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quarta-feira, 8 de abril de 2020

O COVID -19 seria início da 1ª guerra mundial “biológica”? - Sérgio Alves de Oliveira


Todos no mundo estão  temendo, mesmo “apavorados”, que a qualquer momento poderia  dar um “chilique” qualquer na cabeça  de  um desses malucos que presidem algum país que domine a tecnologia nuclear, que  de forma unilateral, e de surpresa, desse  o pontapé inicial à 3ª Guerra Mundial, com potencial destrutivo infinitamente superior  ao “estrago” do bombardeio atômico que os americanos fizeram em   Hiroshima e Nagasaki, no  Japão,em agosto de 1945,ao final da 2ª Guerra Mundial.                                                                                                                                                    
As defesas de todos os países prováveis alvos de eventuais ataques nucleares, precavendo-se dessa possibilidade, construíram muitos abrigos e diversas outras instalações para proteger as suas populações, num primeiro plano, e as suas “construções”, num segundo, dessa possibilidade.

Mas talvez os novos estrategistas da dominação do mundo tenham percebido que a destruição nuclear das obras feitas pelos homens nos seus possíveis “alvos” daria no mesmo que  destruir riquezas de inestimável valor, que levaram  muitos séculos para serem construídas. Seria preferível, portanto, conservar todas essas obras, eliminar os seus “donos”, ou todas as pessoas que pudessem ser entraves para essas conquistas.      
                                            
Teoricamente, portanto, o ideal seria eliminar  toda a população do país desejado, para em seguida apossar-se dele, com todas as  suas “instalações”, tornando-se o novo “dono” do seu território, com todas as suas ”benfeitorias”. E qual, então, seria a “guerra” ideal  que eliminaria as pessoas, preservando as  benfeitorias desse país a ser conquistado pelos seus novos “donos”? Daria para apostar todas as fichas nos limites éticos dos homens de que esse tipo de acontecimento jamais poderia acontecer? Sinceramente, eu não apostaria .  A história está para demonstrar essa possibilidade. [destacamos que existe tecnologia para destruir só os seres vivos, evitando até que a área bombardeada fique radioativa;
trata-se da 'bomba de nêutrons', que após descoberta foi aprimorada, passou por um período de 'recesso', voltou a ser construída pelos EUA no governo de Ronald Reagan.
A China detém tecnologia para fabricar tal dispositivo termonuclear.]

Sem dúvida uma 3ª Guerra Mundial que dispensasse os artefatos nucleares tradicionais, e preservasse  com isso  as benfeitorias e todas as riquezas feitas pelos homens nos países conquistados, seria muito mais “inteligente” e “lucrativo” para o “vencedor”. Certamente mais vale a pena para um “conquistador” possuir um país já “prontinho” e “rico”, do que se adonar e impor a sua soberania numa terra arrasada, onde terá que construir tudo, novamente.

Apesar de haver diversos laboratórios no mundo dedicados ao estudo de  armas biológicas, inclusive na China, “pertinho” do local onde  o “bicho” nasceu, o mundo só registra alguns poucos  ataques bioterroristas, que tanto podem ser bacteriológicos, quanto virológicos.  Mas nenhuma guerra “formal” foi reconhecida até hoje mediante uso  dessas “armas”, as “biológicas. Só houve bioterrorismo.

Mas ao que parece o rastro de infecção e mortes humanas  deixados pelo novo coronavirus, em todo o mundo, já poderia  ser considerado  como um novo “estado de guerra”, talvez a deflagração da “3ª Guerra Mundial”, que corresponderia à “1ª Guerra Mundial Biológica”,que apesar de não “declarada” formalmente ,nem “respondida” por nenhum país, É UMA REALIDADE, uma nova guerra mundial informal,de “fato”.

A grande questão que impõe-se seja levantada é se o novo coronavirus teria sido “importado” pelos Estados Unidos, hoje o “campeão” de infectados, vencendo a própria China, mediante pessoas  vindas  de lá, ou outros lugares já tomados pelo  vírus, ou teria sido “plantado” dentro dos próprios Estados Unidos, em vários pontos, concomitantemente,  inclusive no “coração” de New York?  E não teria sido relativamente fácil essa “plantação” ,dentro das fronteiras dos Estados Unidos?   Sem nenhum “barulho”?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo                                                                                        





domingo, 20 de outubro de 2019

A Aneel e a tunga da energia solar - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo/O Globo
 

Novas normas tarifárias podem afogar mercado de energia solar

Distribuidoras sustentam que esse mercado já está maduro e por isso devem cobrar mais de quem está ligado às suas redes

O atraso, a energia solar e as patinetes 

No lance da Aneel há o interesse específico das distribuidoras. O que se pode dizer da prefeitura de São Paulo aporrinhando as patinetes?

O atraso sabe se defender. Ele precisa de tempo e de um debate embaralhado. Se uma coisa não andou num governo, talvez ande no próximo. A Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, apresentou uma proposta para redesenhar as tarifas do mercado de energia solar. Grosseiramente, uma família que mora numa casa e paga R$ 300 mensais por sua energia, pode investir R$ 15 mil em painéis solares, derrubando sua conta para R$ 50. Como essa casa está ligada à rede das distribuidoras, elas querem redefinir as normas do mercado, ficando com uma parte do que se economizou. 

Desde o ano passado, realizaram-se consultas públicas que duraram até quatro meses, com três reuniões presenciais, em Brasília, São Paulo e Fortaleza. Desse trabalho sobrou muito pouco, e a Aneel apresentou uma nova proposta. Nela, para quem já usa energia solar, até 2030 fica tudo como está. Quem entrar nesse tipo de consumo a partir das novas normas, que viriam em 2020, tomará uma tunga crescente, de 30% a 60% do que vier a poupar. 

A conduta da Aneel fica esquisita quando se sabe que a nova consulta pública durará 45 dias e, desta vez, haverá uma só audiência presencial. Seria pressa, vá lá.
Como qualquer assunto relacionado com energia, a discussão das tarifas é coisa complexa. Mesmo assim, sabe-se que a luz do Sol é limpa, produzida pelo Padre Eterno. As distribuidoras sustentam que esse mercado já está maduro e por isso devem cobrar mais de quem está ligado às suas redes. 

No Brasil a energia solar está com 0,18% do mercado. O problema do equilíbrio com as tarifas das distribuidoras foi enfrentado em regiões dos Estados Unidos, na Alemanha e na China. Em todos os casos, só se mexeu nas normas depois que a energia solar tomou em torno de 5% do mercado. 
 O que se quer em Pindorama é afogar a concorrência do novo.

No lance da Aneel há o interesse específico das distribuidoras. O que se pode dizer da prefeitura de São Paulo aporrinhando as patinetes? Os doutores querem que se definam pontos de estacionamento para elas. Tudo bem, o sujeito pega uma patinete para um percurso de dois quilômetros e depois precisa percorrer mais mil metros para estacioná-la. 

Isso acontece numa prefeitura que deveria fiscalizar as caçambas de entulho que se transformam em lixeiras. Desde 2008 uma lei manda que exista um cadastro eletrônico das caçambas. Cadê? Em 2017 a prefeitura (gestão João Doria) prometeu que cada uma dessas lixeiras a céu aberto teria um chip e assim seria possível evitar que elas ficassem nas ruas além dos prazos permitidos. Cadê?
No caso das patinetes o atraso ataca o novo apenas porque ele apareceu. 

A Hiroshima de Janot
O Intercept Brasil revelou que às 20h11m do dia 17 de maio de 2017, o procurador Deltan Dallagnol disse o seguinte a uma colega:
“Janot me disse que não sabe se Raquel é nomeada porque não sabe se o presidente vai cair”.
Poucas horas antes da conversa de Janot com Dallagnol havia explodido a bomba do grampo de Temer com o empresário Joesley Batista, ocorrida em março. Janot conhecia o áudio e, desde o início de maio, sabia também que o repórter Lauro Jardim recebera uma narrativa da conversa gravada.

A frase desconjuntada de Dallagnol revela que naquela noite Janot associava uma possível queda de Michel Temer ao desejo de bloquear a escolha de Raquel Dodge para o seu lugar. O então procurador-geral da República ficou na situação do japonês de Hiroshima que, em agosto de 1945, acordou, foi ao banheiro, deu a descarga e BUUUM... explodiu a bomba atômica. O japonês da piada enganou-se, mas Janot achou que detonara o governo e Temer cairia. Nas 24 horas seguintes, pareceu possível que o presidente renunciasse. 

Antes da explosão do grampo de Joesley Batista, Janot teve pelo menos duas conversas com Temer, tratando da sua substituição na procuradoria, pois seu mandato ia até setembro. Em ambas, criticou os colegas que provavelmente viriam na lista tríplice da guilda de procuradores, esperada para junho. Seu desapreço pela doutra Dodge era enfático. Na segunda conversa, Temer cortou a manobra dizendo-lhe que se estivesse interessado em ser reconduzido, seria melhor que se inscrevesse como candidato. 

A conversa de Janot com Dallagnol também sugere que o procurador-geral dificilmente iria ao Supremo no dia 11 de maio decidido a fuzilar o ministro Gilmar Mendes, matando-se em seguida. Noves fora que ele não estava em Brasília, mas em Belo Horizonte, ele tinha outro projeto: soltar o grampo de Temer, derrubá-lo, impedir a escolha de Raquel Dodge e, quem sabe, ser reconduzido para a Procuradoria-Geral.
 
(...)

VB na rede
Às vésperas de decisão do Supremo Tribunal sobre a prisão depois da segunda instância, o general da reserva Eduardo Villas Bôas voltou às redes alertando para o risco de uma “eventual convulsão social”. [alerta que certamente será levado em conta;
partindo do general Villas Boas, não pode ser relegado a segundo plano.
Uma manifestação do general Eduardo Vilas Boas, ainda que de caráter pessoal, tem mais valor do que de caráter institucional.

Além de que falou o óbvio: o Supremo tem primado por semear a insegurança jurídica, libertando bandidos - tornando o Brasil campeão mundial da impunidade - está semeando o CAOS, aumentando a INSEGURANÇA JURÍDICA, estimulando a CONVULSÃO SOCIAL e usando GASOLINA para APAGAR INCÊNDIOS.]
Se ele falou como assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, a falta de detalhes torna seu alerta um simples asterisco.

Se falou como ex-comandante do Exército, o melhor que se tem a fazer é ouvir o silêncio de três de seus antecessores, os generais Enzo Peri, Francisco Albuquerque e Gleuber Vieira. Comandaram o Exército durante dezessete anos, passaram o bastão e deixaram seus sucessores trabalhar em paz. [cultivaram o silêncio, o que pode ser louvável, mas, o Brasil que seus sucessores herdaram está à beira do caos.]



Nova política
Ganha uma licença para queimar três alqueires da Amazônia quem puder dizer um só item de interesse público na briga de Bolsonaro com o PSL e do PSL com Bolsonaro.
 
Coluna na Folha de S. Paulo e O Globo - Elio Gaspari, jornalista
 
 

domingo, 1 de abril de 2018

A casa londrina Maggs está numa sinuca



O caso do roubo das gravuras da Biblioteca Nacional

Em 2004, Laéssio Rodrigues Oliveira, finório gatuno de obras raras, roubou da Biblioteca Nacional oito gravuras de Recife, pintadas em 1852 pelo alemão Emil Bauch. Ele sustenta que as vendeu ao colecionador paulista Ruy Souza e Silva. Laéssio está na cadeia e Souza e Silva, ex-marido de Neca Setubal, filha do criador do banco Itaú, nega que tenha comprado as peças, acusando o ladrão de tentar chantageá-lo. O maior golpe de Laéssio foi a rapina da mapoteca do Itamaraty, descoberta em 2003. Nesse episódio, ele deixou sua marca de conhecedor. No butim estava um mapa de 1631, peça única, de difícil comercialização. Ele a empacotou num canudo e mandou-a por Sedex para a casa do embaixador que dirigia o museu do ministério. O endereço do remetente era o do Cemitério São João Batista.

O caso das gravuras já tinha os ingredientes de uma boa história policial quando a ela foi acrescentada por Souza e Silva a informação de que comprou as peças na tradicional casa londrina Maggs, fundada em 1853, famosa por ter vendido o pênis de Napoleão.
O Itaú Cultural forneceu à “Folha de S. Paulo” dois recibos. Um mostra que, no dia 9 de novembro de 2014, Souza e Silva comprou na Maggs um “álbum de gravuras do Brasil” por 11 mil libras, equivalentes a R$ 58 mil. Outro informa que, 69 dias depois, ele vendeu as obras ao Itaú Cultural por R$ 654 mil.

Diante da denúncia de Laéssio, o Itaú Cultural prontamente entregou as gravuras à Biblioteca Nacional, e lá elas foram examinadas por um perito judicial. Um rasgo existente numa delas e vestígios de uma caligrafia existente no verso das peças conferem com imagens arquivadas na biblioteca.  Do jeito que estão as coisas, a Maggs teria vendido a Souza e Silva gravuras roubadas por Laéssio. O recibo da casa londrina fala em “álbum”. Um antiquário de sua linhagem mantém inventários e poderá especificar melhor o que vendeu, dizendo também como a mercadoria oferecida ao colecionador paulista chegou ao seu acervo.

O MINISTRO BARROSO FLECHOU TEMER
Michel Temer está convencido de que se não tivesse sido bombardeado pelo grampo de Joesley Batista, teria aprovado a reforma da Previdência e o destino de seu governo seria outro. O problema é que foi ele quem abriu a porta do Jaburu para o empresário.
Temer parece ser uma reencarnação do sujeito que estava em Hiroshima, tomou um trem e foi para Nagasaki, sobrevivendo a duas bombas atômicas. [será que Barroso tem capacidade de sobrevivência à verdade: provas incontestáveis demonstram que Barroso recebeu dinheiro público para ministrar uma palestra = chamada na documentação de hora/aula - o que a Constituição Federal proíbe?] Com o escândalo de suas relações perigosas e da MP dos Portos na vitrine, seu governo continua, mas acabou. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Hiroshima: em aniversário do ataque, cidade pede fim do uso de armas nucleares

Japoneses veem com preocupação os testes feitos pela Coreia do Norte

A cidade de Hiroshima gritou para o mundo ontem  um pedido: que outra catástrofe envolvendo bomba nuclear "jamais aconteça novamente". Este domingo é aniversário da tragédia, que aconteceu em 1945, primeira vez na história que armas nucleares foram usadas em guerra e contra alvos civis.
Muitos japoneses e outras pessoas da região veem com preocupação os testes feitos pela Coreia do Norte. Mas as ameaçam despertam uma preocupação especial nos habitantes da cidade na qual 140 mil pessoas morreram no primeiro ataque com a bomba nuclear. O ataque foi seguido por outro no dia 9 de agosto daquele mesmo ano, que matou mais de 70 mil pessoas em Nagasaki.  "
Esse inferno não é algo do passado", disse o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, na sua declaração de paz na cerimônia deste domingo. "Enquanto armas nucleares existirem e governos ameaçarem usá-las, o horror pode voltar a nos atingir a qualquer momento", disse.
Com a tecnologia de hoje, apenas uma bomba conseguiria causar ainda mais danos que as duas lançadas na época, disse o prefeito. "A humanidade não deveria nunca cometer tal ato."  
Em sua mensagem para Hiroshima, o secretário-geral das Organizações das Nações Unidas, António Guterres, disse que a presença de cerca de 15 mil armas nucleares no mundo e sua "perigosa retórica sobre seu possível uso" trouxe mais insegurança. "Agora, nosso sonho de um mundo livre de armas nucleares continua longe de se tornar realidade", disse. "Os países que possuem armas nucleares têm uma responsabilidade extra no processo de empreender etapas concretas rumo ao desarmamento nuclear mundial".
A esperança é de que Estados Unidos e Japão continuem apoiando a proibição do uso de armas nucleares, conforme os dois países anunciaram, em 2016, durante a visita do então presidente dos EUA, Barack Obama. Mas essa perspectiva não é tão certeira hoje, diante dos constantes testes da Coreia do Norte.

Fonte:  Agência Estado


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Grandezas e misérias de agosto



Começa no dia 25 o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado. Como esta fase levará no máximo três dias, o processo estará concluído antes do fim do mês. Com isso, agosto, um mês marcado por fatos dramáticos na história do Brasil — o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, a renúncia de Jânio Quadros em 1961, a morte de Juscelino Kubitschek em 1976 – ganhará mais um motivo para ser chamado de aziago. É, disparado, o mês mais impopular do ano.

E, de fato, coisas horríveis já aconteceram em agosto — diante das quais o impeachment de um presidente, por mais grave, não pega nem aspirante. Algumas: a erupção do Vesúvio que sepultou Pompeia, em 79 d.C.; a Noite de São Bartolomeu, em Paris, em 1572; a primeira execução pela guilhotina, em 1792; o começo da Grande Guerra, em 1914; o assassinato de Garcia Lorca, na Espanha, em 1936; o lançamento da bomba sobre Hiroshima, em 1945; e a morte de tanta gente querida, como Balzac, Julio Verne, Euclides da Cunha, Enrico Caruso, Carmen Miranda, Marilyn Monroe, Carlos Drummond.

Em compensação, coisas maravilhosas também aconteceram em agosto: a inauguração da Capela Sistina, no Vaticano, em 1483; a Declaração dos Direitos Humanos, na França, em 1785; a criação da Cruz Vermelha, em Genebra, em 1863; e o nascimento de pessoas que, um dia, seriam tão admiradas, como Confúcio, Goethe, o Aleijadinho, Tiradentes, Hegel, Oswaldo Cruz, Hitchcock, Louis Armstrong, Jorge Luís Borges, dr. Albert Sabin, Nelson Rodrigues, Aracy de Almeida e até Usain Bolt.

Donde não faz sentido responsabilizar um inocente mês pelas nossas grandezas ou misérias. Em tempo: para arrolar as efemérides acima, não me vali apenas da memória. Fui ao órgão que substituiu e aposentou o Almanaque Capivarol: o Google.


Fonte: Ruy Castro - Folha de São Paulo 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

É preciso devolver à família a alma penada que transformou a residência presidencial em casa assombrada



Os oportunistas que ensaiam o minueto dos indecisos logo estarão dançando conforme a música composta pelos milhões de brasileiros fartos de incompetência, cinismo e ladroagem
 A presidente Dilma Rousseff foi despejada do Palácio do Planalto por exigência das ampla maioria dos brasileiros, cuja voz — encorpada pelas redes sociais — enfim se fez ouvir nas ruas de centenas de cidades engajadas na maior mobilização política registrada desde o Descobrimento. Os indignados, os descontentes e os arrependidos decidiram juntos, em 13 de março de 2016, que chegara a hora de afastar Dilma Rousseff do cargo que desonrou. O fim desse capítulo infeliz da nossa história foi decretado por esses milhões de brasileiros que vocalizaram ao ar livre a vontade da nação.

DILMA, a linda

O processo de impeachment só foi aceito por Eduardo Cunha, endossado pela Câmara e está em julgamento no Senado porque o Congresso, como disse o deputado Ibsen Pinheiro em 1992, “sempre acaba querendo o que o povo quer”. Cumpre aos responsáveis pelo despejo da inquilina do Planalto concluir o serviço que começaram. É hora de manter o Senado sob estreita vigilância até que seja devolvida à família a alma penada que assombra o Palácio da Alvorada com uivos, lamentos, gemidos e, sempre que aparece alguma jornalista de confiança, palavrórios enunciados numa linguagem muito estranha e igualmente assustadora.

O minueto ensaiado pelos senadores arranchados no muro é apenas uma vigarice grisalha: o que os hesitantes de araque pretendem é aumentar o valor do voto. Logo estarão de volta à terra firme, dançando conforme a música tocada pela resistência democrática, entoando as palavras de ordem que identificam os alvos prioritários (“Fora Dilma!”, “Fora Lula!”, “Fora PT!”) e sussurrando o grito de guerra que passa ao largo de partidos ou líderes políticos para celebrar o juiz que simboliza a Lava Jato: “Viva Sérgio Moro!” Os gigolôs da indecisão sabem que vem aí outra eleição. E sabem também que o voto pune.

Compreensivelmente, ninguém deu vivas a Michel Temer. A vitoriosa oposição real ─ hoje hegemônica nas redes sociais, nas praças, nas avenidas, até no Datafolha não votou no candidato a vice de Dilma Rousseff na chapa que revalidou o casamento do PT com o PMDB. Endossou a ascensão do presidente interino por respeitar a Constituição que os adoradores de Lula (e eleitores de Temer) sempre trataram a socos e pontapés. E torce sinceramente para que o novo governo tenha sucesso na missão de reconstruir o país arrasado pela era da canalhice. Quanto pior, melhor? Quem responde afirmativamente a tamanha maluquice tem tudo para virar sacristão de missa negra.

O balanço dos primeiros dias vai além das conversas gravadas por Sérgio Machado e do afastamento de dois ministros alistado na tropa que luta inutilmente para abortar a Lava Jato. O Brasil foi dispensado de envergonhar-se com a política externa da cafajestagem. Vai tomando forma o plano concebido para enfrentar a crise econômica — e qualquer plano é melhor que nenhum. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem demonstrado que é o homem certo no lugar certo. Começou a dedetização dos porões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), infestados de blogueiros sabujos, múmias subalternas, jovens crápulas e velhotes velhacos que vendem letras por quilo batucando em jurássicas máquinas de escrever.

Não é muito. Mas não é pouca coisa, atestam os aplausos que recepcionaram o pequeno lote de mudanças. Também por isso, repete-se com crescente insistência a pergunta sem resposta: o que espera Michel Temer para escancarar a colossal caixa preta que guarda a verdadeira herança maldita? O rombo de 175.5 bilhões nas contas de Dilma pareceu espantoso até a quem achava que não se espantaria com mais nada. É preciso expor urgentemente o acervo acumulado em 13 sórdidos anos. Os brasileiros têm de contemplar o quanto antes a terra devastada pela passagem das incontáveis cavalgaduras do apocalipse.

O falatório gravado por Sérgio Machado reafirma que meliantes do PMDB e do PP agiram em parceria com larápios do PT no assalto aos cofres da Petrobras. E avisa que só cretinos fundamentais conseguem enxergar um país em que se confrontam esquerdistas generosos e direitistas brutais. O Brasil redesenhado pela Lava Jato está dividido em duas partes assimétricas e antagônicas. Uma é habitada por gente que apoia sem ressalvas o prosseguimento da operação que desmantelou o maior esquema corrupto surgido desde a chegada das caravelas. A outra é reservada aos quem sonham com a transformação da República de Curitiba numa versão brasileira de Hiroshima. É nesse lado escuro que se amontoam dirceus e jucás, dilmas e renans, mercadantes e machados.

A montanha de provas contundentes berra que o Petrolão é o filho mais abjeto de Lula. O ex-deputado Pedro Corrêa, no depoimento à Justiça divulgado na mais recente edição de VEJA, revelou que o então presidente comandou pessoalmente, em 2004, os trabalhos de parto da quadrilha que saqueou a Petrobras. Até 2010 ─ apoiado pela companheirada do PT, pela banda podre dos partidos da base alugada, por empreiteiros de estimação e por diretores da Petrobras que ele próprio escolheu ─, o Pai dos Pobres acompanhou com cuidados de Mãe dos Ricos a evolução da criatura que Dilma acolheu com afagos de avó extremosa. O resto é o resto.

Tudo somado, os pais da pátria terão de escolher entre dois caminhos. Michel Temer decidiu percorrer a trilha à beira do penhasco. É perigosa, mas costuma levar a portos seguros. Dilma Rousseff optou desde sempre por descer a ladeira que desemboca no abismo. Milhões de brasileiros fartos de tapeação mantêm sob estreita vigilância todos os senadores, sobretudo os fantasiados de indecisos. A oposição real deve voltar às ruas para recomendar-lhes que tenham juízo na hora de votar.

Fonte: Revista VEJA – Augusto Nunes