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domingo, 18 de março de 2018

Cadê a solidariedade dos ativistas da maldita esquerda? dos psolistas? dos anarquistas?



Família não tem dinheiro para sepultar menino Benjamin morto no Alemão

Pai diz que vai recorrer à rede de solidariedade e se queixa de falta de apoio das autoridades

Além da dor da perda do filho de apenas 1 ano e 7 meses, vítima de uma bala disparada no fogo cruzado entre PMs e criminosos no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, o gesseiro Fábio Antônio da Silva, de 38 anos, ainda enfrenta o drama não ter o dinheiro para fazer o sepultamento do menino Benjamin. O pai, que está desempregado desde 2015 e vem vivendo de pequenos trabalhos como autônomo, disse que espera contar com uma rede de solidariedade que se formou após a morte da criança. Algumas pessoas já ofereceram para ajudar, mas ele espera ainda tomar conhecimento do valor necessário para então recorrer a esse auxílio. 

— Eu não consegui nada até agora. Também não quis ser injusto com as pessoas e usar esse momento de dor para achacar ninguém. Hoje, de São Paulo, se ofereceram para me ajudar. Só que, como uma pessoa honesta, não quero me valer de uma situação para me beneficiar. Só quero dignamente sepultar meu filho. Estou vindo agora fazer a certidão de óbito e depois vou à funerária para saber o valor e começar a mobilizar a internet e as pessoas que se ofereceram para me ajudar. Vou disponibilizar uma conta para adquirir o dinheiro e poder pagar (o enterro).

Fábio disse que no Rio, o sepultamento ficaria entre R$ 1.500 e R$ 2.800. Porém, ele optou por enterrar o filho em Niterói, onde mora, mas ainda não tem ideia de quanto vai custar. O enterro deve ocorrer à tarde, provavelmente no Cemitério do Maruí. O pai disse que, entre as pessoas que já se ofereceram para custear as despesas, estão uma professora de Niterói e um amigo que trabalha para um político da cidade. Muito revoltado, o gesseiro se queixa da falta de apoio das autoridades. Ele reclamou que, desde a morte da criança, a família não foi procurada por nenhum representante do poder público. — Meu filho morreu na sexta-feira e até agora ninguém falou nada. Ninguém me procurou. Nenhuma autoridade. Hoje meu filho vai ser enterrado e depois acabou. Fica para a história e a lembrança passa com o tempo. Vai virar mais um. Nenhum órgão público veio me procurar. É como se fosse um lixo. Meu filho só tinha 1 ano e 7 meses. Cadê a resposta? Ninguém fala nada. Acho que alguma autoridade devia procurar a família. As pessoas estão se mobilizando para me ajudar pagar o enterro do meu filho. Pedi ajuda a uma professora de Niterói e a um amigo que trabalha com um político. Não fui eu quem matou meu filho. Se fosse, a impressa teria caído de pau em cima de mim, me chamando de cretino. Foi a violência do Estado do Rio que matou meu filho e eles estão quietos — desabafou. [parte desta violência é estimulada pelos próprios ativistas que ao proteger os direitos humanos pró-bandidos, estimulam mais ainda a criminalidade - o bandido vai à 'caça' com a certeza que matando ou morrendo, sempre a polícia fica mal.]

Fábio contou que conheceu Paloma Maria Novaes, de 29 anos, mãe de Benjamin, há cerca de oito anos, quando ela ainda vivia nas ruas do Centro do Rio. Ele tem também uma filha de 4 anos com ela. Porém, admitiu que sua relação com a mãe do menino era paralela à que tem com outra mulher, com quem vive em Niterói e com a qual tem outro filho. O gesseiro disse que a atual companheira só tomou conhecimento do sua relação com Paloma, após o nascimento de Benjamin.  — É uma segunda família que eu adquiri. Tirei a Paloma da rua, tive dois filhos com ela e vinha cuidando aos trancos e barrancos dessa família. Era uma pessoa que só tinha escuridão na vida dela e em oito anos eu consegui transformar isso. A felicidade que eu construí para ela alguém roubou.

No total, o gesseiro tem dez filhos de relacionamentos anteriores com outras mulheres, dos quais sete são registrados oficialmente por ele.  Benjamin foi atingido por um tiro na cabeça, a caminho da casa da avó, na Favela Nova Brasília, que faz parte do Complexo do Alemão. Paloma havia saído de um ônibus momentos antes de começar um tiroteio entre criminosos e PMs, num dos acessos à comunidade, na noite de sexta-feira. Ela contou que, após colocar o filho num carrinho de bebê, parou em frente a uma barraca para comprar algodão doce e, quando ouviu os tiros começou a correr, empurrando o carrinho. Só quando parou é que percebeu que a criança havia sido atingida.  O tiroteio fez outras vítimas, sendo mais três fatais, além de Benjamin: José Roberto da Silva, de 58 anos, que chegou a ser levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu; Maria Lúcia da Costa, de 58 anos; e um acusado de envolvimento no confronto. Outras sete pessoas ficaram feridas, incluindo três suspeitos.

O Globo



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