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sábado, 23 de julho de 2016

A Hora do Medo

Quando li sobre o ataque a machadadas e facadas feito pelo afegão de 17 anos em um trem que chegava a Würzburg, Alemanha, fiquei muito chocada. Como pode um adolescente ainda tão próximo da infância ser assim cruel, violento, desgraçado?

O que será que o levou a se transformar nesse monstro? Depois, como se alguém puxasse pelos meus cabelos para que meu cérebro acordasse, eu me dei conta de que, para uma carioca, ler esse tipo de notícia não devia ser chocante. Triste, sim, sempre. Mas chocante não já que aqui, nesta linda e outrora aconchegante cidade, crimes cruéis são cometidos a cada 2 horas. Já devia estar habituada a ler sobre o mal, o ódio, a sanha que pode levar o homem a se transformar numa besta-fera.

A VEJA de 13 de julho faz um relato do que aconteceu nas primeiras 48 horas do mês de julho: das 20 horas do dia 1º, uma sexta-feira, às 20 horas do domingo 3, foram vinte e sete mortos,  vinte feridos, dezenove tiroteios, sete arrastões. [clique para ler] 

A descrição de alguns dos crimes cometidos nessas 48 horas é terrível.  Depois de ler a reportagem, podemos avaliar o crime do afegão como brutal, feroz, bestial? E é nesta cidade que teremos no mês de agosto os Jogos Olímpicos. O cenário é perfeito, o carioca já gosta de uma festa, é apaixonado pelo circo.  Ao pão creio mesmo que prefere o circo. Receberemos  milhares de pessoas, boas, más, violentas, pacíficas, cruéis, bondosas, perigosas, gente de todo tipo.

Minha oração a Deus é que não permita que a espoleta que esses visitantes possam trazer chegue perto da pólvora que nossa criminalidade armazena há tanto tempo... O terror que ameaça o mundo de hoje ficará tentado a vir ao Rio? Aqui encontrará guarida entre os traficantes? Morro de medo dessa gente, confesso. E mais insegura fico ao ver as declarações conflitantes de nossas autoridades. O prefeito dá entrevistas divergentes ao The Guardian. Ora o Rio está à beira de muitas tragédias, ora se você quiser desfrutar de um agosto tranquilo, venha para o Rio.

O governo francês pede proteção extra para os liceus que mantém no Brasil e para as sedes de suas escolas de língua francesa em território brasileiro.  Nossa Abin se aconselha com o Mossad, com o FBI, com a CIA...  E querem me fazer crer que não há razão para medo?
O medo é o sentimento mais primitivo do homem. Os recém-nascidos tremem na mão do parteiro que os segura mal saem do ventre de suas mães e é de medo que tremem.  O coração acelera, a respiração fica ofegante,  as pernas e os braços se agitam.  É o corpo se defendendo do medo.  E por toda a nossa vida, em momentos de grande medo, assim ficaremos.
Eu me pergunto como se pode matar o medo? Como dar um tiro no coração de um fantasma, ou cortar sua cabeça fantasmagórica,  ou estrangular sua garganta espectral?”, foi a pergunta que Joseph Conrad fez e que ficou sem resposta.

Já Averróis, Jean-Paul Sartre e Umberto Eco não nos deixaram perguntas sobre o medo; definiram o que pensavam sobre esse sentimento que pode ser devastador:

De Averróis: A ignorância leva ao medo, o medo leva ao ódio e o ódio conduz à violência.  Eis a equação.
De Sartre:  Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem.
De Eco: É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós.

Será? Neste Rio onde há uma morte a cada duas horas, onde a vida não vale nada, onde matar um ser humano é o mesmo que pisar numa formiga? Estou com muito medo. Quero afastar esse sentimento negativo, feio, escuro. Mas como?

Na verdade, o mundo está ameaçado. A maldade e o ódio parecem dominar todos os países. Nice, Paris, Bruxelas, Londres, Orlando, Madrid... Não há como fugir da constatação: como é frágil esta nossa nave.

Fonte: Blog do Noblat - Maria Helena Rodrigues Rubinato de Souza

 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

França: de novo o horror islâmico



"Desde o atentado contra Charlie Hebdo, em janeiro de 2015, sete atentados ensangüentaram o país e 250 pessoas foram assassinadas."

Desta vez não houve só um dia de unidade nacional. Horas depois do bestial atentado em Nice, que ceifou a vida de 84 pessoas inocentes (inclusive 10 crianças) e deixou 202 feridos (16 entre a vida e a morte até o momento de escrever este artigo), a oposição acusou o presidente socialista François Hollande, e seu primeiro-ministro Manuel Valls, de haver cometido os graves erros em matéria de segurança pública que desembocaram nesta nova tragédia.

Oito horas antes do atentado, ignorando o que um fanático islâmico estava preparando em segredo, François Hollande havia se mostrado otimista durante uma coletiva de imprensa. A jornada do 14 de julho, que comemora a Revolução Francesa, transcorria bem. O imponente desfile militar nos Campos Elíseos havia sido, como sempre, um sucesso. Hollande anunciou aos jornalistas que estava disposto a pôr fim, em 26 de julho próximo, o estado de emergência que havia decretado após os atrozes atentados de 2015 em Paris. O chefe de Estado estimava talvez que a ameaça terrorista estava mais ou menos sob controle, pois os desfiles dos dias e semanas anteriores e, sobretudo, as concentrações festivas de fanáticos de futebol (nas fan zones) em várias cidades, durante o campeonato europeu, não haviam sido atacadas graças aos dispositivos de segurança deslocados, e só havia que lamentar as destruições e violências anti-policiais e “anti-capitalistas” durante as manifestações da central sindical comunista (CGT), contra um projeto de lei trabalhista.

Tal confiança havia feito com que, além disso, o governo suspendesse discretamente, desde maio passado, as detenções administrativas e as invasões de domicílios e veículos dos indivíduos assinalados pelas autoridades como suspeitos de radicalização islâmica. Hollande também advertiu que ia reduzir de 10.000 para 7.000 o número de soldados da Operação Sentinela que patrulham as cidades.

Baseado na errada caracterização da ameaça, esse otimismo beato despencou às 10 e 28 minutos da noite de 14 de julho, quando sobreveio o que muitos temiam: um novo atentado islâmico de massas. Um tunisiano de 31 anos que vivia em Nice, Mohamed Lahouaiej Boulhlel, que havia passado desapercebido pelos serviços secretos, lançou bestialmente um caminhão de 18 toneladas contra a multidão que caminhava tranqüilamente pelo Passeio dos Ingleses, a maior avenida da cidade, paralela à praia, ao final de um espetáculo de fogos de artifício. Em poucos segundos, Nice passou de um momento de festa popular republicana a um pesadelo de crueldade inaudita.

O caminhão terminou sua carreira assassina de dois quilômetros quando três policiais conseguiram abater a tiros o “soldado do Estado Islâmico”, como essa entidade o definiu ao reivindicar essa matança no dia seguinte. Assim, a França foi varrida de novo por uma onda de dor, indignação e fúria, como havia acontecido após os atentados islâmicos de janeiro e novembro de 2015.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Paes fosse menos boquirroto seguiria o exemplo da Rio 2016 - Jungmann chama de amador grupo de suspeitos presos por terrorismo



Após prisões, Paes diz estar tranquilo em relação a terrorismo no Rio - Prefeito disse que ação da polícia demonstra preparo
Após a prisão de dez suspeitos acusados de integrarem uma célula que planejava ações terroristas na Olimpíada, o prefeito Eduardo Paes voltou a afirmar que a cidade não corre risco de ataque durante os Jogos. Paes falou sobre o assunto durante a inauguração da segunda galeria do túnel da Via Expressa, no início da tarde desta quinta-feira.  — É uma notícia que me alivia. Eu estava tranquilo e continuo da mesma maneira. Essa é uma área que eu não interfiro, mas estou sempre acompanhando de perto o trabalho das forças de segurança do país. A gente não corre risco, e essas prisões demonstram o preparo de nossos agentes — disse Paes.

Por ora, a Rio 2016 informa que não vai se pronunciar sobre a operação da Polícia Federal. Na manhã desta quinta-feira, dez brasileiros suspeitos de preparem atos terroristas durante a Olimpíada do Rio foram presos pela Polícia Federal, de acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em entrevista coletiva. Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias, em dez estados. As prisões, feitas no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, segundo adiantou o colunista do GLOBO, Lauro Jardim. Um menor foi apreendido na operação.

Ministro diz que mulher de um dos detidos teria colocado informações no Facebook
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou de amador o grupo terrorista preso nesta quinta-feira. Segundo ele, o grupo passou de uma possibilidade (de ameaça) para uma probabilidade ao começar a preparar um ato terrorista. O ministro afirmou que os serviços de segurança já vinham monitorando os suspeitos há algum tempo. - Vocês chegaram a ver o vídeo que eles divulgaram? É de um amadorismo... E me permitam o linguajar um tanto vulgar: uma “porralouquice”. De fato, é um grupo que não tem nenhuma tradição, preparativos históricos, nada. São jovens e nós sabíamos quantos eram, quem eram e não podíamos postergar - afirmou.

O ministro disse que o grupo já vinha sendo monitorado há algum tempo. E que seus membros se comunicavam entre si e com membros do Estado Islâmico através da internet, pelo canal Telegram. - O grupo passou aquela linha que nós não admitimos que passe. Ou seja, começaram a fazer preparativos para um ato terrorista. Eu fui o redator da lei que tipifica o ato de terrorismo. E o preparativo é crime, e a legislação é muito dura. Quando eles transpuseram o limite entre uma conversação com o Estado Islâmico e começaram a tomar algumas medidas de preparação, a partir desse instante, nós buscamos uma ordem judicial, e todos eles foram detidos. E devem assim permanecer. O juiz da vara cobrou sigilo para todas essas questões. Mas tive informações de que a mulher de um deles teria colocado a questão no Facebook - contou. 

Jungmann também ressaltou a preocupação que todo mundo viver hoje em razão dos atentados do Estado Islâmico. - Preocupação hoje no mundo, indistintamente, todos têm. Está provado e comprovado pelos últimos acontecimentos em Nice. O que aconteceu em Orlando, na Bélgica, em Istambul. Em todo lugar, evidentemente temos que ter essa preocupação. Seria ilegítimo alguém dizer que não tem.

As declarações foram feitas nesta quinta-feira durante visita à estrutura de comunicação do Comando de Defesa Setorial (CDS) Deodoro, composta por dois módulos, um móvel e um fixo: o Centro de Coordenação de Operações Terrestres Interagências (CCOTI), que integra o Projeto Estratégico do Exército (PEE) Proteger e o Centro de Operações do CDS local. Os oito Jeeps e cinco caminhões vindos de quatro estados além do Rio possuem câmeras que podem dar suporte ao controle fixo em casos extremos como combate ao terrorismo, situações de calamidade pública e apoio a grandes eventos. A conexão é via satélite. O aparato custou R$ 25 milhões.



Fonte: O Globo

PF prende grupo que preparava ataques terroristas no Brasil



Ministro da Justiça disse que estão sendo monitorados vários indivíduos com possíveis ligações com o Estado Islâmico
Há pouco mais de um mês, VEJA revelou a existência de um relatório de inteligência do serviço secreto brasileiro que indicava a existência de células do Estado Islâmico no Brasil. Um dos alvos prioritários no monitoramento de terroristas no Brasil era um militante do Estado Islâmico que se identifica nas redes de propaganda do grupo como Ismail Abdul Jabbar Al-Brazili, ou simplesmente, “O Brasileiro”. Nesta quinta-feira, faltando 15 dias para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Hashtag, que prendeu um grupo de dez brasileiros que planejava um atentado durante as competições. Outras duas pessoas que participavam do grupo ainda não foram detidas. O líder deles, dizem os investigadores, estava no Paraná.

“Houve uma série de atos preparatórios [de terrorismo] e o próprio grupo deixou de entender que o Brasil seria um país neutro e sem relação com o Estado Islâmico. Em virtude das Olimpíadas, o Brasil poderia se tornar alvo”, disse o ministro da Justiça Alexandre de Moraes. As autoridades brasileiras monitoravam um grupo de cerca de 100 pessoas simpatizantes de atos terroristas. Os dez presos nesta quinta-feira estavam entre eles. Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias podendo ser prorrogados por mais 30. “Eles passaram de simples comentários sobre o Estado Islâmico para atos preparatórios [de terrorismo]”, declarou o ministro da Justiça. As autoridades identificaram que o grupo fez uma espécie de “batismo”, de “juramento” ao Estado Islâmico, reproduzindo uma mensagem-padrão do grupo extremista.

A Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelos brasileiros em redes sociais, especialmente via Telegram e Whatsapp, e detectou que havia o risco real de se repetirem no Rio atos extremistas como o que vitimou 50 pessoas na boate Pulse, em Orlando, há pouco mais de um mês. As ordens do grupo virtual “Defensores da Sharia” eram para adquirir armamento, treinar tiro ao alvo e iniciar ou ampliar treinamento em artes marciais. 

Um dos investigados entrou em contato, por e-mail, com um fornecedor de armas clandestinas no Paraguai, solicitando a compra de um fuzil AK-47. As mensagens trocadas entre o admirador do Estado Islâmico e o fornecedor de armas estão em poder dos investigadores. Apesar de as conversas entre o grupo indicarem que o ataque terrorista deveria ser feito a tiros, a Polícia Federal não encontrou articulação mais sólida entre eles para financiarem seus atos. “Houve pedido do líder [da célula terrorista] para que começassem a pensar uma forma de financiamento, mas não houve [o financiamento em si]”, relatou o ministro. Nas mensagens captadas até o momento, não havia referência a atentados a bomba.

Nas conversas monitoradas com autorização judicial, os suspeitos, que em parte utilizavam nomes fictícios para se identificarem, também discutiam táticas de guerrilha e propagavam intolerância racial, de gênero e religiosa. Pelo menos um menor de idade participava das conversas, enquanto dois dos brasileiros investigados já haviam sido condenados por homicídio. Foram interceptadas mensagens de comemoração pelas execuções feitas pelo grupo extremista no Oriente Médio e pelos recentes massacres em Orlando e em Nice.  “Aparentemente era uma célula absolutamente amadora e sem nenhum preparo. A referência a [praticar] artes marciais é mensagem recentíssima. E também qualquer célula organizada não ia procurar uma arma pela internet”, afirmou o ministro da Justiça. “É uma célula desorganizada. Mas diante do fato de começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver”, completou.

As prisões da célula do Estado Islâmico no Brasil foram realizadas no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Uma ONG com atuação na área humanitária também é investigada por evidências de que fez palestras que incitavam o público a favor do Estado Islâmico. O presidente da instituição foi levado coercitivamente para prestar esclarecimentos.

O recrutamento do grupo preso nesta quinta-feira foi feito via internet, prática habitual do Estado Islâmico. Não houve contato direto do grupo de brasileiros com terroristas do grupo, embora um dos integrantes da célula no Brasil tenha informado nas mensagens trocadas que estaria disposto a viajar ao exterior para se encontrar com líderes extremistas. Em junho, VEJA já havia revelado a existência de um relatório reservado em que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estipulava em 4, numa escala de 1 a 5, o nível de ameaça terrorista ao Brasil durante os Jogos Olímpicos do Rio.

Fonte: VEJA