Faz
sentido o Banco Central manter os juros inalterados em 6,5%. Houve muita
mudança nos valores dos ativos nos últimos dias e um forte recuo do real em
relação ao dólar. Depois de queda de 775 pontos nas taxas de juros em um ano e
sete meses, esperava-se mais um corte para depois eles ficarem estáveis. O BC
havia avisado na reunião passada, inclusive, que pretendia cortar mais uma vez
a Selic agora. Mas o cenário externo mudou totalmente desde o último encontro,
antecipando o encerramento do ciclo de relaxamento monetário.
No
comunicado, o BC comenta que o cenário externo está “mais desafiador” e
volátil. O aumento dos juros nas “economias avançadas” provocou ajustes no
mundo e diminuiu o “apetite” pelo risco dos países emergentes. Aos olhos do
Copom, o comportamento da inflação permanece favorável. Mas o comitê fez
questão de destacar que “a conjuntura econômica prescreve política monetária
estimulativa”, ou seja, o nível fraco da atividade recomenda que os juros
fiquem baixos. E adiantou que o nível de 6,5% deve ser mantido nas próximas
reuniões.
Outro
recado é sobre o andamento das reformas. “O Comitê enfatiza que o processo de
reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da
sua taxa de juros estrutural", diz o comunicado.
A decisão
inesperada provocou uma situação curiosa. O Itaú, acreditando em mais uma
redução da Selic, esperou até às 18h para anunciar um corte nas taxas cobradas
dos clientes, em diferentes linhas. A mensagem chegou às 18h08. A situação
deixa claro que os bancos ainda tem um espaço grande para repassar as reduções
nos juros para os clientes, após essa sequência de cortes na Selic, agora
interrompida.
Coluna da Miriam Leitão
LEIA MAIS
NO GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário