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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Manutenção dos juros pelo BC surpreende, mas faz sentido

Faz sentido o Banco Central manter os juros inalterados em 6,5%. Houve muita mudança nos valores dos ativos nos últimos dias e um forte recuo do real em relação ao dólar. Depois de queda de 775 pontos nas taxas de juros em um ano e sete meses, esperava-se mais um corte para depois eles ficarem estáveis. O BC havia avisado na reunião passada, inclusive, que pretendia cortar mais uma vez a Selic agora. Mas o cenário externo mudou totalmente desde o último encontro, antecipando o encerramento do ciclo de relaxamento monetário.

No comunicado, o BC comenta que o cenário externo está “mais desafiador” e volátil. O aumento dos juros nas “economias avançadas” provocou ajustes no mundo e diminuiu o “apetite” pelo risco dos países emergentes. Aos olhos do Copom, o comportamento da inflação permanece favorável. Mas o comitê fez questão de destacar que “a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa”, ou seja, o nível fraco da atividade recomenda que os juros fiquem baixos. E adiantou que o nível de 6,5% deve ser mantido nas próximas reuniões.

Outro recado é sobre o andamento das reformas. “O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural", diz o comunicado. 

A decisão inesperada provocou uma situação curiosa. O Itaú, acreditando em mais uma redução da Selic, esperou até às 18h para anunciar um corte nas taxas cobradas dos clientes, em diferentes linhas. A mensagem chegou às 18h08. A situação deixa claro que os bancos ainda tem um espaço grande para repassar as reduções nos juros para os clientes, após essa sequência de cortes na Selic, agora interrompida.

Coluna da Miriam Leitão
 
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