O esforço
para politizar a prisão de Lula estimula a suspeita de que o PT, cansado de se
apresentar à sociedade como um partido, esteja tentado se transformar numa
seita. O petismo trata Lula como uma divindade e os executores de sua pena como
agentes de uma neo-inquisição. A juíza Carolina Lebbos negou o pedido de visita
de mais de uma dezena de políticos a Lula. Só parentes e advogados têm livre
acesso. Assim é com todos os demais presos na PF de Curitiba. Mas o PT trata a
decisão como heresia, um atentado à democracia.
A Lei de
Execuções penais prevê que o preso tem direito à visita do cônjuge, de
parentes e amigos em dias determinados. Mas também anota que esse direito não é
absoluto. E a juíza de Curitiba realçou que a ampliação das visitas de Lula
dificultaria o funcionamento da PF e prejudicaria o direito dos outros presos de
também receber os seus familiares.
O PT
finge que não notou, mas quem está preso em Curitiba não é um ex-presidente ou
um futuro candidato. Foi em cana um cidadão igual a todos os demais. O que
distingue Lula no momento é a condenação por corrupção. Politizando a prisão, o
PT anima os seus devotos. Mas distancia-se da maioria do eleitorado. De acordo
com o Datafolha, 54% dos eleitores consideraram a prisão de Lula justa, 57%
defendem o encarceramento na segunda instância e 84% desejam a continuidade da
Lava Jato. Estão a caminho novas condenações de Lula. O PT logo estará pregando
apenas para convertidos.
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