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domingo, 5 de janeiro de 2020

sabotagem na CEB? = FALTA DE ENERGIA - Bancada do DF se articula para aprovar reajuste a policiais e bombeiros - Ibaneis viaja

[Atualizando: governador Ibaneis, abaixo, ao final uma dica que pode acabar com os apagões no DF - há indícios de sabotagem para impedir a privatização da CEB.]


No apagar das luzes de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o projeto de lei que viabiliza o reajuste para policiais e bombeiros do DF. A proposta, como prometido, prevê que o aumento seja retroativo, sendo encaminhada para o Congresso Nacional. A grande dificuldade, a partir de agora, é garantir a aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado. Os parlamentares retornam em fevereiro, e a avaliação do texto deve se arrastar pelos primeiros meses. O momento será de intensa articulação política da bancada da capital e do próprio GDF, além da pressão das categorias.

Argumentos
Na opinião de alguns parlamentares, como o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), convencer os colegas será mais fácil pela força dos argumentos que embasam a proposta. Segundo eles, na verdade, trata-se de uma recomposição salarial, pois as forças de segurança, sobretudo a Polícia Civil, estão há anos sem reajustes. No entanto, pode pesar contra a pressão de policiais e bombeiros de outras unidades da Federação em busca de um aumento similar.

(.....) 

Ibaneis em Miami…
O governador Ibaneis Rocha (MDB) passou a virada do ano nos Estados Unidos, em Miami, com a primeira dama do DF, Mayara Noronha. O emedebista deve ficar fora da capital federal até 13 de janeiro. Enquanto Ibaneis estiver ausente, o vice-governador Paco Britto (Avante) ocupará o cargo.

[governador Ibaneis, ou 'enganês' - codinome conferido pelos que foram enganados e votaram no Senhor - felizmente não estou entre eles.
O senhor, ao que se sabe, abriu mão da remuneração durante os dias de ausência, viaja por conta própria - nem passagens, nem estadias bancadas com o dinheiro público.
Ótimo! Nestes aspectos nada a reclamar sobre suas merecidas férias, exceto o oportunismo da data, já que se livra de uma série de problemas que ocorrem no final de ano.

Seu governo está sendo um desastre:

conseguiu sozinho superar o de Rollemberg - que além de incompetente é um notório azarado (teve terremoto, viaduto caiu, houve racionamento,faltou pouco para um 'tsunami' no Paranoá) - somado ao do Agnelo - além de incompetente, o 'agnulo' a exemplo da maioria dos petistas, confunde o público com o privado e nesta confusão conseguiu construir o estádio mais caro do mundo.

Mas sua administração está pior do que  a dos dois somadas e piorando a cada dia.
A Saúde Pública está a cada dia pior - aquelas propagandas que o senhor veicula não convence a ninguém;
A educação piorando;
Transporte público cada dia pior - os estudantes entram de férias e o GDF reduz as linhas de ônibus, prejudicando trabalhadores;
Segurança Pública de há muito virou INsegurança Pública.
agora tem a CEB, que está cada dia pior. Devido algumas reclamações que recebemos sobre o péssimo atendimento da CEB, não consegue sanar os constantes apagões que estão ocorrendo no DF - muitos passaram o Natal e/ou Ano Novo às escuras - decidimos assistir o DF 2 e ao responder  perguntas sobre a ineficiência da CEB em consertas as panes, o presidente da estatal, espertamente, tentou usar um caso pontual - um vândalo efetuou um disparo de arama de fogo contra uma transformador  - para justificar mais de 500 apagões.

AINDA SOBRE A CEB:
- o senhor foi informado de que só ontem, 1º/1, no período de 2 horas, ocorreram 8 faltas de energia em partes de Taguatinga e Ceilândia? 
- sabia que ontem a 0h zerou o marcador de reclamações de falta de energia da CEB no DF e que hoje, 2/1, aquele marcador já ultrapassou a marca de 1.200 reclamações, isto em pouco mais de 36 horas, o que resulta em 40 faltas/hora?

- lhe informaram que está havendo nas redes sociais uma competição entre a árvore de Natal oficial, a da torre, e a maior do mundo = todo o DF.

Uma hora está normal a iluminação pública em Taguatinga Sul e Ceilândia Sul, e apagada a de Tag. Norte e Ceilândia Norte, de repente estas acendem e as duas primeiras apagam.
Ora altera o Guará com SIA, Águas Claras com Arniqueira e por aí vai.
É  a maior árvore natal horizontal do mundo.
Fruto da administração do senhor.

SUGESTÃO SENHOR GOVERNADOR:
Dizem que o senhor é um excelente advogado, não costuma perder causas.
Ser governador além de lhe trazer prejuízos financeiros, está criando uma fama de que o senhor é incompetente, um péssimo gestor.
Sugerimos que NOS PRIVILEGIA COM SUA AUSÊNCIA, RENUNCIANDO AO GOVERNO DO DF e reassuma sua banca.
O senhor vai ganhar bem mais, vai ter mais prestígio, vai se destacar fazendo o que o senhor sabe fazer, ninguém lhe cobrando nada e ainda vai  beneficiar o povo de Brasília que já não aguenta mais seu (des)governo.
Por favor, considere à sugestão, seja generoso e renuncie.

GOVERNADOR: sendo o senhor um expert em direito trabalhista, assim dizem, não pode ter esquecido o que integrantes de uma categoria são capazes de fazer para ter vantagens indevidas;
o senhor sabe que muitos dos  funcionários da CEB não aceitam a privatização devido as mordomias que vão perder.
Comece a considerar que a exagerada quantidade de apagões da CEB pode ter como consequência além da  notória incompetência daquela empresa, também uma sabotagem para derrubar a idéia de privatizar a companhia.
Sabemos que alguns funcionários da CEB, quando visitam alguns clientes para saber se eventuais defeitos foram corrigidos - uma verificação aleatória, tipo fiscalização - perguntam que as pessoas sabem os motivos dos sucessivos apagões.
E, na  conversa eles dizem, como diria o Chaves - sem querer, querendo - 'também estão querendo privatizar a CEB'.

Mande investigar e quem sabe?????]

…Paco na Esplanada
Como Ibaneis está no exterior, o governador em exercício, Paco Britto, peregrinou pelas festas de virada do ano do DF ontem. Ele participou de missa na Catedral Metropolitana, foi à Praça dos Orixás e encerrou a noite na Esplanada dos Ministérios, onde o público acompanhou show do cantor sertanejo Luan Santana.

Blog CB Poder - Correio Braziliense - leia MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Ano melhor do que aquele que passou - Míriam Leitão

O Globo

A crise foi tanta nos últimos anos que o Brasil reduziu as expectativas. Hoje já se contenta com alta do PIB na casa dos 2,5%

As análises dos bancos para 2020 trazem uma coleção de dados otimistas, ainda que a projeção para o crescimento seja de apenas 2,5%. [2,5% não é o PIBÃO dos tempos do general Médici, mas, é superior aos 0,8% previsto por alguns 'pessimistas'. 
O importante a tendência, crescente, de aumento do PIB e a queda, acelerando, do desemprego.
Apesar de alguns considerem para um número indiscutível de desempregados - abaixo dos 12% e caindo ( pouco acima dos 11.000.000 de desempregados) - a existência de mais de 17.000.000 de desalentados =  condição básica para ser um desalentado é ser um desempregado.
Talvez a regra seja diferente para aqueles petistas que perderam as mamatas - mesmo assim, são desempregados.]  Esse número é melhor do que o dos últimos três anos, mas o Brasil, se o atingir, estará ainda assim crescendo menos do que a média do mundo. Os bancos avaliam que o ano começa sem alguns dos riscos que assustaram a economia mundial em 2019, e com a previsão de crescimento maior no Brasil. Há mais otimismo em relação a determinados setores, como o da indústria do petróleo, que deve crescer acima de 6% com a entrada em operação de quatro novas plataformas.

O clima de “agora vai” é tão forte que na mensagem que encaminha seu relatório sobre 2020 a XP Investimentos diz que o “avião está na cabeceira pronto para decolar”. A crise foi tanta nos últimos anos que o Brasil reduziu as expectativas. Hoje já se contenta com alta do PIB na casa dos 2,5%. Nenhuma decolagem se dá com voo tão baixo. “À nossa frente o horizonte está limpo e aberto. Os preparos necessários já foram feitos.” Começa assim o texto da XP. O Brasil tem um volume considerável de preparos necessários e não feitos antes que se possa falar em decolagem. É mais torcida do que análise. O Itaú ressalta no seu cenário que o ano começa sem duas ameaças, a da guerra comercial China-EUA e do Brexit desordenado. O Bradesco já não aposta que o risco da guerra comercial tenha ficado para trás. De fato, a ciclotimia da relação entre as duas potências torna difícil garantir que não haverá outros momentos de incerteza. E se agora há um mandato político claro para o primeiro-ministro Boris Johnson sair da União Europeia, os efeitos sobre a economia britânica e outros países ainda não estão controlados. E, como lembra o banco, a eleição americana vai acirrar a polarização. O mundo deve continuar sendo um ponto de dúvida no cenário.

A projeção é de um crescimento mundial de 3,1%, com estabilidade no comércio global. Como diversos países reduziram taxas de juros em 2019, o estímulo monetário poderá ajudar essas economias em 2020. Segundo o relatório do Itaú, pode haver mais apetite por risco da América Latina em 2020, apesar das incertezas no Chile, que estará votando uma Constituinte, e da Argentina, que tentará sair do córner cambial e do nível de atividade em que se encontra. As previsões são de que a recessão vai continuar por lá.

A expansão do crédito no Brasil é apontada por todos os analistas como um efeito direto da queda das taxas de juros nos últimos anos, com inflação controlada e uma fonte de dinamismo para este ano. O processo já vinha acontecendo no ano passado e vai continuar. Segundo o Bradesco, as vendas de veículos devem crescer 7,2%. Eletrônicos e bens de consumo também devem se beneficiar dos juros baixos. É sempre bom lembrar que as taxas caem, em diversas linhas, mas para níveis ainda muito altos se comparados a qualquer país do mundo.

O Bradesco também prevê que a indústria extrativa vai crescer puxada pelo petróleo. O grande desafio será fazer os leilões de concessão e formatá-los de tal forma que não sejam a decepção que foram os leilões do pré-sal em 2019. Mas a projeção de alta de 6,3% na produção de petróleo vem de quatro plataformas que entrarão em operação este ano, colhendo-se investimentos feitos anteriormente. A extração de minério de ferro deve crescer comparada aos últimos anos em que houve os desastres de Mariana e de Brumadinho.

O mercado imobiliário vai continuar sua recuperação, iniciada em 2019, e de forma mais disseminada pelo país. É a previsão mais comum no mercado financeiro. Por outro lado, não há centro de estudo de banco que preveja que o desemprego cairá de forma mais forte. Será uma redução gradual. O próprio governo prevê que ficará acima de 10% até 2022. Um desemprego tão alto por tanto tempo cria um clima social de instabilidade. [o Brasil resistiu por anos a um desemprego crescente, taxa em alta, e resistirá a um desemprego em queda, ainda que a taxas modestas.
Resistiu por anos  a um círculo vicioso e em 2020 se consolida o já iniciado círculo virtuoso.]
A produção de grãos deve ter um crescimento modesto, de 1,6% na previsão da Conag, mas com alta de 4,7% na soja, que é a principal cultura. O complexo carnes vai continuar se beneficiando da crise do suprimento de carne suína na China, abrindo possibilidades para o produto brasileiro. Tudo analisado, a previsão é de um ano melhor do que 2019, mas ainda com taxas muito modestas de crescimento, alto índice de desemprego ainda remanescente, e muitas reformas para melhorar o ambiente de negócios no Brasil.


Míriam Leitão, jornalista - coluna em O Globo, com Alvaro Gribel,  de São Paulo

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

O balanço além da economia - Míriam Leitão

 O Globo

2019 teve ataques à democracia e reforma da Previdência

[foi possível perceber que a democracia brasileira tem características únicas = é a ditadura das minorias e as minorias são impostas não pelo voto, não pela vontade livre do eleitor, e sim por leis e decisões decretos que impedem qualquer manifestação contrária às minorias.  Se espera que em 2020 ocorra correções.]

O ano de 2019 na economia nunca poderá ser avaliado apenas pela economia. Houve em volta um ambiente de contínua piora institucional. O governo fez um ataque sistemático aos valores da democracia. Não ficou apenas em palavras. Das referências a um novo AI-5, feitas até pelo ministro da Economia, à demolição do aparato de proteção ambiental, às ameaças ao pluralismo na educação e na cultura, foram muitos os erros deste primeiro ano do governo Bolsonaro. A agenda presidencial oscilou entre miudezas e agressões. Foi um péssimo primeiro ano.

Na economia, especificamente, houve uma conquista a comemorar. Há mais de 20 anos o Brasil tentava incluir a idade mínima na sua estrutura de aposentadorias e pensões. As reformas anteriores feitas pelos governos Fernando Henrique e Lula não conseguiram. A proposta de Michel Temer ficou pela metade sem ser aprovada, abatida por um escândalo político. [escândalo causado por denúncias apresentadas sem provas,  e até hoje não provadas, apresentadas pelo então chefe da PGR;
a propósito: sobre o livro do ENGANOT, a quantas anda? encalhado ou um best seller?]
A de Bolsonaro chegou a bom termo, apesar de ele mesmo só ter interferido para defesa corporativa dos policiais. A previdência dos militares não foi exatamente uma reforma. Foi um biombo para uma grande concessão salarial. E eles mantiveram privilégios como a paridade e a integralidade até para os que futuramente entrarão nas Forças Armadas. [continua a insistência em comparar a carreira militar com a civil - esquecem as especifidades da primeira.
Um exemplo óbvio: o Ibaneis, governador do DF, se valeu de um descuido do presidente Bolsonaro ao fazer uma promessa, e saiu vendendo o reajuste dos militares do DF - bombeiros e policiais - com um reajuste líquido e certo com data definida.
Por falta de amparo legal - ao se declarar jurista, Ibaneis passou recibo de ser sabedor da  ausência de suporte legal.
Agora os policiais civis do DF, também enganados com a promessa de aumento devem entrar em greve nos próximos dias - forma de protesto que é vedada aos militares.]
Na economia houve frustração e, depois, melhora. No começo do ano a previsão do mercado era de que o PIB cresceria 2,5%. Esse otimismo desidratou-se rapidamente ao longo do primeiro semestre e chegou a 0,8% em agosto. A partir daí houve uma melhora gradual nas expectativas, a tal ponto que se pode dizer que o ano terminou bem melhor do que se esperava há seis meses. A mais importante mudança de ambiente aconteceu no mercado de crédito. A redução da taxa de juros iniciada em 2016, no período de Ilan Goldfajn no Banco Central, foi seguida neste período de Roberto Campos Neto. Os juros caíram a um ponto em que está havendo toda uma movimentação de investidores, inclusive os pequenos, para outros produtos financeiros. As taxas cobradas do tomador começaram enfim a ceder. O mercado privado passou a financiar a agricultura. Surgiram novas instituições financeiras pequenas, nascidas no mundo digital. Não chegam a aumentar a concorrência no concentrado sistema bancário brasileiro, mas servem para arejar o mercado. A bolsa teve um ano excelente, mas curiosamente os estrangeiros foram embora. Se ela sobe é pela entrada de novos investidores nacionais.

A inflação baixa, os juros reduzidos, a reforma da previdência melhoraram as projeções sobre a dinâmica da dívida pública. Temia-se uma trajetória explosiva e hoje as contas foram refeitas para muito melhor. Nada começou no atual governo, mas o resultado dos últimos três anos permite concluir que o pior para a dívida interna foi superado. A economia internacional não ajudou. Estados Unidos e China passaram o ano inteiro em idas e vindas na sua guerra comercial. Apesar de estarem formalizando um acordo neste fim de ano, o estrago já foi feito. Para se ter uma ideia, numa reunião em novembro, o presidente do Banco Central brasileiro ouviu de Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), que o ritmo de crescimento do comércio mundial havia caído de 2,8% no começo do ano para 1,2% em agosto. As ameaças e as tarifas, ainda que temporárias, afetaram cadeias globais de comércio ao redor do planeta. Na América do Sul, a recessão argentina afetou diretamente as exportações brasileiras.

Normalmente, os presidentes aproveitam a lua de mel após a posse para tentar atrair eleitores que não votaram nele mas torcem para que o governo dê certo. O presidente Bolsonaro preferiu manter constante ambiente de conflito e estresse na sociedade. Brigou até com o partido pelo qual se elegeu. Criou a rotina hedionda de diariamente sair e exibir-se para uma claque de apoiadores, agredindo os repórteres que fazem plantão na porta do Palácio. De falas escatológicas, sobre a frequência da ida ao banheiro, até declarações homofóbicas, tudo foi servido nessas declarações matinais. O pior são as mentiras deliberadamente divulgadas nessas entrevistas ou na rede social. A economia se ressentiu do desgaste provocado pelas crises fabricadas pelo governo. O PIB poderia ter sido mais forte não fosse a imperícia na condução do país. [a razão principal da melhora tímida na economia, uma certa retração, foram as causas brilhantemente  apontadas nos dois parágrafos anteriores a este;

quanto as razões citadas neste, são motivos menores e que sequer mereciam ser citados - jamais interferirão na economia. Mas o autor da matéria e a colunista detém o direito de escrever o que desejam... ] O contexto encolheu o desempenho da economia. A torcida é por um 2020 melhor. Feliz ano novo.

Blog da Míriam Leitão, colunista - com Alvaro Gribel, São Paulo - O Globo
 



quinta-feira, 7 de março de 2019

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA 2019 - SAMBA CAMPEÃO

Mangueira é campeã do Carnaval do Rio 2019

 

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA 2019 - SAMBA CAMPEÃO

 

 



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A reforma previdenciária de 2019

No livro "Retomada do crescimento" (Editora Elsevier) que organizei recentemente com Mansueto Almeida não poderia faltar uma reflexão sobre a Previdência. Sendo um livro com propostas de reforma para o governo a ser empossado em 2019, porém, e dado que tínhamos nos comprometido em entregar o livro no começo de 2017, tivemos com meu co-autor do capítulo previdenciário, Paulo Tafner, que fazer uma escolha acerca de que premissas assumiríamos na definição das propostas para uma "Agenda 2019".

Antes de saber o conteúdo do substitutivo do relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), tínhamos duas opções. A primeira era assumir que a proposta de reforma encaminhada em dezembro seria aceita na íntegra. A segunda era admitir que os pontos A, B e C da proposta seriam substituídos pelas propostas X, Y e Z. Como o conjunto de possibilidades neste caso seria infinito, diante das dificuldades de argumentar por que se tinha adotado uma hipótese e não outra, optamos pela primeira alternativa. Em nossa "bola de cristal", não contávamos com a crise política iniciada dia 17 de maio em função da divulgação das gravações de Joesley Batista.

O ponto a ser enfatizado é que, mesmo assumindo a hipótese de plena aceitação da proposta original do governo, haveria provavelmente a necessidade de aprovar uma nova reforma previdenciária adicional em 2019. Isso porque, como discutimos no capítulo "Reforma da Previdência: a hora chegou", a proposta oficial era relativamente branda para com aqueles que tinham idade próxima a 50 anos e estavam perto da aposentadoria.

Numa das tabelas do capítulo, apresentam-se casos concretos de pessoas que, no momento da possível aprovação da reforma, na época assumida como ocorrendo em meados de 2017, tivessem 50 anos. Mostra-se ali que, ao longo do governo 2019/2022, essas pessoas, mesmo tendo que dilatar ligeiramente seu tempo de permanência no mercado de trabalho, continuariam a se aposentar com idades entre 52 e 55 anos.

O capítulo chama a atenção para os riscos envolvidos na continuação de uma pressão significativa das despesas do INSS, no contexto da vigência do teto real de gastos. Nele, enfatiza-se o contraste entre a projeção de crescimento feita no livro para o biênio 2016/2017 - no qual, arredondando os valores, para o gasto total, teríamos uma expansão real média nula do gasto total exclusive transferências - para o gasto real de INSS + LOAS, de em média 6% ao ano; e a das demais despesas, com queda média prevista de 4% ao ano no citado biênio, sempre em termos reais e mesmo incluindo o aumento real de pessoal.  Mantido tal contraste entre a trajetória das despesas previdenciárias e assistenciais e a das demais despesas nos próximos anos, a tensão que isso geraria para a implantação das políticas públicas colocaria em xeque a execução da política fiscal da próxima administração. Disso decorria a recomendação de fazer uma nova reforma em 2019, com uma regra de transição severa e idade mínima imediata para a aposentadoria, de 60 anos para os homens e 57 para as mulheres, com elevação posterior.

No capítulo, tal recomendação foi complementada pela sugestão de encaminhar uma proposta ao Congresso em 2019 propondo a indexação do salário mínimo (SM) ao INPC por 10 anos a partir de 2020. Isso retiraria a pressão do SM sobre o INSS e os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) sem que para tanto seja necessário o investimento em capital político que requer a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Essas eram as conclusões que se derivavam do capítulo, à luz da hipótese da aprovação da proposta de reforma nos moldes da PEC original encaminhada ao Congresso. Naturalmente, elas se consolidaram após a modificação da mesma por ocasião da adoção do substitutivo do relator, que, no bojo de uma intensa negociação política, fez uma série de compreensíveis concessões. E, obviamente, as conclusões foram ainda mais reforçadas após a paralisia acerca do tema que tomou conta do meio político depois de maio, devido aos já famosos áudios divulgados na ocasião.

Lembremos que a despesa do INSS em 1988 era de 2,5% do PIB e cresceu em forma praticamente contínua desde então, alcançando um percentual do PIB de 4,8 % no Plano Real em 1994; 6,8% em 2014; e 8,5% do PIB em 2017. Esse crescimento está estrangulando rubricas essenciais do Orçamento, atropelando diversas políticas públicas fundamentais para o país.  Mesmo que nos próximos meses seja aprovada uma reforma "aguada", em 2019 a reforma previdenciária terá que ser um compromisso inadiável


Isso mostra a atualidade do desabafo de Cássio Casseb, conhecido executivo que saiu para fazer um road show em 2005 com "céu de brigadeiro" e voltou duas semanas depois, após a denúncia do "mensalão", trazendo à baila velhos fantasmas: "No Brasil, você passa 15 dias fora e muda tudo, mas passa 15 anos fora e não muda nada". A tendência nacional a procrastinar o enfrentamento dos problemas é dramática.

Fonte: Fabio Giambiagi  - Valor Econômico