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terça-feira, 26 de julho de 2016

Mulher de Lula quer grana ou abre o bico contra a Bancoop e OAS



Mulher de Lula cobra R$ 300 mil da Bancoop e da OAS por apartamento no Guarujá
A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva ajuizou ação na 34.ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo contra a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e a empreiteira OAS cobrando R$ 300.817,37 “em parcela única e imediata”. Os valores, segundo os advogados da mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010), se referem a restituição sobre cota-parte do apartamento 141 adquirida pela ex-primeira dama no condomínio Mar Cantábrico, atual Solaris, no Guarujá, litoral paulista. 

Marisa, Lula, o filho mais velho do casal Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, e mais 13 investigados são alvo de denúncia do Ministério Público de São Paulo. Lula é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por supostamente ocultar a propriedade do tríplex 164-A no Solaris, reformado pela OAS ao custo de R$ 777 mil. O tríplex 164-A é um caso emblemático na mira da Operação Lava Jato. A Polícia Federal e a força-tarefa do Ministério Público Federal atribuem ao petista a propriedade do imóvel. O caso está nas mãos do juiz federal Sérgio Moro. A defesa de Lula afirma que ele não é o dono do tríplex. 

O Solaris era da Bancoop, a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados – eles protestam na Justiça que a empreiteira cobrou valores muito acima do previsto contratualmente. Na ação distribuída para a 34.ª Vara Cível da Capital, Marisa afirma que, em abril de 2005, assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu “uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico”. A previsão de entrega, de acordo com a defesa da ex-primeira-dama, era 2007. 

Segundo o documento, subscrito pelos advogados Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins, Maria de Lourdes Lopes e Rodrigo V. Domingos, a Bancoop reservou previamente uma unidade do edifício que seria construído para Marisa Letícia. “No caso, o apartamento 141 no Edifício Navia, uma unidade padrão, com três dormitórios (um com banheiro) e área privativa de 82,5 metros quadrados”, descreveram os criminalistas. 

Os advogados afirmam que Marisa Letícia pagou a entrada de R$ 20 mil, as prestações mensais e intermediárias até setembro de 2009. Segundo os criminalistas, naquele ano, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa. 

A defesa afirma que Marisa Letícia à época não se manifestou sobre o tema, o fazendo em 2015 quando pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento. Os advogados sustentam que, desde então, a Bancoop “não realizou a devolução do valor investido ou forneceu qualquer justificativa”. “Diante disso, esgotados os meios amigáveis e suasórios, a presente ação de restituição de valores tornou-se necessária”, aponta a defesa.
“A autora (Marisa Letícia) chegou, posteriormente, a estudar a possibilidade de adquirir uma unidade no Edifício Solaris usando, como parte de pagamento, os valores que haviam sido pagos à Bancoop. Mas essa hipótese não se transformou em realidade, razão pela qual em 26 de novembro de 2015 a autora solicitou a restituição do valor integralizado no empreendimento ao assinar o Termo de Declaração e Requerimento de Demissão do Quadro de Sócios da Seccional Mar Cantábrico (“Termo de Demissão”).” 

Para os advogados, “ao assumir o empreendimento e comercializá-lo, a OAS se tornou co-responsável pelo ressarcimento da cota-parte dos cooperados”.

Fonte: Isto É

sexta-feira, 25 de março de 2016

Berzoini e o tríplex de Lula

Bancoop mudou projeto para garantir vista para o mar ao tríplex de Lula. Ricardo Berzoini representava o ex-presidente


Os privilégios recebidos pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá vão além de reformas pagas pela OAS. O projeto inicial do condomínio Mar Cantábrico - renomeado Solaris foi alterado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para se ajustar a exigências de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia. É o que apontam documentos enviados pelo Ministério Público paulista à força-tarefa da Lava Jato. ISTO É teve acesso a dois deles. O primeiro é o depoimento do corretor Temoteo Mariano. 

Por anos, ele intermediou a aquisição de terrenos para a cooperativa. Em 2003, participou da compra da área em que foram erguidas as duas torres do condomínio Solaris. Temoteo afirmou, diante dos promotores em fevereiro, que o empreendimento fora alterado pela Bancoop para garantir o desejo de Lula de ter uma cobertura de frente para o mar. Mudanças que trouxeram prejuízos a cooperados e contaram com a participação do ministro e ex-dirigente da cooperativa, Ricardo Berzoini.
 
No depoimento, Temoteo afirma ter sido “o primeiro a comprar um imóvel naquele empreendimento”, em 2003. Adquiriu um apartamento de frente para o mar no 10º andar da torre hoje chamada Salinas. Mas desfez o negócio em poucos meses, após a Bancoop adotar uma medida controversa. Mudou a localização dos quatro apartamentos de cada pavimento para beneficiar o líder petista. “O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, através de Ricardo Berzoini, era um dos aspirantes a uma unidade no prédio defronte ao mar”, afirma. 
 
“Desde o início do empreendimento Mar Cantábrico já havia a prévia solicitação do ex-presidente por uma cobertura. Ocorre que as unidades defronte para a praia já estavam vendidas.”, diz. Nada que o companheirismo da cooperativa ligada ao PT não pudesse resolver. A Bancoop modificou “a numeração dos apartamentos constantes do projeto original, ou seja, quem comprou as unidades finais 1 e 2 passou a ter a vista traseira e quem comprou as unidades finais 3 e 4, passou a ter a vista frontal para a praia. O tríplex que, para os investigadores, pertence a Lula é o 164A.

Outro ex-proprietário confirmou a inversão das unidades ao MP. Em 3 fevereiro, o corretor José Roberto Maifrino, que trabalhou para a Bancoop, disse ter exigido a devolução das oito parcelas pagas após descobrir que seu apartamento de final 2 não teria vista para o mar. Procurou Carlos Della Libera, da empresa Dellpar, para entender a razão da mudança. A firma, diz, desenvolvia empreendimentos com a Bancoop. A resposta veio sem rodeios. Carlos Della Libera disse que “Tomas (Edson Botelho Fraga, ex-diretor da Bancoop) mandou avisar que era para mudar de empreendimento, porque questões internas da BANCOOP sinalizavam a necessidade de mudança de posição dos apartamentos”, afirma. 

A mudança privilegiava, além de Lula, outros integrantes da cúpula da cooperativa. Nos depoimentos, Temoteo e José Roberto revelam que a Bancoop fez outra alteração na planta. Não existiam tríplex, como o de Lula, no projeto do condomínio Mar Cantábrico - renomeado Solaris. Os maiores apartamentos eram duplex. “Com a construtora antiga, que não era a ARCHTECH, nem a OAS, havia a previsão de duplex e não tríplex”, afirmou Temoteo ao MP. Autoridades desconfiam que o acréscimo de um andar nos apartamentos da cobertura foram feitos para atender, entre outros, à família Lula. “São afirmações importantes, eles conhecem a história do empreendimento desde os primórdios”, diz o promotor paulista Cássio Conserino. 
 
“Estas e outras oitivas, além de documentos, revelam que o favorecimento ao casal é bem anterior ao Petrolão”, complementa. Para Conserino, os relatos obtidos nestes e em outros depoimentos jogam pá de cal na versão do ex-presidente de que ele teria comprado, apenas uma cota de outra unidade em 2005. A defesa de Lula diz que ele e Marisa não optaram por ficar com esta unidade nem por receber o dinheiro de volta quando a Bancoop transferiu o empreendimento inacabado à OAS em 2009. Outros proprietários foram obrigados a decidir em 30 dias sob o risco de perder o dinheiro. Em 2014, Lula, Marisa e um filho do casal foram vistos no tríplex. A primeira-dama acompanhou a reforma do imóvel, que custou mais de R$ 700 mil e foi paga pela OAS. 
 
O MP-SP pediu a prisão preventiva do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá na quarta-feira 9. Lula teria cometido os crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A Justiça, no entanto, enviou a denúncia ao juiz federal Sergio Moro, que cuida da Lava Jato. Na terça-feira 22, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a investigação fosse remetida ao STF. No meio jurídico, no entanto, é dado como certo que as investigações sobre o tríplex voltarão aos domínios de Sergio Moro.
 
Fonte: Pedro Marcondes de Moura - Revista Isto É
 
 

sábado, 12 de março de 2016

O Brasil possui milhões de idiotas, tanto que Dilma e Lula foram eleitos e reeleitos. Mas, vitimização do Apedeuta não cola mais

Implicações do frágil pedido de prisão de Lula

Ex-presidente deve aproveitar para reforçar a imagem de ‘vítima de perseguições’, enquanto a Lava-Jato terá de ser ainda mais consistente nas denúncias

[As denúncias da Lava Jato são consistentes e a vitimização do estúpido Lula não resistirá as análises técnicas = Lula será condenado e preso, crimes para isso não faltam.

O pedido de prisão apresentado pelo MP de SP tem tudo para ser um tiro n'água, mas, crimes para fundamentação de outros pedidos é o que mais Lula tem. ]

Na condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na Lava-Jato, executada há uma semana, houve intensa discussão, e não poderia deixar de ser de outra forma. Já na quinta-feira, com o pedido de prisão preventiva encaminhado à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo, foi diferente.

Mesmo da oposição foram ouvidos reparos à iniciativa de promotores que investigam o escândalo da Bancoop, Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, pela qual Lula e a mulher, Marisa, adquiriram uma quota que iria se converter no tríplex do Guarujá. Com frágil embasamento jurídico, sustentado em argumentação de cunho político, o pedido não demonstra força. Mas não deixa de ter desdobramentos. 

Foi ruim para a imagem do Ministério Público, porque fez lembrar o caso do procurador Luiz Francisco Fernandes, de Brasília, que se dedicava a investigar o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, em especial Eduardo Jorge Caldas Pereira, secretário-geral da Presidência. Depois, revelou-se que Luiz Francisco era militante petista. Uma história a não se repetir.

Outra implicação é ajudar Lula na conhecida manipulação de se mostrar como vítima de “perseguições” do MP e das “elites”. Mas contra ele há o provável sepultamento da ideia de protegê-lo da primeira instância judicial (Sérgio Moro), com sua nomeação como ministro de Dilma. O pedido de prisão, mesmo fraco, reforçaria a suposição de que a manobra visa a proteger um Lula em fuga para buscar abrigo no foro privilegiado do STF.

A escolha deste momento, pelos procuradores, para encaminhar o pedido de prisão de Lula também foi desastrosa. É indiscutível que o Ministério Público e a Justiça têm de decidir a partir de fatos, da Constituição, das leis. Mas isso não impede que juízes e promotores acompanhem a vida real. No caso, deveriam ter sido cautelosos numa semana tensa, na contagem regressiva para as manifestações contra o governo Dilma, Lula e PT no domingo. Haverá quem use o fato para incitar militantes. Se houver violência no domingo, todos perderão, a democracia em primeiro lugar. [a triste realidade é que desde que a democracia começou a ser praticada - de forma excessiva e até com fanatismo - no
Depois deste escorregão do MP paulista, a Lava-Jato, de que participa o Ministério Público Federal, ganhou uma pressão adicional. Em relação a Lula, a força-tarefa da operação precisará ser um exemplo de consistência se e quando encaminhar à Justiça alguma denúncia contra o ex-presidente.

É importante impedir que o erro cometido com Lula não contamine o trabalho que os procuradores paulistas fazem na investigação do escândalo da Bancoop, em que milhares de pessoas foram lesadas por um esquema lulopetista que, segundo o MP, desviou dinheiro da cooperativa para o PT, entre outros crimes.  O conhecido ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso em Curitiba, na Lava-Jato, presidiu a Bancoop, quando teria cometido os crimes de estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Fonte: O Globo - Editorial  


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A conta do aparelhamento de fundos de pensão

Lideranças petistas começaram a avançar sobre entidades no início da década de 90, para usá-las no que viria a ser o projeto lulopetista de poder. 

Não tem dado certo

Grandes investidores institucionais no mercado financeiro e também com participação direta em empresas, os fundos de pensão de empresas estatais têm uma história antiga. O maior e mais tradicional, o Previ, surgiu em 1904 como Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Outros, menos longevos, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica) são da década de 70, mas têm, mesmo isoladamente, elevado calibre financeiro. Somados, constituem uma forte musculatura no mundo dos altos negócios.

Reportagens do GLOBO, publicadas domingo e segunda, relatam como o PT teve esta percepção e, por meio do seu braço sindical, a CUT, idealizou e executou, a partir do início da década de 90, um plano de ocupar fundos de estatais, para usá-los como instrumento de governo. A iniciativa partiu do então presidente do Sindicato dos bancários de São Paulo, Luiz Gushiken, já falecido, à época futuro ministro da Secretaria de Comunicações de Lula. Nenhuma novidade nisso, porque o tucano Fernando Henrique Cardoso mobilizaria fundos de pensão no programa de privatizações do seu governo. Mas, sob Lula, aconteceu algo bem mais amplo: um enraizado e abrangente aparelhamento dos principais fundos, em que, de resto, a CUT já dava as cartas.

Resultado disso é que se somam aos prejuízos derivados da conjuntura de crise aqueles causados por operações temerárias influenciadas por interesses políticos e ideológicos do PT e aliados, além de perdas provocadas por malfeitos.  Um negócio emblemático, símbolo de gestão temerária, inspirado em atos de vontade sem pé na vida real, é a Sete Brasil, criada em 2011 pela Petrobras, bancos privados (Bradesco, BTG, Santander), além do fundo de investimentos do FGTS, de Previ, Petros e Funcef. Estimularia estaleiros a montar plataformas no Brasil, e as compraria para alugá-las à Petrobras. Um programa típico do “Brasil Grande” da ditadura. Não deu certo. Ainda não se sabe quanto do prejuízo caberá aos fundos. Esta é uma operação que só se viabilizaria com o aparelhamento dos fundos, sem falar no BNDES.

Há pelo menos uma grande intercessão entre fundos e esquemas do caixa dois petista, ainda a ser conhecida à medida que avancem as investigações da Lava-Jato. Eles também aparecem na famigerada cooperativa habitacional Bancoop, dos bancários de São Paulo, fundada quando o agora ministro Ricardo Berzoini presidia o sindicato, e também por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso em Curitiba.

Em agosto do ano passado, o conjunto de Petros, Funcef e Postalis (Correios) acumulava um déficit de R$ 29,6 bilhões. Parte terá de ser coberta por aumento da contribuição dos associados. Outra parcela será empurrada para empresas “mantenedoras”, um rombo que no final baterá no Tesouro. E assim os contribuintes em alguma medida pagarão pela aventura, iniciada na década de 90, de tomada de assalto de fundos pelo PT.


Fonte: Editorial - O Globo



domingo, 21 de fevereiro de 2016

Postalis, Funcef, Petro,s Previ e outros fundos de pensão estão falidos devido o aparelhamento - governo colocou FUNDOS DE PENSÃO sob administração de MILITONTOS petralhas

Aparelhamento de fundos de pensão afeta 500 mil aposentados

Déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) é de R$ 29,6 bilhões

De segunda a sexta, é tudo sempre igual. Sai de casa cedo, no Jardim América, Zona Norte, viaja uma hora até o Centro do Rio e passa o dia à espera de um serviço de despachante no entorno da sede da Petrobras, onde trabalhou um terço da vida. Deixou a estatal, em 1993, levando um plano de previdência anunciado na empresa como a garantia de um “futuro mais tranquilo”. (Infografico: déficit dos fundos de pensão das estatais)
 Aos 71 anos, Livaldo Pereira de Souza é um aposentado preocupado com o seu futuro e o de outras 150 mil pessoas que, como ele, apostaram no fundo de previdência da Petrobras: — Não é possível que a Petros possa estar em situação difícil — hesita. — Quando mais vou precisar, ela não poderá pagar minha pensão? Como um fundo como a Petros, que tinha um dos maiores patrimônios depois da Previ (Banco do Brasil), pode estar em situação difícil? Isso só pode ser má gestão dos dirigentes, que sempre foram nomeados por indicação do governo federal.
[O Previ também está deficitário - apenas estão conseguindo, ainda, esconder a real situação. Mas logo estoura.]
Aflição similar há um ano consome o cotidiano em Brasília de Maria do Socorro Ramalho, de 56 anos. Ex-funcionária da Caixa Econômica Federal, ela começou a ouvir rumores sobre uma crise no fundo de previdência Funcef. O boato virou realidade numa segunda-feira, 13 de abril, quando ouviu o presidente da Funcef Carlos Alberto Caser confirmar o déficit:  — Foi chocante, porque eles viviam falando que estava tudo bem.

Maika, como prefere ser chamada, soube de uma mobilização dos sócios do fundo dos Correios. Aposentados da Funcef e do Postalis foram ao Congresso pedir ajuda para obter informações sobre a situação das contas. Ela descobriu que a situação no Postalis é bem pior que na Funcef. Em quatro meses de ativismo, ela percebeu também como é a elevada sensibilidade do Legislativo às pressões do funcionalismo: a Câmara abriu uma CPI dos Fundos de Pensão e o Senado já tem outra na fila.

Sobram motivos. Um deles é o tamanho do déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios): R$ 29,6 bilhões, pela última medição governamental, em agosto do ano passado.  Outra razão é a velocidade em que o rombo aumenta: média de R$ 3,7 bilhões ao mês, até agosto. Nesse ritmo, os balanços de 2015 de Petros, Funcef e Postalis, cuja divulgação está prevista para abril, devem fechar com perdas de R$ 44,4 bilhões um valor sete vezes maior que as perdas reconhecidas pela Petrobras com corrupção.

O pagamento dessa fatura será dividido ao meio entre associados de Petros, Funcef e Postalis e as estatais patrocinadoras ou seja, pela sociedade, porque as empresas são controladas pelo Tesouro Nacional. No Ministério da Previdência e na CPI, considera-se provável que os 500 mil sócios dos três fundos atravessem as próximas duas décadas com reduções nos rendimentos. De até 26% no caso do Postalis.
— Roubaram meu dinheiro — desabafa Jackson Mendes, aposentado com 42 anos de trabalho nos Correios.

Professor de Matemática, Mendes integra o grupo que levou a Câmara a instalar a CPI. Ele se diz convicto: — Fizeram investimentos mal explicados e o dinheiro virou pó.

A maioria dos responsáveis pelos déficits das fundações públicas tem em comum a origem no ativismo sindical. Nos últimos 12 anos, os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios saíram das fileiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo.


É uma característica dos governos Lula e Dilma, e as razões têm mais a ver com perspectivas de poder e negócios do que com ideologias.  Os sindicalistas-gestores agem como força-tarefa alinhada ao governo. Compõem uma casta emergente na burocracia do PT. Agregam interesses pela capacidade de influir no acesso de grandes empresas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal de recursos subsidiados do BNDES. Onde não têm hegemonia, por efeito do loteamento administrativo, convivem em tensão permanente com indicados pelo PMDB e outros partidos, caso do Postalis.

O uso dos fundos de pensão estatais como instrumento de governo é um traço peculiar do modo de organização política brasileira. Moldadas no regime militar, as 89 fundações públicas existentes dispõem de uma reserva de investimentos (R$ 450 bilhões no ano passado) que seduz governantes: permite-lhes vislumbrar a possibilidade de induzir iniciativas econômicas, por meio da participação dos fundos na estrutura de propriedade das empresas envolvidas. Petros, Previ, Funcef e Postalis, por exemplo, concentram dois terços do patrimônio dos fundos públicos.

Essas entidades paraestatais cresceram nas privatizações iniciadas por Fernando Collor e Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso, passaram ao centro das mudanças na mineração (Vale) e nas comunicações (Telefônicas).  Quando chegou ao Planalto, em 2003, Lula estava decidido a ampliar esse canal de influência sobre o setor privado, pela via da multiplicação da presença dos fundos de pensão estatais e do BNDES no quadro societário das empresas.

Havia um projeto, desenhado desde os primórdios do PT e da Central Única dos Trabalhadores, por iniciativa de Luiz Gushiken, então presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.  Tipo incomum, ascendera à liderança sindical convocando greves a bordo de terno e gravata. Trocou a militância no comunismo trotskista pela composição com Lula, líder dos metalúrgicos, a partir de uma conversa de botequim. Ajudou a escrever o primeiro estatuto, presidiu o PT, elegeu-se deputado federal três vezes e se tornou um dos mais influentes assessores de Lula.

Foram os negócios nada ortodoxos entre fundos estatais e empresas privadas durante o governo Collor, em 1991, que levaram Gushiken e dois diretores do sindicato paulistano, Ricardo Berzoini e Sérgio Rosa, a abrir o debate dentro do PT sobre o potencial político dos fundos de pensão — até então percebidos como meros instrumentos governamentais de cooptação de sindicalistas.  No ano seguinte, a cúpula político-sindical do PT elegeu bancários para diretorias da Previ e da Funcef, derrotando a velha guarda da Confederação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito.

O grupo avançou com a eleição de Berzoini à presidência do sindicato paulistano, com Sérgio Rosa e João Vaccari Neto na diretoria. [João Vaccari Neto, petista, ex-tesoureiro do PT, foi condenado na Operação Lava Jato, está preso e deve permanecer por alguns anos.
João Vaccari também armou a falência da Bancoop que ferrou uma porção de bancários que almejavam a casa própria.
Lacaio do Lula, fez de tudo para que o apedeuta recebesse o famoso triplex do Guarujá.] Meses depois, esse trio teve a ideia de entrar no ramo imobiliário com apoio financeiro dos fundos de previdência: nascia a Bancoop, cooperativa habitacional, hoje alvo de múltiplos processos por suposto desvio de dinheiro para campanhas do PT e calote em mais de dois mil clientes.

Gushiken decidiu não disputar o quarto mandato de deputado federal pelo PT, em 1998. Berzoini ficou com a vaga. Elegeu-se, mas fez questão de continuar na direção da Bancoop até a campanha presidencial de Lula, em 2002.  Na sede da CUT, Gushiken instalou um curso para formação de sindicalistas em Previdência Complementar. Sinalizava o rumo nas apostilas: “No Brasil, o fundo de pensão como fonte de poder ou como potente agente de negociação nunca foi objeto de discussão nos sindicatos (...) Existe a possibilidade, não remota, de que este monumental volume de recursos, oriundos do sacrifício de milhões de trabalhadores, venha a se transformar num gigantesco pesadelo para estes mesmos trabalhadores”.

O grupo testou o potencial de um fundo estatal na campanha presidencial de 2002. Sérgio Rosa estava na diretoria de Participações da Previ, onde decidem-se os investimentos. Numa quinta-feira, 9 de maio, ele despachou cartas a uma centena de conselheiros do fundo em empresas privadas. Pediu informações sobre como a disputa política “está sendo abordada na empresa em que nos representa” e “qual o posicionamento” das companhias privadas quanto à “participação efetiva no processo”.
Naquele ano eleitoral, as aplicações da Previ no mercado de ações foram quadruplicadas. Adversários sindicais, como Magno de Mello e Valmir Camilo, relacionaram as aplicações da Previ com doações de empresas privadas para Lula e 254 candidatos do PT em todo o país.



Eleito, Lula deu à burocracia sindical 11 dos 33 ministérios e partilhou diretorias na Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios com PMDB e PTB, entre outros integrantes da “maior base parlamentar do Ocidente”, como definia o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Gushiken ficou com a Secretaria de Comunicação; Berzoini foi para o Ministério da Previdência; e Vaccari assumiu o sindicato em São Paulo. Eles definiram com Lula o comando dos maiores fundos de pensão estatais a partir do núcleo do sindicalismo bancário. 

Assim, Sérgio Rosa ganhou a presidência da Previ, Wagner Pinheiro ficou com a Petros e Guilherme Lacerda foi para a Funcef. Ao PMDB reservaram o menor, Postalis.

Na Previdência, Berzoini fechou o circuito com a nomeação de um ex-conselheiro fiscal da Bancoop, Carlos Gabas, para a secretaria-executiva do ministério, que controla o órgão de fiscalização dos fundos de pensão, a Previc. Passaram os anos seguintes testando na prática o projeto que haviam imaginado na década de 80. Os bons companheiros estavam no poder.

Fonte: O Globo
 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Lula e Marisa prestarão depoimento separadamente ao Ministério Público



MP marca depoimentos separados de Lula e Marisa
Ex-presidente e a mulher são investigados por causa de tríplex no Guarujá
Os depoimentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua mulher, Marisa Letícia, estão agendados para diferentes horários nesta quarta-feira. Eles foram notificados pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga a situação do tríplex 164-A do edifício Solaris, no Guarujá, e irregularidades na transferência de obras inacabadas da Bancoop para a OAS. Pela previsão do Ministério Público, Lula deverá depor às 11h. O depoimento de dona Marisa está marcado para as 13h.

A defesa do ex-presidente e de dona Marisa, no entanto, não confirmam se eles comparecerão ao Fórum. De acordo com a assessoria do Ministério Público de São Paulo, o casal não é obrigado a prestar depoimento nesta fase da investigação. Neste momento, promotores reúnem elementos para decidir ou não pela apresentação de denúncia contra o ex-presidente e a esposa. [o ideal é que Lula e Marisa não compareçam, o que fortalecerá qualquer denúncia apresentada pelo Ministério Público.]

Além do depoimento do casal, estão agendados depoimentos do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, condenado a 16 anos e quatro meses de prisão na Operação Lava-Jato, e o engenheiro Igor Pontes. Segundo depoimento do zelador José Afonso Pinheiro, Pontes teria pedido a ele que não falasse “que o apartamento seria do Lula e da esposa”, e que “deveria dizer que é pertencente a OAS”. O zelador ainda teria sido orientado a dizer que “nem Lula e dona Marisa” estiveram no prédio. 

O depoimento de Léo Pinheiro está previsto para 15h e, o de Igor Pontes, 17h.  O tríplex está em nome da OAS. O ex-presidente afirma que tinha apenas uma cota da cooperativa Bancoop, que pertencia ao Sindicato dos Bancários e se tornou insolvente. Lula disse, ainda, que desistiu de comprar o imóvel.

A Bancoop foi presidida por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, também condenado na Lava-Jato. Em São Paulo, o MP investiga o crime de estelionato dos dirigentes da Bancoop e da OAS. No caso de Lula e sua mulher, o promotor Cássio Conserino tem afirmado que já teria elementos suficientes para indiciar o casal por ocultação de patrimônio.

Fonte: O Globo