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sábado, 25 de março de 2023

Integrante do PCC que quis assassinar Moro tem o mesmo advogado de Lulinha

Fabio Tofic trabalhou para Fábio Luis Lula da Silva e, agora, tenta libertar Patric Uelinton Salomão (Forjado)

 
Forjado foi um dos alvos da Operação Sequaz, deflagrada na quarta-feira 22
Forjado foi um dos alvos da Operação Sequaz, deflagrada na quarta-feira 22 | Foto: Divulgação

Um dos responsáveis pelo plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) de assassinar o senador Sergio Moro (União-PR) e o promotor Lincoln Gakiya, o criminoso Patric Uelinton Salomão foi solto no início do ano passado graças ao advogado Fabio Tofic, que também atua na defesa de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, no âmbito da Operação Lava Jato.

“Forjado”, como é conhecido dentro da facção, é um dos líderes de uma ala do PCC que organiza e financia sequestros e atentados contra autoridades e agentes públicos. É o que afirma a Polícia Federal.

Outras investigações mostram que Forjado faz parte da chamada “Sintonia Final”, responsável pela execução das ações planejadas pelo PCC. 
A lista de ordens inclui roubos, sequestros e assassinatos. 
Assim como as demais alas da facção, a Sintonia Final é subordinada apenas aos íderes máximos da facção — como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, transferido para a Penitenciária Federal de Brasília em 2019.

Forjado foi um dos alvos da Operação Sequaz, deflagrada na quarta-feira 22. Ele já havia sido sentenciado por diversos crimes, como tráfico de drogas, formação de quadrilha, roubo e homicídio. 

No início de 2022, cumpria pena por uma ação penal de lavagem de dinheiro. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) estima que Forjado e outros 19 réus ocultaram cerca de R$ 1 bilhão em movimentações ilegais. Ele está foragido. 

Lulinha e Lava Jato
Fabio Tofic atuou na defesa Lulinha em uma investigação no âmbito da Lava Jato. Na época, o filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado de receber mais de R$ 100 milhões do grupo Oi/Telemar, por intermédio da empresa Gamecorp. O caso foi arquivado pela Justiça Federal de São Paulo no início do ano passado.

Tofic destacou, na alegação final da defesa, que, durante as investigações contra o PCC, o nome de seu cliente foi usado de maneira errônea. Por esse motivo, acusações equivocadas foram atribuídas à Forjado. “Ainda que Patric fosse ‘RB’, o que se afirma apenas por amor ao debate e para demonstrar a teratologia da hipótese ventilada, referida planilha demonstraria, no limite, que o defendente teria, em tese, contribuído para a entrada de valores na organização criminosa; que teria auferido valores que entraram na contabilidade do grupo”, afirmou o advogado. “Mas, contribuir com a entrada de ativos, ainda que no contexto de uma facção criminosa, não configura crime de lavagem de dinheiro!”

Onze dias depois, Patric foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro. O juiz Thiago Baldini De Filipp, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, expediu o alvará de soltura que colocaria Forjado em liberdade no mês seguinte. O MP-SP recorreu da decisão e, ainda hoje, o advogado Tofic defende o membro da facção nesse processo.

Redação - Revista Oeste

 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O antibolsonarismo psicótico e o monstro da juristocracia - VOZES

Flavio Gordon 
 
No último sábado, 11 de junho, o jornalista Allan dos Santos, exilado nos EUA desde 2020, esteve presente na motociata organizada em Orlando por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, então em viagem ao país para participar da Cúpula das Américas. 
Em sua 12.ª conta no Instagram – pois as anteriores foram censuradas por ordem judicial –, Allan publicou um vídeo desafiando o ministro Alexandre de Moraes, que, ávido por vingança, move contra o jornalista uma implacável perseguição de natureza não apenas política como pessoal. “O Xandão não queria que eu participasse de motociata no Brasil. E aí o que Deus faz? Traz a motociata pra cá”, ironizou o fundador do portal Terça Livre.
Bolsonaro durante motociata realizada em Orlando, na Flórida (EUA), no último dia 11.

Bolsonaro durante motociata realizada em Orlando, na Flórida (EUA), no último dia 11. -  Foto: Alan Santos/Presidência da República
 
Agindo sempre como lavanderia do STF, e firmemente imbuída da missão de prejudicar Bolsonaro “fingindo fazer jornalismo” (como admitiu em 2018 Fernando de Barros e Silva, então diretor de redação da revista Piauí), a autoproclamada imprensa “profissional” – do tipo que trata pejorativamente por “blogueiros” os novos concorrentes surgidos com a internet – pareceu mais furibunda que o próprio Moraes. 
Diante do ocorrido, dedicou-se à prática de seu esporte preferido, numa jogada ensaiada que tem se repetido à exaustão: a estigmatização estratégica dos alvos políticos da corte antibolsonarista, de modo a legitimar toda e qualquer ação perpetrada contra eles pela militância togada.
Foi então que Allan dos Santos passou a ser invariavelmente descrito como foragido” da Justiça, uma pessoa cuja presença na motociata comprometeria o presidente da República. Ilustrativo dessa postura foram, por exemplo, os textos que Josias de Souza publicou em sua coluna no UOL. Num deles, intitulado “Allan dos Santos une Biden e Bolsonaro na cruzada de desmoralização do STF”, o blogueiro antibolsonarista (viu como é bom, Josias?) repreende o presidente americano por permitir que Allan permaneça “na vizinhança do Mickey Mouse sem ser incomodado”. Em seguida, confronta-o com a alternativa entre conceder asilo político ao jornalista brasileiro ou enviar o “fugitivo” para uma cadeia no Brasil. Se Biden nada fizer, diz o blogueiro do UOL, isso só pode significar uma adesão sua “à cruzada de Bolsonaro para desmoralizar o Supremo, o TSE e Moraes”. Como se vê, a gravidade da síndrome do antibolsonarismo psicótico não deve ser subestimada. 

 

O esporte preferido da autoproclamada imprensa “profissional” tem sido a estigmatização estratégica dos alvos políticos da corte antibolsonarista, de modo a legitimar toda e qualquer ação perpetrada contra eles pela militância togada

Mas Josias de Souza não se limitou a pressionar o presidente americano a juntar-se à causa antibolsonarista. Noutro artigo, resolveu também dar um ultimato aos militares brasileiros, impondo-lhes um prazo de quatro meses para “optar entre a Constituição e Bolsonaro”. A tese do articulista é que, ao pôr em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro prepara um golpe de Estado, e que, ao ecoar “as críticas infundadas do presidente às urnas”, as Forças Armadas estariam embarcando na aventura golpista.

A exemplo de Josias de Souza que, antes de ser pautado pela psicose antibolsonarista, chegava até a manifestar razoável preocupação com o crescente autoritarismo do STF, também Vera Magalhães exasperou-se diante das imagens de Allan dos Santos na motociata. “Evento do presidente da República no exterior com um foragido da Justiça posando para selfies. Chegamos a mais este ponto” tuitou a ferrenha antibolsonarista. [A jornalista Vera deve ter tido severo ataque no seu equilíbrio emocional, quando leu que no jornal O Globo, no qual se encontra prestando serviços,  Editorial,expressando preocupação com o ativismo do Supremo.] E, de modo geral, foi assim que o grosso da imprensa tratou o colega de profissão politicamente não alinhado: como um criminoso de alta periculosidade, um “foragido da Justiça”. Simples assim.

Mas essa é mais uma das tantas mentiras repetidas pela blogosfera antibolsonarista, ambiente que inclui a maioria dos veículos da imprensa autoproclamada “profissional”. Em primeiro lugar, a fim de estigmatizá-lo como “foragido”, essa imprensa precisou inverter a ordem temporal dos fatos, como se Allan tivesse viajado aos EUA depois de decretada a prisão preventiva, com o objetivo calculado de fugir da cadeia. Na verdade, Allan já estava nos EUA quando Alexandre de Moraes determinou a prisão, tanto que a ordem foi acompanhada de um risível pedido de extradição para o Brasil, obviamente ignorado pelas autoridades americanas, já que nada do que fez o jornalista exilado consta como crime no tratado de extradição assinado entre os dois países (e, de resto, tampouco na legislação brasileira, hoje substituída pela vontade dos ministros supremos).

Pior ainda, os blogueiros antibolsonaristas jamais mencionam o fato de que o decreto de prisão – bem como todas as demais medidas de força tomadas contra o jornalista e a sua empresa – tem um vício insanável de origem, pois decorre de um inquérito ilegal: o de número 4.781, conhecido como “inquérito das fake news e, graças justamente às suas ilegalidades, apelidado pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello de “inquérito do fim do mundo”.  
Que o inquérito é ilegal não é difícil de constatar. Se mesmo um leigo (como eu) consegue notar a aberração de um inquérito aberto pela autoproclamada vítima, que assume também as funções da promotor e juiz, o que dizer dos juristas honestos, obviamente horrorizados com tamanha teratologia jurídica? (Sobre o assunto, aliás, recomendo o livro O Inquérito do Fim do Mundo, em especial os capítulos 2 e 3, nos quais a juíza Ludmila Lins Grilo e o procurador de Justiça Marcelo Rocha Monteiro, respectivamente, expõem didaticamente as muitas ilegalidades do inquérito).

Cabe lembrar que, um mês após a sua abertura por Dias Toffoli, a então procuradora-geral Raquel Dodge determinou o arquivamento do inquérito, alegando que o procedimento violava o devido processo legal e o sistema penal acusatório consagrado na Constituição de 1988, segundo o qual o Ministério Público é titular exclusivo da ação penal. Sendo assim, o inquérito jamais poderia ter sido aberto de ofício (sem provocação) pelo STF. “O sistema penal acusatório é uma conquista antiga das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas 30 anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal” – observava Dodge em sua manifestação pelo arquivamento, uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público. Contudo, como se sabe, a ordem de arquivamento foi ignorada por Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

Recorde-se também que, na qualidade de titular da ação penal, a PGR manifestou-se contrariamente à prisão do fundador do Terça Livre. E, mais uma vez, a manifestação foi ignorada por Alexandre de Moraes. Tendo, pois, começado ilegalmente, o inquérito assim prossegue até hoje, estendendo-se de modo indefinido, a fim de servir de instrumento de intimidação e perseguição política, tal como a que sofre Allan dos Santos.

Os militantes de redação estão sendo forçados a contorcionismos cada vez mais dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de uma “democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados

Ademais de reiteradamente estendido em termos de prazo, o inquérito do fim do mundoe outros que lhe são correlatos, como o “inquérito das milícias digitais” (outrora “inquérito dos atos antidemocráticos”) baseia-se em acusações estrategicamente genéricas e subjetivas, a maioria das quais referentes a crimes nem sequer tipificados em lei, e instituídos a golpes de retórica chinfrim. 
Foi nesse terreno, aliás, que a imprensa autoproclamada “profissional” desempenhou um papel crucial, agindo quase que em parceria com o STF, ao criar e repetir incessantemente os estigmas (“blogueiro bolsonarista”, “miliciano digital”, “disseminador de fake news”, “antidemocrático” etc.) com que, na ausência de qualquer materialidade delituosa, os inquéritos têm sido bizarramente fundamentados.

STF e imprensa “profissional” têm sabido explorar bem essa mutualidade de matriz antibolsonarista mútuo, cada qual visando aos seus interesses próprios. Por um lado, os supremos inquisidores (agentes de um sistema inquisitório, e não mais acusatório) apoiam-se na narrativa midiática para dar ares de legalidade e legitimidade à perseguição política contra os estigmatizados, confiantes de que, aos olhos da opinião pública formatada pelo establishment midiático, os “bolsonaristas” são cidadão de segunda classe, párias sociais contra os quais passa a valer tudo. Por outro, ao colar o rótulo de “bolsonarista” em quem bem entenda (e, para ser bolsonarista, basta não ser antibolsonarista), essa imprensa consegue indicar aos inquisidores os alvos a serem incluídos nos inquéritos.

Ao caracterizar Allan dos Santos como “blogueiro bolsonarista”, por exemplo, o objetivo é privar-lhe das garantias legais entre elas a do sigilo de fontereservadas aos jornalistas, um procedimento que até mesmo o esquerdista Glenn Greenwald, desafeto de Allan, julgou temerário. A imprensa “profissional” faz isso por razões tanto de ordem político-ideológica, por ser majoritariamente formada por militantes de esquerda, quanto de ordem mercantil-monopolista, para esmagar a concorrência, livrando-se de novos veículos como o Terça Livre, que, até ser fechado por obra de Alexandre de Moraes, tinha mais audiência que boa parte dos meios de comunicação tradicionais.

É claro que, conquanto circunstancialmente interessante, a parceria com o poder absoluto acaba legando a essa mesma imprensa um fardo difícil de carregar no longo prazo, sobretudo na medida em que os abusos de autoridade vão se tornando mais escandalosos e menos legitimáveis, forçando os militantes de redação a contorcionismos cada vez mais dramáticos para sustentar a mentira e manter a pose de bastiões de uma democracia” marcada por censura, presos políticos e exilados. A percepção incipiente desse fardo talvez explique, por exemplo, o ambíguo editorial que O Globo publicou hoje, 15 de junho.

Com o título “Ativismo do STF representa risco preocupante”, o texto principia por negar qualquer fundamento às críticas de Bolsonaro à corte, apenas para, em seguida, apontar a politização do STF ou o jogo “fora das quatro linhas da Constituição”, como costuma dizer o presidente – como um risco à democracia. A Corte, que deveria manter-se equidistante e alheia às paixões, parece a cada dia mais contaminada pelo noticiário, como se devesse prestar contas à opinião pública, não à lei ou à Constituição” – escreve o editorialista.

Terá sido um surto de má consciência de O Globo? Não sei. Sei que, apesar de tardia, a preocupação da imprensa “profissional” com a contaminação do STF pelo noticiário seria deveras salutar caso viesse acompanhada do interesse complementar pela contaminação do noticiário pelo antibolsonarismo da corte. Como não vem, resta a impressão de que o inusitado editorial de O Globo, antes que expressão de um zelo sincero pelo bom funcionamento das instituições republicanas, revela um desejo de apagar as pistas da participação do jornal na criação do monstro, no exato instante em que, com apetite cada vez mais incontrolável, a criatura ameaça estender seus tentáculos para além do bolsonarismo, até então o solitário boi de piranha da juristocracia que se agiganta sobre a nação.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
Flavio Gordon, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Cármen Lúcia pede manifestação da PGR sobre conduta de Bolsonaro e ministro em 'motociata' nos EUA

Foragido [sic] da Justiça brasileira, blogueiro bolsonarista Allan dos Santos esteve no mesmo evento. Ele é investigado nos inquéritos das fake news e da milícia digital.

Cármen manda à PGR pedido de investigação sobre motociata de Bolsonaro em Orlando com blogueiro foragido Allan dos Santos

Pedido foi apresentado à corte máxima pelo deputado Alencar Braga (PT/SP), que alega que o chefe do Executivo e o ministro da Justiça Anderson Torres tinham o dever de informar as autoridades a presença do blogueiro foragido’ [o excesso de falta de inteligência está sempre presente nos petistas; esse cidadão citado como autor do pedido,  pensasse um pouco ou perguntasse para algum bolsonarista iria saber que Allan dos Santos não é foragido. É um cidadão em pleno gozo dos seus direitos políticos e de cidadão, que entrou nos Estados Unidos legalmente, e nada há contra ele que o torne foragido.
Dos FATOS: Um ministro do STF determinou a prisão de Allan dos Santos quando esse já não estava no Brasil não houve fuga. Ao saber que o blogueiro bolsonarista, Allan dos Santos, estava nos EUA, a mesma autoridade determinou que fosse apresentado pedido de extradição do cidadão Allan àquele país e fosse notificada a Interpol para incluí-lo na chamada lista vermelha de foragidos.
Que houve então? Os órgãos do Departamento de Estado dos Estados Unidos ao processar um pedido de extradição,  analisam se existe tratado de extradição entre o  País autor do pedido e os EUA. Havendo o tratado e o pedido atendendo todos os requisitos previstos no acordo, incluindo um que estabelece que extradição só será concedido se o crime do qual o alvo do pedido é acusado, é também crime na legislação norte-americana. Não sendo o pedido perde o objeto. Foi  que ocorreu em relação ao pedido apresentado.
E quanto ao pedido de prisão? A Interpol para processar um pedido dessa natureza exige que haja uma ordem legal, com fundadas razões, contra o cidadão incluído no pedido. NÃO EXISTE.
Portanto, Allan dos Santos não é foragido, exilado, procurado, não havendo razões para  que o presidente Bolsonaro e seu ministro da Justiça sejam denunciados por omissão, acobertamento de foragido, etc.]

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste quanto à presença de um foragido da Justiça do Brasil durante “motociata” com o presidente Jair Bolsonaro (PL), nos Estados Unidos.

O foragido [sic] em questão é o blogueiro Allan dos Santos, conhecido como Terça Livre, que teve a prisão preventiva decretada pelo Supremo no âmbito do inquérito das milícias digitais. O ministro Alexandre de Moraes também pediu a extradição dele. Tanto Bolsonaro quanto o ministro da Justiça, Anderson Torres, estiveram na manifestação em apoio ao presidente, em Orlando, onde Allan tirou fotos com bolsonaristas. Além disso, o blogueiro publicou no último sábado (11) um vídeo no Instagram debochando do STF, em especial do ministro Moraes, responsável pelo inquérito. “O Xandão não queria que eu participasse de motociata no Brasil. Aí o que Deus faz? Traz a motociata pra cá”, disse Allan dos Santos. Apesar de todos estes registros, porém, não houve fotos ou vídeos do blogueiro junto com o presidente ou com o ministro da Justiça.

A ação movida contra Bolsonaro e Torres no STF partiu do Líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Alencar Santana (PT-SP). O parlamentar considera que os dois tinham de informar as autoridades sobre a localização do foragido. “A inércia dessas autoridades contraria a Constituição Federal e o ordenamento jurídico brasileiro, mostrando o descaso com a lei e com as instituições do país”, analisou o petista no ofício.

Alencar acusa o presidente e o ministro por crime de responsabilidade e prevaricação no processo contra Allan dos Santos. Diante da ação, Cármen Lúcia determinou que a PGR se manifeste após avaliar se há elementos para abrir investigação sobre o caso. A ministra, no entanto, não determinou um prazo para resposta do Ministério Público.

O deputado pede o afastamento do ministro da Justiça e investigação dos supostos crimes cometidos por ele e pelo presidente da República. “Os agentes políticos não podem ser omissos com foragidos da justiça brasileiro em defesa da propaganda ideológico do governo federal e muito menos como um local para troca de favores e agrados a aliados do presidente da República”, disse o parlamentar em nota publicada no site PT na Câmara.

Gazeta do Povo
 

domingo, 12 de junho de 2022

Bolsonaro fecha viagem pelos EUA com ataque ao STF e motociata com foragido

De passagem por Orlando, presidente Bolsonaro discursa em igreja evangélica que tinha na plateia o blogueiro Allan dos Santos, com prisão decretada no Brasil. Ativista debocha do ministro Alexandre de Moraes em motociata bolsonarista

Em um dos últimos compromissos na viagem aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro discursou para uma plateia de evangélicos na Igreja da Lagoinha em Orlando, na Flórida. Bem próximo ao palco, Allan dos Santos filmava, [é FAKE dizer que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos é foragido; 
Allan dos Santos, cidadão brasileiro em pleno gozo dos seus direitos de cidadão, NÃO É FORAGIDO INTERNACIONAL. O blogueiro foi alvo de um pedido de extradição, que não foi atendido pelo governo dos Estados Unidos pelo fato de não atender as regras do acordo de extradição firmado entre aquele País e o Brasil - a extradição só é concedida se o crime do qual o extraditando é acusado, for crime nos dois países =  o crime do qual Allan dos Santos é acusado no Brasil,  não é crime na lei americana.  
Quanto ao pedido de prisão apresentado pelo Brasil à Interpol não foi processado por não conter fundamentação legal que o justifique.] com o celular, o discurso de Bolsonaro. Desde outubro do ano passado, o blogueiro tem mandado de prisão preventiva decretado no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito sobre fake news.

Em outro vídeo, divulgado por Allan dos Santos em seu perfil pessoal nas redes sociais, o ativista está na motociata organizada por apoiadores de Bolsonaro em Orlando. O foragido [sic]  aparece fazendo ofensas e provocações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Xandão não queria que eu participasse de uma motociata no Brasil, olha o que Deus faz: traz a motociata aqui", disse dos Santos, com um piscar de olhos e um sorriso debochado.

Com o avanço do inquérito das fake news no STF, Allan dos Santos viajou para os EUA em julho de 2021. Três meses depois, Alexandre de Moraes expediu a prisão preventiva do investigado. Nos Estados Unidos, Bolsonaro não foi visto publicamente com Allan dos Santos. Mas disse, antes de discursar na Igreja da Lagoinha, que não via problema em conversar com o foragido. "Se ele estiver presente, eu falo com ele. É um cidadão, sem problema nenhum. É um cidadão brasileiro, se expressou. Se foi bem ou mal, sua pena jamais poderia ser ameaça de prisão", afirmou o presidente a jornalistas.

Bolsonaro ainda afirmou que os ministros da Suprema Corte brasileira "têm que entender que não são deuses" e que são "autoridades subordinadas à Constituição". "Alguns do Supremo, não são todos, têm que tirar da cabeça que não são todos poderosos. Têm erros, têm falhas e se curvam à Constituição. Acima de nós estão os cidadãos. Eu sirvo os cidadãos", complementou.

Quando determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos, o ministro Alexandre de Moraes acionou o Ministério da Justiça para iniciar o processo de extradição do bolsonarista. O magistrado também ordenou que a Polícia Federal incluísse o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol. Contudo, as autoridades norte-americanas ainda não consideraram as acusações suficientes para juntá-lo ao rol de procurados. O ministro da Justiça, Anderson Torres, integra a comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos.

A atitude de Jair Bolsonaro em relação ao blogueiro é grave, na avaliação de especialistas ouvidos pelo Correio. Segundo a advogada constitucionalista Vera Chemim, ao ter ciência de que Santos estava ali, o presidente e o ministro Anderson Torres deveriam ter acionado a polícia internacional, Interpol, para efetuar a prisão. "É uma omissão dolosa. A atitude de ambos é possível enquadramento em ato de improbidade administrativa correspondente ao artigo 11 da Lei 8.429. Também pode ser enquadrado em crime de prevaricação previsto no artigo 319 do Código Penal", [sem justa causa para a prisão,  a Interpol iria ignorar o pedido de prisão da mesma forma que ignorou o já apresentado,  e as autoridades norte-americanas estão ignorando o pedido de extradição apresentado há meses.
Parecem  que os especialistas esquecem que o suposto foragido está em solo americano. Se o encontro com o blogueiro ocorresse no interior da Embaixada do Brasil, até que poderia prosperar uma acusação de omissão ou prevaricação contra autoridades brasileiras.]

O constitucionalista Guilherme Amorim Campos da Silva, sócio de Rubens Naves Santos Jr. Advogados, ainda acrescenta que o presidente e as demais autoridades têm poder para dar voz de prisão. "Têm o dever de informar as autoridades e o poder de dar voz de prisão a essa pessoa. O exemplo que passam, além de configurar crime de responsabilidade, porque deveriam agir em cumprimento a lei e não o fazem, é de desrespeito com a Constituição Federal, às leis do país, as instituições nacionais e aos esforços de cooperação internacional de combate à criminalidade e à divulgação de informações falsas", frisou.

Mau caráter
Após o discurso na igreja e passeio de moto ocorrido na sequência, Bolsonaro foi a uma churrascaria. Na porta do estabelecimento, ao ser abordado por jornalistas, chamou o ministro do STF Roberto Barroso de "mentiroso" e "sem caráter".

"Eu não estou atacando a Justiça Eleitoral, estou atacando o Barroso, que não tem caráter", disparou o presidente. Bolsonaro atacou, ainda, Alexandre de Moraes. Disse que o ministro teria ingressado na Corte por ter aliança com o ex-presidente Michel Temer e que a sabatina dele no Senado não teria sido rigorosa. O presidente afirmou que os atritos aumentaram após o fracasso de um suposto acordo com o ministro. "Conversei por três vezes com Alexandre de Moraes, combinamos algumas coisas. Ele não cumpriu nada. Uma das coisas era botar fim, em um mês, no máximo dois meses a esse inquérito que ele abriu aos montões", frisou Bolsonaro.

O presidente ainda criticou a condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo ele, Alexandre de Moraes continua perseguindo o parlamentar mesmo depois que foi concedido a graça presidencial. "Agora, bloqueando o celular da esposa dele, que é a advogada que o defende", disse.

Outro argumento utilizado por Bolsonaro foi comparar a situação dele com a prisão da ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, condenada nesta semana a 10 anos de prisão no país por articular um golpe de Estado em 2019. Bolsonaro já havia mencionado esse paralelismo em outras ocasiões. "Agora foi confirmado dez anos de cadeia para ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?", perguntou Bolsonaro.

O titular do Planalto ainda criticou a atuação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin, ao convidar observadores internacionais para as eleições de 2022. "O que esses observadores vão fazer lá? Observar? Olha, a não ser que ele tenha um olhar de super-homem que possa observar programas, microchips. Qual a qualificação desses observadores?", protestou o pré-candidato a reeleição.

 Política - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Eduardo Azeredo é considerado foragido pela Polícia Civil de Minas Gerais

O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), já é considerado foragido da justiça de Minas Gerais. Segundo informações da Polícia Civil do Estado, o mandado de prisão, emitido no final da tarde de terça-feira, 22, continua em aberto nesse momento. A corporação já faz diligências e o tucano pode ser preso se, por exemplo, for parado em uma blitz.

Ainda conforme informações da Polícia Civil, Azeredo poderia se entregar em qualquer delegacia do Estado, ou mesmo fora de Minas Gerais, o que não ocorreu até o momento.  No final da noite de terça-feira, o delegado Aloísio Fagundes afirmou que o tucano ainda não era considerado foragido porque havia negociações para que o ex-governador se entregasse.

A expectativa era que Azeredo comparecesse a uma delegacia na região sul de Belo Horizonte. Por volta das 23h30, uma equipe normalmente utilizada em escoltas deixou o local. Não há confirmação que o grupo estivesse na delegacia para acompanhar o tucano até o local onde iniciará o cumprimento da pena.  Em Belo Horizonte não há penitenciárias para homens. As condenações são cumpridas em penitenciárias de Ribeirão das Neves e Contagem. Há porém, um centro de triagem, no bairro Gameleira, região oeste da cidade, para onde normalmente seguem os presos antes de serem encaminhados para uma penitenciária.

Azeredo foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por participação no mensalão mineiro. O tucano teve o último recurso contra a condenação negado ontem pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).  Conforme a sentença de primeira instância, o cumprimento da pena deverá se iniciar esgotados os recursos na Justiça do Estado.

IstoÉ