Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Uma ministra do Planejamento, para fazer um mínimo de sentido, tem de planejar.Pode até planejar errado, mas tem de planejar alguma coisa;é por isso, pensando um pouco, que o público em geral é obrigado a lhe pagar mais de 41 mil reais por mês, além da frota de carros com chofer, o homem do cafezinho e todas aquelas pequenas espertezas que os gatos gordos de Brasília sabem inventar em seu próprio proveito [saiba mais aqui.]. Whatsapp: entre no grupo e receba as colunas de J.R.Guzzo
O que uma ministra do Planejamento não pode fazer, nem no governo Lula, é dizer que o plano de orçamento depende de Deus. Se for para isso, é mais barato contar com o padre, ou com o leitor de tarô que anuncia seu negócio nos postes de rua.
A ministra [também conhecida pelo vulgo 'estepe' que lhe foi atribuído pelo próprio maligno que preside o Brasil.] é uma figura de anedota desde que se pendurou furiosamente no presidente da República para arrumar um cargo no governo;
parece fazer questão, à medida que o tempo passa, de se tornar uma piada cada vez mais completa. Ao terceirizar o orçamento para Deus, como acaba de fazer, ela não pensou, como de costume, no que estava dizendo.
Ela achou que tinha de informar ao Brasil que está tudo bem, mas que pode rolar um “imponderável” aí. Teria, pelo menos, de fingir que acredita no orçamento do ministro Fernando Haddad, que prevê “déficit zero” para o futuro – se entrarem, é claro,as receitas que o governo não tem, mas aposta que vai ter. Ela achou que tinha de informar ao Brasil que está tudo bem, mas que pode rolar um “imponderável” aí. “O futuro a Deus pertence”,avisou a ministra. Quer dizer: seja o que Deus quiser. [ter ciência e reconhecer que Tudo depende de DEUS, é uma verdade imutável; porém, certos assuntos profanos, entre eles o de efetuar um planejamento, elaborar um orçamento, são coisas que DEUS disponibiliza os meios para os homens executarem, usando a inteligência que DEUS concedeu aos seres humanos - claro que por razões que só DEUS sabe, a categoria petista/esquerdista é desprovida daquele atributo.]
Não melhora as coisas em nada, é claro, a maneira como conjuga o verbo “receber” e atribui a si predicados que não tem, nem poderia ter. “Eu recebi receitas suficientes para zerar o déficit fiscal”, disse a ministra, antes de pedir a intervenção de Deus nas contas de Lula. Como assim, “eu recebi?”. Ela não recebeu nada, nem vai receber; quem recebe é a Receita Federal, e a possibilidade de que a ministra seja convidada a dar algum palpite no uso esse dinheiro está entre o zero e zero absoluto.
É o vício de sempre dos barões da alta burocracia brasileira, sobretudo dos que ganharam seus empregos no governo pela sua capacidade,em modo extremo,de bajular o chefe– e não pela competência para fazer qualquer tipo de trabalho útil. É assim que este país funciona.
O Judiciário despertou do sono profundo e começou a reagir aos
insultos, chantagens e ameaças de Jair Bolsonaro. O movimento foi puxado
pelo ministro Luís Roberto Barroso, alvo número um do capitão. Quando o ministro da Defesa apontou a baioneta para o Congresso, o
presidente do TSE deu dois telefonemas e declarou que as instituições
estavam funcionando. [será que em um dos dois telefonemas o ministro Barroso explicou as razões para ser absurdamente contrário ao VOTO AUDITÁVEL = REGISTRO DO VOTO?
Uma explicação coerente e convincente - dos danos que serão causados ao processo eleitoral se a Justiça Eleitoral e os brasileiros passarem a dispor de um meio eficiente, palpável e seguro de auditar os votos - seria mais que suficiente para os brasileiros se convencerem da não necessidade do REGISTRO DO VOTO.]Onze dias depois, mudou o tom, usou a palavra
“golpismo” e reconheceu que a democracia está sob ataque. “Há coisas erradas acontecendo no país, e nós todos precisamos estar
atentos. Precisamos das instituições e precisamos da sociedade civil,
ambas bem alertas”, disse Barroso.
O ministro enumerou dez países em que autocratas eleitos pelo voto
popular estão “desconstruindo, tijolo por tijolo, os pilares da
democracia”. E advertiu que o objetivo da ofensiva contra a urna
eletrônica é um só: “pavimentar o caminho da quebra da legalidade”. Barroso não se limitou às palavras. Anunciou duas medidas práticas,
que receberam apoio unânime na Corte: a abertura de inquérito
administrativo e o envio de notícia-crime ao Supremo.
A investigação do TSE vai apurar a prática [(sic) ?] de seis crimes na pregação
contra as urnas: corrupção, fraude, conduta vedada a agente público,
campanha extemporânea, uso indevido dos meios de comunicação e abuso de
poder político e econômico. No Supremo, Bolsonaro deve entrar na mira do
inquérito das fake news, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. As iniciativas driblam a omissão do deputado Arthur Lira e do
procurador Augusto Aras, que cruzam os braços diante da escalada
autoritária.
[respeitosamente, recomendamos a todos - especialmente ao ilustre articulista, que torce para que gasolina seja usada para apagar fogo (prática que o ministro Fux, sabiamente, repudia) - a leitura da matéria do colunista Elio Gaspari, publicada em O Globo, desta data.]
Agora o presidente do Supremo, Luiz Fux, deve ser cobrado a sair da
inércia. Na segunda-feira, ele ensaiou mais um discurso apaziguador.
Falou em “aprendizado mútuo” e pediu “diálogo” e “harmonia”. Foi
solenemente ignorado por Bolsonaro, que reagiu com novos ataques aos
tribunais.
Não há espaço para cafezinho com quem ameaça rasgar a Constituição
para se manter no poder a qualquer custo. O Judiciário demorou, mas
ergueu as primeiras barricadas contra o golpismo. Antes tarde do que
nunca.
Filha da censura e irmã do controle social da mídia, a agência de checagem tenta impor o pensamento único
Sepultada em 1976 pela revogação do Ato Institucional nº 5, a velha censura tentou sair da tumba com um nome espertamente rejuvenescido: controle social da mídia. Desmoralizada pela suspeita de que as redações seriam comandadas por bandos de franklinsmartins, e infestadas por jornalistas que odeiam a liberdade de expressão dos outros, foi enterrada como indigente. Em 2015, começou a escapar da cova rasa com um codinome que soa inofensivo:agência de checagem. Desta vez, os disfarces são menos mambembes, a metodologia é mais sutil. Mas rugas inconfundíveis escancaram a alma liberticida. Podem chamá-la de censura que ela atende.
Entre 1968 e 1976, a teimosa inimiga da liberdade de informação não ocultava a identidade e agia em forma de gente. Instalados nas redações de jornais e revistas, os censores liam todos os textos prontos para publicação armados de um lápis de cor. O X em vermelho berrante interditava páginas datilografadas que lhes parecessem desfavoráveis ao governo, e também trechos que aquele leitor onipotente considerasse misterioso demais. Na dúvida, invertiam o antiquíssimo preceito jurídico — e decidiam contra o réu. Algumas publicações trocavam o texto, outras preenchiam o espaço desocupado com versos dos Lusíadas ou receitas de bolo. Com o tempo, alguns censores agiam com o desembaraço de quem se sente em casa.
O responsável pela coleção de XXXXXXX que desfigurou centenas de páginas da revista Vejaficou tão à vontade que solicitou a inclusão da sala que ocupava nas escalas feitas pelo moço do cafezinho. A reivindicação foi encaminhada ao destinatário errado. Depois de ouvi-la, o diretor responsável Edgard de Sylvio Faria, homem de poucas palavras, raríssimos sorrisos e nenhuma paciência com intrusos, chamou o garçom da Editora Abril para transmitir-lhe a orientação curta e grossa: “Se esse senhor pedir a você alguma coisa, recuse. Se quiser cafezinho, sirva frio”. Bem mais calorosas foram as relações entre os jornalistas do Pasquim e a censora do semanário, dona Solange. Durante algumas semanas, parte dos redatores e a encarregada de vigiá-los preferiram entender-se na cama. Acabaram denunciados pela crescente redução de textos proibidos. E a tolerante Solange foi substituída por um homem.
Os critérios que orientavam o trabalho dos censores caberiam numa frase: “É proibido publicar qualquer artigo, reportagem, editorial, vogal, consoante, ponto de exclamação, vírgula, ponto de interrogação, reticências ou quaisquer outras coisas que possam desagradar aos integrantes da cúpula do governo federal”. Os executores da missão de vetar textos sabiam que isso era pouco para os governantes nativos, cujo sonho foi explicitado pelo general-presidente Costa e Silva em meados de 1968. Convidado para um almoço pela Condessa Pereira Carneiro, o visitante queixou-se à dona do Jornal do Brasil do tom pouco amistoso das páginas da editoria de Política. “Nossas críticas são sempre construtivas”, ponderou a Condessa. “Mas eu não quero saber de críticas, nem destrutivas nem construtivas”, abriu a alma o chefe do governo militar. “O que eu quero mesmo é elogio.”
Tal sonho pareceria possível se tivesse vingado o parto do controle social da mídia. Concebida por jornalistas convencidos de que a liberdade de imprensa era incompatível com a democracia, como Franklin Martins e Rui Falcão, a invencionice pretendia assumir o comando do noticiário jornalístico em todo o Brasil por meio de “conselhos” formados por profissionais a serviço do PT. Como as redes sociais ainda eram irrelevantes, entraram na mira dos pais da novidade telejornais, radiojornais, jornais impressos, revistas e outros veículos convencionais. Esses só divulgariam informações filtradas pelos conselheiros incumbidos de fazer chegar ao povo apenas o que o povo precisa saber. Gente para a composição dos conselhos não faltaria: desde a fundação do PT, sobram jornalistas devotos da seita que tem em Lula seu único deus. Foi a escassez de inteligência que matou o plano — antes que os genuínos jornalistas morressem de rir.
Quem seria incumbido de selecionar as manchetes que abrem o Jornal Nacional?, perguntavam-se nas redações e nos botequins os providos de pelo menos 15 neurônios. Quer dizer que os conselheiros cuidariam de escrever a reportagem de capa da Veja, editar o caderno especial do Estadão, eleger a foto principal do Globo? E quem vai comprar publicações produzidas por um bando de incapazes capazes de tudo? Onde encontrar leitores, ouvintes e telespectadores interessados no que pensam, dizem e escrevem militantes que engolem sem engasgos ordens emanadas de um analfabeto funcional? O monstrengo morreu por ausência de respostas a tais interrogações elementares. Retornaria anos depois rebatizado de agência de checagem, o mais recente filhote da censura ortodoxa. O caçula encontrou um habitat perfeito no país cindido por um Fla-Flu que a pandemia de coronavírus tornaria ainda mais maniqueísta. No restante do mundo, a covid-19 é uma usina de dúvidas. Aqui, gerou um gigantesco conglomerado de poços de certezas. Nas agências de checagem se aglomeram — com máscara, lavando as mãos a cada 15 minutos, desfraldando a bandeira do eterno lockdown e respeitando até medidas de distanciamento social com fervor religioso — anônimas sumidades que se julgam capazes de distinguir o que é certo e o que é errado, o que é verdade e o que é mentira. Melhor: fake news, expressão aplicada a desinformações que determinam o resultado de toda eleição.
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A mão invisível das agências de checagem desceu sobre Oeste pela primeira vez em 31 de julho de 2020. Sob o título “É falso que imagem da Nasa prova que Amazônia não está ‘em chamas’”, a Aos Fatos determinou que a imagem do satélite da agência espacial que ilustrava o texto publicado 11 dias antes não correspondia à realidade. Motivo: uma das três manchetes destacadas no início da reportagem citava o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Numa extensa resposta à agência — e em outras matérias publicadas sobre o caso —, Oeste explicou que jamais usara fotos da Nasa para contestar dados do Inpe. A imagem do satélite apenas provava que a Floresta Amazônica, diferentemente do que vinha divulgando a imprensa tradicional, não estava em chamas. Oeste acrescentou que, “mesmo analisando os dados do Inpe (e não foi essa a intenção da reportagem), era possível constatar que, no bioma amazônico, havia 2.248 focos de queimadas registrados pelos satélites em junho de 2020”. O número era inferior à média para o mês, de 2.724 — e bem abaixo do máximo, registrado em 2004 (9.179 focos).
Em consequência da parceria entre Aos Fatos e Facebook, a reportagem de Oeste, sempre que compartilhada na rede social, era coberta por uma tarja com o aviso: “Informação falsa — Checada por verificadores de fatos independentes”.
Em 17 de março deste ano, Aos Fatos atacou novamente: “É falso que São Lourenço zerou mortes e internações por covid-19 devido a ‘tratamento precoce’”. A reportagem publicada por Oeste na antevésperainformava corretamente que, de acordo com o boletim emitido pela prefeitura de São Lourenço, naquele dia não havia um só paciente internado na UTI devido à covid-19. O texto incluía um relato do prefeito Walter Lessa (PTB) sobre a adoção do tratamento precoce em casos de suspeita da doença. Como sempre, a agência contestou a utilidade do tratamento precoce.
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Em vez de excluir os textos, como determinou a Justiça, Aos Fatos colocou uma tarja preta sobre o logotipo de Oeste e manteve as postagens. A insolência foi tão longe que a agência se considerou censurada pela decisão do juiz que a proibiu de censurar os textos censurados. O Facebook ainda não liberou os posts patrocinados da revista.
Um texto publicado pela revista de divulgação científica Scientific American afirma que as distorções e mentiras produzidas por políticos e analistas se tornaram tão comuns que os principais meios de comunicação passaram a designar jornalistas e verificadores de fatos para checar suas afirmações. “A motivação para descobrir falsidades e declarações enganosas tiradas do contexto é louvável”, diz o artigo. “Os verificadores de fatos visam a chegar mais perto da verdade, mas seus preconceitos podem ocultar a própria verdade que procuram.” Se também no Brasil as intenções são boas, os resultados até aqui se mostram desastrosos. Balizados pela arrogância e por uma perigosa autoconfiança, os checadores agem como infalíveis policiais da informação. Se efetivamente soubessem identificar todas as mentiras e todas as verdades, estariam perdendo a chance de enriquecer rapidamente. Bastaria que as agências lançassem publicações próprias. O mundo finalmente seria apresentado ao jornalismo sem erros.
Divisão no julgamento sobre reeleições no Congresso volta a agitar rede de intrigas do tribunal
A
divisão do Supremo no julgamento que barrou a reeleição dos atuais presidentes
da Câmara e do Senado agitou mais uma vez a rede de intrigas do tribunal. A
maioria do plenário não fez mais do que sua obrigação ao reafirmar aquele veto,
mas a decisão acirrou disputas de poder que têm efeito direto sobre o
comportamento dos ministros.
Logo
depois da votação do último domingo (6), uma ala da corte acusava Luiz Fux de
traição no processo. Ministros diziam que existia um pacto para liberar as
reeleições e que o presidente do Supremo havia descumprido o acordo. Em
retaliação, eles prometiam
tomar decisões para dificultar a vida do colega.Ministros veem traição de Fux, expõem mal-estar no STF e já preparam retaliação
Se
o problema fosse apenas a vaidade ferida de um punhado de juízes, ninguém
precisaria se preocupar. As desavenças ficariam restritas ao cafezinho nos
intervalos das sessões, e haveria alguns embates ríspidos durante os
julgamentos. A conflagração política no Supremo, porém, pode se tornar mais um
elemento de tensão no frágil equilíbrio democrático do país.
Mesmo
em tempos de paz, o farto poder dos ministros do STF é capaz de perturbar essa
estabilidade.Decisões monocráticas, pedidos de vista e liminares exóticas
costumam provocar traumas e desgastes ao tribunal, estimulando alguns de seus
integrantes a jogar na defensiva. Em certos casos, a corte se vê constrangida e
deixa de cumprir seu papel.
Após
o choque da última semana, Fux já ensaiou um apelo à autocontenção. Dois dias
depois do julgamento, ele recomendou moderação ao tribunal, disse que o
Supremodeve
evitar a "orgia legislativa"e sentenciou: "Não é
hora de ninguém ganhar nada nem de perder nada. É hora da manutenção do status
quo".
O
STF faria bem em segurar os próprios excessos e intromissões na vida política
do país, mas esses limites não deveriam ser frutos de crises internas ou
pressões externas. Se a recente cisão no tribunal produzir mais decisões
controversas e acovardamento institucional, Jair
Bolsonaro pode dormir tranquilo.
Raquel Dodge anuncia 12 nomes e troca postos-chave da Lava-Jato
Nova procuradora-geral demonstra intenção de marcar diferença
Anunciada nesta terça-feira, a 27 dias da posse, a
composição da equipe da nova procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, revela trocas estratégicas em postos-chave relacionados aos
trabalhos da Operação Lava-Jato. Raquel fez basicamente três movimentos,
que demonstram a intenção da nova procuradora-geral em marcar diferença
em relação a Rodrigo Janot e seu entorno:
1) Será criada uma nova secretaria, de Função Penal
Originária no Supremo Tribunal Federal (STF), que vai abarcar o grupo de
trabalho da Lava-Jato; 2) Secretarias decisivas à operação trocam de mãos; e 3) O grupo da Lava-Jato será capitaneado por dois
procuradores da República experientes em casos rumorosos, como os
mensalões petista e mineiro e a Operação Zelotes, sem relação com o
grupo montado por Janot, o que indica que essa força-tarefa terá um alto
índice de renovação.
Raquel é conhecida entre seus colegas por ser discreta e por
segurar informação, numa estratégia para fazer valer as decisões
tomadas. No fim de julho, escalou os cinco procuradores que a auxiliam
na transição até a posse, marcada para o próximo dia 18. Reportagem
publicada pelo GLOBO em 16 de julho revelou o perfil de combate à
corrupção dos primeiros nomes levados em conta por Raquel para integrar
seu gabinete. Nesta terça, ela divulgou o primeiro organograma da
Procuradoria Geral da República (PGR) sob seu comando. Estão na equipe
os cinco nomes da transição e mais sete novos nomes. Outros ainda serão
anunciados nos próximos dias.
A nova procuradora-geral anunciou como titular da secretaria
a ser criada a procuradora regional da República Raquel Branquinho, que
tem um histórico de atuação em casos de corrupção. Branquinho auxiliou o
então procurador-geral Antônio Fernando de Souza no processo do
mensalão. Hoje, a procuradora é a chefe administrativa da Procuradoria
Regional da República (PRR) da 1ª Região e atua no núcleo de ações
originárias, que investiga prefeitos. Colegas de Branquinho relatam que o
núcleo teve um incremento de 100% nas ações contra os titulares de
Executivos municipais. Já na chefia administrativa da PRR, sua função
vinha sendo basicamente cortar custos, diante da crise fiscal.
Também integra o núcleo de ações originárias o procurador
regional José Alfredo de Paula Silva, um dos mais jovens do grupo
anunciado por Raquel, apesar de já ter experiência no Ministério
Público. Ele tem menos de 40 anos e ingressou na instituição em 2003.
Agora, estará à frente do grupo de trabalho da Lava-Jato, ao lado do
procurador regional Alexandre Espinosa, outro integrante do núcleo de
ações originárias. Branquinho, Alfredo e Espinosa auxiliaram Antônio
Fernando no mensalão. Os dois, agora, estarão submetidos à secretaria a
ser criada por Raquel.
A expectativa na PGR é que Branquinho faça uma coordenação
mais jurídica da Lava-Jato, e Alfredo e Espinosa, mais operacional, à
frente efetivamente das investigações. Em ofício a Janot, Raquel
reforçou convite para que os nove integrantes do grupo de trabalho da
Lava-Jato permaneçam na força-tarefa. Desde o início, porém, já não
havia a intenção de a maioria dos procuradores permanecer no grupo,
assim como estava claro o desejo da nova gestão por renovação. Apenas
quatro procuradores – principalmente os que estão há menos tempo no
grupo – manifestaram a intenção de permanecer.
Alfredo, o novo coordenador do grupo, acompanhou a parte
final do processo do mensalão, segundo colegas dele de Ministério
Público. Ele já denunciou policiais federais por tortura e sua atuação
mais recente foi na Operação Zelotes. Alfredo é descrito por colegas
como "prático", "operacional" e "discreto". Na Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional, que
ganhou protagonismo em razão do caráter transnacional da Lava-Jato,
entrará Cristina Romanó. Havia a expectativa de que o atual titular,
Vladimir Aras, permanecesse no posto, o que não se confirmou. Romanó é
procuradora regional da República e tem larga experiência na área
internacional. Ela já integrou o quadro de promotores do Tribunal Penal
Internacional para a Antiga Iugoslávia, em Haia.
O procurador da República Pablo Barreto, da Bahia, será o
novo secretário de Pesquisa e Análise. Esta unidade foi decisiva à
Lava-Jato, com o desenvolvimento de novas tecnologias de perícia e um
trabalho de coleta de provas que embasaram as denúncias de Janot. O vice-procurador-geral da República será o
subprocurador-geral Luciano Mariz Maia, reconhecido por seus colegas
pelo trabalho na área de direitos humanos e na academia. Mariz Maia,
segundo colegas de Ministério Público, tem parentesco com o senador
Agripino Maia (DEM-RN), investigado na Lava-Jato por suspeitas de
corrupção e lavagem de dinheiro. A atuação do subprocurador, porém, é
tida como isenta e mais voltada a questões de direitos humanos, com boa
interlocução com os movimentos sociais.
O novo vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques,
também tem atuação na academia, além de ser atuante na defesa dos
interesses da categoria – o subprocurador-geral é vice-presidente da
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Os outros
nomes anunciados por Raquel são Zani Cajueiro, que será secretária-geral
do MPU; Lauro Cardoso e Marcelo Ribeiro Oliveira, que vão atuar na
secretaria a ser criada; Alexandre Camanho, secretário-geral jurídico; e
Sidney Pessoa Madruga, coordenador do Grupo Executivo Nacional de
Função Eleitoral.
Até a posse, Raquel deve administrar uma disputa entre
subprocuradores-gerais da República que a apoiaram na campanha e que
querem espaço na composição da equipe. Essa disputa, por exemplo,
influencia na definição do novo corregedor-geral. Na nota divulgada nesta terça-feira, Raquel destacou a
presença de mulheres em sua equipe. "Convidamos para o gabinete
especialistas nas matérias que mais afligem a população brasileira
atualmente. A equipe precisa estar atenta aos problemas nacionais em
todas as suas dimensões e de forma equilibrada", disse a nova
procuradora-geral na nota.