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terça-feira, 1 de setembro de 2015

‘A hora da xepa’ e outras sete notas de Carlos Brickmann



Não importa o que os políticos, empresários e gente importante em geral nos digam: o que importa é a atitude que tomam. Podem dizer que a administração é excelenta, que a presidente é competenta, valenta, resistenta. Mas como agem?

1 – Por enquanto, 20% dos prefeitos do PT no Estado de São Paulo mudaram de partido. É a lei da vida: para sobreviver, acharam melhor sair do partido dela.

2 – Tente lembrar-se de algum governo, nos últimos 50 anos, que não tenha tido o apoio de Delfim Netto. Nesta era petista, ele esteve bem próximo de Lula, tanto que muitos o consideravam seu conselheiro. Delfim disse agora que Dilma, em 2014, destruiu deliberadamente a economia para conseguir a reeleição. É injusto: Dilma nem sabe o que faz na economia. Mas Delfim se afastou dela─- e bem quando Dilma busca o apoio empresarial, área em que Delfim é influente.

3 - O Banco Central divulgou nesta semana a taxa de juros do cartão de crédito: 395,3% ao ano. A taxa alta indica falta de confiança na economia. E os banqueiros são o único grupo de empresários que manifesta seu apoio a Dilma.

4- Dilma iria presidir no seu palácio um evento de atletas para-olímpicos. O chefe do cerimonial simplesmente barrou, com os braços estendidos, a entrada da presidente, para que ela desse passagem a atletas cadeirantes. Dilma esbravejou, mas não adiantou. Quando um chefe de governo bate boca em público com um subordinado, quando um subordinado não hesita em barrar a presidente, o poder acabou.
O próximo passo é servir-lhe cafezinho frio com biscoitos murchos.

Batendo o pé
Quando Dilma soube que o vice Michel Temer teria um encontro com empresários, antecipou-se e, na véspera, reuniu alguns dos empresários que iriam conversar com ele.
Quando a presidente de um país precisa disputar prestígio com o vice, vai ter de tomar cafezinho velho e frio guardado há dias na garrafa térmica.

A volta do que não saiu
Para tentar salvar o PT, Lula disse que pode ser candidato em 2018. Ele queria, claro; mas jamais tinha dito isso. Aliás, queria ter sido candidato em 2014, mas Dilma fez questão de segurar a bomba.
O fato é que, ao recorrer a seu maior símbolo, o PT mostra que, no pós-Dilma, não tem mais ninguém para competir.

Pior do que está, fica
Que Tiririca, que nada! Com ele, pior do que está não fica. Com Dilma, pode ficar: é de seu governo a ideia de jerica de recriar a CPMF, com o nome-fantasia de CIS, Contribuição Interfederativa da Saúde, e a mesma alíquota de quando foi extinta sob aplausos gerais: 0,38%.

A tal CIS é tão ruim que conseguiu o apoio do governador paulista Geraldo “Chuchu” Alckmin, tucano de bico fininho e comprido que só desce do muro para ficar do lado errado. Alckmin acha que parte da arrecadação será repassada aos Estados. O ministro Adib Jatene achava que o imposto iria para a Saúde. Mas Jatene não sabia como as coisas funcionavam.

O humor, enfim!
O governo explica que, sem a CPMF (desculpe, CIS), não será possível fechar as contas do governo. O site O Sensacionalista, especializado em notícias falsas mas verossímeis, daquelas que só não são verdadeiras porque ainda não aconteceram, diz que o governo, se não conseguir atochar a CPMF, aplicará seu Plano B: vai contratar batedores de carteira cubanos. E pagar-lhe só comissão.

No olho do furacão
Dilma está presa por três fenômenos que convergem para enfraquecê-la: a crise econômica, a Operação Lava-Jato e o esfarelamento de sua base no Congresso. Dilma tem grande participação nos três fenômenos: ampliou as despesas do governo federal como se a arrecadação fosse inesgotável, não viu o que ocorria debaixo de seus olhos na Petrobras ─ cujo Conselho de Administração presidiu ─, hostilizou o maior partido aliado, o PMDB, estimulando o ministro Gilberto Kassab a esvaziá-lo com uma nova legenda, o PL (e espalhou o segredo, impedindo a articulação). Jamais honrou compromissos com os parlamentares e jogou-se numa batalha perdida pela presidência da Câmara. Tem Aloízio Mercadante e José Eduardo Cardozo como núcleo duro político.

É de espantar que Tiririca não esteja no time. E que a aprovação do governo ainda seja superior a 5%.

Virou piada
Quando se envolveu na disputa pela Prefeitura de Curitiba, em 2012, a então ministra Gleisi Hoffmann, do PT, debochou de Ratinho Jr., o principal adversário de seu aliado. Dizia que seu candidato “tinha nome e sobrenome”.

Agora, com assessor preso por pedofilia, envolvida nas investigações da Operação Pixuleco 2 (o que se apura é o desvio de recursos do Ministério do Planejamento para uma empresa que os repassaria a ela ─ sendo que o ministro do Planejamento era seu marido, Paulo Bernardo), Ratinho Jr. devolve o deboche:  “Corrupção agora tem nome e sobrenome. Tem até marido.”

Um tuiteiro cruel completou: tem nome, sobrenome e vai ganhar um número.
O repórter certeiro

O blogueiro Ucho Haddad ucho.info foi o primeiro a apontar os problemas de Gleisi. Houve quem achasse que estava maluco.

Mas acertou na mosca.



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

PORNOGRAFIA EXPLÍCITA, À MODA PETISTA

O MOMENTO DE PORNOGRAFIA EXPLÍCITA DO CAPITALISMO — OU DO SOCIALISMO — À MODA PETISTA: Dilma quer que bancos públicos socorram empresa privada do setor naval com R$ 10 bilhões. 

O probleminha é que há alguns réus na Lava-Jato no meio do caminho…

Está em curso um troço realmente do balacobaco, que a Folha traz em sua manchete de hoje. Eu poderia dizer que é a cara do PT. E é. Mas também é a cara das piores práticas da ditadura militar. E o PT, como é sabido, mimetiza muitos procedimentos daquele período. O emblema talvez seja Delfim Netto, guru econômico da linha dura fardada e de Lula. Mas vamos ao ponto, que sintetizo em tópicos.
1: O governo petista decidiu estimular a indústria naval brasileira. Que bom!  A companheirada é assim mesmo: executa uma política econômica que liquida os setores competitivos para estimular aqueles em que o país não conseguirá ser eficiente.

2: Sob os auspícios de Lula e Dilma, criou-se a Sete, empresa para construir e alugar 28 sondas de perfuração, um projeto orçado em US$ 25 bilhões. São sócios do empreendimento a Petrobras, o Bradesco, o BTG Pactual, o Santander e os fundos de pensão das estatais.

3: Se a Petrobras recorresse a empresas estrangeiras para esse serviço, corrupção à parte, o país sairia ganhando porque gastaria menos. Mas sabem como é: é preciso lustrar o nacionalismo brucutu.

4: A Sete está em apuros, informa a Folha. A dívida, em setembro, era de R$ 800 milhões, e a empresa parou de pagar os estaleiros.

5: Aí Dilma teve uma ideia. É, isso é sempre um perigo. Não é fácil, leitores, sustentar esse nacionalismo chulé. Custa caro. A presidente chamou os presidentes do BNDES e do Banco do Brasil — Luciano Coutinho e Aldemir Bendine, respectivamente — para viabilizar um empréstimo de, atenção, R$ 10 bilhões à Sete.

6: Informa a Folha: “A reunião de Dilma com Coutinho e Bendine ocorreu no fim da tarde de quarta (14), no Planalto, para analisar principalmente como ‘resolver pendências’ referentes a empréstimo de US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 9,2 bilhões) para contratação de oito sondas.” Vale dizer: sem uma solução, não há sonda.

7: Mas não só: a presidente quer que o BB lidere um consórcio de bancos para emprestar outros R$ 800 milhões à empresa para resolver seus problemas imediatos de caixa.

8: Viram como essa política de desenvolvimento da indústria naval é boa para os brasileiros que são escolhidos para… desenvolver a indústria naval? Esse é o capitalismo à moda da casa: socialização do prejuízo.

9: Ocorre que há algumas dificuldades: a: o primeiro diretor de operações da Sete foi Pedro Barusco, aquele ex-gerente de serviços da Petrobras, que fez acordo de delação premiada e aceitou devolver a fantástica soma de US$ 97 milhões; b: a maioria dos estaleiros contratados pela Sete pertence a empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato; c: tanto o BNDES como o Banco do Brasil querem que a Petrobras e os estaleiros enviem uma carta afirmando que não houve atos ilícitos nos processos de licitação. Considerando as personagens envolvidas…

10: Vejam, então, que coisa fabulosa: o governo decide incentivar a indústria naval, e a empresa criada, tendo a Petrobras como sócia, vai quebrar se não receber a injeção de alguns bilhões de bancos públicos, a juros módicos.

11: A operação de socorro tem esbarrado em algumas dificuldades porque parte das personagens envolvidas na história está sendo investigada pela Polícia Federal.

Assim se fazem as coisas na República petista: incentiva-se a indústria naval nativa batendo a carteira dos brasileiros, e os escolhidos para a empreitada têm a garantia, claro!, de que não vão quebrar. A única atrapalhação é haver nesse meio alguns réus do maior escândalo de que se teve notícia no país até agora.

Não obstante, Joaquim Levy está de olho naqueles que, tudo indica, são os verdadeiros inimigos do Brasil: os trabalhadores que hoje são pessoas jurídicas. O ministro quer a carteira deles.

É o capitalismo à moda petista — ou socialismo, tanto faz — na sua fase de pornografia explícita.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, acha que revisão histórica da ditadura tem que mirar também os civis que a apoiaram.



Boa ideia. E, pra começar, basta olhar para muita gente da base de sustentação do governo Dilma
O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, ex-governador petista da Bahia, assumiu ontem o cargo, recebendo-o do já ex-ministro Celso Amorim em solenidade em Brasília. Em seu discurso, repleto de generalidades, Wagner assegurou que o governo Dilma tem compromisso com “Forças Armadas cada vez mais capacitadas, modernas e integradas.”

 ‘HUMILHAÇÃO’: Recebendo continência dos comandantes das Forças Armadas e de outros oficiais-generais presentes, o ex-governador Jaques Wagner (terno cinza mais escuro) recebeu o cargo do ex-ministro Celso Amorim (à sua esquerda): nada de política na ocasião. Antes, porém, falou no apoio de civis ao golpe de 1964.(Foto: Valter Campanato - Agência Brasil)

A ver. Não tocou em política em sua fala. Dias atrás, porém, ainda governador, cheio de dedos e pisando em ovos, o novo ministro da Defesa fez um discurso ao receber o relatório parcial da Comissão Estadual da Verdade de seu Estado em que defende que a “revisão histórica” do período da ditadura militar (1964-1985) seja feita em “movimentos suaves”, uma vez que “qualquer precipitação” (não deu exemplos) “não contribui” para esse processo.

Sendo o primeiro ex-sindicalista a estar à frente das Forças Armadas, possivelmente Wagner haja tomado cuidados especiais em seu discurso, tanto é que tirou o corpo fora diante da recomendação da comissão de que os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura devem ser punidos, e que a Lei de Anistia, de 1979, deve ser revista. Para ele, o tema não está no âmbito de seu novo ministério.
 CEM MIL: A chamada “passeata dos 100 mil” contra a ditadura, em 1968: Jaques Wagner fala nos civis que apoiaram o regime mas parece se esquecer que vários deles estão, tal como ele, com o governo Dilma (Foto: Evandro Teixeira/Jornal do Brasil)

Está porém, absolutamente correto ao opinar que não se pode responsabilizar instituições do Estado por crimes cometidos por seus integrantes.  Mas o ponto do discurso em que gostaria de me deter é a passagem em que defende que sejam lembrados, além de militares e outros agentes públicos envolvidos com violações dos direitos humanos, líderes civis que apoiaram e se beneficiaram da ditadura. Sua frase específica a respeito: – É sonegador da verdade a gente não endereçar críticas duras a uma elite política, empresarial e jornalística que foi braço consolidador da ditadura e que se escondia atrás de quem tinha fuzil.

Ele não falou em punição para esses civis, mas apenas em “duras críticas” — talvez porque, se der uma olhada para o governo Dilma e sua base de sustentação no Congresso, verá fisionomias familiares, que estiveram firmes ao lado da ditadura tanto quanto, agora, estão firmes no apoio ao governo petista.  Não preciso me estender muito a esse respeito, não é mesmo? Basta lembrar que o czar-mor da economia durante o período militar, o ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto, um dos signatários do Ato Institucional número 5 — que instituiu o período mais negro de tirania no país desde a proclamação da República, em 1889 –, foi durante anos conselheiro e guru de ninguém menos do que Lula.

Se hoje Delfim, que é tudo menos bobo, se afastou do desastre  sobretudo econômico que é o governo Dilma, isso não muda as coisas, até porque seu chefe político durante muitos anos, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), é dilmista até a raiz dos cabelos. Como é o senador Fernando Collor (PTB-AL) que, como deputado, votou em Maluf e contra Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em 1985. Sem esquecer, evidentemente, do senador José Sarney (PMDB-AP), sólido sustentáculo dos governos Lula e Dilma, que, como se recorda, foi presidente do PDS, o partido oficial do regime militar.

Wagner pode, portanto, começar quando quiser suas “duras críticas” a esse pessoal. Já estão aí quatro nomes para ele incluir na relação dos criticáveis.

Fonte: Blog do Ricardo Setti