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sábado, 27 de outubro de 2018

O cheque especial de Bolsonaro

Fosse Ciro Gomes o adversário de Bolsonaro, candidato do PSL estaria bem mais ameaçado 

A pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira (25) aponta que a diferença entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) caiu de 18 pontos percentuais para 12 pontos percentuais no intervalo de uma semana . A diminuição extrapola a margem de erro da pesquisa e mostra que Bolsonaro e seu entorno não ficaram impunes aos erros e declarações infelizes dadas nas últimas semanas, meses, anos e décadas. Fugir dos debates também teria seu preço e Bolsonaro está pagando por esse e por outros desacertos com um cheque especial conquistado entre o fim do primeiro turno e o começo desta semana. A despeito do encurtamento da distância na pesquisa, Bolsonaro continua com uma mão e meia na faixa presidencial.  [enfatize-se que não foi por mérito de Haddad que a distância passou para seis pontos e sim devido o sistema de votos válidos, que faz com que qualquer oscilação positiva de um dos candidatos, resulte em oscilação negativa, do mesmo valor, do adversário (o percentual de crescimento do adversário é retirado do adversário;
assim,  o poste petista oscilou três pontos (apenas um ponto acima da margem de erro) que resultou em oscilação para baixo do capitão.]

A sorte do capitão reformado do Exército é que seu adversário pertence ao PT e isso não mudará até domingo, dia da eleição. A principal dificuldade para Haddad arrancar para a vitória reside no fato de estar amarrado a uma sigla que carrega o peso da Operação Lava Jato nos ombros. O partido também concorreu para uma crise econômica assombrosa, provocada pela incapacidade de a ex-presidente Dilma Rousseff lidar com os problemas que apareceram e os que ela mesma criou. A rejeição a Haddad - político moderado que poderia muito bem estar nos quadros do PSDB, por exemplo - alcança 52%, segundo o Datafolha. Quanto dessa rejeição pertence ao PT? Isso não foi medido. Muitos não veriam problema em imaginar Haddad no Planalto, mas a sombra do ex-presidente Lula e a de outros próceres da legenda, como o ex-ministro José Dirceu, não cabem nesse mesmo imaginário. Haddad não pôde e não soube se livrar dessas sombras. 
A obsessão do ex-presidente Lula, mesmo encarcerado, em instalar o PT novamente no Palácio do Planalto contribui com o caminho de Bolsonaro. Se os petistas, como pregou o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner, tivessem aberto mão da cabeça de chapa para o pedetista Ciro Gomes, a história da eleição certamente seria outra. Ciro, em que pese ter sido ministro de Lula, conseguiria se desvincular da estrela do PT e dar um cansaço enorme em Bolsonaro. [algo que só poderá ser comprovado em 2022, quando Bolsonaro estará concorrendo a reeleição e, mais uma vez, Ciro Gomes tentando passar para o segundo turno.] A propósito, as simulações de segundo turno, realizadas antes do primeiro turno, mostravam que Ciro Gomes deixaria Bolsonaro para trás na disputa. Ciro cansou de dizer isso, principalmente aos petistas, mas as urnas mostraram que ele foi solenemente ignorado.   

A menos de 72 horas do início da votação, o PT mendiga um apoio assertivo de Ciro na esperança de superar Bolsonaro. Ciro está insatisfeito com o PT há meses, desde que Lula atuou para deixá-lo isolado na campanha. Ciro volta ao Brasil nesta sexta-feira (26) para turbinar a campanha de Haddad a ponto do petista vencê-la? É o sonho de Haddad e de milhões de petistas. Esse apoio tímido de Ciro ao petista também ajudou a engordar o cheque especial de Bolsonaro.  [não toleramos Ciro Gomes, mas, ousamos afirmar que ele tem opinião e é marrento, o que  faz com que ele queira a destruição do PT e especialmente do Lula - não pode ser olvidado que em 2022, Lula continua inelegível, ainda que vivo fisicamente,  estará politicamente morto e com alguns anos de cadeia para puxar.]

Murilo Ramos - Época

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