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sábado, 1 de julho de 2023

Quando não faz nada, o governo também ajuda na economia - Carlos Alberto Sardenberg

O Globo  

Não fazer também ajuda

[Entre o atual governo e NENHUM,  o NENHUM tornará as coisas melhores para o Brasil e os brasileiros, visto que NÃO  FAZER NADA TAMBÉM AJUDA; o que complica é que se o atual governo tivesse se limitado a NÃO FAZER NADA estaríamos no lucro, porém, estupidamente, ele andou fazendo algumas bobagens, o boquirroto presidente expeliu, pela boca, algumas inconveniências e atrasou o que já não andava. Felizmente, NÃO FEZ algumas besteiras que o ilustre articulista aponta nesta matéria.]

Prédio da Eletrobras: presidente parou de falar em reestatização

Prédio da Eletrobras: presidente parou de falar em reestatização Ana Branco/Agência O Globo

O semestre termina melhor do que começou, tanto nos fatos correntes — inflação desacelerando e PIB acelerando quanto nas expectativas para o restante do ano. Houve alguma ajuda externa não veio a recessão esperada (temida) nos Estados Unidos —, mas um fator local foi essencial, especialmente para a melhora do ambiente: as coisas que o governo não fez.

Não foram poucas: o governo não reestatizou a Eletrobras, e Lula até parou de falar nisso; não reestatizou as empresas vendidas pela Petrobras; não conseguiu melar o Marco do Saneamento, embora tenha dado uma ajuda para estatais ineficientes; e, sobretudo, não aumentou as metas de inflação.

Este último não movimento aconteceu nesta semana.  
O Conselho Monetário Nacional (CMN), onde o governo tem maioria, manteve as metas de inflação de 3,25% para este ano e fixou-as em 3% para os três anos seguintes. 
Parece burocrático, mas é importante. Basta lembrar que o presidente Lula falava em aumentar a meta para 4,5%, dizendo que isso tolerar um pouco de inflação era mais adequado para países em desenvolvimento.
 
Por trás dessa ideia bastante comum entre economistas mais à esquerda —, estava a presunção equivocada de que a meta mais alta permitiria ao Banco Central reduzir mais depressa a taxa de juros
Seria o contrário: uma elevação das metas simplesmente levaria à deterioração das expectativas, seguida de mais inflação e, claro, mais juros.

Mais importante ainda, do ponto de vista das expectativas: na ata divulgada nesta semana, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) observou que a reafirmação de confiança nas metas de inflação ajudaria muito na redução da taxa básica de juros. (Não disse assim tão claramente, mas estava óbvio o recado para o CMN).

Funcionou, e com um fator positivo adicional: o Conselho mudou o sistema de metas. Em vez de definidas pelo calendário (um objetivo para cada ano), adotou-se o regime contínuo. A meta de 3% não precisa ser atingida num determinado dezembro, mas num período prolongado. Dito de outro modo: ela vale para sempre, e o Copom tem liberdade para buscá-la no prazo que julgar mais razoável.

Embora o ministro Haddad tenha apresentado a coisa como grande novidade deste governo, a verdade é que o Copom já vinha fazendo isso há tempos.  
Quem lê os inúmeros e fartos documentos da autoridade monetária está careca de saber que a busca da meta vem sendo protelada seguidamente. Agora, estima que os 3% serão alcançados em algum momento de 2025. Por que isso?  
Porque, para alcançar a meta de 3,5% deste ano, os juros teriam de subir para a Lua, destruindo a economia. 
O Copom tem buscado equilibrar a taxa básica de juros em nível alto suficiente para derrubar a inflação, mas não tão alto que sufoque a atividade econômica. 
 
Claro que juro alto atrapalha. E claro que ninguém gosta disso. Mas a alternativa é mais inflação — e já vimos esse filme no Brasil. 
E estamos vendo na Argentina e Turquia. De maneira que ficou bom. 
Lula continua falando mal do presidente do BC, Roberto Campos Neto, parlamentares governistas falam energicamente em convocá-lo. Mas é para a torcida. Todo mundo sabe que faz parte do regime de metas, em toda parte, que o presidente do BC se apresente regularmente ao Congresso.

Dirão: só isso? O governo não fez nada para ajudar o ambiente econômico? Está fazendo duas coisas importantes. Uma, o empenho na votação da reforma tributária. Outra, a apresentação do novo arcabouço fiscal. Ambas ainda no Congresso.[já que ambas estão no Congresso e quando, e se aprovadas, serão implantadas, a resposta as duas perguntas é:  O governo NÃO FEZ NADA.]

O arcabouço não é lá essas coisas, se o objetivo é reduzir o endividamento público. Tem ali mais uma licença para gastar, baseada na expectativa de um enorme ganho de arrecadação. Mas o mercado, sim, ele próprio, recebeu bem. Pela via do melhor isso que nada.

Fora isso, têm saído algumas políticas públicas à antiga — como redução de impostos para carros — e nada de moderno visando ao que o Brasil mais precisa: ganhos de produtividade no conjunto da economia.

[comentário do economista do Blog  Prontidão Total  - e que não é economista: - Destacamos que a presente matéria é do conceituado Carlos Alberto Sardenberg e foi publicada em O Globo, um dos primeiros veículos da velha imprensa a FAZER o "L' e cujo Grupo ainda emprega aquele jornalista que inocentou, em rede nacional,  o apedeuta petista.
E não é a primeira matéria mostrando fatos desfavoráveis ao ex-presidiário - se quem fez o L publica matéria deste tipo, é devido o fato de que a coisa está feia para o petista.]



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