O grupo aperta o passo pela alameda de acesso ao condomínio privado de classe média
access_time
27 out 2018, 14h00
O grupo aperta o passo pela alameda de acesso ao condomínio privado de classe média na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde mora, cuida da saúde e faz campanha, o candidato que lidera todas as pesquisas com relativa folga, incluindo a mais recente, do Ibope, na qual experimentou sua primeira parada de crescimento no segundo turno. No correr da semana, o JN registrou outras romarias expressivas no Rio ( parlamentares, prefeitos, evangélicos e pastores de outros credos). No entanto, a cena mais simbólica, para o jornalista, foi mesmo a do encontro do capitão presidenciável com os empresários, congelado na fotografia que começou a circular nas redes sociais.
Informa e permite outras observações. Uma delas, publicada no El Pais, síntese perfeita dos 30 minutos de conversa, feita por Fernando Figueredo, presidente-executivo da Abiquim: “O fundamental é que ele disse que não quer atrapalhar”. O executivo observou, também, que o dono da casa nem sequer segurava um papel para anotar os comentários dos industriais. Preciosa revelação!
Rodado observador, por dever de profissão, dos signos do poder, em outras eleições e redações, bateu de imediato uma recordação: me fez retornar à noite de 12 setembro de 2002, em Salvador, na curva de chegada da campanha que levaria ao inédito no Brasil, como escrevi então neste espaço: Um ex-dirigente sindical do ABC (Luiz Inácio Lula da Silva, fundador do PT ( hoje preso em uma cela da sede da PF em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro) conduzido pelo voto ao Palácio do Planalto.
Naquela noite, um temporal diluviano ameaçava afogar a capital, e o melhor a fazer era não sair de casa. Tomar avião nem pensar, ainda mais se a pessoa arde em febre de mais de 28 graus e está com a garganta estropiada por uma faringite agravada pelo excessivo uso das cordas vocais, pelos últimos atos da campanha. Era o caso de José Alencar, então candidato a vice da chapa praticamente vitoriosa. Dono da Coteminas, anunciado para falar aos seus pares da indústria e do comércio, na sede da multicentenária Associação Comercial da Bahia.
Não repetirei o que escrevi antes sobre este episódio . Resumo apenas que, quase na hora marcada, sob dilúvio, Zé Alencar chegava no prédio histórico da ACB, lotado, para a palestra destinada a derrubar resistências ainda fortes na elite empresarial do Nordeste, “quanto a apoiar o barbudo sindicalista do PT, para ocupar o mais alto posto de comando da Nação”. O resto e o que se sabe.
“Ninguém me contou. Eu estava lá. Eu vi”, repito, para terminar, as palavras do jornalista Sebastião Nery, na apresentação do livro Rompendo o Cerco, sobre Ulysses Guimarães. Agora falta conferir o que virá, depois das romarias à casa do capitão Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. Bom Voto!
Vitor Hugo Soares, jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta.
Email: vitor_soares1@terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário