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sábado, 3 de setembro de 2022

O golpe dos brincalhões - Revista Oeste

  Guilherme Fiuza

Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população

Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso disse que assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal se não houver golpe.  
Ele não disse isso numa mesa de bar, com dez doses de pinga na cabeça. Disse isso publicamente, na condição de ministro da mais alta corte judiciária. 
Numa democracia mais ou menos saudável, Barroso teria de explicar à sociedade a que golpe se refere.

Mas o Brasil vive hoje um ensaio de democracia particular, em que uma amizade colorida entre togados criativos, mídias à la carte, milionários desinibidos e mandatários de cabresto experimenta transformar suas vontades pessoais em lei, para ver o que acontece. Até aqui a experiência tem tido um êxito surpreendente. Vale até humilhar empreendedores graduados, transformando-os na marra em caso de polícia.

A sociedade está assistindo a esse ensaio bizarro em silêncio, entre um murmúrio encabulado aqui e um lamento inaudível ali. A humilhação imposta aos empreendedores não precisou de processo, investigação, instrução ou denúncia. Bastou a química entre um senador histriônico e um ministro voluntarioso. Assim se procedeu à devassa na vida e nas empresas dos alvos escolhidos. A química não estaria completa sem a boa vontade do consórcio — que antigamente se chamava imprensa — com a tabelinha envolvente da dupla Randolfe & Alexandre.

Um papo de WhatsApp virou arquitetura de golpe num passe de mágica. Como já dissemos, no novo modelo de democracia particular o direito pode emanar da vontade de três pessoas — a que produziu a manchete voadora, a que transformou isso em fato jurídico e a que usou essa doce salada para sujeitar cidadãos em dia com a lei à coerção do Estado. E transformar a suprema corte em central de fofoca — distribuindo aos quatro ventos a historinha do golpe.

Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República

Seria a esse golpe imaginário que Barroso estava se referindo? Ele não precisa explicar. Afinal, um ministro que brinca de caraoquê com jornalista influente do consórcio não deve satisfações a ninguém. Qualquer coisa que ele diga aparecerá como um brado democrata na televisão. Mesmo assim perguntaram a ele, com jeitinho, sem querer ofender, o que significava aquela referência súbita a um “golpe”, e o eminente togado respondeu que estava brincando.

Para a missão de ministro brincalhão, não seria melhor passar a toga ao Tiririca? Pior do que tá não fica — como dizia o slogan do palhaço.

E Barroso é reincidente no picadeiro. Foi visto no Congresso Nacional comentando com seus áulicos, num passeio alegre pelos corredores da Câmara dos Deputados, que “eleição não se ganha, se toma”. Pura descontração. Ao saber que tinha sido gravado, o ministro do Supremo sacou o seu habeas corpus circense: estava brincando.

É exatamente isso que está ocorrendo. Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população. O golpe de brincadeirinha mencionado por Barroso tem sido o pretexto para medidas que não são de brincadeira, como o atropelo do Ministério Público pelo ministro Alexandre de Moraes, conforme assinalado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Mas, como o inquérito em questão era contra o presidente da República, Moraes estava amparado pela Lei Maior: a caça ao fascismo imaginário.

Contra o “golpe bolsonarista”, essa entidade transcendental, vale tudo.
Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República. Mas não era conspiração, era só brincadeira. O patrocinador do evento, o empresário Jorge Paulo Lemann, declarou em sua palestra que em 2023 o Brasil terá um novo presidente. E Luís Roberto Barroso (o do golpe de brincadeirinha) disse que “nós somos mais fortes que eles” — respondendo a uma pergunta da deputada e afilhada política de Lemann sobre como fazer para Bolsonaro não se reeleger.

Tudo isso aconteceu nos Estados Unidos da América (Boston), porque o exterior é naturalmente mais aconchegante para o propósito de achincalhar a democracia brasileira. De brincadeira, claro.

Aguce o seu olfato e responda: de onde vem o cheiro de golpe? Se você não responder logo, em alto e bom som, os brincalhões de toga responderão por você.

Leia também “Sabatinados e sabotinudos”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

DEMOCRACIA GRÁTIS - J. R. Guzzo

O Estado de S. Paulo

O Congresso brasileiro é ruim? Sim, o Congresso brasileiro é muito ruim. Ruim? Para falar sinceramente, é pior do que ruim; podem chamar de péssimo que ele atende. Feita essa primeira constatação, há uma segunda: este é o único Congresso que temos. Não dá para chamar o Parlamento da Suécia, por exemplo, e pedir que ele faça as nossas leis. Também não dá, pelas mesmas razões, para terceirizar a tarefa em favor do Congresso da Venezuela. (O PT, PSOL, etc., pelo que vivem dizendo, iriam gostar muito, mas realmente não vai dar, pelo menos por enquanto.)

É um problema e tanto. O Brasil é uma democracia, pelo que está escrito na Constituição, e na democracia brasileira quem faz as leis são a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. E se elas forem ruins? Paciência: todo mundo vai ter de aguentar. “Estado de direito” é isso. [uma hipotética necessidade de preservação do "estado de direito' não pode ser invocada para permitir que direitos concedidos pela Constituição  sejam suprimidos.]  
Só deputados e senadores eleitos em voto livre, secreto, universal e obrigatório pela população estão autorizados a escrever e aprovar leis. 
O Poder Executivo tem de cumprir o que foi aprovado e o Poder Judiciário tem de julgar se a lei aprovada está sendo cumprida. 
Não está escrito, em nenhum lugar, que as leis devem ser boas; apenas que o Congresso tem o direito e a obrigação de fazer cada uma delas.

Também não se prevê na Constituição nenhum mecanismo de controle de qualidade em relação aos deputados e senadores. O sujeito pode ser um Churchill ou um Tiririca, tanto faz; se for maior de idade, passar no teste de alfabetização e receber os votos necessários para ser eleito, está dentro, e tem o direito legal de aprovar ou recusar o que lhe der na telha. A Constituição não diz que a ministra Rosa Weber, digamos, tem de gostar da lei para ela valer; pode ser uma pena, mas o que se vai fazer? É assim.

Tudo isso parece muito claro, mas não é. Na vida real, pelo menos, não é, pois não está acontecendo com o Congresso nada do que a Constituição diz que deve acontecer
A Câmara dos Deputados aprovou, de forma legítima e legal, uma lei sobre o pagamento de emendas parlamentares. Não valeu nada. 
A ministra Weber não concordou com o texto aprovado e o Supremo Tribunal Federal, muito simplesmente, vetou a lei que os deputados tinham acabado de colocar em vigor.

As emendas parlamentares são uma aberração, e lei nova sobre ruindade velha só piora o que nunca prestou. Mas são fruto direto da democracia brasileira, tal como ela está organizada; é o preço que se paga pelo estado de direito. O STF quer uma democracia grátis ou obediente a ele. Só está produzindo desordem.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 22 de setembro de 2021

CONSTITUIÇÃO DE 1988 - A socialista?...

Adriano Marreiros

Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença. (Paulo Freire)

Muitas vezes eu tentei fugir de mim, mas onde eu ia, eu tava... (Tiririca)

Tomo Tiririca, eu tentei fugir de mim, mas de tanto repetir a tentativa e me encontrar aonde quer que eu fosse, chego a pensar que devo ser um grande idiota.  É, não vai adiantar...  Ainda que O Corvo ainda ecoe em meus ouvidos, fui alfabetizado da forma correta e tive professores que sabiam muito mais que eu e que pouco teriam a aprender comigo...

Em consideração a eles, em memória de cada pessoa ou bicho que perdi,  e para perpetuar a existência de quem esteve junto às mãos do antigo Adriano cronista, devo prosseguir escrevendo, mas como outro escritor: não um heterônomo, pois não sou Pessoa de tal nível, como já disse, mas um homônimo que soará falso: um impostor.

Talvez alienígenas tenham criado várias cópias minhas a serem seriamente debatidas: afinal, o Imperador conseguiu se clonar e: O Império Contra-ataca!  Vamos a mais um assunto jurídico, chato como todo assunto jurídico da era em que o Direito se confunde com o esquerdo...  Falemos de constituição.

Altamente democrática, com múltiplas garantias de direitos e procedimentos democráticos.  
Defensores em todo o mundo saudaram-na como a constituição mais democrática que se poderia imaginar. 
Constituição brasileira de 1988?  Não.  Não é dela que estão falando, e pesso, digo, peço (ora, fui corretamente alfabetizado e ensinado, tenho que escrever corretamente) que considerem aquele parágrafo todo como se estivesse entre aspas.  É uma citação: é assim que a lamentável Wikipédia se refere à Constituição Stalinista da União Soviética, de 1936 e até mesmo ela a crítica...

Loucura (não repita 3 vezes, por favor!): vocês vão dizer.  Devagar com andor porque, como certos ídolos com pés de barro, Daniel bem sabe, certas pessoas e conceitos são bem diferentes do que parecem...  Falei sobre isso em curso no Burke Instituto Conservador[1] (inscreva-se).  Vejamos um artigo dessa Constituição tão... democrática:

 Artigo 125 — De acordo com os interesses dos trabalhadores, e a fim de reforçar o sistema socialista, a lei garante a todo o cidadão: 

a) Liberdade de palavra;

b) Liberdade de imprensa; 

c) Liberdade de assembléia ou reunião;

d) Liberdade de passeatas e demonstrações.

Essas liberdades são asseguradas por meio das facilidades que se lhes concede, pondo à disposição dos trabalhadores e de suas organizações, tipografias, material de impressão, edifícios públicos, ruas, meios de condução, etc., para o exercício desses direitos.

Olhem que belo artigo.  É da Constituição Stalinista!  Não tem algo parecido no quinto?  Não, não o dos infernos. No 5º, artigo 5º da nossa Constituição?  Tem.  Prossigamos:

O Artigo 125 da constituição garantiu a liberdade de expressão da imprensa e da assembleia. No entanto, esses "direitos" foram circunscritos em outros lugares, de modo que a "liberdade de imprensa" ostensivamente garantida pelo Artigo 125 não tinha nenhuma consequência prática, já que a lei soviética considerava que "Antes que essas liberdades possam ser exercidas, qualquer proposta de redação ou reunião deve ser aprovada por um censor ou uma agência de licenciamento, para que os órgãos de censura possam exercer 'a liderança ideológica’.” (wikipedia, mas procure onde quiser...)

Até a esquerdíssima Wikipédia diz isso, criticando...  No entanto, até professores, seus ídolos e suas bibliografias louvam sistemas assim até hoje.  Como pode se falar em Democracia se qualquer escrito ou reunião deve ser aprovada por um censor, por uma agência, pra que sempre esteja na linha de uma “liderança ideológica”.  É claro que LÁ não havia democracia, a despeito do texto constitucional...  Liberdade de expressão, de reunião, de manifestação e de imprensa não existem se estão sujeitas a censores ou dependem de permissões dadas por uns poucos editores que seguem uma liderança, como: o Pravda e o Granma, claro, estou falando de países distantes.  “Adelante”:

 Artigo 3.º — Todo o poder na URSS pertence ao povo, que trabalha nas cidades e no campo, e que é representado por Sovietes de deputados das classes trabalhadoras

Não preciso lembrar que, na nossa, esse poder emana do povo e em seu nome é exercido: e assim é!  Já a URSS era governada de maneira muito contramajoritária, acho que para impedir uma ditadura da maioria, já que só se admitia a “ditadura do proletariado”...  Por isso: todo o poder aos sovietes[2]...  Essas instituições eram a própria democracia comunista: e tinham que ser respeitadas!!!

 Mas: há diferenças.  Voltemos à stalinista:

 Artigo 133 — A defesa da Mãe Pátria é dever sagrado para todos os cidadãos da URSS. Traição à Pátria, violação aos juramentos prestados, deserção, enfraquecimento do poder militar do Estado, espionagem, serão punidos com toda a severidade da lei, considerados que são como os crimes mais graves.

 Art 16 Código Penal: Quando algum fato perigoso não se ache expressamente previsto neste Código, o fundamento e a extensão de sua responsabilidade determinar-se-ão com atinência aos artigos desta lei que prevejam os delitos mais semelhantes".

Esses eles deixaram bem indefinidos.  Ainda bem que, ao contrário de lá, a nossa Constituição garante que não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal...  Ainda bem que, AQUI,  só por Lei!!!   Enfim, podia me prolongar em várias outras comparações; mas, pra isso, seria melhor um artigo “científico” (direito lá é ciência?!) ou uma aula: e isso eu fiz nas aulas do curso do Burke Instituto Conservador (Inscreva-se!)  É melhor, pois, encerrar por aqui, lembrando que, de boas falsas intenções, a constituição stalinista estava cheia.  Por tal motivo, não vou concluir se nossa Constituição é socialista ou não.  A soviética continha tantas garantias de liberdade e deu no que deu...

 Mas não basta, pra ser livre

Ser forte, aguerrido e bravo

Povo que não tem virtude

Acaba por ser escravo

Mostremos valor, constância

Nesta ímpia e injusta guerra

Sirvam nossas façanhas

De modelo a toda Terra

(Hino do Rio Grande do Sul,

que homenageio neste

20 de setembro,

Dia do Gaúcho, da

Revolução Farroupilha).

 

*   Adriano Alves-Marreiros

Um homônimo de si mesmo (impostor), cansado de tudo e também de fugir de si, corretamente alfabetizado, consciente de que seus bons professores sabiam mais que ele e o carioca mais gaúcho do Brasil.

**  Portal Tribuna Diária - Site que publicou originalmente


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O dito pelo não dito - Merval Pereira

PSL deu cartão vermelho a Bolsonaro 

[sem o presidente Jair Bolsonaro, seus filhos  e mais alguns deputados campeões de votos e que acompanharão o presidente o PSL fecha.]

O presidente Bolsonaro descobriu, nesse episódio da briga com a direção do PSL, que pode muito, mas não pode tudo. Deu uma de Jânio, ameaçou sair do partido pelo qual se elegeu, e deu com os burros n’água. Ficou o dito pelo não dito. Depois de receber um cartão vermelho simbólico do presidente do PSL, Luciano Bivar, teve que recuar. Em entrevista ao site O Antagonista, o presidente, apesar de reiterar as críticas, deixou escapar o centro das divergências: “Eu não quero esvaziar o partido. Quero que funcione. O PSL caiu do céu para muita gente, inclusive para o Bivar. O que faço é uma reclamação do bem. O partido tem que funcionar, tem que ter a verba distribuída, buscar solucionar os problemas nos diretórios. Todo partido tem problema. O presidente, o tesoureiro, eles têm que solucionar isso.”

Bolsonaro tem razão quando diz que “o partido caiu do céu para muita gente, inclusive para o Bivar”. Por sua causa, o PSL recebeu 10,8 milhões de votos para deputado federal a mais nessas eleições do que em 2014.  Na última disputa para a Câmara dos Deputados, sem Bolsonaro, o partido tivera apenas 808 mil votos.  Já em 2018, foram 11,6 milhões. Por isso, o partido terá nada menos que R$ 359 milhões em 2020, com os fundos Partidário e Eleitoral. Mais que o PT, (R$ 350 milhões) e o MDB (R$ 246 milhões).

A engorda do Fundo Partidário se deveu a Eduardo Bolsonaro, eleito com mais de 1,8 milhão de votos, o deputado federal mais votado da história do Brasil. Superou  Éneas (1.573.642 em 2002 pelo Prona) e Celso Russomanno (1.524.361 votos em 2014). A candidata de primeiro mandato Joice Hasselmann, também do PSL, foi outra campeã de votos em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos, superando Tiririca, do PR, que teve 1.016.796 votos em 2014, mas caiu para cerca de 500 mil votos em 2018.

Além de aumentar as bancadas de seus partidos, ajudando a eleger vários deputados com a votação que excedeu o quociente eleitoral, esses puxadores de voto aumentam também o fundo partidário distribuído pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anualmente aos partidos que participaram das eleições para a Câmara. A maior parte dos recursos - 95% - é distribuída entre os partidos de acordo com o número de votos obtidos na eleição para a Câmara dos Deputados (os 5% restantes são divididos igualmente). Cada voto obtido por uma legenda equivale, todo ano, a uma determinada quantia. Hoje, deve estar por volta de R$ 30,00. Isso quer dizer que só Eduardo Bolsonaro deu ao PSL cerca de R$ 54 milhões, além de ter elegido três outros deputados federais.

Os grandes puxadores de voto também recebem uma atenção especial dos partidos, assim como os grandes craques de qualquer esporte têm remuneração variável pela performance, ou executivos recebem bônus por produtividade.  O partido de Bolsonaro tem ainda as maiores votações de cinco estados. Hélio Negão, como é conhecido, obteve 480 votos quando disputou uma vaga de vereador no Rio. Em 2018, como Hélio Bolsonaro pelo PSL, os votos pularam para 345.234, tendo sido o deputado federal mais votado.  São filiados ao PSL os deputados mais votados de Goiás, Delegado Waldir, hoje líder do partido, do Mato Grosso, Nelson Barbudo; de Minas Gerais, Marcelo Alvaro Antonio, ministro do Turismo às voltas com denuncias de ter usado candidatas laranjas para desviar dinheiro para sua campanha.

Na chamada "janela partidária", um período de 30 dias corridos antes de o prazo de filiação se encerrar, seis meses antes do pleito, os parlamentares podem trocar de partido sem a ameaça de perda de mandato. Deputados podem mudar, fora da janela eleitoral, se expulsos sem justa causa ou se houver fusão de legendas.  Nem os votos, nem o tempo de televisão, que é contado pela bancada eleita em 2018, e não pela atual, migram para a nova legenda, a não ser que seja um novo partido criado. E mesmo assim é uma questão a ser decidida pelo Tribunal Eleitoral.

É essa a aventura que Bolsonaro teria que encarar, a um ano das eleições municipais, convencer deputados a trocar o certo pelo duvidoso, criar um novo partido do zero, para ter tempo de televisão e dinheiro para a campanha municipal. Por isso, recuou para a defesa e procura rearrumar o time, com o mesmo Luciano Bivar, que disse estar queimado, na presidência da legenda.

Merval Pereira, jornalista - Coluna em O Globo

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Tiririca se aproxima de um recorde na Câmara



Produtividade zero em 2018

Tiririca está a quatro meses de fechar um ano inteiro sem apresentar um mísero projeto sequer, um recorde de improdutividade até para um parlamentar como ele.

Desde que chegou à Câmara, em 2011, o deputado palhaço havia protocolado ao menos uma proposta em cada ano.  E ele parece ter tomado gosto pela moleza. Recentemente, Tiririca anunciou que disputará a reeleição.


 

domingo, 15 de abril de 2018

Sempre pode piorar

Quem quer que seja o presidente da República a partir de janeiro de 2019, ele vai ficar ainda mais nas mãos do balcão e do Centrão.

O que está ruim sempre pode piorar, e essa máxima se adapta à perfeição às eleições para o Congresso em outubro. Enquanto o número de presidenciáveis cresce vertiginosamente, o maior perigo ganha corpo em outra frente, a eleição de deputados e senadores, com o risco real de os Estados despejarem em Brasília os tipos mais estranhos – e mais gulosos das verbas e benesses públicas.  Sem financiamento privado oficial e com financiamento público restrito, os partidos maiores, PT, MDB e PSDB, tendem a investir o máximo nos seus candidatos ao Planalto, mas os do Centrão, como PP, PSD e PR, se concentram em fazer bancada no Congresso e ganham o reforço do DEM, o partido que mais cresce.

O que significa? Qualquer que seja o futuro presidente da República a partir de janeiro de 2019 vai ficar ainda mais nas mãos do Centrão, que já pinta, borda e cobra caro faz tempo e se tornou praticamente dono do Congresso após as duas denúncias da PGR de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. Os recursos oficiais são curtos e, se os partidos maiores dão preferência aos seus candidatos a presidente e vice, vai sobrar pouco para os que disputam a Câmara e o Senado. Mas PP, PSD, PR e possivelmente o DEM não lançarão nomes ao Planalto e vão gastar tudo para ter votos no Congresso e força para ameaçar o governo e cobrar cada vez mais caro para aprovar uma emenda constitucional, uma medida provisória, um projeto de interesse do Planalto.

O presidente pode ser do PT ou Bolsonaro, Alckmin, Meirelles, Ciro, Marina, Álvaro Dias, Joaquim Barbosa, Aldo Rebelo, Amoêdo, Flávio Rocha, ou até mesmo os indecisos Rodrigo Maia, Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos, com um pé fora da campanha, mas o resultado será um só: terá que negociar voto a voto com o Centrão.  Temer, que é Temer – presidiu a Câmara três vezes, passou a vida no Congresso e tem interlocução do PT ao PSDB – consome a maior parte do seu tempo e de sua energia política envolvido por chantagens. E um Bolsonaro, num lado da Praça dos Três Poderes, com o Centrão, no outro? Já imaginou?

Parlamentares experientes e conscientes estão preocupados. O desastre está se armando, e com um agravante: o novo governo vai assumir o rombo das contas públicas, que exige responsabilidade para anunciar e articular medidas não populares – ou populistas –, como reforma da Previdência e cortes de gastos, sem descartar o fantasma das crises fiscais: aumento de impostos.

Haverá intensa negociação para corrigir excessos e omissões, garantir direitos da maioria e limar privilégios da minoria, inclusive estatal. Os políticos e os técnicos terão de conversar, concordar, discordar, ora ganhar, ora perder, mas, a cada legislatura, a representação vai deteriorando e os métodos vão piorando. Daí o sucesso do “é dando que se recebe”, da farra de cargos e emendas parlamentares. Em vez de negociação, balcão de compra e venda.
Nesse ambiente, leva vantagem quem domina os métodos e não tem pruridos para tirar proveito deles. Quem, senão o Centrão, que tem vencido todas, já aumentou suas bancadas na “janela partidária” (de mudança de siglas) e vem aí com tudo em outubro? Para assombrar o novo governo e piorar ainda mais o que já está tão ruim.  Como dizia o deputado Ulysses Guimarães: “Qual o pior Congresso? Sempre será o próximo”. Da campanha de Tiririca: “Pior do que está não fica”. Ulysses acertou, Tiririca errou. Sempre pode piorar, e a gente nem falou aqui no financiamento de candidatos “por fora”, pelas igrejas e até organizações criminosas. A Lava Jato ainda vai ter muito trabalho.

Seja quem for o futuro presidente, vai ficar nas mãos do balcão e do Centrão

Guerra. Questão crucial na Síria: por que Assad usou, ou usaria, armas químicas contra seu próprio povo, logo agora que ele já tem o controle do país?
 
 Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

FOI UM TROTE; TIRIRICA AGORA DIZ QUE NÃO RENUNCIOU "video"

TIRIRICA PASSA TROTE; AGORA DIZ QUE NÃO RENUNCIOU

Tiririca armou pegadinha ao dizer que deixava política?

Um curioso caso de "fake news" baseada apenas em informações verdadeiras

Desde que anunciou que não se candidataria à reeleição na Câmara dos Deputados, Tiririca tem sido o novo “muso” das notícias falsas – ou fake news, como os embustes noticiosos têm sido chamados.
Já circulou o boato de que José Genoíno é o suplente do palhaço no parlamento e também que a desistência da política é um golpe para ganhar aposentadoria. Ambas “notícias” inverídicas.

Há um vídeo no qual Tiririca comenta com um colega que não vai renunciar – apenas não vai se candidatar a um novo mandato.
Pois bem, mas onde está a surpresa? Ele sempre disse isso. Nunca sugeriu que não cumpriria seu mandato até o fim. O texto, porém, trata o fato como um grande “trote”.
*
Uma técnica comum de fake news usada no post: para conferir credibilidade diante das leituras mais apressadas, o site usa nomes sonoros da imprensa profissional: “Jornal 21 Brasil”, que lembra o Jornal do Brasil, e IstoÉ Notícia, que lembra a revista IstoÉ.

O deputado tiririca enganou todo mundo e diz que não renunciou


O deputado Tiririca (PR-SP) fez no dia (6) o primeiro e último discurso na Câmara. Ele anunciou que não concorrerá à reeleição.
Tiririca diz que não renunciou - piadas de um

NA COLIGAÇÃO ONDE ESTAVA JOSÉ GENOÍNO E OUTROS MENSALEIROS, QUE CORRIAM O RISCO DA FICHA SUJA.  ENTÃO, PROVIDENCIALMENTE, DESCOBREM
QUE O TIRIRICA É ANALFABETO.

 
ELE SAI, GENOÍNO ENTRA!  CRIME PERFEITO, NÃO ?
MAS O POVO QUE VOTOU NESSE MENSALEIRO GENOÍNO SAFADO MERECE MESMO O QUE HOUVER DE PIOR NA POLÍTICA, NO CONGRESSO.
NEM HAVERIA NECESSIDADE DE LEI FICHA LIMPA

 Veja OnLine