Nelson Gonçalves: 21 anos de saudades do Rei do Rádio
Neste dia 18 de abril serão completados 21 anos de saudade de um dos
maiores nomes da música brasileira: Nelson Gonçalves, o artista que
somou 81 milhões de discos vendidos no Brasil. Além de cantor e
compositor, foi jornaleiro, mecânico, polidor, tamanqueiro, engraxate e
garçom, além de lutador de boxe.
Nelson nasceu como Antônio Gonçalves Sobral, em 21 de junho de 1919, na
pequena cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Seus
pais, imigrantes portugueses, tinham acabado de chegar ao País. Durante a
infância — já vivendo no bairro do Brás, em São Paulo, Nelson
acompanhava o pai às feiras livres e praças. Enquanto seu Manuel tocava
violão, o menino cantava em cima de um caixote. Em dias mais difíceis,
seu Manuel chegava a se fingir de cego para comover as pessoas. Na
infância tinha dois apelidos. Na escola era chamado de Carusinho, por
sua voz excepcional. Como gaguejava, passou a ser também chamado de
Metralha, já que falava cuspindo as palavras. Mesmo com a disfunção
fonética, decidiu ser cantor.
(...)
Em 1941, consegue finalmente gravar seu disco de estreia, um 78 RPM
contendo o samba “Sinto-Me Bem”, de Ataulfo Alves. Com a boa recepção do
público é contratado pela gravadora RCA Victor, da qual jamais sairia, e
pela rádio Mayrink Veiga, levado pelo cantor Carlos Galhardo. A voz de
Nelson torna-se rapidamente conhecida. Logo é eleito o Rei do Rádio, em
concurso promovido pela Revista do Rádio. Sua vida melhora
consideravelmente em 1943, quando consegue um emprego como crooner do
Cassino do Copacabana Palace Hotel.
Davi Brandão é jornalista
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