Antes, escrevera um artigo na
revista “Veja”, em setembro de 1986, denunciando uma “situação crítica
da tropa no que se refere aos vencimentos”. Pegou 15 dias de cadeia por
indisciplina. “Um mau soldado”, como o classificou o general Ernesto
Geisel. [Os generais Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel foram os dois melhores presidentes do Brasil tanto que, fosse possível, a qualquer um deles assumir a presidência do Brasil, nossa Pátria Amada seria devida e rapidamente consertada.
Sendo a morte inevitável e irreversível - condição que torna idiotice, pensar que alguém é insubstituível.
Quanto a classificação de ser Bolsonaro dada pelo general Geisel ao então capitão Bolsonaro = “um mau soldado” - mostra que até os grandes homens erram. Geisel errou.
Sendo comum no Brasil atual que tentem penalizar certos desejos, o nosso = a volta de um dos dois presidentes citados é um mero desejo = portanto, um 'crime' duplamente impossível.] Na política, Bolsonaro fazia panfletagem na porta de quartéis
nas eleições. Frequentemente era pedido que se afastasse do quartel para
fazer sua campanha. Alguns dos generais hoje no governo fizeram essa
intermediação com o então deputado Bolsonaro, que chegou à Presidência
da República com o apoio e condescendência dos militares, convencidos de
que somente ele poderia derrotar o PT em 2018. Hoje, a possibilidade [ = sonhar... sonhem, aproveitem que ainda é de graça e não representa um atentado à democracia = costuma levar os sonhadores a esperanças vãs, mas é o risco dos que sonham com o impossível.] não é cobrado ou tributado ode
um novo confronto entre Lula e Bolsonaro em 2022 fortalece sua posição
entre os militares.
Incentivado por Bolsonaro — que já quebrara a
regra de ouro de não levar a política para dentro dos quartéis quando
fez um comício em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília —, o
ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello rompeu com a máxima do Exército,
de hierarquia e disciplina, ao participar de um ato político no domingo
no Rio, sendo general de divisão da ativa. A partir dessa
evidência, o ministro da Defesa, general Braga Netto, e o comandante do
Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, tentam achar uma saída que não
desmoralize o Exército, nem crie uma crise institucional com a
Presidência da República. Mas Pazuello não pode ser tratado com
excepcionalidade. [desmoralizar o Exército é um desejo totalmente impossível, inaceitável, inconcebível, lembrando aos desavisados que não há nenhuma razão para se cogitar de que o RDE não será cumprido.
Falar em crise institucional é outro absurdo - ao que se sabe o general Pazuello não foi proibido pelo Comandante do Exército de participar da manifestação. Assim, se participou autorizado pelo presidente Bolsonaro - autoridade superior - sua transgressão está justificada e não houve quebra da autoridade do Comandante do Exército = sendo recorrente: Pazuello não desobedeceu a ordem do seu Comandante.
É o velho principio de que não se encontra provas de crime não cometido - aliás, alguém precisa lembrar esse detalhe aos senadores da Covidão.].]
Não puni-lo seria péssimo sinal de que a
política está tomando conta dos quartéis. O que não pode, e é o que
Bolsonaro está fazendo, é usar o Exército como instrumento político.
Está na hora de os militares levarem isso a sério, sob o risco de
desmoralização completa da ideia de uma corporação de Estado,
hierarquicamente bem definida, e de todos se sentirem autorizados a
fazer política nos quartéis.
O ministro Luiz Eduardo Ramos, hoje
no Gabinete Civil, teve a sensibilidade de pedir para ir para a reserva
quando se viu envolvido, na rampa do Palácio do Planalto, numa
manifestação política conduzida por Bolsonaro. Estava
“disfarçado”, em meio a vários assessores, quando o presidente o chamou
para a frente da manifestação. Admitiu que não poderia estar ali como
general da ativa e pediu para ir para a reserva para poder continuar no
governo. Durante muito tempo, tentou convencer Pazuello a fazer o mesmo,
sem ter tido sucesso, muito porque Bolsonaro não considerava
necessário.
A presença do presidente Bolsonaro em, na média dos
primeiros dois anos de seu governo, uma formatura por mês de militares
membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e das
polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal indica uma tentativa de
sua parte de politização dos quartéis. [ir a formatura de militares das Forças Armadas e Auxiliares e das polícias Federal e Rodoviárias Federal não é crime = apenas uma forma de prestigiar os que cuidam da SEGURANÇA NACIONAL.
Ontem , 24, foi dia gloriosa Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Bolsonaro, provavelmente, devido os encargos do elevado cargo que exerce, não compareceu. Tivesse comparecido teria cometido crime?] O especialista Adriano de Freixo,
professor do Departamento de Estudos Estratégicos e Relações
Internacionais da Universidade Federal Fluminense (Inest-UFF), num
estudo já analisado aqui sobre os militares no governo Bolsonaro,
ressalta que uma variável que não deve ser ignorada nessa conjuntura é a
“bolsonarização” dos estratos inferiores da corporação.
Outro
aspecto da “bolsonarização” que começa a se tornar motivo de
preocupação, para o professor da UFF, são as polícias militares
estaduais, definidas na Constituição como forças auxiliares e reservas
do Exército. Ele considera que “o quadro se torna mais complicado quando
se leva em consideração a simbiose que existe em diversos estados da
Federação entre parte das corporações policiais e forças parapoliciais,
as chamadas “milícias” — que, no Rio de Janeiro, já têm o controle
efetivo de vastos territórios —, e os crescentes indícios de ligação
entre elas e figuras relevantes do entorno de Jair Bolsonaro”.[óbvio que ao 'especialista' - mais um ... - o crescimento da bandidagem, da criminalidade, a criação de zonas em que a polícia, por suprema decisão, não pode entrar, não preocupa.]
Merval Pereira, colunista - O Globo
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