Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador gás lacrimogênio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador gás lacrimogênio. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de dezembro de 2022

A religião do ódio - J. R. Guzzo

Revista Oeste

No Brasil de hoje a virtude passou a ser a recusa em admitir o ponto de vista do outro. Dia após dia, o ódio vai sendo transformado num atributo moral 

 O Brasil está se tornando um país cada vez mais intolerante — e isso é uma novidade muito ruim. A sociedade brasileira tem tido uma longa história de prudência e de serenidade na gestão dos seus rancores, diferenças e conflitos; chegamos aos 522 anos sem nenhuma guerra de verdade, dessas que deixam mortes, feridos e destruição, por causa de religião, ou de raça, ou de nacionalidade, ou de língua, ou de qualquer outra escolha. Sempre houve, de um modo geral, a disposição de admitir ações, pensamentos, crenças, sentimentos ou hábitos diferentes entre si, qualquer que fosse o ambiente político.

Alexandre de Moraes | Foto: Montagem Revista Oeste

Alexandre de Moraes -  Foto: Montagem Revista Oeste 
 
O Brasil nunca foi uma democracia de verdade — mas, mesmo nos seus momentos de ditadura aberta e declarada, a inclinação predominante tem sido a de aceitar o princípio de que cada um tem direito à sua própria vida, ao seu modo de pensar e ao seu comportamento pessoal
Não mais. No Brasil de hoje a virtude passou a ser a recusa em admitir o ponto de vista do outro
Há cada vez menos adversários e cada vez mais inimigos. Dia após dia, e de forma mais e mais agressiva, o ódio vai sendo transformado num atributo moral — ou numa exigência para a prática correta da atividade política e social.

É um sinal destes novos tempos escuros, de supressão de liberdades e de repressão à divergência que alguém como o ministro Moraes seja promovido à posição de apóstolo da “democracia

Em nenhuma outra área da sociedade a intolerância prospera tanto quanto nessa nebulosa frouxa, disforme e sem princípios que é a esquerda nacional de hoje. 
Os verbos mais usados ali, a propósito de tudo, são proibir, punir reprimir, prender, multar, penalizar, criminalizar, censurar; fala-se cada vez menos em diálogo, e cada vez mais em castigo. 
Não há nenhuma demonstração tão clara disso quanto o novo herói da esquerda brasileira, o ministro Alexandre de Moraes que segundo a mídia, as classes intelectuais e a elite meia-boca destes trópicos salva dia após dia a democracia popular no Brasil. 
Quanto mais ele transforma o país numa delegacia de polícia, e quanto mais utiliza a sua função pública para reprimir, agredir e calar quem pensa de modo diferente, mais excitação provoca na esquerda; vai acabar virando uma espécie de Che Guevara do judiciário. 
O ministro cassa o passaporte de um jornalista que teve de se exilar nos Estados Unidos para escapar à sua perseguição pessoal. 

Multa em R$ 23 milhões um partido político cujo crime foi apresentar uma petição à justiça eleitoral, com alegações de que houve irregularidades na última eleição. Quer que a polícia acabe à força com as manifestações diante dos quartéis. [destaque-se  que os  comandantes militares - Marinha, Exército e Aeronáutica - em  nota oficial, deixaram claro, os limites que devem ser respeitados e, ainda que a contragosto, o ministro está respeitando - não se conhece nenhum caso de manifestantes pacíficos, ordeiros, que exercem o DIREITO CONSTITUCIONAL de manifestação em   ÁREA SOB ADMINISTRAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS - ÁREA MILITAR - terem sido expulsos ou coagidos por autoridades policiais.] O ministro faz dezenas — dezenas, literalmente — de coisas assim, e a cada uma delas se torna mais sublime para artistas de novela, militantes do PT, PSOL e redondezas, advogados de corruptos, milionários de esquerda, jornalistas etc. etc. etc.

É um sinal destes novos tempos escuros, de supressão de liberdades e de repressão à divergência, que alguém como o ministro Moraes seja promovido à posição de apóstolo da “democracia” e de tudo o que hoje é louvado como correção política.  

Não há precedentes de alguma outra autoridade pública brasileira que tenha, como ele, feito uso tão extensivo do ódio como método de ação política e que tenha sido tão admirado por fazer isso na porção do Brasil que julga a si própria como “progressista”. 
Não se trata apenas de usar a suprema corte de justiça do país para violar sistematicamente a Constituição e o restante das leis em vigor, com garantia de impunidade e na execução de objetivos políticos.     A agravante para esta conduta é a sua carga de rancor em grau extremo. É a recusa do debate livre e a obsessão em destruir quem não concorda; é o senso moral de quem fica no campo de batalha para executar os feridos. Virou, em suma, uma coisa fanática. 
 
Em vez de gerar reprovação, porém, o comportamento de “terra arrasada” de Moraes e de seus colegas de STF gera profundo encantamento na esquerda. O resultado é uma aberração. As mentes virtuosas, que propõem a “justiça social”, a “igualdade” e outras fantasias “progressistas”, aplaudem a repressão policial às manifestações em torno de guarnições militares; é a primeira vez na história mundial que a bomba de gás lacrimogênio se vê elevada à condição de arma em defesa da democracia.

A intolerância radical do Brasil de hoje fica evidente, também, na ideia fixa da esquerda em “criminalizar” tudo e todos que a desagradam. Não falam em outra coisa — “criminalizar”. Gente que se diz democrática, equilibrada e “lúcida” vive fascinada com a mania de criminalizar a homofobia, o racismo, o machismo, o “bolsonarismo”, os protestos em frente aos quartéis, a camisa amarela — tudo que vai contra eles tem de ser crime, tem de ser castigado, tem de “dar cadeia”. 
Deixou de ser uma linha de ação; passou a ser uma neurose. 
A última manifestação desse tipo de demência penal veio de um pequeno senador que vive em estado de permanente histeria em sua conduta política e se tornou, ele também, um ídolo da mídia que faz o “L” e se abraça nas redações, em transe, quando Lula é declarado vencedor da eleição presidencial pelo TSE de Alexandre Moraes. 
 
O senador fala num projeto de lei para punir com cadeia (de um a quatro anos) quem der vaia nele, ou em gente como ele, ou chamar a eles todos de “safado”, “vagabundo” ou coisa que o valha. Ele diz, e a mídia repete, que está preocupado com a “pluralidade” política e o “diálogo republicano”.  
Não enganam com essa conversa nem uma criança de 10 anos. 
Toda a esquerda vai continuar chamando Jair Bolsonaro de genocida, fascista e destruidor da Amazônia. 
Quem protesta nos quartéis continua sendo criminoso, golpista e “antidemocrático”. 
Estudantes de direita continuarão a ser insultados e agredidos nas universidades, com o aplauso dos reitores, diretores e professores. 
O “assédio político” é crime que só o adversário pode cometer.

A esquerda festejou a contusão de Neymar na Copa do Mundo — o que pode ser mais intolerante do que uma coisa dessas? Na verdade, é a hora em que o fanatismo atravessa a fronteira do desequilíbrio mental; tirar prazer do sofrimento físico de alguém, seja ele transitório ou permanente, é um dos pontos mais baixos a que pode chegar um ser humano em sua descida rumo ao mal absoluto. Chegou-se a esse ponto, no Brasil de hoje — e a partir daí não há limite para a depravação. Por que o ódio a Neymar? Porque ele apoiou Bolsonaro para presidente, em público. Para a esquerda, isso é crime; não se admite, ali, a noção do voto livre. É um dos fundamentos de qualquer democracia — sem liberdade de votar, simplesmente não pode haver regime democrático

Mas no Brasil do STF, da esquerda e do Google é exatamente o contrário; para haver o seu modelo de democracia, não pode haver o voto livre. 
É proibido escolher o candidato que você prefere. 
É proibido manifestar a sua opinião em público. 
É proibido pensar com a sua própria cabeça. 
Os próximos passos, por essa lógica de negação da liberdade individual, são o candidato único, o partido único e o jornal único. 
É o país com que a esquerda brasileira sonha.

****

O Google suspendeu a publicação de propaganda programática (os anúncios de outras empresas distribuídos pelo Google) em Oeste
diz que a revista fere a sua coleção de princípios e aponta, entre os motivos, os artigos de quem assina este texto. 
Quais os princípios, objetivamente, que foram feridos? O Google não informa. 
Quais, então, os artigos específicos que estariam em desacordo com as regras de conduta da plataforma? Também não se diz nada a respeito; presume-se que sejam todos, incluindo os que ainda não foram escritos.  
Pelo que deu para entender, o Google não quer que o autor escreva na Revista Oeste
aparentemente, permite que os seus artigos continuem a ser publicados no Estado de S. Paulo e na Gazeta do Povo, onde é colunista fixo e regular, pois, tanto quanto se saiba até o momento, não suspendeu a sua publicidade em nenhum destes dois veículos. 
O que se pode dizer com certeza para o leitor é que a Revista Oeste continuará publicando os textos do autor, exatamente com o mesmo teor de sempre.

Leia também “A democracia em colapso”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste


domingo, 7 de junho de 2020

Ruas vazias falam mais alto (por Mary Zaidan) - Blog do Noblat


domingo, 31 de maio de 2020

Celso de Mello: ''é preciso resistir a destruição da ordem democrática''

[Quem quer o confronto? Para conter os pró- democracia (usam a palavra democracia para disfarçar seus intentos que são os contra a democracia e contra o povo pensar)foi necessário a tropa de choque a PM paulista.]

Os bolsonaristas permaneceram sob guarda da tropa regular da PM. Quem quer conflito só é contido pelo choque e mesmo assim com o uso de gás lacrimogênio.]


Esse representam os interesses dos que querem depor Bolsonaro 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu 'ponderação e cuidado' em meio a um dia de protestos pró-democracia em São Paulo e mensagens do colega de Corte, decano Celso de Mello, que comparam o Brasil à Alemanha de Hitler.  "A gente não deve acender fósforo para saber se existe gasolina no tanque", disse Gilmar. "O momento recomenda ponderação e cuidado para todos".

Durante o final da manhã e início da tarde deste domingo, 31, um grupo de centenas de pessoas pediam a saída do presidente Jair Bolsonaro aos gritos de 'democracia' na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em outro ponto, próximo à Fiesp, manifestantes a favor do governo chamavam o governador João Doria de 'genocida' e pediam 'socorro' às Forças Armadas.

Um confronto entre os dois grupos ocorreu e levou à ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que disparou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes pró-democracia. O conflito entre o grupo contrário ao governo e a Polícia Militar durou quase uma hora. Os manifestantes pró-Bolsonaro permaneceram na Paulista, cercados pela tropa regular da PM.

Nazismo
Mais cedo, o ministro Celso de Mello, do Supremo, comparou o Brasil à Alemanha nazista em mensagens enviadas reservadamente a interlocutores pelo WhatsApp. O decano afirmou que bolsonaristas 'odeiam a democracia' e pretendem instaurar uma 'desprezível e abjeta ditadura' no País. O gabinete do ministro não se manifestou. [a notícia não é fake news e a fonte está linkada;
agora nossa opinião é que: o decano está usando fósforo para verificar se tem gasolina no tanque;
até instantes, pensávamos que só os bolsonaristas utilizavam redes sociais, mas o decano usa e com vazamentos.]


"GUARDADAS as devidas proporções, O 'OVO DA SERPENTE', à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL!", escreveu o decano do STF, usando letras maiúsculas e exclamações para enfatizar trechos do comentário.

"É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933, COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA ("REICHSKANZLER"), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA, DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/191, impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!! "INTERVENÇÃO MILITAR", como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO , no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR!!!!", completou Celso de Mello.

No Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA




segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Das duas uma - O Globo

Se o protocolo é correto e a ação policial descambou para a morte de 9 jovens, punem-se os responsáveis e mantém-se o protocolo?

[não há responsáveis a punir,  exceto os próprios frequentadores do baile funk - aliás, frequentar um baile funk, um pancadão e outros do gênero, já é um ato, no mínimo, antissocial - que cercaram policiais que adentraram na área (pública) do 'evento', perseguindo dois indivíduos portando, e usando, armas de fogo;
cercados, os policiais,  de forma sensata, optaram por pedir reforço e pelo não uso das armas letais que portavam e com a chegada dos reforços a confusão generalizou-se.
Em que pese todo o treinamento, evacuar 5.000 pessoas, grande parte embriagados, drogados, 'enlouquecidos' oferece sempre risco.]
É quase esdrúxulo o repentino foco do governo de São Paulo na urgência de uma revisão dos protocolos.  O posicionamento inicial do governador João Doria, ao se manifestar sobre a morte de nove jovens encurralados num beco [beco?; beco gigante, visto que comportava 5.000 pessoas.] de Paraisópolis em ação da PM num baile funk, foi de blindagem. Enquanto os cem mil habitantes da favela viviam a tragédia de perto, e o resto do país acompanhava o noticiário de coração apertado, Doria tratou do episódio no tom higienizado e businesslike que lhe é habitual. 

Decretou que “a letalidade” não fora provocada pela Polícia Militar, e sim por bandidos em fuga, e que a política de segurança pública de São Paulo não iria mudar. Ou seja, são corretos os atuais protocolos que regem a atuação da PM em comunidades do estado, e  esses protocolos serão mantidos. Se houve “excessos circunstancialmente cometidos”, serão apurados com rigor e em profundidade. Nos três dias seguintes, como se sabe, brotaram vídeos caseiros feitos por moradores de outras comunidades paulistanas retratando tratamento gratuitamente abusivo, quando não sádico, por parte de PMs. Desta vez o governador declarou-se muito chocado, e anunciou que orientou o secretário de Segurança Pública a rever os protocolos e procedimentos de conduta por parte da instituição.

Ora, das duas uma: se o protocolo em vigor é correto e a ação policial descambou para a morte de nove jovens, punem-se os responsáveis e mantém-se o protocolo? Ou será que na raiz da tragédia está o protocolo, ele mesmo produto da visão de segurança brasileira assentada numa equação de primeiro grau: violência/crime = favela, e favela = pobre; portanto crime/violência = pobre. [infelizmente, esta visão é baseada em fatos; ocorre violência em outras localidades, envolvendo outras pessoas - incluindo ricos, arremediados e pobres (pobreza não é crime),só que com menor intensidade, menos danosa e em caráter eventual.
Já nas favelas, ocorrem de forma quase que diária,com mais violência e maior número de atingidos.]
Por ora, o foco está sendo concentrado na questão do protocolo a ser aperfeiçoado ou mudado — até porque a narrativa das autoridades sobre o que de fato ocorreu é mais do que cambiante, é periclitante. Até agora nem sinal das duas motos XT 660 de “emplacamento não observado” e supostamente dirigidas por bandidos armados, que teriam motivado a perseguição policial baile funk adentro. Nem sinal, tampouco, de um suspeito novo — um Celta preto que teria motivado um pedido inicial de averiguação na favela, e desencadeado a caçada, segundo depoimento dos policiais obtido pela repórter Aline Ribeiro. Numa versão, os seis agentes do 16º Batalhão diretamente envolvidos na ação saíram do pancadão por se sentirem acossados, retornando com mais de 30 membros da Força Tática; na versão do tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, eles tinham ficado encurralados e ali permaneceram daí a utilização de granadas de efeito moral, gás lacrimogênio e tiros de bala de borracha. Tudo para dispersar a multidão que colocava em risco “a vida dos policiais e dos frequentadores”.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, hipotético parceiro de chapa numa candidatura Jair Bolsonaro à reeleição em 2022, proclamou que, apesar da reconhecida qualidade da polícia de São Paulo, “aparentemente houve lá um excesso, um erro operacional grave que resultou na morte de algumas pessoas”.
Após enterrar os filhos, os familiares dessas “algumas pessoas” (oito jovens de 14 a 23 anos, e uma garota de 18) e a população em geral foram informados pelo governador da entrada em operação imediata da DronePol,  o novo braço policial de drones para ações e fiscalizações de segurança pública. Inicialmente, serão 145 os integrantes voadores “de alta capacidade de definição de imagem”, da DronePol, asseguram as autoridades. E a partir de agora, todas as operações policiais previamente planejadas passarão a ser gravadas. [sendo o governador um político - categoria que em sua quase totalidade sempre falam o que a população quer ouvir, ele optou por adotar a postura de que a polícia é sempre a responsável = que tal ele suspender o policiamento em Paraisópolis, por  duas ou três semanas e ver o resultado?
Se a polícia é sempre responsabilizada por tudo que é errado, aquartelem os policiais e coloquem nas ruas sem policiamento a turma dos direitos humanos.] 
Ótimo, à condição dessas gravações ocasionalmente serem desligadas. As 7,5 mil “Operações Pancadão” realizadas nos 11 primeiros meses de 2019 para combater crimes no estado geraram um minucioso levantamento de dados positivos (número de prisões, apreensão de drogas e armas), mas, ao que parece, nenhum registro das agressões filmadas às escondidas por moradores que deixaram em choque o governador.  Mais ótimo ainda seria a materialização de promessas de lazer, escolas profissionalizantes, unidades Poupatempo, praças, árvores, saneamento básico. Injeções de vida, em suma.

Por enquanto, nas Paraisópolis brasileiras, sobreviver já é muito.

Dorrit Harazim, jornalista - O Globo/Opinião


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Após tragédia em baile funk de São Paulo, 'lei do silêncio' impera em Paraisópolis - O Globo

Gustavo Schmitt

Operação em festa deixou nove mortos pisoteados

Nas vielas apertadas de Paraisópolis , eram poucos os moradores que neste domingo se arriscavam a falar sobre a tragédia que se abateu ali horas antes, quando nove pessoas morreram pisoteadas durante ação da polícia em um baile funk. Informalmente, imperava uma lei do silêncio. Quem a quebrava, exigia o anonimato.
Numa das ruas onde ficava a concentração da festa, a Herbert Spencer, havia apenas duas palavras escritas no chão e que resumiam o sentimento da comunidade em relação aos últimos acontecimentos: "Paz e justiça". 

[baile funk representa o que existe de pior em termos de diversão;
em um baile dessa natureza se reúne a nata do que não presta, contaminando jovens inocentes, carentes de diversão e que são assediados em bailes por traficantes, exploradores do sexo e tudo o mais.
O mais grave é ser público e notório que tais eventos contam com a presença, inclusive na madrugada, de jovens menores de 18 anos - uma das vítimas fatais tinha 14 anos.

Proibir tais eventos, que são um "câncer" nas favelas e em qualquer local que ocorram, é complicado - a 'constituição cidadã', certamente, contém um artigo (talvez um inciso do famoso artigo 5º - que deve proibir que eventos de tal natureza sejam proibidos. Afinal, alguns dizem que FUNK é cultura. Infelizmente, no Brasil atual, até mesmo uma exposição do tipo da Queermuseu é classificada como cultura.)

A solução é aumentar o policiamento, a polícia chegando antes mesmo dos 'frequentadores' . Com tal medida se consegue impedir a presença de menores - vigilância especial nos ônibus fretados que devem ser abordados antes de chegar à favela - e 'desmobilizar' eventuais arruaceiros.
Também evitando que o ingresso da força policial,  em ambiente superlotado, com drogados, embriagados, pessoas de bem etc,  dê ensejo à ação de desordeiros.
Se registre que não houve vitimas fatais ou mesmo feridos a bala, o que prova o uso pela polícia apenas de meios não letal.
Policiais perseguindo bandidos, especialmente em flagrante delito,  podem ingressar em locais de diversão.]

Essa foi a principal reivindicação dos jovens que estavam na festa ouvidos pela reportagem, sob o compromisso de não terem seus nomes revelados. Em comum, todos temem uma eventual retaliação da polícia. Eles dizem que a Polícia Militar intensificou as operações na comunidade desde que houve o assassinato de um sargento da PM na comunidade no dia 2 de novembro. Afirmam que houve abordagens violentas e casos de ameaças e abusos. A Secretaria de Segurança Pública não comentou se esse episódio poderia estar relacionado com a ação da polícia em Paraisópolis neste domingo. 

Tragédia em baile funk: Entre as vítimas, lavador de estofados e um 'menino cheio de sonhos'

[convenhamos que uma jovem de 16 anos, estar as 4 horas da manhã, em uma favela, participando de um baile 'funk' = sinônimo de tudo que não presta em termos de diversão = não busca tranquilidade, nem segurança.
Mas, estranho mesmo é dizerem que a polícia estava usando bala de 'verdade' e não teve nenhuma ferido a bala.] 
A estudante X, de 16 anos, contou que por volta de 4 da manhã ouviu barulho de bombas de gás e sentiu seus olhos arderem. Ela disse que houve correria e que no meio da confusão conseguiu se esconder num bar de um comerciante amigo. Ainda segundo o relato da adolescente e de outras testemunhas, a polícia teria bloqueado a saída das ruas principais com viaturas, o que levou o público a fugir pelos becos — alguns têm apenas um metro e meio de largura —, onde acabaram caindo e sendo pisoteados.
Por conhecer bem a região eu soube onde buscar abrigo rápido no meio da confusão. Mas muitos que não eram moradores não tiveram a mesma sorte porque estavam em pânico. Corriam porque a polícia tava batendo em todo mundo. E não era só bala de borracha. Eles estavam atirando também. As pessoas correram para os becos, alguns ficaram sem saída e acabaram pisoteados —afirmou a estudante.


Outro menor de idade que também estava no baile e que não quis ter nome divulgado, também atribuiu o caso à violência policial.
— A polícia estava descendo o cacete. Muita covardia. Eles sabem que podem bater em pobre. Porque para pobre não existe Justiça — afirmou o jovem.
A versão que a polícia apresentou para o episódio é diferente daquela apresentada por moradores e vítimas. Segundo as autoridades, a confusão começou após dois homens em uma moto atirarem em policiais que faziam monitoramento nas redondezas do baile. Durante a perseguição, policiais e suspeitos entraram na festa com cerca de 5 mil pessoas. Ao perceber a presença dos agentes, o público do baile reagiu e atirou pedras. Foi quando a Força Tática chegou para dar reforço e lançou bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersão. Com a correria, as pessoas foram pisoteadas.

Segundo maior comunidade de São Paulo, Paraisópolis tem mais de 100 mil habitantes e sua cena cultural atrai moradores de outras comunidades.O "Baile da 17", por exemplo, recebe público de outras regiões. No evento de domingo, parte dos frequentadores, cuja idade varia de 14 a 25 anos, chegaram em ônibus de excursão de Pirituba, Guarulhos, e de bairros da Zona Norte da capital como Limão, Jaraguá e Campo Limpo, entre outros. 

Segundo a associação de moradores de Paraisópolis, o baile já existe há pelo menos 7 anos e cresceu de forma espontânea com sua divulgação nas redes sociais. O nome do baile se refere a um bar que era conhecido na favela como "Batida 17", onde as pessoas costumavam fazer a concentração da dança. O estabelecimento acabou fechando com o tempo, mas o baile ganhou fama e perdurou no tempo. 
Gilson Rodrigues, que é presidente da associação, classificou a ação da polícia como "irresponsável".
— Não foi um acidente. Eles (a polícia) estão contando essa história de que houve uma perseguição a uma moto. Mas fazer uma abordagem num espaço de mais de 5 mil pessoas da forma como foi, ainda que a comunidade tenha revidado, mostra no mínimo despreparo. A dispersão do público do jeito que foi feita gerou mais violência e causou mortes — afirma Gilson Rodrigues, que é presidente da Associação de Moradores. 

Ele defende que o estado ajude a organizar e a formalização eventos de funk para evitar novos incidentes. — Os bailes têm crescido cada vez mais por ausência de espaços de lazer. Não adianta fazer uma desmobilização num canto que o baile vai para outro local perto. É melhor que o estado seja parceiro e que não seja opressor dessa comunidade - afirmou Rodrigues.

O Globo - Brasil
 

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Tiros e agressões de tropas venezuelanas atingiram o Brasil

Distúrbios começaram quando jovens atiraram pedras e coquetéis molotov contra militares da Venezuela

O Exército brasileiro registrou que tiros de armas de fogo e outras agressões de militares da Venezuela atingiram o lado do Brasil na fronteira neste sábado, 23.

As tropas da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) tinham como alvos  Manifestantes, do lado venezuelano, que pediam o ingresso da ajuda humanitária do Brasil e dos Estados Unidos. Um grupo deles havia atacado a guarnição militar da Venezuela na região.

Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o coronel José Jacaúna confirmou e lamentou o episódio. Até o momento, a assessoria de imprensa do Palácio Planalto não respondeu ao questionamento de VEJA sobre essa situação. O governo brasileiro assinalara, na sexta-feira 22, que as forças brasileiras não agiriam contra a Venezuela, a não ser que houvesse agressão à soberania do país.


 [ainda que manifestantes em solo brasileiro atirem pedras contra militares venezuelanos em território da Venezuela, estes não podem utilizar armas de fogo para atingir os manifestantes.

Se assim procederem, estarão realizando uma ação hostil contra o Brasil, desrespeitando território brasileiro e se impõe uma pronta ação das FF AA do Brasil.
É uma agressão ao Brasil o que o Exército do 'bigode sem cabeça' fez contra o território soberano do Brasil e que somada ao fato de apontar misseis S-300 contra o Brasil - criando uma zona de exclusão aérea em território brasileiro - exige uma pronta ação das Forças Armadas do Brasil, sem prejuízo de uma ação diplomática, inclusive com a convocação do embaixador do Brasil na Venezuela.

As palavras do coronel Jacaúna, em entrevista ao JN, confirmam o episódio, expressam a discordância do coronel e o apelo a que haja uma intervenção diplomática -  não nos parece suficiente manter o assunto apenas no campo diplomático, houve uma agressão contra o Brasil e a justa retaliação se impõe, afinal, a soberania  do Brasil foi acedida.

A Venezuela tem um maior poder aéreo na região de fronteira, mas, sem logística e sem suprimentos, tal superioridade será de horas.]
 
As tropas da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) tinham como alvos  manifestantes, do lado venezuelano, que pediam o ingresso da ajuda humanitária do Brasil e dos Estados Unidos. Um grupo deles havia atacado a guarnição militar da Venezuela na região.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o coronel José Jacaúna confirmou e lamentou o episódio. Até o momento, a assessoria de imprensa do Palácio Planalto não respondeu ao questionamento de VEJA sobre essa situação. O governo brasileiro assinalara, na sexta-feira 22, que as forças brasileiras não agiriam contra a Venezuela, a não ser que houvesse agressão à soberania do país.

Os distúrbios na fronteira, em Pacaraima (RR), acentuaram-se ao anoitecer, quando um grupo de 50 jovens venezuelanos jogaram coquetéis molotov e pedras contra militares do lado venezuelano. No local estavam outras 500 pessoas, que se dispersaram quando as tropas atiraram com armas de fogo lançaram bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes atearam fogo ao  matagal  em volta do posto do Exército venezuelano, onde havia dois veículos estacionados, que foram impactados pelos artefatos caseiros e também acabaram incendiados.

Antes do início desses distúrbios, os dois caminhões com alimentos e kits de primeiros socorros doados pelo Brasil e pelos Estados Unidos foram retirados na fronteira. Na cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da fronteira, houve incidentes violentos durante a tarde. A Prefeitura confirmou a morte de quatro pessoas. Outras 25 ficaram feridas. Parte delas foi transferida para Pacaraima e, de lá, para Boa Vista. O governo de Roraima informou na noite de sábado que os militares venezuelanos passaram a impedir o transporte de feridos para o Brasil. O número de vítimas fatais poderá, portanto, aumentar.

No total, 16 venezuelanos foram atendidos em hospitais públicos de Roraima. Olnar Ortiz, ativista na região da organização não governamental Fórum Penal, detalhou que uma das vítimas fatais foi baleada na cabeça. Dentre esses feridos, cinco estão internados em estado grave no Hospital Geral de Roraima, em  Boa Vista. Na sexta-feira, os hospitais de Roraima já haviam recebido manifestantes feridos da comunidade indígena de Kumarakapai, do lado venezuelano, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima.

O governo de Roraima informou na noite de sábado que o atendimento aos feridos está gerando impacto enorme ao Hospital Geral, cuja capacidade já é limitada para dar assistência à população local. A assessoria de imprensa do estado lamentou que os militares venezuelanos atirem contra seu próprio povo e não dêem aos feridos o atendimento necessário. Na fronteira, fontes informaram sobre o transporte nesta noite de mais 16 feridos de Santa Helena do Uairém, em três ambulâncias. Duas delas teriam sido impedidas pelos oficiais venezuelanos de seguir para Pacaraima.

Os confrontos se deram no contexto do ingresso da ajuda humanitária internacional, convocada pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó para ingressar no país neste sábado. Houve graves incidentes também na fronteira com a Colômbia, onde três dos 10 caminhões conseguiram cruzar a divisa. Dois deles acabaram incendiados por ordem de Caracas. Em desafio à iniciativa de Guaidó, o  líder venezuelano Nicolás Maduro, determinara o fechamento das fronteiras do país e as reforçaram com contingentes militares.


AFP - Veja