa que se assemelha à da Venezuela (57,6).
Nesse diapasão, o crime se interiorizou, atingindo indistintamente metrópoles e rincões. Mas, se as grandes cidades conseguiram reduzir suas taxas de homicídio no período 2000-2015 (de 46 para 36 por cem mil habitantes), as pequenas e médias se tornaram ainda mais reféns do crime — as taxas subiram de 11 para 16, e de 16 para 27, respectivamente. O pequeno município de Itabaiana, em Sergipe, viu sua taxa de homicídio disparar de 30 para 89, o triplo da média nacional.
Essa tragédia que se estende do Oiapoque ao Chuí é corroborada pelos números do Atlas da Violência, estudo do Ipea divulgado segunda-feira passada. Em 2015, foram registrados no Brasil quase 60 mil assassinatos. O que significa que, diariamente, 161 pessoas são mortas de forma violenta no país. A taxa de homicídios é de 28,9 por cem mil habitantes — o limite da OMS é de dez por cem mil. Outro dado estarrecedor é que praticamente metade das vítimas é jovem. Números de envergonhar qualquer nação. Segundo o Atlas, em apenas três semanas no Brasil são assassinadas em média 3.381 pessoas, número superior ao de vítimas de todos os atentados terroristas no mundo (3.314) nos cinco primeiros meses do ano.
O contundente painel formado por esses números mostra que o combate à violência não pode ficar restrito aos estados. E que a União precisa assumir o seu papel nesse processo. Por muitos motivos. Primeiramente, porque o problema tomou dimensões nacionais. Para citar um exemplo, a maior facção de São Paulo já atua nos estados do Rio e do Amazonas. Ademais, drogas e armas entram no país por fronteiras, portos e aeroportos vulneráveis. Veja-se o caso da apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão. Suspeita-se de que outros 30 carregamentos tenham chegado à capital fluminense vindos de Miami. Tudo pela porta da frente.
Dessa forma, fica claro que não existe solução para o problema que não seja uma ação integrada entre todas as forças de segurança, com políticas de longo prazo e uso de inteligência e tecnologia no combate ao crime. Até porque os bandidos estão muito bem equipados e os tempos atuais, de violência extrema, não permitem amadorismo.
Nesse diapasão, o crime se interiorizou, atingindo indistintamente metrópoles e rincões. Mas, se as grandes cidades conseguiram reduzir suas taxas de homicídio no período 2000-2015 (de 46 para 36 por cem mil habitantes), as pequenas e médias se tornaram ainda mais reféns do crime — as taxas subiram de 11 para 16, e de 16 para 27, respectivamente. O pequeno município de Itabaiana, em Sergipe, viu sua taxa de homicídio disparar de 30 para 89, o triplo da média nacional.
Essa tragédia que se estende do Oiapoque ao Chuí é corroborada pelos números do Atlas da Violência, estudo do Ipea divulgado segunda-feira passada. Em 2015, foram registrados no Brasil quase 60 mil assassinatos. O que significa que, diariamente, 161 pessoas são mortas de forma violenta no país. A taxa de homicídios é de 28,9 por cem mil habitantes — o limite da OMS é de dez por cem mil. Outro dado estarrecedor é que praticamente metade das vítimas é jovem. Números de envergonhar qualquer nação. Segundo o Atlas, em apenas três semanas no Brasil são assassinadas em média 3.381 pessoas, número superior ao de vítimas de todos os atentados terroristas no mundo (3.314) nos cinco primeiros meses do ano.
O contundente painel formado por esses números mostra que o combate à violência não pode ficar restrito aos estados. E que a União precisa assumir o seu papel nesse processo. Por muitos motivos. Primeiramente, porque o problema tomou dimensões nacionais. Para citar um exemplo, a maior facção de São Paulo já atua nos estados do Rio e do Amazonas. Ademais, drogas e armas entram no país por fronteiras, portos e aeroportos vulneráveis. Veja-se o caso da apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão. Suspeita-se de que outros 30 carregamentos tenham chegado à capital fluminense vindos de Miami. Tudo pela porta da frente.
Dessa forma, fica claro que não existe solução para o problema que não seja uma ação integrada entre todas as forças de segurança, com políticas de longo prazo e uso de inteligência e tecnologia no combate ao crime. Até porque os bandidos estão muito bem equipados e os tempos atuais, de violência extrema, não permitem amadorismo.
Fonte: O Globo - Opinião
Nenhum comentário:
Postar um comentário