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quinta-feira, 9 de abril de 2020

O coronavírus politizou a medicina - Folha de S. Paulo

Roberto Dias 


Posições de médicos e pesquisadores parecem balizadas por critérios que não só os da profissão

Quem acredita que absolutamente tudo é política tem nesta crise de saúde seu Woodstock. Pois nem a medicina, um ramo do conhecimento com mais de dois milênios de história e objetivo muito bem definido, o de curar pessoas, conseguiu agora escapar. Infectados pela Covid-19, dois dos médicos mais famosos do país adotaram posições que parecem balizadas mais pela guerra política do que pela lógica de sua profissão.

Um deles, o cardiologista Roberto Kalil Filho, que cuidou da saúde dos três últimos presidentes da República, tratou-se com cloroquina e tratou também de, tão logo possível, defender o uso do medicamento, aproximando-se vertiginosamente da linha defendida pelo atual ocupante do Planalto.
Outro, o infectologista David Uip, recusou-se a dizer se seu tratamento incluiu a cloroquina. Chefe do centro de contingência contra o coronavírus em São Paulo, disse que não queria servir de modelo, mas a explicação para a omissão não foi lá muito convincente. Merecidamente, virou meme - ele estaria tentando agradar a seu superior, o governador João Doria, hoje o inimigo público número um de Jair Bolsonaro.


Bolsonaro tentou faturar com as duas situações, como se o tratamento de duas pessoas fosse assunto da sua conta. [Na condição de presidente da República, preocupado com a saúde de milhões de brasileiro e a vida de outros milhares,  Bolsonaro tem todo o direito de saber e os médicos o dever de informar, qualquer medicamento ou procedimento que poupe vidas e cure doentes.] 
Doria, por sua vez, tem achado por bem faturar politicamente a cada entrevista coletiva para discutir o coronavírus, confundindo púlpito de governador com palanque de candidato presidencial.

Para saber mais, recomendamos os links abaixo, com informações e links de acesso a outros.

A politização da discussão médica retira dela as nuances que naturalmente a compõem.  Pior, cria tal nuvem de confusão que contamina tudo ao redor, inclusive a academia - como o caso do diretor de instituto médico que se sentiu confortável em "desautorizar" um pesquisador de sua equipe por expressar uma opinião, como se a divergência não estivesse no DNA de qualquer universidade séria. Uma mentira também se constrói com muitos donos da verdade.

Roberto Dias, jornalista - Folha de S.Paulo




David Uip: ‘A privacidade da minha clínica foi invadida’ - VEJA - Saúde

O médico ainda ressaltou que o remédio precisa ser usado com critério e cuidado por conta de seus efeitos adversos, que podem levar a problemas cardíacos, hepáticos e visuais.

Saúde - VEJA




terça-feira, 24 de março de 2020

Meia volta, volver - Nas entrelinhas



A estratégia de “mitigaçao”, que servia de modelo, fracassou na Inglaterra. Bolsonaro começa a se dar conta de que aqui também não seria possível”


Não durou 24 horas a medida provisória do governo federal que autorizava os empresários a suspender o pagamento de salários de seus funcionários por quatro meses, sem quaisquer contrapartidas, o que provocou uma avalanche de críticas ao presidente Jair Bolsonaro. A saída foi reconsiderar a questão, cancelar a medida provisória e abrir negociações com os governadores, contra os quais Bolsonaro havia entrado em guerra por causa da adoção da política de distanciamento social. “Determinei a revogação do art.18 da MP 927, que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário”, escreveu Bolsonaro em uma rede social. Ficou evidente a falta de sintonia entre a equipe comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e a política de combate ao coronavírus adotada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
[dois pontos óbvios e que ainda não foram reparados:
- desde o inicio do governo do presidente Bolsonaro que ficou claro a existência de incompetência ou ação de  'quinta coluna' na área de redação do Assessoria Jurídica do presidente da República - um exemplo: no caso de mudanças no 'estatuto do desarmamento' usar decreto para modificar lei, ou é sabotagem ou excesso de falta de conhecimentos jurídicos elementares;
Continua uma displicência na redação e análise  nas normas legais oriundas da PR - saem normas confusas, algumas com erros primários, apesar de ser público e notório que qualquer medida da lavra do governo Bolsonaro é analisada  e reanalisada com lupa - seja para evitar erros inaceitáveis ou para encontrar motivos para malhar o presidente.
- quanto à negociação com os governadores se torna um assunto secundário, o 'stress' da maioria deles se acaba com liberação de verbas.]

Além da suspensão do contrato de trabalho e do salário, a MP estabelecia outras medidas: -  teletrabalho (trabalho a distância, como home office); 
- regime especial de compensação de horas no futuro em caso de eventual interrupção da jornada de trabalho durante calamidade pública; - suspensão de férias para trabalhadores da área de saúde e de serviços considerados essenciais; 
- antecipação de férias individuais, com aviso ao trabalhador pelo menos 48 horas antes da concessão de férias coletivas; 
- aproveitamento e antecipação de feriados; 
- suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho; 
- adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Todas em razão das medidas adotadas para conter a progressão da epidemia e evitar o colapso do sistema de saúde.

A epidemia avança: o total de casos confirmados do coronavírus (Sars-Cov-2), ontem, subiu para 1.891, segundo balanço do Ministério da Saúde, com 34 mortes. O coordenador da campanha em São Paulo, o infectologista David Uip, uma das maiores autoridades médicas do país, no final da tarde confirmou o diagnóstico de que está com a doença. São Paulo concentra 60% dos casos de coronavírus em todo o país. Depois do recuo quanto à suspensão dos salários, Bolsonaro resolveu reduzir o estresse com os governadores, realizando uma teleconferência com todos os mandatários do Nordeste e, depois, do Norte do país. Essas reuniões ajudaram o presidente da República a se reposicionar, conforme ficou patente no final da tarde, ao anunciar as medidas numa entrevista coletiva do comitê de combate ao coronavírus, da qual se retirou antes das perguntas. [conduta que deveria se tornar regra por parte do presidente da República.
Evitando responder perguntas - algumas não tem conhecimento do assunto (não se espera de um presidente da República um conhecimento enciclopédico - nem ele é obrigado a tanto), e tem as provocativas - para essas seu estilo pavio curto, o leva a aceitar provocações.]

Antes deu uma notícia boa: um plano de R$ 85,8 bilhões para fortalecer os estados e os municípios. Serão editadas duas medidas provisórias para transferir recursos para fundos de saúde estaduais e municipais. Segundo o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, o montante chega a R$ 88,2 bilhões, cujas principais medidas são: transferência de R$ 8 bilhões para gastos em saúde; recomposição de fundos de participação de estados e municípios, no valor de R$ 16 bilhões (seguro para queda de arrecadação); R$ 2 bilhões para gastos em assistencial social; suspensão das dívidas dos estados com a União (R$ 12,6 bilhões); renegociação de dívidas de estados e municípios com bancos (R$ 9,6 bilhões); operações com facilitação de créditos, no valor de R$ 40 bilhões. A suspensão do vencimento da dívida dos estados com a União reduziu o estresse de Bolsonaro com os governadores, pois os estados vão receber R$ 12,6 bilhões a mais em caixa para enfrentamento da crise.

Impacto social
Ontem, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, mudou completamente a estratégia adotada pelo governo contra o coronavírus na Inglaterra. Anunciou que os britânicos só poderão se deslocar para ir ao trabalho, caso não possam realizá-lo remotamente, e para comprar itens essenciais ou para atender necessidades médicas próprias ou de pessoas vulneráveis. Serão fechadas todas as lojas que não vendam itens essenciais, assim como bibliotecas, playgrounds e locais de práticas religiosas, e todas as reuniões de mais de duas pessoas estão proibidas. A estratégia de “mitigaçao”, que servia de modelo para o governo brasileiro, fracassou na Inglaterra. Parece que Bolsonaro começa a se dar conta de que aqui também ela não seria possível.


É inevitável. A economia entrará em recessão com a política de isolamento social, em todo o mundo. Um dos efeitos imediatos será a perda de renda dos trabalhadores informais, microempreendedores e profissionais liberais; quem não tem poupança está no sal. Estamos falando de 70 milhões de pessoas. Outro, o impacto nas finanças dos estados e municípios (principalmente os que têm grande arrecadação de ISS e de impostos compartilhados com a União), que estão arcando com uma demanda exponencial no sistema de saúde, que ninguém sabe ainda qual será o tamanho.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense


segunda-feira, 23 de março de 2020

Coronavírus: ‘Pobres morrerão nas portas dos hospitais’, diz o professor da USP Miguel Srougi - O Globo

Henrique Gomes Batista

‘Há pessoas que estão flertando com as trevas’, afirma um dos cirurgiões mais respeitados do país

Qual é a sua perspectiva com a pandemia?
Eu sou urologista, não sou um infectologista, não posso fazer uma revisão científica profunda. Mas vemos os dados quantitativos e eles se pautaram por curvas que vão sendo construídas por autoridades médicas do mundo inteiro, que acompanharam a evolução da disseminação do coronavírus no mundo. Eles mostram que quando um país passa de cem casos, a curva que vinha subindo de forma lenta de repente empina e, a cada dois ou três dias, dobra os números dos casos. E nessas horas isso desorganizou todos estes países do ponto de vista de recursos e de capacidade para atender os doentes. Aqui no Brasil a gente está assistindo a este processo como espectador, no mundo inteiro morrendo gente, todo mundo assustado, e o Brasil otimista.

Quais exemplos podem servir para o Brasil?
As autoridades não estão falando mais em número de mortos, de casos, mas em arrumar hospital, leitos. Temos exemplos emblemáticos. Estas medidas de fazer o chamado lockdown (proibir as pessoas de saírem às ruas) não impedem o vírus de se difundir, ela apenas achata a curva dos casos, ela continua lentamente, e isso permite que o sistema de saúde vá se readequando e dando apoio aos doentes. Mas estas medidas não curam a pandemia, que só vai ser resolvida quando descobrirem remédio ou vacina. O Brasil pôde assistir ao que ocorria na China e na Itália, e perdeu tempo de se preparar, por exemplo, transformando fábricas para fazer respiradores.

Compartilhe por WhatsAppClique aqui e acesse um guia completo sobre o coronavírus

A política atrapalha o combate ao coronavírus?
O problema do Brasil está muito claro: existem no governo federal pessoas que estão flertando com as trevas. O presidente, de forma incompetente e imoral, menosprezou a gravidade da pandemia, julgou que com palavras poderia desviar a atenção popular e impedir uma constatação óbvia: a ruína da assistência médica no Brasil, principalmente a dos mais necessitados. Os grupos mais bem posicionados socialmente vão sobreviver, pois têm mecanismos de defesa mais fortes. [se o final deste parágrafo estivesse correto, após a pandemia, restaria no Brasil apenas uma pequena parcela da população atual.
Quando o pico da doença passasse, teriam morrido em torno de uns 200.000.000 de brasileiros = matar pobre e necessitado no Brasil é dizimar a população.
Esquece o entrevista que a população brasileira é formada majoritariamente por pobres, se a Covid-19 matar os mais pobres o Brasil vai se tornar um deserto.]

O Brasil já deveria estar todo em lockdown?
O lockdown representa medida extrema, que deve ser deve ser adotada o mais cedo possível, já que a demora implica em mais pessoas infectadas e mais mortes. Contudo, a decisão para sua implementação não é simples, nem todos aceitam a perda da liberdade. O que se observou na presente pandemia é que os países mais atingidos implementaram inicialmente o distanciamento social e recorreram ao lockdown quando a situação sanitária e social alcançou níveis críticos insustentáveis. Ao final, todos reconhecem a pertinência dessa ação.

E quanto a nossa infraestrutura hopitalar?
Há um estudo muito curioso: nos países com mais de 10 leitos hospitalares por mil habitantes, todos tiveram baixo índice de mortes no coronavírus, coisa de 0,2% a 0,3%. Nos países que têm menos de 4 ou 5 leitos para cada grupo de mil habitantes, todos estão tendo alta mortalidade. Hong Kong tem 14 leitos para cada mil habitantes, o Japão, tem 10 leitos para cada mil habitantes e nestes países não morreu quase ninguém. A Itália tem 3,2 leitos para cada grupo de mil habitantes e foi esse desastre. O Brasil tem 1,95 leitos para cada mil habitantes. Estes números mostram que na hora que chegarmos no pico, não vai ter hospital para colocar este pessoal, não há leitos.


Infográfico:  Os números do coronavírus no Brasil e no mundo

Está correto criar leitos em estádios?

(.....)

E no “day after”, qual será o legado do coronavírus?

Na área política vai surgir um consenso claro: só as empresas privadas não conseguem fazer um país progredir. É importante ter um Estado forte também. Estamos vendo isso agora. Estado forte consegue conter esta ameaça à nação e estados que não são fortes não conseguem. ....

Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA


domingo, 15 de março de 2020

A realidade paralela de Bolsonaro - Elio Gaspari


Folha de S. Paulo - O Globo

Bolsonaro abriga-se numa verdade só dele onde misturam-se crenças, manias e até mesmo visões


Presidente foi o único governante a minimizar o risco do coronavírus    

‘Eu acho... Eu não sou médico, não sou infectologista. Do que eu vi até o momento, outras gripes mataram mais do que essa’.

Que Jair Bolsonaro não é médico, todo mundo sabia. Sendo presidente da República, podia ter acompanhado a serenidade de seu ministro da Saúde, do governador de São Paulo e de David Uip, que é infectologista, e há semanas lidam com o caso do coronavírus. Outras gripes mataram mais que essa, inclusive a espanhola, que em 1919 levou o presidente Rodrigues Alves. (Como Tancredo Neves, ele foi eleito mas não assumiu.)
[Cabe destacar que mesmo a resposta do presidente Bolsonaro não estando de acordo com a liturgia esperada do Presidente da República, tem procedência:
- a gripe espanhola matou quase 100.000.000 de pessoas - a justificar tão elevado número pode se apresentar o fato da inexistência, há cem anos, de medicamentos eficazes nem forma de detecção rápida do contágio.
Porém, a propagação da gripe era bem menor, devido a não globalização - consequência da dificuldade das viagens.

- graças a DEUS, até agora não ocorreu no território brasileiro nenhuma morte decorrente da Covid-19 - ao contrário, o primeiro paciente já teve alta hospitalar.]
Noves fora papagaios do Irã, Bolsonaro foi o único governante a minimizar o risco do coronavírus. Contrariou quem é médico, a Organização Mundial da Saúde e seu ídolo Donald Trump. Desde moço o capitão Bolsonaro abriga-se numa realidade paralela. Ele tinha 32 anos quando encrencou-se na carreira militar. Deixou o Exército pela porta lateral de uma carreira política num episódio que envolvia a autoria de um croqui primitivo de um atentado a bomba contra uma adutora. Dois laudos periciais disseram que ele havia sido o autor do desenho. O Superior Tribunal Militar entendeu que os laudos eram quatro e exonerou-o, [atualizando: o capitão foi ABSOLVIDO pelo Superior Tribunal Militar, STM, instância máxima da Justiça Militar da União.
Na sequência, deixou as fileiras do Exército Brasileiro para seguir a carreira política.]  sabendo que ele passaria para a reserva. Essa história está contada e documentada no livro “O cadete e o capitão”, de Luiz Maklouf Carvalho.

Passou o tempo e Jair Bolsonaro elegeu-se presidente da República. Logo no início do seu mandato ele se viu assombrado pelas traficâncias de seu chevalier servant Fabrício Queiroz, protetor do miliciano Adriano da Nóbrega. Dele nada se ouviu, salvo que “sou um homem de negócios, eu faço dinheiro”. Em mais de um ano, todos os envolvidos nessa trama recorreram a uma constrangedora blindagem. Nos dois casos, a realidade paralela foi uma forma defesa.

Na Presidência, o Bolsonaro desenvolveu o que parece ser um folclore diversionista que vai do “golden shower” ao negacionismo das queimadas da Amazônia. Quando o estoque parece esgotado, ele volta a duvidar da lisura das urnas eletrônicas. No caso do coronavírus, o folclore atravessou a rua, misturando-se com a voz do presidente da República numa questão de saúde pública. Continua sendo folclore, mas foi uma atitude pessoal, pois o governo está trabalhando noutra direção, a certa.

Bolsonaro abriga-se numa realidade paralela onde misturam-se crenças, manias e até mesmo visões. Um exemplo. No início do ano, ele disse o seguinte: “Em fevereiro vou estar nos Estados Unidos, vou lá visitar empresários, que são militares... Vão me apresentar transmissão de energia elétrica sem meios físicos. Se for real, de acordo com a distância, que maravilha! Vamos resolver o problema de energia elétrica de Roraima passando por cima da floresta”. [já existe tecnologia que permite carregadores de celular wi-fi;
a dificuldade encontrada para suprir Rondônia de energia elétrica deve-se a que a rede elétrica tem que passar sobre uma reserva indígena - milhares de hectares para algumas dezenas de índios.
Os silvícolas dificultam a permissão para a rede elétrica sobre o latifúndio que ocupam, mesmo que isso prejudique milhares de cidadãos que moram em Rondônia.
Natural que a curto prazo usar tecnologia wi-fi para transmitir energia elétrica com tensão da ordem de milhares de volts e corrente de milhares de ampéres é inviável.] Ele foi aos Estados Unidos e não visitou os empresários “que são militares”. (Abracadabra.) Era tudo fantasia, coisa que lhe foi contada por algum maluco. Nesse caso, a viagem de Bolsonaro pela realidade paralela não era contra ninguém. Se fosse coisa real, seria até a favor de Roraima. Eletricidade passando por cima da floresta era uma visão, semelhante à de que pode existir um “Posto Ipiranga” capaz de servir a um governante quando ele precisar de rumo para a economia do país.

História Nova [notória falta de inteligência]
Um curioso que conhece Brasília e sabe História lembra que Lula não foi o primeiro a atribuir as guerras do século XX ao interesse dos americanos pelo petróleo.
O fundador dessa nova corrente pode ter sido o ministro Ricardo Lewandowski. Em fevereiro, durante uma sessão do Supremo Tribunal, ele disse o seguinte:
“Sabemos, aqueles especialmente que se dedicam ao estudo da História, quantas guerras mundiais foram deflagradas em razão do petróleo, da dominação das áreas petrolíferas, do gás, do xisto etc. A 1ª Guerra Mundial, a 2ª Guerra Mundial…”
Nenhuma das duas teve a ver com petróleo.

(.....)

FiocruzA pandemia do coronavírus poderia levar o ministro Luiz Henrique Mandetta a dar uma olhada no caso dos pesquisadores aprovados num concurso de 2016 para preencher vagas na Fiocruz.
Eles foram aprovados, mas excederam as vagas disponíveis. Como a Fiocruz teve seu quadro de servidores drenado, bastaria preencher com esses profissionais as novas vagas.
No INSS acharam que preencher vagas era bobagem. Deu no que deu.


Matéria completa: Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista


sábado, 2 de dezembro de 2017

As ambições de Boulos: ele, presidente da República e Stédile o vice

O líder dos sem-teto é mais um representante da esquerda a se desvincular de Lula, maculado pela corrupção, e almejar a Presidência. Dificilmente, porém, terá musculatura eleitoral para chegar lá

Por trás das ocupações e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em todo o País, há uma liderança radical, que defende a invasão a terrenos privados e públicos nas grandes cidades, especialmente São Paulo, onde vive. É Guilherme Boulos, 35 anos, o coordenador nacional do movimento, que se envolveu, desde muito jovem, na luta por moradias para famílias carentes, deixando de lado a vida luxuosa que levava no seio de uma família de classe média alta. 


Seu pai é um dos mais bem conceituados infectologistas do País. Aos 19 anos, Boulos resolveu morar num acampamento de sem-teto, ao mesmo tempo em que cursava a Faculdade de Filosofia na USP. Acabou casando com uma sem-teto e personificou a luta ao lado dos que desejam moradia própria. Por isso mesmo, o nome dele não para de ganhar espaço entre os militantes de partidos de esquerda. 

Há quem já o aponte como sucessor de Lula e possível candidato à Presidência da República. O PSOL não esconde o interesse em contar com ele para a disputa já no ano que vem.

O crescimento do nome de Boulos na esquerda já está assustando até o PT lulista. Para convencê-lo a desistir do projeto, Lula se reuniu com Boulos no acampamento de quase 20 mil sem-teto num terreno em São Bernardo do Campo. Acompanhado pela presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, o ex-presidente ponderou com Boulos que a sua candidatura atrapalharia a esquerda, já que tiraria votos do PT. 

Conversa vai, conversa vem, Lula saiu convencido de que Boulos foi picado pela “mosca azul” e que está disposto a participar da sucessão presidencial, independentemente das pressões do PT. O ex-presidente não gostou nada do que ouviu. Afinal, as fileiras petistas já estão sofrendo outras baixas na esquerda. Recentemente, a deputada Manuela D´Ávila também anunciou que sairá candidata a presidente pelo PCdoB, eterno aliado petista. Essas divergências enfraqueceriam ainda mais a candidatura de Lula, já bombardeada pelas decisões judiciais que o condenaram à prisão e o tornaram réu em inúmeras ações por corrupção. 

(...)

MATÉRIA COMPLETA em ISTO É