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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Despetização e Bolsonaro comanda primeira reunião ministerial do novo governo

Onyx anuncia exoneração de cargos na Casa Civil para “despetizar” governo

Cerca de 320 postos foram exonerados; titular da Casa Civil diz que vai sugerir que os demais ministros façam o mesmo

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou nesta quarta-feira, 2, a exoneração de cerca de 320 cargos em comissão no ministério para “despetizar” o governo federal, e afirmou que vai sugerir durante reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro que os demais ministros façam o mesmo.  Onyx afirmou que serão ressalvadas desta medida os integrantes da Subchefia de Assuntos Jurídicos e da Imprensa Nacional, responsável pela publicação do Diário Oficial da União.
“Isso faz parte um pouco daquela frase que o presidente Bolsonaro dizia na campanha, fazer a despetização do governo federal. E amanhã na reunião ministerial eu vou sugerir que os ministros possam também seguir neste caminho”, disse Onyx em entrevista a jornalistas para anunciar a exoneração em massa.  “O governo é novo, veio um novo Brasil. Ou afina com a gente, ou troca de casa. É simples assim”, acrescentou o ministro, que reconheceu a existência de riscos ao funcionamento da máquina coma exoneração de mais de 300 funcionários.

O ministro disse ainda que aqueles que forem exonerados e quiserem continuar no governo serão entrevistados pela equipe para que haja certeza de que estão alinhados ao projeto de Bolsonaro e que o prazo “auto-dado” é de reconstituir a equipe em duas semanas.  [mancada do Lorenzoni: aceitar os que se declararem arrependidos e alinhados ao projeto de Bolsonaro;
usando um termo bem ao gosto dos comunistas: os 'expurgados, expurgados estão e assim devem permanecer - até mesmo por questão de Segurança Nacional.]    O anúncio da exoneração em massa feito pelo chefe da Casa Civil acontece horas depois de Onyx fazer no discurso de transmissão de cargo na pasta um convite à oposição a Bolsonaro para que faça um pacto a favor do Brasil.

Fontes com conhecimento da máquina pública disseram que as redes sociais de integrantes da administração pública têm sido analisadas por integrantes do novo governo e que alguns funcionários, inclusive, apagaram seus perfis e criaram novos para escapar deste escrutínio.

Marun e Congresso
Ao mesmo tempo que anunciou uma “despetização” da máquina pública, Onyx disse que Bolsonaro resolveu manter a decisão do ex-presidente Michel Temer que, nos últimos dias de seu mandato, nomeou o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun para o conselho de Itaipu Binacional para um mandato de dois anos.  O atual titular da Casa Civil disse que a decisão é um “gesto de boa vontadede Bolsonaro para com Temer, até pela contribuição que o atual ocupante do Planalto recebeu de seu antecessor na transição de governo.

No mesmo dia em que o presidente do PSL, partido de Bolsonaro, deputado eleito Luciano Bivar (PE), anunciou apoio da sigla à reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e defendeu a candidatura do senador eleito Major Olimpio (PSL-SP) ao comando do Senado, Onyx voltou a afirmar que o Executivo não vai interferir nas eleições para a presidência das duas Casas do Congresso.

Bolsonaro comanda primeira reunião ministerial do novo governo

A reunião ocorre após a publicação da Medida Provisória 870, que define a reestruturação do governo e os detalhes sobre as atribuições de cada pasta


Dois dias depois de assumir o poder, o presidente Jair Bolsonaro fará a primeira reunião ministerial com sua equipe. Ele marcou para hoje, a partir das 9h, a conversa com os 22 ministros. O chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Onyx Lorenzoni, disse que serão discutidas as primeiras ações de governo.

A reunião ocorre após a publicação da Medida Provisória (MP) 870, que define a reestruturação do governo e os detalhes sobre as atribuições de cada pasta e prioridades das áreas específicas.   Às vésperas da posse, o presidente da República reiterou que sua intenção é revogar atos que, na sua avaliação, geram mais burocracia para o Estado.

Na transmissão de cargo nesta quarta-feira, Onyx propôs um “pacto político” entre governo e oposição. “Teremos bons ouvidos para aqueles que se opõem ao nosso governo”, disse o ministro, informando que as “disputas ideológicas podem e devem ser travadas”.

Também durante a cerimônia de transmissão de cargo, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, disse que, na sua opinião, a proposta de reforma da Previdência apresentada na gestão Temer deve ser reavaliada. Ele esclareceu que este era seu ponto de vista e que a questão não tem unanimidade dentro do governo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a sua gestão será centrada em quatro pilares: abertura da economia, simplificação de impostos, privatizações e reforma da Previdência, acompanhada da descentralização de recursos para estados e municípios. Ele destacou que o novo governo pretende dar importância ao capital humano – como os economistas chamam o investimento em capacitação do cidadão.
Para o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, as prioridades se concentram em medidas de combate à corrupção e à violência. 
[óbvio que a criminalidade, em todas as suas formas, deve ser combatida, mas, em uma ação paralela às necessárias à recuperação da economia - o Brasil precisa crescer, reduzir de forma substancial o desemprego, melhorar o atendimento na Saúde Pública,  melhorar a vida do cidadão, especialmente dos mais desamparados, mas lembrando sempre da famosa frase de Abraham Lincoln: " Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos."]

terça-feira, 30 de outubro de 2018

O valor das promessas

É politicamente perigoso supor que 57,7 milhões de brasileiros elegeram Jair Bolsonaro sem ter a mais vaga ideia do que ele vai fazer no Palácio do Planalto, a partir de 1º de janeiro. Sua vitória em todo o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte (exceto Tocantins e Pará) não foi acaso.

Goste-se ou não, mais da metade do eleitorado deu-lhe o crédito de confiança que era reivindicado pelos adversários. E, dizia Abraham Lincoln, ninguém é suficientemente competente para governar outras pessoas sem o seu consentimento. O problema de Bolsonaro, agora, é cumprir as promessas. Quase todas, sim, podem ser qualificadas como confusas, inconsistentes, equivocadas, entre outros adjetivos. Uma exceção está no compromisso público assumido no sábado, 20 de outubro: “O que eu pretendo é fazer uma excelente reforma política para acabar com instituto da reeleição que, no caso, começa comigo, se eu for eleito.”

Não conseguiria ser mais límpido. É, portanto, legítima a expectativa de que Bolsonaro apresente ao novo Congresso, em fevereiro, um projeto de renúncia à reeleição, limitando-se aos 1.460 dias do mandato.  Faltam razões objetivas para não se acreditar ao menos nesse compromisso de um candidato que, há 72 horas, obteve maioria de votos numa dimensão só comparável ao mapa eleitoral de Lula em 2002.  Outras promessas independem da caneta presidencial, como a de enxugar “em 15% ou 20%” o número de integrantes do Legislativo.

A renúncia à reeleição, não. Ela está sujeita, única e exclusivamente, à sua vontade, já expressa em público. Bolsonaro estará ausente da disputa presidencial de 2022. Outro que abdicou, publicamente, foi Ciro Gomes (PDT), que no dia 12 de setembro, no Rio, disse o seguinte:(Se Bolsonaro ganhar) eu vou desejar boa sorte, cumprimentá-lo pelo privilégio e depois vou chorar com a minha mãe. Saio da política. A minha razão de estar na política é amor, paixão, confiança. Se nosso povo por maioria não corresponder, vou chorar.”
Não há por que não acreditar neles. [a promessa de Ciro Gomes é FAKE, como tudo nele; além do mais, todas as eleições precisam daqueles candidatos escalados para perder, e Ciro é um dos integrantes natos do grupo que tem também Marina e Alckmin;
quanto a Bolsonaro assumiu uma posição inteligente, visto que ao apresentar o projeto extinguido a reeleição cumpre sua promessa;
não sendo o mesmo aprovado, ele está livra para se candidatar e ser reeleito, confiamos que o excelente Governo que vai realizar o credencia para fechar o túmulo no qual colocou o PT -  por enquanto fechado com concreto - com uma lápide de tungstênio.
Parabéns ao jornalista José Casado pela coragem em escrever um artigo apontando pontos indiscutíveis - em qualquer matéria séria - de Bolsonaro e seu futuro Governo.
Aproveito para alertar àqueles que acreditam quando diz que Bolsonaro não é inteligente - lembro apenas que ele passou pela Aman e lá não há espaço para os desprovidos de inteligência, nem mesmo para ingressar, quanto mais para iniciar a carreira militar.] 

José Casado, jornalista - O Globo

 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Em vez de garantir direito às pobres, cassa-se o de Adriana Ancelmo. Idiotas urram! Fora lei 3

Digamos que existam outras mulheres em situação similar e que, por qualquer razão, não gozem do benefício da prisão domiciliar: isso é culpa de Adriana? Já não bastam as que ela tem

Quem gostava de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, até outro dia eram setores da imprensa que agora o tratam como o cocô do cavalo do bandido. Eu nunca gostei. Coloquem no Google, sem aspas, as palavras “Blog Reinaldo Azevedo Sérgio Cabral” e vejam o que vem. Aliás, um exercício interessante seria procurar o que eu escrevi sobre o dito-cujo a partir de 2007 e o que deixaram para a história, por exemplo, os veículos do grupo Globo, muito especialmente no período que antecedeu a Copa do Mundo. Vale dizer: eu não preciso massacrá-lo, agora que é cachorro morto, porque nunca o idolatrei quando cachorro vivo e útil — muito vivo e muito útil!
Adriana Ancelmo no momento que deixava sua casa; prisão domiciliar suspensa. (Foto: Marco Antônio Martins/G1)

É asquerosa, para ser suave, a cobertura que fez a média da imprensa, não só os veículos do grupo Globo, da decisão tomada pelo TRF2, que suspendeu a prisão domiciliar de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, devolvendo-a para o regime fechado na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, onde está o marido, mas em ala distinta.  Antes que continue, uma observação: o casal está em prisão preventiva. Afirmar, a esta altura, que os dois representam risco à instrução criminal chega a ser ridículo. Então PF e MPF assinam atestado de incompetência. E quais são os crimes novos, além daqueles pelos quais são alvos de processo? Mas essa é outra conversa. A justificativa para devolver Adriana Ancelmo ao regime fechado é evidência de falência moral do sistema.

Ela tem direito à prisão domiciliar porque tem filho menor de 12 anos, e estão presos tanto ela como o marido. Observem que essa garantia, que está na lei, não busca proteger o preso, mas a criança. Por mais que parentes possam se encarregar de dar o devido amparo, é evidente que a situação é, por si, traumática.  E o que alegaram os desembargadores? Que seria uma discriminação odiosa garantir a Adriana o que se reconhece ser um direito, uma vez que presas pobres, que se encontrariam em situação idêntica, não gozam do mesmo benefício. Não estamos mais no terreno da justiça, mas no da demagogia barata e da vingança mesquinha. Digamos que existam outras mulheres em situação similar e que, por qualquer razão, não gozem do tal beneficio. Pergunto: a: isso é culpa de Adriana? Já não bastam as que ela tem?; b: se o direito de determinadas presas não está sendo respeitado, deve-se punir Adriana — cassando também o seu — ou a incúria do Estado?; c: quantas são as presas com filhos menores de 12 anos cujos maridos ou parceiros também estão presos? Haverá mesmo tantas mulheres em situação idêntica?; d: ainda que essas presas não tenham um bom advogado, o Estado brasileiro não gosta uma verba multibilionária com defensores públicos?; e: é razoável que se casse um direito de alguém, ainda que o de uma ré, porque, afinal, o Estado não consegue cumprir a sua função?

Ah, não! Não me peçam para condescender com isso. O argumento para devolvê-la à prisão apresentado, diga-se, pelo Ministério Público Federal é uma joia da estupidez destes tempos, em que se busca menos a Justiça do que a vingança“Ah, Reinaldo, por que gastar vela com gente como Adriana Ancelmo?”

Não é por ela. Quem já beijou seus pés quando indicado ao Supremo foi o agora Torquemada Luiz Fux, não eu. Não a conheço. Nunca nem falei com Sérgio Cabral. Nunca foi nem minha fonte. Seu estilo, então elevado aos píncaros da glória pela imprensa carioca — grupo Globo em particular —, sempre me provocou engulhos. Aquele seu estilo entre o superlativo e o garotão folgazão causava em mim urticária moral. O sistema de segurança inventado no Rio, com amplo apoio do esquema midiático que o amparava, era uma das mais vistosas fraudes do país.

E Cabral sempre foi duramente criticado neste blog.  Mas o que vejo aí, da forma como segue, não me interessa. Porque não serve para construir uma democracia.  Se Adriana Ancelmo tem direito à domiciliar; se o poder público sabe disso; se sua defesa cumpriu os devidos; se estamos diante de uma cassação imotivada de uma licença, que se busque assegurar às mulheres pobres a mesma prerrogativa. [desde que não sejam viciadas, traficantes, assaltantes, mulheres que farão mais mal aos filhos com sua presença do que com a ausência.]
Mas não!  No direito à moda brasileira, que hoje conta com o entusiasmo rancoroso de muita gente, o que se quer não é dar aos pobres as garantias que lhes cabem, mas tirá-las dos ricos.  A decadência de setores da imprensa não é menor do que a decadência dos homens públicos. Eu diria até que, em muitos aspectos, é ainda pior.

Blog do Reinaldo Azevedo
 [De uns tempos para cá, se tornou rotina no Brasil a meta de NIVELAR POR BAIXO, DISTRIBUIR A MISÉRIA - até o Banco Mundial vem dar pitaco nos assuntos internos do Brasil, esquecendo que o único  Plano Econômico que deu certo, o PLANO REAL, não teve interferência de nenhum desses organismos internacionais.

Tornou-se recorrente no Brasil estimular os que não tem bons salários - infelizmente, a maioria dos brasileiros - a odiar os que tem bom padrão de vida, ainda que estes tenham conseguido melhoras devido seus próprios esforços.
Apenas para meditação transcrevemos de Abraham Lincoln:
Não Criarás a Prosperidade se desestimulares a poupança.
Não fortaleceras os fracos por enfraqueceres os fortes.
Não ajudaras o assalariado se arruinares aquele que o paga.
Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes.
Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos.
Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado.
Não evitarás as dificuldades se gastares mais do que ganhas.
Não Fortalecerás a dignidade e o anônimo se Subtraíres ao homem a iniciativa da liberdade.
Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.]



 

 

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Donald Trump e os psiquiatras



Não se pode diagnosticar que ele seja doido, mas pode-se garantir que naquela cabeça mora o perigo 

Na hora em que um estudioso do comportamento humano ganhou o Prêmio Nobel de Economia, saiu nos Estados Unidos, e está na rede, o livro “The Dangerous Case of Donald Trump” (“O perigoso caso de Donald Trump”), com 27 artigos de psiquiatras, psicanalistas e terapeutas, mais dois escritores e um advogado. Eles ficam a um passo da declaração formal de que o presidente dos Estados Unidos é maluco.

Narcisista, paranoico, mentiroso e delirante, Trump é uma ameaça à segurança do mundo. Todos os políticos têm essas características (ou, pelo menos, são acusados de tê-las), mas com Trump elas compõem um caso clínico. É comum ouvir que alguém vive “no mundo da lua”. Ele vive no mundo do sol, e o sol é Donald Trump. Orgulha-se de não confiar em ninguém, elogia tiranos como o “amado líder” Kim Jong-un da Coreia do Norte ou o sírio Bashar al-Assad e inventa situações fantásticas (Barack Obama é muçulmano e nasceu no Quênia), não se retrata e se diz perseguido.

A coletânea é apresentada pelo professor Robert Jay Lifton, um dos mais respeitados psiquiatras do país. Num dos melhores artigos do livro, o psicólogo Michael Tansey disseca os cinco minutos finais de um discurso de Trump na sede da CIA, logo depois de sua posse. (A fala está na rede.) Depois de ter chamado a Agência de incompetente, disse que estava “100%” ao seu lado. Não terminou algumas frases e garantiu que na plateia de sua posse havia uma multidão jamais vista.  O livro compilou mentiras e delírios dos primeiros seis meses de Trump. Sabidamente, ele foi além. Todos os autores temem pela sua conduta numa crise semelhante à de 1962, quando o mundo esteve perto da guerra nuclear e foi salvo pelo sangue-frio do presidente John Kennedy.

Os psiquiatras e psicanalistas lutam contra Trump e contra uma norma da guilda dos doutores que os proíbe de diagnosticar maluquice em pessoas que não examinaram profissionalmente. Ela impede que algum deles use claramente a palavra “maluco”. Contudo, usam todos os sinônimos disponíveis. A norma da Associação Americana de Psiquiatria foi baixada no século passado, quando o republicano Barry Goldwater disputava a presidência com Lyndon Johnson e foi dado por paranoico numa pesquisa junto a psiquiatras, por ter sugerido a possibilidade de uso de armas nucleares.

Uma trapaça da história fez com que Goldwater, batido, seja visto como um dos fundadores do moderno conservadorismo americano. Johnson reelegeu-se e muitos dos psiquiatras que apontam para a maluquice de Trump concordam num ponto: o paranoico era Johnson. Tudo bem, mas se não fosse pela sua desastrosa política na Guerra do Vietnã, ele seria um dos melhores presidentes do século. Outro paranoico de papel passado foi Richard Nixon, mas deve-se a ele a reaproximação dos Estados Unidos com a China. Para ficar nos desafios da psiquiatria política, Abraham Lincoln era depressivo.

O livro dos doutores solidifica a noção de que Trump é um perigo para o mundo, porque o seu cotidiano, as suas piruetas e algumas de suas políticas relacionam-se diretamente com seu desequilíbrio mental. Nixon mentia, mas não mentia a cada hora. Lincoln era depressivo, mas doidos estavam os estados do Sul ao se rebelarem.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista


domingo, 12 de março de 2017

O tamanho do estrago

Ter consciência do tamanho do buraco causado pelo lulopetismo é importante para evitar a ingenuidade de imaginar que a economia já deveria estar decolando com o novo governo

Qualquer dúvida de que o Brasil terá mais uma década perdida, depois daquela dos anos 80 do século passado, ficou para trás na terça-feira, quando o IBGE divulgou os números do Produto Interno Bruto de 2016: a economia do país regrediu 3,6%, mas o número, isoladamente, não dá conta do tamanho do estrago. O PIB já tinha recuado 3,8% no ano anterior, e o Brasil não via dois anos seguidos de retração desde o biênio 1930-1931, quando as quedas foram de 2,1% e 3,3% – portanto, mais brandas que a recessão atual. O PIB per capita, resultado da divisão do produto pelo número de brasileiros, caiu pelo terceiro ano consecutivo.

Um desempenho desastroso cuja causa tem nome e sobrenome: Nova Matriz Econômica, a política capitaneada por Guido Mantega nos anos finais da era Lula e nos mandatos de Dilma Rousseff, marcada pelo afastamento das práticas que, nos anos 90, livraram o Brasil da hiperinflação e promoveram a estabilização econômica, não sem alguns solavancos característicos de um país ainda vulnerável a crises internacionais – desculpa que Dilma sempre usou para a recessão atual, mas que já não cola hoje, quando o Brasil figura como a única nação a ter queda no PIB, em ranking da revista britânica The Economist (só não estamos oficialmente piores que a Venezuela porque a falida ditadura bolivariana já não divulga seus números).

A causa do desempenho desastroso tem nome e sobrenome: Nova Matriz Econômica 
Quando o governo decidiu que o consumo seria o motor da economia, passou a adotar todo tipo de medida para que os brasileiros gastassem como nunca, com crédito amplamente facilitado, juros reduzidos na marra e isenções fiscais para diversos setores (normalmente, os que choravam mais alto ou os que tinham bons contatos no Planalto). Dilma usou a Petrobras para manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos, o que, ao lado da corrupção que a Lava Jato revelou ao país, criou um rombo naquela que era uma das maiores empresas do mundo. Com a MP 579, Dilma baixou o preço da energia elétrica com uma canetada que desestabilizou todo o setor elétrico e nem foi tão eficaz assim, pois logo os preços voltaram aos patamares anteriores. E, quando começou a ficar evidente que a estratégia estava levando o país ao abismo, a “contabilidade criativa” tentou manter alguma aparência de normalidade diante do mercado nacional e internacional.

Como diz a famosa frase atribuída a Abraham Lincoln, no entanto, é impossível enganar a todos o tempo todo. Mas antes fosse apenas questão de mascarar a realidade: o preço que a Nova Matriz Econômica cobrou não foi baixo, e foi pago pelos brasileiros. Mais diretamente, pelos quase 13 milhões de desempregados; e mesmo os que conseguiram manter seu trabalho amargaram taxas de inflação que superaram os 10% em 2015 e só agora dão sinais de desaceleração.

Ter consciência do tamanho do buraco causado pelo lulopetismo é importante para evitar ilusões e a ingenuidade de imaginar que em apenas alguns meses de governo Temer a economia já deveria estar de vento em popa. É preocupante ver que no terceiro e quarto trimestres de 2016 o PIB também recuou (0,7% e 0,9%, respectivamente), mas outros indicadores permitem ver que a reversão da tendência está próxima, como mostrou a Gazeta do Povo em reportagem recente. E, nesta quarta-feira, o IBGE divulgou outro dado positivo: a produção industrial subiu 1,4% em janeiro de 2017 na comparação com janeiro de 2016, interrompendo uma sequência de 34 meses de queda.

Fala-se em aumento de 0,5% no PIB de 2017 – um número não muito animador, até porque a base de comparação já está bastante deprimida. O governo ainda não completou a própria lição de casa e tem muita gordura a cortar. Mas as reformas propostas por Temer podem lançar as bases para um crescimento sustentado por décadas, ainda que sem desempenhos espetaculares como os 7,5% de 2010. Já será melhor que depender de políticas econômicas insensatas cujos resultados iniciais causam euforia, mas que logo dá lugar à triste realidade.

Fonte: Editorial Gazeta do Povo - PR

sexta-feira, 11 de março de 2016

Lula sabe que não engana Sérgio Moro, por isso esperneia

Foi a sua mais hilária, surreal e trágica coletiva de imprensa, como o verdadeiro Macunaíma, chorando às pitangas, expressando raiva em seus olhos esbugalhados, e mesmo assim, contando vantagens, e tentando persuadir com a retórica, chantagem e emocionalismo, o irrealismo de suas bazófias.

A decisão do juiz Sérgio Moro, de obrigar o ex-presidente Lula a depor por meio de uma ação coercitiva, na manhã da sexta-feira, no dia 4 de março de 2016, foi certamente um dos fatos mais relevantes da história recente do Brasil, com implicações, consequências e desdobramentos que poderão ser um divisor de águas. Moro acertou o alvo ao deflagar a “Operação Aletheia”, e poderá estar fazendo a verdadeira reforma política, que é o grande anseio do povo brasileiro, exausto das espertezas de Lula, que há décadas encarnou Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.

Acertou o alvo porque, à frente da Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro atinge o cerne de toda a problemática, que é a questão moral, pois a crise que vivemos atualmente é mais do que política ou econômica, mas profundamente moral. Com isso ele presta um grande serviço à nação brasileira, na medida em que trabalha para fazer cumprir a lei, pois a democracia é não só a garantia das liberdades individuais, mas sobretudo [justamente para fazer valer a liberdade com responsabilidade], o cumprimento da lei.   

É evidente que Lula e seus apaniguados estão surpreendidos e chocados com tudo o que está acontecendo, com tantos desmoronamentos, pois especialmente Lula se sentia há mais de uma década, acima de tudo e de todos, acima de toda lei, o homem mais blindado de todo o País, com uma blindagem que o fazia se sentir super mimado, como sempre foi paparicado, desde quando Cláudio Hummes criou a Pastoral Operária, assessorado por Frei Betto, para lançá-lo à grande aventura do menino pobre que passou fome e chegou à Presidência da República, mas que sempre desprezou estudar. Quase toda a sua carreira política foi fazendo a glamourização da ignorância”, como destacou Joice Hasselman, e essa ignorância de “homem-massa” (tão bem descrito por Ortega Y Gasset) que o faz apelar para o emocionalismo, choramingando, como fez, por exemplo, quando foi diplomado Presidente, chegando às lágrimas, comovendo a todos com o seu pieguismo cênico.

Surpreendido às seis da manhã (como no samba do japonês da Federal), daquela sexta-feira, foi ainda poupado pelo próprio Sérgio Moro de ser algemado ou transportado no carro com o emblema da Polícia Federal. E ele fez birra, cara feia, xingou tudo e todos, e disse que ficou muito ofendido, e esperneou. Assim que saiu do Aeroporto de Congonhas, recolheu-se ao diretório do PT, onde proferiu a sua mais hilária e trágica coletiva de imprensa, como o verdadeiro Macunaíma, chorando às pitangas, expressando raiva em seus olhos esbugalhados, e, mesmo assim, contando vantagens, e tentando persuadir com a retórica, chantagem e emocionalismo, o irrealismo de suas bazófias. Sim, porque ele perdeu totalmente o chão da realidade. A casa caiu.

Mesmo assim, ele se gabou em sua fala, de considerar-se o maior presidente de todos os tempos, e transtornado com os acontecimentos daquele dia, foi flagrado conversando com a presidente Dilma Roussef, como se estivesse num boteco, com fala chula, mandando a Polícia Federal enfiar no c... o seu processo. Apesar de seus rompantes, se comparando a uma jararaca que atingiram o rabo, mas que está viva, Lula perdeu totalmente, naquele dia, a noção dos fatos. E não percebeu que aquela ação coercitiva foi o começo de um périplo, de um acerto de contas, daquele duro acerto de contas que acaba chegando para todos os embusteiros, principalmente àqueles a quem a vida deu tanta oportunidade. “Ao que muito teve, muito será cobrado”, e Sérgio Moro chega agora com a cobrança da fatura, alta demais, por tudo o que fizeram. A Lava Jato alcançou “o chefe” do maior esquema de corrupção como nunca antes se viu em toda a história do País. E não adianta agora ele esbravejar. Fica valendo, com a evidência dos fatos, a máxima de Abraham Lincoln: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”

Quanto mais Lula tenta se justificar, mais se enrola, porque não consegue perceber o emaranhado em que se envolveu, desde quando cobiçou um poder pantagruélico, satisfazendo a lógica das forças que o levaram a se tornar o monstro político que é, uma jararaca ferida, e que certamente será pisoteada pela ação firme e corajosa da equipe da Lava Jato, comandada por Sérgio Moro. Por que não poderá haver impunidade a todos os desmandos feitos, à tanta gula e abuso de poder. Os próprios comentaristas da imprensa que tanto o afagaram esses anos todos, reconheceram que havia acabado naquele dia, o mito Lula, até mesmo para os militantes pagos, cada vez mais reduzidos, que o defendem apenas por vil interesse.  

Joelmir Betting acertou em dizer que “o PT é, de fato, um partido interessante. Começou com presos políticos e vai terminar com políticos presos”. Ainda quando eclodiu o escândalo do mensalão, em 2005, o jornalista Ivo Patarra escreveu “O Chefe”, enquanto a imprensa torcia o nariz e boicotava a sua obra, hoje muitos terão de reconhecer a coragem de Patarra em por a nu o que se sentia rei, o morubixaba que fez do projeto de poder do Foro de São Paulo, a miragem de Pasárgada, aonde todos os “amigos do rei”, e ele próprio, serão pois arrastado para atrás das grades, por quererem demais e de modo totalmente escuso, privilégios não pautados pela virtude, mas apenas na malandragem.

Chegou a hora e a vez de Sérgio Moro, para deter Ali Babá e todos os demais ladrões, comprovando assim, mais uma vez, na História, que o crime não compensa.

Por: Hermes Rodrigues Nery é coordenador do Movimento Legislação e Vida.
Email: hrneryprovida@uol.com.br