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domingo, 11 de março de 2018

Estatuto do PCC revela que ‘preço da traição é a morte’

Documento obtido pela polícia revela que, mesmo presos, integrantes devem pagar contribuição mensal 

Conhecido por uma estrutura de funcionamento semelhante à adotada por empresas, com domínio da logística de transporte, armazenagem e comércio de drogas e armas, o PCC vende uma imagem de que sua atuação garante paz e tranquilidade nas áreas onde atua. Mas suas regras são duras e violentas, e quem adere a elas, como o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, é submetido a um rígido código de conduta. Uma cópia do estatuto da organização criminosa foi apreendida durante uma megaoperação da polícia do Paraná em 2015, em que foram interceptadas conferências telefônicas de integrantes de quadrilhas em 12 estados.

AUSÊNCIA DO ESTADO
No estatuto, é possível ver que, em troca de suporte para a atividade criminosa, quem entra para o grupo é punido com a morte caso desobedeça à hierarquia e à disciplina imposta. “O comando não admite acomodações e fraqueza diante da nossa causa”, diz o texto manuscrito. Com bocas de fumo próprias e franqueadas, que pagam percentual sobre o total da droga vendida, o PCC age na ausência do estado. Promete de cesta básica a auxílio a doentes, com pagamento de cirurgias e remédios, mas, em troca, ameaça a vida dos integrantes se suspeitar de traição. É o caso, por exemplo, de quem aceita ser batizado dentro das prisões, onde a quadrilha domina. Se pedir para deixar a facção quando estiver perto de ganhar liberdade, a situação também pode ser avaliada como traição, e o texto é taxativo: “O preço da traição é a morte”.

A morte também aparece como punição para presos que forem salvos pela quadrilha e, na hora de cumprir a obrigação de resgatar outro integrante do bando, falharem por “fraqueza, deslealdade ou desinteresse”. A punição é a mesma para quem superfaturar algo para levar vantagem sobre a organização, mudar para outra facção ou delatar. No caso de agentes penitenciários e policiais civis e militares que matarem algum integrante do bando ou tentarem algum tipo de extorsão, a resposta é a mesma: “Vida se paga com vida, sangue se paga com sangue”.

Segundo as investigações, o PCC domina inúmeras cadeias, e, sendo assim, os presos têm que pagar a chamada “cebola”, contribuição mensal à facção em troca de segurança, celular e assistência jurídica. A estimativa é que a facção tenha de 25 mil a 35 mil homens armados em todo o país.

O Globo

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