[material divulgado pelo IntercePT = 'o escândalo que encolheu', enquanto o alvo, Sérgio Moro, saiu AGIGANTADO do debate no Senado.
até a defesa do presidiário Lula nega que esteja usando o material divulgado para defender o ladrão petista.]
Procuradora-geral se manifestou ao Supremo sobre pedido de habeas corpus da defesa de Lula, que menciona as mensagens de Moro e Dallagnol vazadas
"Há fundadas dúvidas jurídicas sobre os fatos nos quais se ampara a alegação de
suspeição feita neste pedido de habeas corpus", diz a procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, em manifestação enviada ao
Supremo Tribunal Federal (STF).
Dodge se refere às mensagens trocadas entre o então juiz responsável
por julgar os casos da Operação Lava Jato em Curitiba, o hoje ministro
da Justiça Sergio Moro, e membros da força-tarefa responsável por acusar
políticos como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As mensagens
vêm sendo publicadas pelo site The Intercept Brasil há quase duas semanas, e a defesa do ex-presidente reforçou com elas sua tentativa de anular a condenação que levou Lula à cadeia no ano passado. O STF agendou para o próximo dia 25, terça-feira, um julgamento sobre a questão.
A
procuradora aproveita ainda para manifestar “preocupação com a circunstância de
que as supostas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil tenham
sido obtidas de maneira criminosa”, e lembra que requisitou inquérito policial
para investigar a questão. Mencionando o caso em que um suposto hacker teria se
apropriado de uma conta de um conselheiro do Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) para se passar por ele em grupos de mensagens, a
procuradora-geral diz que “é possível que, com o furto e uso de identidade,
tais mensagens tenham sido adulteradas ou de alguma forma manipuladas”.
A defesa
de Lula reagiu à manifestação de Raquel Dodge dizendo, por meio de nota, que a
Procuradoria Geral da República “erra ao dizer que HC de Lula é baseado em
reportagens do The Intercept“. “Referido habeas corpus, que começou
a ser julgado pela Suprema Corte em 04/12/2018 — muito antes, portanto, das
reportagens do ‘The Intercept’ — mostra que o ex-juiz Sergio Moro ‘sempre
revelou interesse na condução do processo e no seu desfecho’ a partir de
fatos concretos que estão descritos e comprovados naquele requerimento”, diz a
nota assinada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins.
Segundo
eles, o pedido de habeas corpus se baseia em outras alegações, como a
autorização para o monitoramento do telefone do escritório dos advogados de
Lula, a imposição de condução coercitiva para o ex-presidente depor e a
“atuação [de Moro] fora das suas atribuições legais para impedir o
cumprimento da ordem de soltura emitida pelo Des.
[desembargador] Federal Rogério Favreto”. Os defensores alegam que a inclusão
das mensagens publicadas pelo The Intercept Brasil remetem à
“conjuntura e minúcias das circunstâncias históricas em que ocorreram os
fatos comprovados nestes autos”. A nota termina com os advogados dizendo que os
fatos anteriores às reportagens do The Intercept Brasil “já
são mais do que suficientes para evidenciar que o ex-presidente Lula não teve
direito e um julgamento justo, imparcial e independente”.
Força-tarefa se defende
A
força-tarefa da Lava Jato divulgou mais uma nota nesta sexta-feira para
repudiar o que chamou de “notícia falsa sobre troca de procuradores em
audiência do caso Triplex”. Um dia antes, o colunista Reinaldo Azevedo havia
dito, a partir de material conseguido em
parceria com The Intercept Brasil, [parceria que Reinaldo Azevedo nega: "Eu não me disse "parceiro" do The Intercept Brasil. Se acontecer, isso será tornando público".] que Moro instruiu os
procuradores sobre a atuação da procuradora Laura Tessler em uma inquirição e
isso fez com que os acusadores mudassem a composição de sua equipe, o que teria
auxiliado a equipe de acusadores. “Não houve qualquer alteração na sistemática
de acompanhamento de ações penais por parte de membros da força-tarefa”,
rebatem os procuradores, destacando que a procuradora, cujo desempenho havia
sido criticado por Moro via mensagens, participava e seguiu participando da
ação que tratava do ex-ministro Antônio Palocci.
“Além de
desrespeitosa, mentirosa e sem contexto, a publicação de Reinaldo Azevedo não
realizou a devida apuração, que, por meio de simples consulta aos autos
públicos acima mencionados, evitaria divulgar movimento fantasioso de troca de
procuradores para ofender o trabalho e os integrantes da força-tarefa”, diz na
nota a força-tarefa, que aproveita para reforçar suas críticas ao “modo
tendencioso” com que o site The Intercept Brasil estaria
tratando o material que tem revelado. Os procuradores e o hoje ministro Sergio
Moro vêm se defendendo das alegações de parcialidade contra Lula desde que as
mensagens começaram a ser divulgadas. Na última quarta-feira, Moro esteve no Senado para se explicar sobre
o assunto. Ele voltará a enfrentar os parlamentares na próxima quarta-feira,
desta vez na Câmara.
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