Um acerto dificilmente pode ser melhorado. Mas um erro sempre pode
ser aperfeiçoado. Jair Bolsonaro namora a ideia de colocar Sergio Moro
na função de ministro da Justiça.
Seria um grande equívoco. O juiz da Lava Jato cogita aceitar o convite,
informa um auxiliar do capitão. Seria um gigantesco absurdo. [Bolsonaro tem o direito de convidar Moro para qualquer função em seu Governo;
mas, Moro tem a obrigação de recusar qualquer convite que tolha sua liberdade e autonomia.
Aceitar ser ministro da Justiça - cargo cujo titular é passível de demissão 'ad nutum' - é algo intolerável.
Se quiser - nada o impede, seja no aspecto ético, leal, moral, etc, etc - deve optar por ser indicado ministro do Supremo, cargo que além de honrar seus ocupantes, não limitará sua independência, em que pese que nos dias atuais o STF passa por um processo de apequenamento, cuja responsabilidade está nos atuais ministros - há exceções, poucas, mas existem.]
Uma
coisa é aceitar eventual indicação de Bolsonaro para ocupar poltrona de
ministro no Supremo. Todo magistrado sonha em chegar ao topo do
Judiciário. Outra coisa bem diferente é trocar a prerrogativa de mandar
prender poderosos pelo risco de ser mandado embora por um deles.
A
seis dias do primeiro turno, Moro levantou o sigilo de um trecho da
delação companheira de Antonio Palocci. Incorporada a um dos processos
abertos contra Lula, a delação estimulou a suspeita de que o juiz
interferiu na eleição para prejudicar o petismo.
Sergio Moro
anotou em seu despacho: “…A farsa da invocação de perseguição política
não tem lugar perante este juízo.” Concluído o segundo turno, se virar
ministro de Bolsonaro, o juiz passará o resto da vida explicando por que
ladrilhou com pedrinhas de brilhante a avenida que levou Bolsonaro ao
Planalto. A Lava Jato jamais será a mesma. [a delação de Antonio Palocci se somou a muitas outras que provam, de forma indiscutível, que Lula é um bandido, um criminoso, um corrupto e merece que a pena que atualmente cumpre - com mordomias inaceitáveis e injustificáveis - seja acrescida de vários anos decorrentes de novas condenações motivadas pelos cinco processos que ainda responde.
Novas acusações contra o presidiário petista, às vésperas das eleições, em nada alteraram a condição de Lula e do derrotado PT; curioso é que ninguém condena, ou condenou, o MP por iniciar uma investigação contra um dos principais integrantes do futuro Governo Bolsonaro, às vésperas do segundo turno.]
Blog do Josias de Souza
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