Na
verdade, a esquerda organizada em torno do ex-presidente já está dando
uma prévia de como seu governo vai agir nessa área. Um grupo que se
apresenta como “movimento dos sem-teto”, em São Paulo, fez um comício de
protesto nas portas da rádio Jovem Pan;
não admitem que a emissora,
onde Lula é abertamente criticado, diga as coisas que está dizendo.
Inventaram que estavam protestando contra o “machismo” do noticiário da
Jovem Pan - por conta da cobertura sobre um episódio de estupro.
Conversa. O que eles, a esquerda em geral e o PT não toleram na Jovem
Pan é a sua postura de independência.
Ao contrário do que faz quase toda
a mídia brasileira, Lula é tratado ali não como o santo que vai “salvar
o Brasil”, mas como quem ele realmente é: um condenado na justiça pelos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por
nove juízes diferentes.
Ele e o PT não dizem que querem a censura, é claro – falam em “controle social da mídia”, mas é exatamente a mesma coisa, em termos práticos
Lula
quer proibir que se diga isso; quer proibir, na verdade, que se diga um
monte de coisas, do passado e do presente.
Hoje ele manda militantes
profissionais às portas dos veículos de comunicação, tentando calar a
voz de quem discorda do PT e dele mesmo. Amanhã, vai usar o “controle
social da mídia” e a força do governo para fazer isso.
Vai ter o apoio
do Supremo Tribunal Federal, das elites e da maioria dos próprios
jornalistas e donos dos órgãos de imprensa – que no Brasil, por razões
ideológicas e de outras naturezas, são contra a liberdade de expressão,
em vez de serem a favor. Vão receber de Lula, com certeza, a censura que
estão pedindo.
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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