Bolsonaro cita e homenageia presidentes militares em discurso
Em posse do novo diretor da Itaipu Binacional, presidente fez homenagem aos generais que comandaram as ditaduras militares do Brasil e do Paraguai
[na solenidade, o que levou ao desespero os que não se conformam com o fato de Bolsonaro ser o presidente do Brasil - quase 58.000.000 de votos - é que TUDO que ele falou em seu discurso é verdadeiro.]
Em seu discurso, Bolsonaro disse que Castelo Branco foi eleito em 11 de
abril de 1964 e que tomou posse em 15 de abril daquele ano, "tudo à luz
da Constituição vigente naquele momento". O presidente não mencionou o
fato de que, depois do golpe militar, em 31 de março de 1964, os
presidentes eram escolhidos pela cúpula do regime e, somente depois
disso, eleitos indiretamente por um colégio eleitoral. Além disso, a
Constituição de 1946 não previa ruptura democrática. Bolsonaro mencionou ainda tratativas que continuaram durante o governo
dos presidentes Costa e Silva, que sucedeu Castelo Branco, e Garrastazu
Médici. A obra, na avaliação de Bolsonaro, "realmente saiu do papel e
tomou corpo" durante o governo de Ernesto Geisel. Ao "saudoso e querido"
João Figueiredo, último presidente do regime militar, Bolsonaro disse
que coube a inauguração da primeira turbina. Nenhum presidente civil foi
mencionado no discurso.
Bolsonaro aproveitou ainda para homenagear o general Alfredo Stroessner,
ditador que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. O pai do atual
presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, conhecido como Marito, foi
secretário particular de Stroessner.
"Mas Marito, isso tudo não seria suficiente se não tivesse do lado de cá
um homem de visão, um estadista, que sabia perfeitamente que o seu
país, Paraguai, só poderia prosseguir e progredir se tivesse energia.
Então aqui também a minha homenagem ao nosso general Alfredo
Stroessner", disse.
Bolsonaro citou ainda trecho da Bíblia e disse que Marito é cristão,
conservador e um homem de família. "Esses valores nos trouxeram até aqui
e com a graça de Deus continuaremos juntos para o bem dos nossos
povos", afirmou. "Esquerda, nunca mais", disse. O presidente disse que vai receber Marito em Brasília no dia 11 de
março, em uma reunião bilateral. No encontro, os países devem tratar de
assuntos como a própria revisão do Tratado de Itaipu, cujos termos se
encerram em 2023, as duas pontes entre Brasil e Paraguai sobre o Rio
Paraná, que serão pagas com recursos da usina, com custo repassado aos
consumidores brasileiros. "Conte com o apoio do nosso governo para
concretizarmos esse objetivo", disse.
Bolsonaro citou ainda uma parceria entre Brasil e Paraguai no combate ao
crime organizado e à lavagem de dinheiro. O presidente citou o ministro
da Justiça, Sergio Moro, e agradeceu ao Paraguai "por rapidamente
mandar para nós brasileiros criminosos que agiam em seu Estado". Há dois
anos e meio, por meio de um acordo firmado entre os dois países, o
Paraguai tem deportado criminosos de facções procurados pela polícia e
Justiça brasileiras.
Anne Warth - O Estado de S.Paulo
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