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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Céu sem brigadeiro



Põe o Janine, tira o Janine. Tira o Mercadante daqui, coloca ali. Põe o dono do restaurante de Duque de Caxias na Ciência e Tecnologia e desloca o Rebelo para a Defesa - pode não entender nada do assunto, mas torce para o Victor Hugo, belíssimo zagueiro central, que não deixa passar uma.

Ali, dirigindo a orquestra, da coxia, o grão vizir Lula, aquele que é a favor e contra o governo, aquele que planta cargos para colher governabilidade. Para que? Para não largar jamais a planta suculenta do poder. Na dança das cadeiras promovida pela presidente Dilma com a finalidade de abrir mais espaço em seu governo para abrigar um aliado faminto que tem o poder de retirar-lhe o mandato, faltavam cadeiras e havia dançarinos sobrando.

O grão vizir interveio e colocou um dos seus, Jacques Wagner, na Casa Civil- por onde já andaram José Dirceu e a própria Dilma - e deixou que Dilma deslocasse seu xodó Mercadante para a Educação, completando a quinta troca de comando naquele que deveria ser o ministério mais importante da República - o da Educação (afinal, não somos uma pátria educadora?). Afinal, é pela Casa Civil que passam de verdade os destinos da República. A Educação é apenas uma vitrine de um projeto inócuo, sem começo, nem meio e nem fim, onde moram os mais impressionantes slogans de João Santana.

Andou por ali ultimamente um cavalheiro bem apessoado, bem educado, um prestigioso professor de Ética, não inscrito no partido, a quem coube, em seus parcos seis meses de gestão, administrar uma greve de universidades federais e vir  a público dizer que “o dinheiro acabou”, quando os estudantes não conseguiam mais inscrever-se no FIES. Esse é o resumo de sua obra.

Um homem de fino trato, tanto que ao ser despedido pela presidente, topou posar para uma foto apertando a sua mão e dar declarações à imprensa dizendo que ela foi muito cordial ao comunicar-lhe o bilhete azul. O outro trambolho que o grão vizir resolveu entregar de mão beijada à voracidade do PMDB foi o ministério da Saúde, que estava nas mãos do companheiro Arthur Chioro, delicadamente avisado que estava fora pela presidente Dilma, num telefonema de dois minutos. Ao que se informa, ela não teve tempo nem de dizer-lhe “obrigado”.  Uns dois dias antes de ser despachado em função do toma lá dá cá, Chioro deu uma entrevista ao Estadão anunciando que o SUS - Sistema Único de Saúde - entrará em colapso em setembro de 2016 por falta de dinheiro.

Para completar o cenário dantesco, anunciou-se que um dos dois candidatos cogitados pelo PMDB para preencher o cargo, o deputado Manoel Júnior, da Paraíba, foi citado numa CPI como suspeito de ter participado de um assassinato. (O escolhido acabou sendo Marcelo Castro, do Piauí, apadrinhado de Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara).
O deputado paraibano é da tropa de choque do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de ter 5 milhões de dólares oriundos de propina depositados em conta secreta na Suíça. Mas Cunha ainda tem o poder de apertar o botão dos projetos bomba e da máquina de disparar o processo de impeachment contra Dilma.

Sob esse virtuoso cenário, o grão vizir ainda disse a seus amigos que está pensando em lançar já a sua candidatura para 2018, com a finalidade de “ocupar espaços”, enquanto mostra à sua criatura onde fica o caminho mais curto para que a sua insignificância não atrapalhe o seu projeto de poder.

Enquanto os ilusionistas embaralhavam as suas cartas, os jornais anunciavam mais mar revolto à frente: a denúncia da venda de MPs favorecendo a indústria automobilística, durante o governo Lula, e doações da UTC tiradas de propinas da Petrobras para financiar a campanha da reeleição de Dilma.

Um céu sem brigadeiro.

Fonte: Sandro Vaia, jornalista

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O desrespeito ao Brasil



Dona Dilma não precisa nem falar, basta olhar seu semblante e as olheiras dignas de um filhote de panda, para concluirmos que anda insone com a perspectiva de um impeachment.  Que está pouco visível no horizonte, mas que ela sabe que pode estar ali numa curva do Destino.

A presidente, além de se gabar de sua coragem e força para aguentar venha o tranco que vier, agora deu para frisar o que nós sabemos muito bem: ela está instalada no Planalto graças aos votos que recebeu e a vitória pelo voto não se discute, cumpre-se. Curioso que quem mais fala em golpe é o Governo. Lembra aquela mulher que de tanto azucrinar o marido com seus ciúmes acabou despertando nele a certeza de que trair seria uma barbada. E foi!

Apavorada com a perspectiva de um impeachment, frase sim, frase não, ela repete que o voto tem que ser respeitado. E que não vai tolerar nem a mais remota tentativa de golpe!  Sugiro que pare de falar em golpe antes que algum aventureiro lance mão da coroa. Lembre-se, dona Dilma, o Brasil não tem um Plano B...

Creio que também seria de bom alvitre parar de falar no respeito ao voto. Não é por aí. A senhora foi eleita por uma apertadíssima margem de votos. Afinal, o que é o voto, objeto desse sacrossanto respeito? É a vontade do eleitor. É essa a vontade que tem que ser respeitada. Mas respeitada por quem recebeu o voto ou exigida por quem o depositou na urna?

Aí é que está o busílis, dona Dilma. Um voto obtido de forma enganosa não merece respeito e os votos que a senhora recebeu, todos eles, vieram em resposta àquela campanha que mostrava um Brasil paradisíaco, fato que a senhora conhece muito bem.  Mal as urnas foram fechadas, a campanha se esvaiu em fumaça, não é mesmo? E a senhora ainda pede respeito ao voto recebido? Pois eu lhe peço respeito ao eleitor que acreditou nas suas palavras e foi votar. É esse o voto que merece respeito e que não vem sendo respeitado desde janeiro de 2015.

Esse desrespeito agora começa a ser cobrado. Aqui e ali, ouve-se um “Fora Dilma!”. Isso não é pregação de golpe, mas revolta pela vida difícil do povo diante da vida luxuosa na Capital Federal.  Será que alguém sabe com exatidão quanto custa a máquina que move os Três Poderes?  Ou, por exemplo, quanto custa o encontro dos Movimentos Sociais como os realizados na capital nos últimos dias?

O mais chamativo foi o das Margaridas gritando ‘Não vai ter golpe’, "No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher", ‘Fora já. Fora daqui, o Eduardo Cunha junto com Levy". Além de uma faixa gigantesca onde se via o rosto da presidente com a frase ‘Fica Dilma’.

O mais desrespeitoso foi sob a bandeira Diálogos, num salão no Palácio do Planalto. Diante de uma parede onde se lia Brasil – Pátria Educadora, o presidente da CUT bradou: “Vamos para as ruas entrincheirados com arma na mão se tentarem derrubar a presidente Dilma Rousseff. A qualquer tentativa de golpe, nós teremos o exército que enfrentará a burguesia nas ruas”.

Mas de que tentativa de golpe fala esse senhor? De onde ele tirou essa ameaça?  Isso é mais do que desrespeitar o voto, isso é um acinte, uma violência contra o Brasil. Dentro da sede do Governo Federal, na presença da presidente da República que acabara de dizer “Temos que zelar pelo respeito que as pessoas que pensam diferente da gente têm que receber de nós”, vem um sindicalista desvairado e ameaça com armas aquelas pessoas que pensam diferente dele?

Dona Dilma, respeitar o voto é respeitar o Brasil, sim. Mas mais do que isso, respeitar o Brasil como o país merece teria sido a senhora chamar à ordem esse senhor e lhe fazer ver onde ele estava. Respeito é muito bom e o Brasil merece todo o nosso respeito.  Ameaçar sair com armas na mão diante de diferenças de opinião é o que? Além de uma tremenda falta de amor ao Brasil?

Por: Maria Helena Rubinato Rodrigues – Blog do Noblat

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Pátria Educadora corta programa para formação de professores

Principal programa para formação de professores deve sofrer cortes de 50% a 90%

E-mail de coordenador a gestores informa que haverá redução drástica no Pibid, que tem 90 mil bolsistas no país

Em 2012, Janaína Ribeiro, estudante de Química na Universidade de Brasília (UnB), resolveu entrar no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) porque queria aumentar a sua renda. Na iniciativa, a aluna atuaria em uma escola pública para aprender a dar aula. O resultado foi melhor do que o esperado: o professor que a supervisiona conseguiu trazer mais dinamismo às aulas com sugestões de atividades trazidas pelos bolsistas e os alunos ficaram mais motivados.
 
Porém, o programa que fez Janaína se apaixonar pela sala de aula deve sofrer severas restrições. Em um e-mail distribuído para professores universitários ligados à iniciativa, Hélder Silveira, coordenador geral de Programas de Valorização do Magistério da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), afirma que haverá cortes que podem gerar interrupção total ou parcial no Pibid: “Sempre tento ser portador de boas notícias, mas nem sempre conseguirei sê-lo. Todos têm acompanhado o ajuste fiscal que o governo federal tem realizado no ano de 2015. Isso implica em cortes orçamentários e em retrações nas ações de todos os setores. A Capes não fugiu à regra. O corte imposto à agência foi da ordem de R$ 785 milhões”.


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Desde 2012. Janaína é bolsista do Pibid e já viu alunos em colégios que atuou entrarem na universidade e se tornarem beneficiários - Reprodução / Reprodução
 
Somente na Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica (DEB), da qual faz parte, o coordenador identifica mais de dez programas que devem ser “fortemente afetados com cortes, inclusive, na concessão de bolsas que estão em vigência, a partir de julho de 2015”. No e-mail, o gestor afirma que houve esforço por parte da DEB em demonstrar a necessidade dessas iniciativas, mas que espera forte impacto em suas contas com o ajuste fiscal.“O que sabemos, de fato, é que os cortes virão e serão agressivos, implicando na interrupção imediata — parcial ou total — de programas estruturantes da diretoria como o Pibid”, escreveu Hélder.
  Segundo o Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid), Hélder afirmou através videoconferência durante uma reunião do diretório nacional do grupo que o melhor cenário de corte para o programa será na ordem de 50% e que o impacto pode chegar de 75% a 90% até o final do ano. Atualmente, são 90 mil beneficiados.

O Pibid é visto como um dos programas estratégicos para a melhoria da educação básica, por se propor a fazer a ponte entre o mundo universitário e o banco da sala de aula. Nele, os bolsistas possuem coordenadores em suas graduações e supervisores nas escolas onde atuam para acompanhar seu desempenho. Para o estudante, a bolsa é de R$ 400. Quando entrei, foi até pelo dinheiro. Depois você vê que é quase simbólico, porque se gasta com passagem, por exemplo. Mas é uma formação muito importante. Quando soube dos cortes, fiquei chateada. Já vi alunos para quem dei aula irem para a faculdade e também conseguirem entrar no programa. Fico pensando agora o que os próximos estudantes vão perder — afirma Janaína.

Ler mais.................O Globo



 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Cadê a "Pátria Educadora"?

Primeiros atos do governo Dilma mostram que o discurso da posse, que elegeu a educação como prioridade, está muito longe da realidade.  

Do ensino básico ao superior, o setor está em crise e as medidas tomadas pelo governo prejudicam ainda mais o estudante

"Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero”, cravou Dilma Rousseff em seu discurso de posse, em 1º de janeiro. A presidente justificou a alcunha de “pátria educadora” dada ao País nesse dia ao afirmar que “democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação”. Palavras de impacto e com o aval de todos os brasileiros. Afinal, quem ousaria dizer que essa não é uma das áreas mais importantes para o desenvolvimento econômico e social de um povo? Mas medidas tomadas pelo governo mostram que ele está seguindo na direção oposta das palavras que abriram o segundo mandato da presidente eleita. Da educação básica ao ensino superior, sem distinção, todos os níveis apresentam graves problemas. Recentes mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, podem deixar alunos fora do ensino superior. O corte orçamentário fará com que sejam subtraídos cerca de R$ 7 bilhões dos gastos do Ministério da Educação neste ano, o maior bloqueio entre todas as pastas. Além disso, estudos mostram que a educação básica, que deveria dar sinais de avanço, apresenta desaceleração nos níveis de aprendizado. Levando-se em conta que não se passaram nem dois meses do início de 2015, é impossível não fazer a pergunta: onde está a pátria educadora?


O caso mais emblemático é o do Fies., programa pelo qual o governo banca a mensalidade dos estudantes. A dívida é paga após a formatura com juros camaradas. No final de 2014, o governo estabeleceu algumas mudanças, entre elas a de que só seriam mantidas no programa as instituições de ensino superior que tivessem teto de reajuste da mensalidade até 4,5%. Depois de negociações com entidades do setor e reclamações de alunos, a taxa subiu para 6,4%, o índice da inflação. Ainda assim, muitos estudantes correm o risco de deixar seus cursos porque suas universidades tiveram aumento maior do que esse percentual. Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), apenas 280 mil do 1,9 milhão de contratos haviam sido renovados até a sexta-feira 13. 

Procurado, o Ministério da Educação não explicou por que o percentual foi estabelecido, mesmo com a reclamação das universidades sobre a liberdade de mercado para que cada uma possa estipular o reajuste necessário. Para o professor de políticas públicas Fernando Schuler, do Insper, o fato de o programa ser do governo lhe dá o direito de colocar essa regra, mas não de uma hora para outra, como foi feito. “O planejamento financeiro das instituições é fechado com muita antecedência. Educação não é resolvida a curto prazo”, diz. “Além disso, o argumento para chegar a esse número é de que ele corresponde à inflação. Mas na precificação do ensino superior há inúmeras variáveis, como reajuste de salário dos professores, que não segue a mesma lógica.”





Continuar lendo em..................IstoÉ

Camila Brandalise - camila@istoe.com.br

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O apagão das universidades na Pátria Educadora

Greve de professores e servidores agrava a crise na educação e mostra o descaso do governo com as instituições de ensino publico do País, já comprometidas pelo corte nos repasses



Anta educadora procurando PÁTRIA EDUCADORA

Falta luz nas salas de aula. O número de assaltos aumentou porque seguranças foram demitidos. O lixo está entulhado depois do corte nas equipes de limpeza. Reformas estão paralisadas. O pagamento das bolsas está atrasado. Grande parte das 63 universidades federais brasileiras já enfrentou pelo menos um desses problemas algum dia. Muitas delas mantêm grandes estruturas e o dinheiro em caixa nem sempre é suficiente. Mas em 2015 essas situações não só se tornaram recorrentes como generalizadas. No discurso, a educação é uma prioridade do governo, porém a realidade mostra o contrário. Neste ano, a verba repassada para as instituições de ensino superior que recebem dinheiro do cofre federal sofreu um corte de cerca de 30%. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em janeiro e fevereiro foram repassados o equivalente a 1/18 do valor anual, mas a partir de março as transferências teriam sido regularizadas. A informação é negada por universidades consultadas por ISTOÉ, que afirmam estar até agora recebendo repasses reduzidos. Sem dinheiro suficiente, as administrações cortaram serviços básicos e criou-se um ambiente incompatível com o aprendizado. A crise fica ainda mais pungente com o início da greve de servidores e professores na quinta-feira 28. Entre outras reivindicações relacionadas às suas carreiras, os profissionais exigem normalização dos repasses do governo. Um dos pontos cruciais para o desenvolvimento do País, a universidade federal se vê hoje imersa em dívidas e chegando ao extremo de suspender aulas e cancelar contratações, comprometendo as pesquisas e uma geração de futuros profissionais. Sem perspectiva de resolução, e com o governo se recusando a assumir a responsabilidade, fica a questão: quem pagará essa conta?

Considerada a maior do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um dos casos mais emblemáticos – e dramáticos. Com 62.240 alunos, 4.036 docentes e 9,3 mil servidores, a instituição teve de suspender aulas em alguns cursos no começo de maio porque não havia serviços de limpeza e segurança. Funcionários entraram em greve por falta de pagamento e, dias depois, a situação ficou insustentável. Para a professora do Instituto de Química Glória Braz, desde a implementação do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a tragédia estava anunciada. “O número de alunos aumentou, mas a estrutura de apoio não acompanhou”, diz. O atraso no pagamento das bolsas-auxílio, de pesquisa, extensão e iniciação científica também deixou os estudantes apreensivos. Na segunda-feira 25 os servidores declararam greve e os alunos decidiram na quinta-feira 28 parar em apoio aos funcionários. Thainá Marinho, 19 anos, está no quinto período de Letras/Latim. “Este ano a rotina acadêmica mudou bastante. Em relação à estrutura, os banheiros ficaram imundos, com pilhas de lixo e um cheiro forte”, diz.

Em relação à estrutura e ao funcionamento das instituições, há situações similares em todo o País. Na Universidade de Brasília (UnB), o repasse mensal, que deveria ser de R$ 11 milhões, caiu para R$ 7 milhões. “Em janeiro, fevereiro e abril, a gente teria que receber um determinado valor para despesas de custeios que cobrem jardinagem, segurança, papel, luz. Recebemos um terço a menos do que o previsto. Estamos na pior situação”, afirma César Augusto Tibúrcio, decano de planejamento e orçamento. Contas de água e luz estão atrasadas e há reformas paradas. Temos um valor de despesa de custeio em torno de R$ 15 milhões. Parte disso vem do governo e parte de recursos próprios, de imóveis que administramos. Mas ainda assim não é suficiente.” A maior crítica feita por Tibúrcio é a falta de informação por parte do governo, que só definiu a programação orçamentária na sexta-feira 22, mas até agora não se pronunciou sobre quanto será repassado às universidades. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o atraso nos salários causou uma paralisação entre funcionários da vigilância do campus. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os fornecedores também não foram pagos. “Os repasses do governo são feitos sem uma frequência ou data pré-estabelecida, o que ocasiona um descompasso no fluxo financeiro”, afirma a instituição em nota.

Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a reitoria organizou um ato público para informar sobre os problemas gerados pelo contingenciamento de 40% nos repasses e do déficit de R$ 28 milhões referentes a 2014. Pagamentos de contas de energia elétrica e fornecedores estão comprometidos. Foram estipuladas algumas medidas para redução de custos, como corte de até 25% nos contratos de serviços terceirizados, que provoca diminuição das equipes de segurança, portaria e recepção, manutenção e limpeza. A mesma estratégia foi adotada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o diretório central dos estudantes (DCE) tem discutido o corte no orçamento. “Seguranças foram dispensados e os assaltos aumentaram muito”, afirma Izabella Lourença, coordenadora geral do DCE. A universidade tem mais de 30 mil alunos e dois campi principais. Outro problema da UFMG é o atraso no pagamento das bolsas-auxílio. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em um comunicado divulgado para os alunos, a entidade explica que o atraso no pagamento das bolsas se devia ao fato de o governo federal ainda não ter efetuado o repasse do orçamento. Em vez de quatro parcelas de R$ 400 por semestre, os alunos receberam só uma, sem garantia das outras três.


Foram os funcionários que puxaram a greve. Servidores de 60 universidades, segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), aderiram oficialmente à paralisação que começou na quinta-feira 28. No mesmo dia, docentes de 18 instituições começaram a paralisação em 12 estados. Segundo Rolando Rubens Malvásio Junior, coordenador de administração e finanças da Fasubra, mais docentes devem suspender as aulas nos próximos dias. “Sem os servidores, tudo para: biblioteca, restaurante... Hospitais universitários funcionam somente para urgências e tratamentos continuados”, afirma. Instituições do Mato Grosso, Sergipe, Bahia, entre outros, terão aulas paralisadas por tempo indeterminado. No Rio de Janeiro, professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) também param. Na UFRJ, só servidores, como na UFMG, e alunos.

O MEC afirma que a greve só faz sentido quando estiverem esgotados os canais de negociação . “O Ministério recebeu as entidades representativas de professores e servidores nas últimas semanas, mas desde o início elas já informaram ter data marcada para a greve”, afirma, em nota. Uma das explicações para a retenção dos repasses é a necessidade de se aguardar a publicação da programação orçamentária de 2015, o que aconteceu somente na sexta-feira 22, com anúncio de corte de R$ 9,42 para a pasta da educação. Não se sabe ao certo quanto essa medida afetará as federais. Na quarta-feira 27, foram liberados R$ 7,2 bilhões como crédito suplementar a órgãos do poder executivo e às universidades federais. Esse valor, porém, não cobre a diminuição de 30% dos repasses anteriores. Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), diminuir gastos com universidades é criar um apagão intelectual. “É um enorme atraso para um momento em que queremos entrar no mundo da inovação. O futuro está no conhecimento”, diz. Em um País onde faltam serviços básicos nos mais importantes centros de ensino e pesquisa, pensar no futuro, hoje, causa mais medo do que esperança.

Colaborou Helena Borges
Foto: José Lucena/Futura Press, LULA MARQUES; Ronildo de Jesus/ Futura Press 



sexta-feira, 22 de maio de 2015

Definitivamente Dilma f... o Brasil e a petralhada e seus eleitores - Dilma corta R$ 25,7 bi do PAC, carro-chefe do PT; R$ 6 bi só do Minha Casa Minha Vida

Corte no PACo corresponde a 39,5% da programação para o ano, que era cerca de R$ 65 bilhões 

[61,19% dos eleitores do Lula e Dilma são semianalfabetos e Dilma quer mantê-los nesta condição e para isto cortou sem pena na Educação, para um país que ela chamou de Pátria Educadora cortou apenas  R$ 9,423 bilhões na Saúde R$ 11,774 bilhões . ]  

O corte de R$ 69,9 bilhões nas despesas do Orçamento de 2015 atinge diretamente dois programas que são considerados carros-chefe do governo Dilma Rousseff: o Programa de Aceleração do Crescimento (PACo) e o Minha Casa Minha Vida. Nesta sexta-feira, o governo informou que o PACo terá R$ 25,7 bilhões a menos do que a estimativa original, e o programa de moradia popular, que está incluído no PACo, sofrerá uma redução de R$ 6,9 bilhões no seu orçamento.

O corte no PACo corresponde a 39,5% da programação para o ano, que era cerca de R$ 65 bilhões agora serão investidos R$ 40 bilhões. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apesar da diminuição da verba, as obras em andamento de saneamento e mobilidade; o combate à crise hídrica; as rodovias e ferrovias estruturantes; as obras nos principais portos do país; a ampliação de aeroportos prioritários; e o Plano Nacional de Banda Larga são prioridades. [ser prioridade e ser executada são coisas bem diferentes.]
 
O valor destinado ao Minha Casa Minha Vida passou de R$ 19,9 bilhões para R$ 13 bilhões este ano.  — Esse é um recurso que consideramos, de um lado, compatível com o esforço fiscal e que, de outro, garante a execução das obras — disse o ministro.

Segundo ele, o lançamento da terceira fase do programa no segundo semestre está incluído no Orçamento. Além disso, estão garantidos os projetos que estão com mais de 70% de sua execução concluída. Os demais terão o seu ritmo de andamento readequado de acordo com a nova programação orçamentária. — Todos continuarão em execução, mas o ritmo de alguns deles será adequado ao novo limite financeiro — disse.

Nelson Barbosa afirmou que a verba permitirá dar andamento e executar as obras de 1,6 milhão de casas. — O investimento está sendo priorizado no que é possível, como também estão sendo priorizadas verbas de custeio, principalmente em saúde e educação disse o ministro do Planejamento.


Fonte: O Globo


terça-feira, 24 de março de 2015

Larguem o osso



Quem está a favor de Dilma? Não é o MST, nem os sem-teto, nem os caminhoneiros, nem os professores
Todos vocês aí, achacadores, picaretas, ladrões, corruptos. Larguem o osso. Todos. Larguem os milhões de dólares desviados do povo, da educação, da moradia e da saúde. Devolvam (para quem mesmo?) as propinas das consultorias fantasmas. Entreguem as obras de arte das lavanderias secretas. Suspendam o aumento vergonhoso do fundo partidário, que acaba de passar de R$ 372 milhões para R$ 867 milhões – um “presente” da União para os partidos políticos.

Por enquanto, a grana está voando e, junto com ela, os empregos e as ilusões de gente honesta, os trabalhadores brasileiros – os patos do “pacto” do PT, que não conseguem nem receber o seguro-desemprego.

Quem está a favor de Dilma Rousseff, de verdade? Não são as centrais sindicais. Não é o MST. Não são os sem-teto urbanos nem os caminhoneiros ou os professores. O PSDB também não, mas os tucanos não precisam dar um pio. O panelaço está a cargo do PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

Não apoiam Dilma os setores do PT envergonhados com o massacre ao tesoureiro Vaccari Neto, cujo nome surge na boca de tantos delatores como receptor de propina para o Partido dos Trabalhadores. Vaccari está em agonia lenta, como foi a de Graça Foster na Petrobras. Todo mundo sabe que Vaccari vai cair e a vaca vai tossir.

Quem aplaude Dilma de coração aberto? Segundo o DataFolha, 62% acham seu governo ruim e péssimo. Não é a classe média que apoia Dilma. Não é a burguesia. Não são os desempregados. Não são os empresários. Não é a esquerda nem a direita. Nunca foi o Zé Dirceu, ou alguém duvida? O Zé Dirceu é aquele companheiro que fez vaquinha on-line para pagar R$ 971.128,92 à Justiça no mensalão.
Agora se soube que sua firma de consultoria ganhou R$ 29 milhões em oito anos.

Se quem apoia Dilma é o clã dos Gomes, a presidente está em maus lençóis cearenses. A demissão folhetinesca do ministro da Educação Cid Gomes só ocorreu porque a presidente está mais fraca do que nunca. Cid chamou de achacador o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – um dos 35 legisladores investigados no petrolão. Em novembro, Ciro Gomes, irmão de Cid, já havia dito que Cunha era “o picareta-mor”. Em 1993, na oposição, Lula denunciara “os 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses no Congresso”. Notícia velha. Mas, vindo publicamente de um ministro, pareceu roteiro para abalar o Planalto.

Triste país este, obrigado a achar que Cid Gomes – o mesmo que contratou Ivete Sangalo por R$ 650 mil para inaugurar um hospital em Sobral, no Ceará – tem certa razão. O Planalto cedeu ao ofendido Eduardo Cunha o privilégio de anunciar a queda do ministro da pátria educadora. Disse Cunha: “Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes”. Comunicamos a Cunha que ele se repetiu demais na curta fala.

Se quem segura Dilma no colo é um Levy estranho ao ninho de Falcão, o ajuste é hoje, para a presidente, muito mais que fiscal. Dilma perdeu o chão, o discurso, a confiança dos aliados, de Lula e de grande parte de seus eleitores, preocupados com a recessão e o desemprego. Só lhe resta pedir “trégua”, “tolerância” e “pacto”.

Dilma temia as manifestações de 15 de março. Mas apenas por desconhecer o que viria depois. Há uma enorme panela de pressão acesa em sua cozinha, assobiando sem parar, com receitas de crises diárias produzidas por seu próprio governo. A semana passada foi indigesta para a presidente. Nem é preciso continuar a dieta, porque o cenário faz perder o apetite.

O emprego formal caiu, foi o pior fevereiro em 16 anos.
As greves pipocam de todo lado. No Rio, o desempregado e morador de rua Diógenes Antunes Faria vende por R$ 30 um lugar na fila do seguro-desemprego. Dorme em frente à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. Se quase ninguém apoia Dilma, vamos chamar os soldados, os robôs, a guerrilha. Certo? Errado. Um documento da Secretaria de Comunicação do Planalto diz que a comunicação do governo é “errada e errática” e que “a militância se sente acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia”. Solução? A Secom recomenda: uma “guerrilha política”, com “munição vinda de dentro do governo, mas para ser disparada por soldados fora dele”. Uau. Dilma se disse “perplexa”. E nós?

Enquanto o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que a baixa popularidade de Dilma é “fotografia do momento”, o país continua aterrorizado com a série infinita de denúncias. Alguém acredita no pacote anticorrupção ou nos benefícios de uma reforma ministerial? No Brasil, não existe mea-culpa. A culpa é sempre dos outros. Vocês aí, todos, larguem o osso.

Fonte: Revista Época – Ruth de Aquino