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quinta-feira, 28 de março de 2019

Líder do PCC preso no DF, Marcola ficará isolado por mais 14 dias

Líder do Primeiro Comando da Capital vai ficar no Regime Disciplinar Diferenciado por ao menos mais 14 dias, quase incomunicável. Direção do presídio garante não haver risco de fuga, rebelião ou ataques orquestrados 

Isolado em uma cela de 14 metros quadrados, sem TV ou rádio nem direito a banho de sol. São oferecidas seis refeições por dia. As visitas de familiares estão proibidas. A única visão do mundo externo é por meio de uma fresta na parte mais alta do cubículo, por onde entram fachos da luz solar. Essa é a condição imposta a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), na Penitenciária Federal de Brasília. Desde que vieram de Rondônia, na sexta-feira, ele e outros três integrantes da cúpula da facção estão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

A princípio, o quarteto vai ficar 20 dias no RDD, mas o período pode ser prorrogado. Marcola é classificado como um interno “doutrinado”. Obedece aos comandos, cumpre as regras e não apresenta nenhuma resistência. Mas, mesmo se deixar o RDD, não poderá ter conversas reservadas. Todos os encontros dos detentos, seja com advogados, seja com parentes, são feitos em um parlatório e as conversas são gravadas. As visitas acontecem semanalmente e duram três horas.
 
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Quem não está em RDD tem duas horas por dia de banho de sol. É o único momento do dia que eles têm contato físico e visual. O limite é de até 13 pessoas no pátio, mas guardas só permitem a comunicação de até três presos juntos. Outros policiais monitoram os detentos em quatro torres de segurança, acompanhados de atiradores de elite.
 
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Perfil

Mais de 300 anos de condenação

Condenado a mais de 300 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, roubo, tráfico de drogas e homicídio,  Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, é o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele fundou a facção com Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, na Custódia de Taubaté, em São Paulo. O objetivo da organização era o combate a abusos do sistema prisional paulista e vingar a morte dos 111 presos mortos no Carandiru.

Órfão aos 9 anos, Marcos Willians andava pelas ruas de São Paulo roubando carteiras e aparelhos de rádio. Aos 18 anos, foi preso por roubo a banco e trancafiado no Complexo do Carandiru, onde se juntou aos primeiros integrantes do grupo que estava no começo, mas se tornaria um negócio do crime, alcançando praticamente todos os estado. À frente da maior facção criminosa do país, Marcola organizou o domínio dos presídios paulistas, que reúnem 231 mil detentos, maior contingente de pessoas reclusas no Brasil.

No entanto, Marcola sempre rebateu as afirmações de que comanda o PCC. “Não existe um ditador. Embora a imprensa fale, romanticamente, que existe um cara, o líder do crime. Existem pessoas esclarecidas dentro da prisão, que com isso angariam a confiança de outros presos”, declarou o condenado, em audiência pública na CPI do Tráfico de Armas, em 2006.

Essa é a segunda passagem de Marcola por Brasília. Em 2001, ele desembarcou na capital vindo da Penitenciária Modulada de Ijuí (RS). Na Papuda, mesmo isolado, Marcola escolheu aliados de confiança e criou um braço do PCC, denominado Paz, Liberdade e Direito (PLD). Em 18 de outubro de 2001, explodiu a última rebelião no sistema carcerário brasiliense. Desde então, as polícias do DF tentam impedir a instalação de uma célula do PCC no presídio candango.
 
 

 

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