Chamado de covarde, Moro rebate Bolsonaro: ‘Quer promover rebelião armada’ - VEJA
Presidente
afirmou, na saída do Palácio da Alvorada, que o ex-ministro da Justiça
estava dificultando implementação da política de armamento da população
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro reagiu ao ataque do presidente Jair Bolsonaro
que, na saída do Palácio do Alvorada, na manhã desta segunda-feira, 1º,
chamou o antigo aliado de “covarde” e o acusou de dificultar a
flexibilização de normas que garantiriam o armamento da população, uma
das bandeiras do bolsonarismo.
[Presidente Bolsonaro, sugerimos que dispense ao ex-juiz o mesmo tratamento que o Senhor dispensou ao Lula: IGNORE-O.
Se o Senhor não conceder plateia ao ex-ministro, logo ele sequer será lembrado.
Experimente. e confirmará. O desprezo é uma arma extremamente eficaz.
Ele deixa nosso adversários, os alvos do nosso desprezo, desnorteados.]
Questionado por um apoiador, cadeirante, que afirmou ter sido vítima
de um assalto, Bolsonaro rebateu: “Para vocês entenderem um pouquinho
quem estava do meu lado. Essa IN [Instrução Normativa] 131 é da Polícia
Federal, mas por determinação do Moro. É uma instrução normativa,
ignorou decretos meus e ignorou lei para dificultar a posse e porte da
arma de fogo para as pessoas de bem”, disse.
Apesar da crítica de Bolsonaro, a instrução normativa 131 foi
publicada no dia 14 de novembro de 2018, antes, portanto, de Moro
assumir a pasta. “Estabelece procedimentos relativos a registro, posse,
porte e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema
Nacional de Armas – Sinarm, e dá outras providências” , diz o texto, disponível no site da Polícia Federal.Em outro momento, Bolsonaro citou uma portaria que previa prisão para
quem descumprisse as normas de isolamento social para atacar Moro.
“Assim como essa IN, tem uma portaria que o novo ministro [André
Mendonça, que assumiu a pasta da Justiça e Segurança Pública] revogou
que, apesar de não ter força de lei, orientava a prisão de civis. Por
isso que naquela reunião secreta, o Moro, de forma covarde, ficou
calado. E ele queria uma portaria ainda, depois, que multasse quem
estivesse na rua. Perfeitamente alinhado com outra ideologia que não era
nossa”, afirmou. “Graças a Deus ficamos livres disso” , acrescentou
Bolsonaro.
Como VEJA mostrou ,
esta portaria foi publicada em março, assinada por Moro e pelo então
ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O texto interministerial se
baseava em dois artigos do Código Penal (268 e o 330) para
estabelecer a obrigatoriedade no cumprimento das medidas anunciadas pelo
governo federal, à época, para conter a pandemia do novo coronavírus.
Uma das decisões permitia que o indivíduo que descumprisse as
recomendações poderia ser preso.
Em nota publicada em seu perfil no Twitter, Moro afirmou que quem
recorre a insultos “não tem razão ou argumento” e que a pretensão de
Bolsonaro de armar a população visa “promover espécie de rebelião
armada”. “Sobre políticas de flexibilização de posse e porte de armas,
são medidas que podem ser legitimamente discutidas, mas não se pode
pretender, como desejava o presidente, que sejam utilizadas para
promover espécie de rebelião armada contra medidas sanitárias impostas
por governadores e prefeitos ”, escreveu.
[Moro, como tem se revelado é um boquirroto, loquaz e acusa sem provas.]
Revista VEJA
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