Mané Garrincha: Justiça determina envio de menções a Rogério Rosso ao STF
A Justiça acatou o pedido do Ministério
Público Federal (MPF) e determinou que sejam remetidos ao Supremo
Tribunal Federal (STF) os documentos com menções de irregularidades
atribuídas ao ex-governador Rogério Rosso (PSD). Devido ao foro
privilegiado, a Corte Superior precisa autorizar investigações contra o
parlamentar. O documento, entretanto, não aponta quais seriam os
indícios de ilicitudes. Na gestão de Rosso, foi assinado o contrato
entre o GDF e o Consórcio Brasília 2014.
Materiais anteriores apontavam o possível envolvimento de Rosso com a distribuição das maiores obras da capital entre as principais empreiteiras. Segundo delação premiada do ex-executivo da Construtora Andrade Gutierrez Rodrigo Ferreira Lopes, homologada pelo STF, um emissário pediu à empreiteira, em nome do ex-governador — que assumiu mandato tampão entre abril e dezembro de 2010 —, propina de R$ 12 milhões.O depoimento acrescenta que, em 2010, houve uma reunião na casa de do deputado, então governador, para a condução de discussões relativas ao andamento da licitação do Estádio Nacional Mané Garrincha. À época, ele teria designado André Motta, que estava à frente do ramo de Parcerias Público-Privadas (PPP) do governo, para conduzir as tratativas. Ainda naquele ano, o delator relata que uma pessoa “de fisionomia clara e calva” compareceu ao escritório da Andrade Gutierrez para, em nome de Rosso, pedir os R$ 12 milhões. A proposta, no entanto, teria sido rejeitada pela empreiteira. Posteriormente, André Motta teria requisitado, também em nome do ex-governador, R$ 500 mil em valores indevidos.
Segundo o depoimento, a construtora quitou esse valor em 2011, após a assinatura do contrato referente ao Mané Garrincha, quando Rosso já havia deixado o Executivo local. O responsável pelo pagamento seria Carlos José de Souza, outro executivo da Andrade Gutierrez, cuja delação permanece em sigilo.Rodrigo Ferreira Lopes ainda afirmou que a Via Engenharia, segunda integrante do consórcio responsável pelas obras, deveria pagar o mesmo valor, mas não sabe dizer se a quitação ocorreu.
Ao Correio, o deputado federal Rogério Rosso ressaltou que “o recebimento da denúncia pela Justiça Federal em relação às obras do estádio Mané Garrincha não tem qualquer relação com a minha pessoa”. “As peças que a decisão faz referência já foram objeto de análise pela Procuradoria-Geral da República e de decisão do STF, pelo Ministro Edson Fachin, nos autos da PET 7200. Nenhuma investigação foi aberta. Repudio veementemente qualquer tentativa de associar meu nome nesse ou em qualquer outro episódio sobre irregularidades na minha gestão. Estou tranquilo quanto à lisura de todos os atos por mim praticados enquanto Governador de Brasília ou no exercício de qualquer função pública”.
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