A última do ministro da Educação nem o mais esperto dos oposicionistas faria melhor
Já se sabe por que o presidente Bolsonaro não convidou os mais radicais partidos de oposição para discutir a reforma da Previdência. É que, em seu Governo, ele é situação e também oposição. Não precisa do PT e de seus penduricalhos: o próprio Governo faz o trabalho da oposição, incluindo a parte difícil, de atrapalhar seus próprios projetos e se desgastar sozinho.
A última do ministro da Educação, por exemplo, nem o mais esperto dos oposicionistas faria melhor: em nome do respeito aos símbolos da Pátria, ordenou que professores, funcionários das escolas e alunos, devidamente perfilados em frente à bandeira, cantem o Hino Nacional e leiam um texto, supostamente patriótico, que inclui o lema de campanha de Bolsonaro, o que é ilegal. E tudo seria filmado para exibição pública, sem que os pais fossem ouvidos. Uma advogada pertencente ao próprio partido do presidente, a campeã de votos Janaína Paschoal, sugeriu que o ministro da Educação arranje com urgência um assessor jurídico.
Não foi necessário: rapidamente, o ministro mudou as ordens. Não é mais preciso ler o lema da campanha do presidente, nem as crianças irão aparecer em vídeos sem autorização dos pais. Ah, agir sem pensar! E para quê? Por que banalizar um símbolo como o Hino Nacional? Já se ouve o hino em jogos de futebol. A torcida nem silêncio faz. Após ouvir a música-símbolo da união nacional, brigam, se machucam, se matam.
(...)
Louvar o Senhor
Perfeito, até o ministro da Educação percebeu que tinha feito
besteira. Mas a ideia original, de exigir que o lema da campanha
presidencial fosse obrigatoriamente citado, forçava ateus ou seguidores
de religiões não monoteístas a prestar homenagem ao Deus dos cultos
abrâmicos, com origem em Abraão: judeus, cristãos e muçulmanos. E talvez
violasse até um dos Dez Mandamentos, “não usarás o nome de Deus em vão”.
Jogo fácil
E, não fossem os inimigos internos, até que a situação não estaria
difícil: a oposição é comandada por Gleisi, algo com que sonha qualquer
Governo do mundo. O ministro da Justiça é ídolo popular, o ministro da
Economia tem amplo trânsito no mercado, o agronegócio disputa a
liderança mundial com os Estados Unidos, o presidente Bolsonaro continua
em lua de mel com o público. Diz a pesquisa da Confederação Nacional da
Indústria que ele é bem avaliado por 57,5% da população (43,4% são
favoráveis à reforma da Previdência). O Governo é ótimo ou bom para
38,9%; e ruim ou péssimo para 19%. Excelentes índices. Mas o eleitor
está atento: 56,8% acham que os filhos estão interferindo nas decisões
de Bolsonaro.
O grande risco
O problema é que não dá para combinar com o mar, nem exigir que as
águas tenham bom comportamento. Que acontece com o material tóxico em
caso de movimentos anormais da água, causados, por exemplo, por
tempestades? É isso que a Assembléia estadual quer apurar agora. Porque
um vazamento naquela região, dentro do mar, como será contido?(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário