Cerca de 20% dos empregados e aposentados de plano
deficitário já conseguiram liminar suspendendo cobrança
A Petros, fundo de pensão dos funcionários da
Petrobras, está recebendo uma enxurrada de ações na Justiça em várias regiões
do país, contra a cobrança de uma contribuição extra de empregados, aposentados
e pensionistas que fazem parte do Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP).
Esse plano teve déficit acumulado de R$ 27,7 bilhões entre 2013 e 2015 e, por
isso, seguindo a lei que rege o setor, a fundação deu início ao equacionamento
desse déficit em março. Mas 11.200 participantes, ou cerca de 20% do total de
integrantes do PPSP, conseguiram suspender essas contribuições extras por meio
de liminares. Ou seja, segundo levantamento da Petros a pedido do GLOBO, em
média metade dos pedidos de liminar foram concedidos pela Justiça.
A Ambep
(Associação dos Mantenedores Beneficiários da Petrobras), que tem mais de 35
mil associados entre empregados da ativa e aposentados, estimou que pelo menos
15 ações conseguiram parecer favorável aos empregados na justiça. Segundo o
diretor administrativo da Ambep, Pedro Carvalho, todos os sindicatos, em todas
as regiões do país, além de associações como a Ambep, estão recorrendo à
Justiça. Há ainda ações individuais de empregados. A Ambep aguarda ainda uma
decisão em segunda instância da Justiça em Brasília em uma ação na qual
representa 18 mil petroleiros. — Os
empregados teriam que pagar apenas por déficits do fundo resultantes de
problemas por questões de conjuntura econômica. Os empregados não vão pagar por
maus negócios, aplicações duvidosas ou por dívidas das empresas mantenedoras —
afirma Pedro Carvalho.
Do valor
total do déficit da Petros, a Petrobras e a BR Distribuidora, que são as
patrocinadoras do fundo, contribuirão com R$ 13,7 bilhões, enquanto que 56 mil
participantes do Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP) contribuirão com R$
14 bilhões, que serão pagos ao longo dos próximos 18 anos. O desconto começou a
ser feito em março. Em alguns
casos, segundo empregados da ativa e aposentados, os descontos para a
contribuição extra chegam a representar duas ou três vez o valor da
contribuição regular. O aposentado Abdo Gavinho conta que, no seu caso, o valor
mensal que descontava para a Petros era de R$ 2.354,44. Agora, só o desconto
extra chega a R$ 5.597,26. — Esse
desconto além de injusto é um absurdo. E por estar teoricamente aumentando meu
patrimônio no fundo, aumentou o recolhimento do Imposto de Renda. Isso é muito
injusto — destacou Abdo. [vejam a malandragem da Petrobras dupla Temer e Pedro Parente:
- Lula e a gang lulopetista roubaram milhões e milhões da Petrobras (foi roubo, mesmo estando tipificado em outros artigos que não o 157 do Código Penal Brasileiro) quase levando a estatal à bancarrota.
Agora para se ressarcir do prejuízo a Petrobras joga para os beneficiários do Petros mais da metade do valor roubado e assume o restante -pouco menos da metade.
E, para se ressarcir da parte que legalmente é obrigada a cobrir, a petrolífera adota a política de aumentos quase que diários nos preços dos combustíveis e em percentuais bem acima da inflação.
Aproveita uma prática a principio conveniente aos seus interesses (atrelar o preço do combustível refinado ao preço internacional do petróleo) para ganhos extraordinários e com isso o contribuinte mais uma vez paga o que os ladrões roubam do governo.
De quebra o governo ainda ganha algum com o aumento no recolhimento do Imposto de Renda.
O
equacionamento do déficit atinge os empregados que participam do Plano Petros do
Sistema Petrobras (PPSP), que é o mais antigo do fundo, criado em 1970 ainda
com o modelo de benefício definido.
Já o
coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel,
destacou que a Petros tem problemas estruturais muito graves que precisam ser
identificados, para buscar soluções. Caso contrário, segundo ele, o fundo
continuará apresentando déficits. — A
Petros tem problemas estruturais graves e se não sanear não tem jeito. Se não
forem sanados esses problemas estruturais, vai ser igual a muitos planos de
previdência que foram à bancarrota. Ir à Justiça é um suspiro apenas, mas não
resolve o problema maior — destacou José Maria Rangel.
DECISÕES
EM SEGUNDA INSTÂNCIA
As
decisões sobre a suspensão da cobrança já chegam à segunda instância. No último
dia 9, a 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio concedeu liminar que
determinou a suspensão do desconto adicional sobre o valor dos benefícios
previdenciários de quatro aposentados d Petrobras. Eles tinham ajuizado uma
ação contra a Petros que foi distribuída, no fim de fevereiro, para a 5ª Vara
Cível do Rio. O pedido de liminar tinha sido indeferido pela primeira
instância. Os aposentados recorreram e conseguiram, pelo menos provisoriamente,
suspender os descontos extraordinários.
A liminar
foi concedida por unanimidade dos votos pelos desembargadores da 20ª Câmara
Cível. Na liminar, a desembargadora Maria de Castro Neves Vieira destaca o
elevado valor dos descontos previstos na taxa extra da Petros: “E não se trata,
apenas, de análise de risco (inegável em se tratando de aposentados que haverão
de se manter, no exemplo, com apenas 60% da verba de costume), mas também da
probabilidade lógica, já que tudo indica que a Agravada pode estar subvertendo
a forma de sanear seu déficit, repassando-o aos beneficiários que são, à
evidência, o lado mais fraco da relação.”
A Petros
destacou que que está recorrendo das decisões de suspensão, “pois, ao
implementar o equacionamento, está cumprindo uma obrigação legal” e, segundo a
fundação “ao mesmo tempo, trabalhando para garantir a perenidade do plano”. Segundo a
Petros, do total do déficit, cerca de 40% são decorrentes de questões
estruturais do plano. Um exemplo de questão estrutural segundo a Petros é a
necessidade de atualização do perfil familiar, que leva em conta mudanças
ocorridas na composição das famílias dos participantes, como maior longevidade
e novos casamentos que geram mais dependentes etc.
“O
restante do déficit foi causado pela conjuntura econômica particularmente
negativa, que teve impacto sobre os ativos, e por investimentos que tiveram
problemas de estruturação e não geraram o resultado esperado”.
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