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domingo, 7 de outubro de 2018

A utilidade do fator arrependimento

História mostra o risco embutido em eleições que desembocam em votos contra

Numa  eleição influenciada pelo voto contra, talvez seja melhor pensar no risco embutido nessa decisão


Hoje o eleitor poderá escolher entre 13 candidatos. Nos últimos 29 anos, os brasileiros elegeram quatro pessoas para a Presidência: Fernando Collor, FHC, Lula e Dilma. Pode-se dizer que uma boa parte dos eleitores de Collor e Dilma se arrependeram do voto. [votei apenas em Collor; NUNCA VOTEI, NEM VOTAREI no maldito PT e na maldita esquerda.] [Muita gente que preferiu Aécio Neves também deve ter se arrependido, e essa história mostra o risco embutido em eleições que desembocam em votos contra.  Quem já votou para presidente terá mais facilidade em lidar com o fator arrependimento, quer pelos candidatos em quem votou, quer por aqueles em que se orgulha de não ter votado.

Em todos os casos, pode-se ir à seção eleitoral movido pelo voto contra A ou B. No caminho, vale a pena pensar no fator arrependimento. No dia da eleição, o voto contra pode ser glorioso como uma vitória no futebol. Ao contrário das disputas esportivas, eleição elege e o candidato assumirá a Presidência em janeiro. Daí em diante o eleitor recebe a parte que lhe cabe desse latifúndio.  Muitos eleitores de Dilma, Collor e, lá atrás, Jânio Quadros arrependeram-se ou arrumaram justificativas fúteis para suas escolhas. Muitos colloridos votaram contra Lula, sabendo quem era a turma do “Caçador de Marajás”. [nós que votamos contra Lula e tudo de ruim que ele representa, continuaremos votando e NUNCA vamos nos arrepender  - Collor, a camarilha lulopetista e a esquerda representam tudo que não presta, que não vale nada.]
Os janistas votaram contra a turma de Juscelino Kubitschek, mas sabiam que Jânio era, no mínimo, “a UDN de porre” (palavras de Afonso Arinos, referindo-se à União Democrática Nacional, o partido que se ajoelhou para Jânio).  Eleições embebidas em votos contra produzem vencedores, mas a experiência mostra que, em pelo menos dois casos, entregaram o Brasil a presidentes desastrosos.

Receita para um autogolpe
Numa digressão genérica, o general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, referiu-se ao mecanismo do “autogolpe”, a que um governo recorreria, numa situação de grave crise política. “Já houve em outros países. Aqui nunca houve.”   Houve em 1965, 1968, 1969 e 1977, mas deixa pra lá, porque foram autogolpes dentro de um regime ditatorial. Vale a pena revisitar o autogolpe tentado, sem sucesso, por Jânio Quadros. 

Jânio assumiu a Presidência em janeiro de 1961, teve uma relação hostil com o Congresso e com as lideranças de sua própria base. Na manhã de 25 de agosto, sem ter falado com ninguém, renunciou ao cargo. No dia seguinte, ele disse ao jornalista Carlos Castello Branco, seu assessor de imprensa: “Nada farei por voltar, entrementes considero minha volta inevitável. Dentro de três meses, se tanto, estará na rua, espontaneamente, o clamor pela reimplantação do nosso governo”. Muita gente achava boa a ideia e havia antecedentes na cena internacional. Um mês depois da posse de Jango, a CIA informava ao presidente John Kennedy que a ideia da volta de Jânio ganhava força. 

O autogolpe de Jânio fez água porque foi um lance solitário, amalucado. Além disso, o vice era João Goulart, mal visto nas Forças Armadas e seu adversário. Num exercício de passadologia misturada com o presente, se o vice de Jânio fosse um parceiro fiel como o general Mourão e os dois renunciassem juntos, a Constituição de 1988 diz que “far-se-á eleição 90 dias depois”. Ambos poderiam se candidatar, pois se tivessem continuado no cargo estariam habilitados para disputar a reeleição.

Voto e cadeia
De um político que já viu de tudo:
“Logo depois da redemocratização, um candidato foi para o palanque e lembrou que durante a ditadura estivera na cadeia. Terminado o comício, um cabo eleitoral experimentado disse-lhe: ‘Doutor, aqui no nosso bairro evite falar que esteve na cadeia. O pessoal acha que cadeia é lugar de bandido.’” [cadeia continua sendo lugar de bandido e sempre será - a permanência de Lula confirma o afirmado.]

(...)

Disse tudo
A repórter Maria Cristina Fernandes disse tudo em relação à disputa de hoje: “O PT rejeitou a chapa [Ciro-Haddad] porque pretendia fazer da disputa eleitoral um plebiscito sobre a permanência de Lula na cadeia. E permitiu a formação daquele que hoje parece o maior partido do país, o antipetismo.

(...)

Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e acha que um Comitê da ONU pode impor uma candidatura presidencial a uma nação soberana. Por cretino, ele não sabe por que Israel não saiu dos territórios palestinos.
O único consolo do idiota é ver que Fernando Haddad pensa como ele.

(...)
A força dos EUA
Quem namora uma suposta decadência dos Estados Unidos deve pensar melhor.
A primeira empresa americana a bater o valor de mercado de US$ 1 bilhão foi a U.S. Steel, em 1901. Ela resultou da fusão dos interesses de dois milionários, o banqueiro J. P. Morgan e o industrial Andrew Carnegie. Morgan nasceu rico, mas Carnegie veio do nada.
Hoje duas empresas americanas bateram a marca do trilhão de dólares, a Apple e a Amazon.

Steve Jobs e Jeff Bezos saíram do nada e tornaram-se bilionários pela força de suas ideias. Jobs não foi criado pelo pai. O de Bezos deixou a mulher e ela casou-se com um jovem cubano cuja família deixara a ilha de Fidel e chegara a Miami sem muita coisa além da ajuda da Igreja Católica.
(...)

Capitães
A história do Brasil teve dois outros capitães famosos: Luís Carlos Prestes e Carlos Lamarca. Nenhum dos dois trouxe sorte. [ambos eram porcos comunistas, traidores e desertores;  o teor da matéria deixa a ideia que está havendo uma comparação dos dois vermes com o capitão Jair Bolsonaro, o que além de não prosperar, representa evidente ofensa ao  futuro presidente da República Federativa do Brasil.]

Elio Gaspari, jornalista - O Globo

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