O pior no
financiamento à exportação de serviços para países como Venezuela e Moçambique
foi colocar o dinheiro do contribuinte como garantia. É um erro já cometido no
passado. Os dois países atrasaram pagamentos de R$ 1,5 bi, montante que será
coberto por dinheiro público vindo do FGTS e do Fundo Garantidor à Exportação
(FGE).
Não vai faltar
dinheiro para o FGTS. Os recursos que o governo direcionou para cobrir o calote
serão remanejados. É uma decisão ruim, mas a origem do calote é o grande
problema. O erro original foi colocar o BNDES para financiar exportações de
serviço, de empreiteiras brasileiras que foram executar obras no exterior.
Coube ao FGE, que também conta com recursos públicos, garantir as operações.
Como ele não tem fundos suficientes, o governo vai cobrir com dinheiro do FGTS.
Estava
escrito. Nesse filme, o dinheiro do contribuinte morre no fim. Sempre que o
governo coloca dinheiro público para garantir as exportações, acontece algo
parecido. Na década de 1970, o Brasil financiou obras da Mendes Júnior no
Iraque. No final, quem pagou foi o contribuinte. O governo ignorou a lição do
passado.
Não
faltaram alertas. Quando o financiamento foi feito, a Venezuela já estava em
dificuldades, cometendo erros seguidos na economia. Mas à época o BNDES adotava
a política dos campeões nacionais. Esse calote é mais uma conta dessa política
que custou muito caro ao país.
Blog Míriam Leitão - O Globo
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