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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Morte de sargento que salvou menino no Zoo completou ontem 40 anos

Família de Sílvio Holenbach guarda com orgulho as memórias do ato heroico do militar, que salvou Adilson Florêncio da Costa de um ataque de ariranhas

Brasília vivia, há 40 anos, o choque pela morte do sargento do Exército Sílvio Delmar Holenbach, então com 33 anos. Após três dias de agonia no Hospital das Forças Armadas (HFA), o militar não resistiu às mais de 100 mordidas que levou das ariranhas do zoológico da cidade e morreu em 30 de agosto de 1977. Os animais o atacaram enquanto ele tentava salvar o menino Adilson Florêncio da Costa, à época com 13 anos. O ato de bravura comoveu a capital e, até hoje, envolve lembranças ainda vivas na memória dos brasilienses.
Destino é a palavra que o primogênito do herói, o médico Sílvio Delmar Holenbach Júnior, 47 anos, usa para explicar o incidente. “Minha mãe conta que ele andava prevendo algo ruim dias antes da morte”, revela. Segundo Holenbach Júnior, o pai comentava sobre não parar de trabalhar no HFA, onde servia. Ironicamente, trata-se do mesmo hospital onde o militar faleceu. Cético, mas nem tanto, Holenbach Júnior recorre a um ditado para dizer o que pensa dessa coincidência:  “Não creio em bruxas, pero que las hay, las hay”.

Coincidências à parte, a família Holenbach cresceu depois da tragédia. Os quatro filhos do sargento com a gaúcha Eni Teresinha já contam a história do ato de bravura aos cinco netos do avô herói. A história ultrapassou gerações em Brasília e, por isso, o médico que leva o nome do pai recebe palavras de reconhecimento dos pacientes. “Crescemos todos com o exemplo de heroísmo, coragem e honestidade”, orgulha-se Holenbach Júnior. 
 
Enquanto a família Holenbach guarda o exemplo do ato de bravura, o destino do menino cuja vida se deve a Sílvio Delmar tomou um caminho triste. Adilson Florêncio da Costa, hoje com 43 anos, foi preso no ano passado pela Polícia Federal acusado de corrupção na Operação Recomeço. Ele responde por desvios no fundo de pensão Postalis, dos Correios, onde ele era diretor financeiro.

Adilson Florêncio foi diretor do fundo de pensão Postalis. Hoje, o homem salvo por Silvio responde por corrupção
 
No entanto, a família Holenbach não duvida que Sílvio ajudaria o menino novamente, mesmo se soubesse do destino de Adilson. “Não importa quem seria. Ele viu uma criança precisando de ajuda e se esforçou para ajudá-la”, afirma Holenbach Júnior. Adilson e a família do homem que salvou sua vida nunca se encontraram.
 
A comoção pela morte de Sílvio Delmar Holenbach rendeu páginas de cobertura do Correio Braziliense no fim de agosto de 1977. Em relato ao jornal, o sargento, ainda com vida, contou que já estava no carro, pronto para voltar para casa, quando viu Adilson cair no poço das ariranhas. “Parei o carro sem atender ao apelo da minha esposa, que pedia para eu ficar, e entrei no tanque das ariranhas. Eu não podia deixar uma criança ser devorada sem fazer nada”, relatou.
 
 
O Correio também registrou a última fotografia de Holenbach com vida, de autoria do fotojornalista Tadashi Nagakomi. A imagem estampou a capa do jornal em 28 de agosto de 1977, no dia seguinte à tragédia, e circulou por outros veículos de comunicação do Brasil como as revistas O Cruzeiro e Manchete. O profissional morreu em 1988, vítima de um acidente de trânsito.

Ariranhas
O ataque ao sargento Sílvio Delmar Holenbach deu às ariranhas o injusto título de espécie perigosa. De fato, o mamífero, que é parente das lontras, ataca quando se sente ameaçado. Recomenda-se não chegar perto das tocas onde o bicho vive em épocas de reprodução, como a maioria dos outros animais da fauna brasileira.

Entretanto, zoólogos reconhecem a ariranha como um animal dócil e que geralmente teme seres humanos. O tanque com espécimes do mamífero continua um dos mais visitados do Jardim Zoológico de Brasília. Na frente do recinto, uma placa relata a história de Silvio e Adilson e explica sobre os hábitos de vida da espécie. De acordo com o Zoo, 68 ariranhas nasceram no local desde 1975, ano em que elas estrearam no local.

 
 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Acusações de Funaro provam que 82 perguntas da PF a Temer eram só uma armadilha

O jogo é realmente pesado. Outro bandido, agora na trilha para ser herói, também resolve acusar o presidente; já não há mais investigação, mas um conjunto de armadilhas

É, meus caros, o jogo é pesado. No dia em que vem a público o relatório preliminar da Polícia Federal a sustentar que há evidências de que o presidente Michel Temer cometeu crime de corrupção passivae o texto da PF tem lá suas marotices —, outra granada é jogada do quintal do presidente. Só que não estourou porque o pino está enroscado e não tem como desenroscar. Explico.

Lúcio Bolonha Funaro, mais um notável bandido que parece estar disposto a seguir a trilha do herói Joesley Batista, afirmou, informa reportagem da Folha, que Michel Temer fez “orientação/pedido” para operações de crédito junto ao Fundo de Investimentos do FGTS em benefício de duas empresas privadas. A ação teria gerado comissões de R$ 20 milhões, que teriam sido destinados às campanhas de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012, e também à presidencial de 2014.

Funaro está preso na Papuda, em Brasília. Foi um dos operadores do mensalão. E foi flagrado também no petrolão e seus derivados. Agora, buscando o berço do herói, ele diz ainda que Temer tinha conhecimento do pagamento de propina sobre o contrato entre a Petrobras Internacional e a Odebrecht para a construção das plataformas.  Não é mesmo fabuloso? Notaram como uma nova — e, ao mesmo tempo, muito velha — narrativa está em curso. E ela assevera, vejam que coisa!, que o grande bandido do Brasil é justamente aquele que Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, decidiu derrubar: Michel Temer! Quem diria! O homem que não conseguiu manter a coordenação política do governo Dilma quando ministro — embora tenha sido eficiente nos poucos meses que lá ficou — porque foi derrubado pelos petistas se revela, agora, o verdadeiro Senhor das Sombras.

Que PT que nada!  Que Lula que nada!  São Joesley já disse: “O Número Um é Temer, e o Número Dois é Aécio. Trata-se de uma patuscada que só pode beneficiar, vamos convir, o número 13, não é mesmo?  O relatório prévio da PF, especialmente porque elaborado sem nem mesmo as perícias necessárias, não tem importância nenhuma. É jogo de cena. Como diria a filósofa Gaby Amarantos, se botar o dito-cujo na vitrine, ele nem vai valer 1,99. E o mesmo se diga do que Funaro afirmou até aqui. Vamos ver o que vai rolar na sua possível delação. Joesley, o mestre dos mestres na área, já evidenciou que a Procuradoria Geral da República gosta de história pesada, com muito sangue institucional correndo na praça.

Observem que as acusações do criminoso dizem respeito ao período em que Temer era vice-presidente da República. Assim, cumpre lembrar o “Parágrafo 4º do Artigo 86 da Constituição: “O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.  Funaro acusou ainda Moreira Franco, hoje na Secretaria Geral da Presidência, de ter recebido comissão em razão da liberação de recursos do FI-FGTS, em 2009. Geddel Vieira Lima, por sua vez, teria recebido R$ 20 milhões quando vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF por liberação de recursos para o grupo J&F. Os dois peemedebistas rechaçaram as acusações.

Mas como era o relacionamento de Funaro com Temer, a ponto de ele saber que o vice “orientava ou pedia” ações irregulares que rendiam benefícios ao PMDB? A Folha informa: “O corretor disse que não tinha ‘relacionamento próximo’ com o presidente, mas que com ele esteve em três oportunidades: na base aérea de São Paulo, juntamente com o deputado Eduardo Cunha; em um comício para as eleições municipais em Uberaba (MG), no ano de 2012, também com Cunha e com [o executivo da JBS] Ricardo Saud, e em uma reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura”.

Três encontros, e ele já está pronto para denunciar o presidente! E que se lembre no arremate: Funaro era uma das personagens daquelas 82 perguntas da PF, em tom acusatório, enviadas a Temer e que o presidente preferiu não responder. Fez muito bem! A armadilha resta evidente: tivesse respondido, levaria agora na testa as acusações de Funaro. Não sei se os senhores ouvintes entenderam: não se trata mais de uma investigação, mas de um conjunto de armadilhas para tentar derrubar o presidente.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

domingo, 20 de novembro de 2016

Ou a Polícia opta pelo 'olho por olho' ou matar policial vai ser passatempo de bandido

Policial morre após ser atacado no Jacaré

Cristiano foi atingido no rosto e não sobreviveu aos ferimentos

O policial militar Cristiano Bittencourt Coutinho, de 40 anos, morreu neste sábado. A viatura em que o terceiro sargento estava foi atacada por criminosos no Jacaré, na Zona Norte do Rio. Ainda não há informações sobre o enterro do policial do 3ºBPM (Méier).

Segundo as primeiras informações, Cristiano foi atingido no rosto e chegou a ser levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio, mas não sobreviveu aos ferimentos.  Em uma publicação em que lamenta a morte de quatro policiais em uma queda de helicóptero da corporação, a Polícia Militar do Estado do Rio também fez uma homenagem a Cristiano, lembrado como um herói que morreu cumprindo seu dever.

Também nas redes sociais, colegas de farda lamentaram a morte do PM: “Absurdo, nem sei mais o que sentir, tô chegando ao desespero”, escreveu uma internauta. Outra completou: “É uma mistura de sentimentos que estou sentindo... Indignação de não ver respostas a tudo que tem acontecido e tristeza por ver tantos vidas sendo ceifadas”.

PMs morrem em queda de helicóptero
No sábado, quatro policiais morreram na queda de um helicóptero da PM. A aeronave do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar caiu próximo à Cidade de Deus, deixando quatro militares mortos. As vítimas foram identificadas como major Rogério Melo Costa (piloto), capitão Schorcht, subtenente Barbosa e sargento Félix.


[O bandido tem que ser convencido - por ações práticas e efetivas da Polícia  - que para cada policial morto em serviço (o policial por força da lei está sempre em serviço) - cinco bandidos serão abatidos ao acaso.]

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Comissão da Verdade padece da mesma parcialidade observada na Comissão da Anistia




Tabus e verdade
Em 1970, no interior de São Paulo, o tenente Mendes, da Polícia Militar, rendeu-se, durante um tiroteio, a um grupo de “revolucionários”, impondo como condição que subordinados seus, feridos, tivessem atendimento médico. Preocupou-se, sobretudo, com a vida de seus subordinados, fiel ao seu espírito militar.  Após ainda algumas escaramuças, o tenente, sempre preocupado, aliás, com o que tinha acontecido com o resto de seus homens, foi levado para o interior do mato, onde ficou embrenhado com seus captores. Lá, o oficial foi objeto de um “tribunal revolucionário” por ter supostamente traído “companheiros”, “camaradas”, para utilizar o linguajar comunista, que tinham desaparecido. Fez parte deste tribunal e da ordem de sua execução Carlos Lamarca, o novo “herói” de alguns setores da carcomida esquerda brasileira. 

A ordem foi cumprida da seguinte maneira. Os executantes aproximaram-se por trás do oficial, desferindo-lhe poderosos golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Teve a base do crânio partida, do qual jorravam sangue e miolos. O pobre indivíduo contorcia-se em dor. A sua cabeça foi esfacelada pelos heroicos “guerrilheiros”, que, com zelo, cumpriam as ordens recebidas. 

Posteriormente, a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), um dos grupos esquerdistas da época, liderado por Lamarca, que se tornou seu comandante geral, emitiu o seguinte comunicado ao “Povo Brasileiro”: “O tenente Mendes foi condenado a morrer a coronhadas de fuzil, e assim foi morto, sendo depois enterrado.” 

Lamarca, anteriormente, tinha desertado do Exército, traindo seus companheiros de farda, após ter criado uma célula revolucionária em seu regimento. Quando de sua fuga, levou 63 fuzis automáticos leves com seus respectivos acessórios, três metralhadoras INA e uma pistola 45. Neste meio tempo, sua organização, com o respaldo dos cubanos, estava transferindo sua mulher e filhos para Cuba, onde passariam a viver. A ditadura comunista era a sua opção. Neste sentido, falar de resistência à “ditadura” brasileira é manifestamente um contrassenso. Sua escolha era pela leninista “ditadura do proletariado”. 

Ora, tal indivíduo está sendo agora celebrado como se fosse por ele merecida sua promoção post-mortem a coronel com proventos de general de brigada. Do ponto de vista do relato histórico, alguns se atrevem a dizer que um tabu teria sido superado. Não dá para entender muito bem o que isto significa, considerando o seu próprio histórico de luta armada no estilo leninista do termo, como, aliás, defendido em documentos por ele escritos à sua própria organização. 

A família do tenente Mendes não foi jamais assistida pela Comissão da Anistia, nem teve direito a polpudas indenizações, como as recebidas pelos assassinos do oficial da Polícia Militar de São Paulo. Alguns deles usufruem em paz de seus “proventos revolucionários”. A perversão é total. O mesmo aconteceu com tantas outras pessoas como o soldado Mario Kozel Filho, morto em seu posto de sentinela do Comando Militar de São Paulo, ou outro, Lovecchio, que teve sua perna destroçada, vivendo, hoje, com uma mísera pensão do INSS, além de tantos outros “justiçados” por tribunais revolucionários. Nenhuma reparação foi a eles concedida. Será porque estavam do lado errado da “História”, a da redenção comunista da humanidade, fonte de um atroz totalitarismo? 

A questão ganha ainda maior atualidade pelo fato de a atual Comissão da Verdade dever terminar o seu trabalho no fim do mês. Padece ela da mesma parcialidade observada na Comissão da Anistia e, principalmente, de sua leitura ideológica da história do período. 
Por que abominar, com toda a razão, a tortura e ser extremamente omissa em relação aos miolos e sangue de um oficial militar e à vida e amputação de membros de tantos outros? A “verdade” aplica-se a alguns e não a outros? Ou os “direitos humanos” só valem para os que estão do lado “certo” dos companheiros revolucionários? Fora estes, os demais não são humanos? 

A discussão deste assunto é mais do que oportuna, porque o relatório a ser apresentado pela dita Comissão da Verdade volta à pauta pública. Estará igualmente em questão o que fazer com ele, sobretudo considerando que se trata de um trabalho que não seguiu o mínimo rigor de uma pesquisa histórica. 

Apesar de alguns pontos positivos, como o do resgate do que aconteceu com o ex-deputado Rubens Paiva, ele se caracteriza por uma orientação ideológica que o faz incapaz de retratar o que realmente ocorreu em tão importante período da história brasileira. Um retrato distorcido e deformado altera o objeto retratadoNão é possível que seja levada seriamente em consideração uma pesquisa que privilegie a “História” seguindo a visão dos que procuraram implantar no Brasil o totalitarismo comunista, avesso, por princípio, à democracia — em detrimento da história, retratando o que verdadeiramente aconteceu, tida por algo completamente secundário. 

Uma verdadeira reconstituição dos fatos deveria voltar-se para todos os lados envolvidos. Assim sim, sob diferentes perspectivas, poder-se-ia abordar a realidade de uma forma isenta. Da forma que foi feito, o relatório só propicia novos erros presentes e passados, em nada contribuindo para o futuro. Não podem as próximas gerações “aprender” — na verdade — "desaprender” — que a “esquerda” era “boa” por definição, enquanto a “direita” era visceralmente “malvada”. 

Ademais, fugia igualmente do escopo dessa Comissão qualquer proposta de revogação ou, eufemisticamente, de “reinterpretação” da Lei da Anistia, pedra basilar do país que veio a se formar como uma democracia a partir da Constituição de 1988. Trata-se de uma espécie de contrato do Brasil consigo mesmo, cuja obediência enseja assumir compromissos passados, na plena adesão ao que foi politicamente acordado. 

Espera-se que o bom senso prevaleça e esse relatório seja meramente arquivado. É o país respeitando-se a si mesmo. 
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Observação do site www.averdadesufocada.com: Leia mais sobre o assunto no livro A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça  -
Autor Carlos Alberto Brilhante Ustra - 10ª edição - Páginas 293 a 305 



terça-feira, 11 de novembro de 2014

Agentes da lei são enfraquecidos pelas autoridades



O jeitinho de driblar as leis só aumenta a insegurança porque a sensação é de que pouca gente é punida. É difícil ser punido no Brasil. A maior parte dos crimes não são solucionados. A maior parte dos criminosos não são julgados. A maior parte dos condenados não são presos. E a maior parte dos que acabam cumprindo pena têm um altíssimo índice de reincidência. Voltam a praticar o crime.

Temos uma guerra interna; 154 brasileiros são mortos por dia em assassinatos em que não estão computados os crimes de trânsito. E é o país do mundo onde mais policiais são mortos. Nosso modelo de segurança pública precisa ser revisto. A responsabilidade tem que ser dos três entes federativos: União, estados e municípios. As drogas, que são o combustível da maior parte do crime, entram pelos vizinhos, como Bolívia, Colômbia, Paraguai, assim como as armas potentes dos bandidos.

Somos o maior consumidor de crack do mundo; o segundo de cocaína. E nós, brasileiros, ficamos olhando. Como nação, apoiamos a quem? Apoiamos a lei, ou desacreditamos na lei, na polícia? Nos países do mundo desenvolvido, acreditam na polícia e nas leis. Nossas leis apoiam as vítimas? Garantem a punição aos bandidos? Nos Estados Unidos, o policial herói é tratado como herói. Aqui, não. É difícil ser policial neste país; policial por vocação, como a maioria. Os que dão a vida pela lei, pelos outros, essa é a maioria.

Aos que traem suas instituições, se desviam e viram bandidos. Neste país, agentes da lei são enfraquecidos pelas próprias autoridades - e não me refiro àqueles, que mesmo não sendo deuses, querem estar acima da lei. A propósito, quem está a serviço da lei precisa ser seu maior escravo. Do policial ao juiz.

Fonte: Alexandre Garcia

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A bomba dos Guararapes

Narração de mais um fato que mostra o quanto a maldita esquerda é covarde

A perna direita protagonizou situações marcantes e antagônicas na vida do paraibano Sebastião Tomaz de Aquino. Ainda criança, o hoje aposentado de 78 anos de idade percebeu força e habilidade na perna. Discorreu intimidade com a bola de futebol. Dos campos de várzea, traçou o sonho de se tornar jogador profissional.

A potência do chute o consagrou no esporte. No time do Santa Cruz, por exemplo, tornou-se o "Canhão do Arruda". Virou o sétimo maior artilheiro da história do clube pernambucano e ajudou a equipe a conquistar o primeiro supercampeonato estadual. Um dos poucos a marcar mais de cem gols com a camisa tricolor. As artimanhas do destino, no entanto, cessaram as alegrias ofertadas pela região do corpo responsável pelos maiores triunfos do ex-atleta.
Sebastião foi uma das 17 vítimas do historicamente conhecido Atentado dos Guararapes. O laudo médico final causou impacto semelhante à bomba estourada no incidente do aeroporto: amputação".
"Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre"


"Sebastião - ex-jogador Sebastião, ou Paraíba, como era conhecido na época do Santa, sentiu as agruras do conturbado período pós-Golpe Militar de 31 de março de 1964. Três séries de três bombas alçaram Recife ao centro das guerras políticas, dois anos após o golpe. As ações terroristas praticamente se restringiram a causar danos materiais. Eis que, por volta das 8h30 do dia 25 de julho de 1966, o Aeroporto Internacional dos Guararapes virou o palco da mais violenta explosão. Sebastião - "recém-chuteiras penduradas" do futebol e guarda civil do terminal aéreo desde 1962 - visualizou uma maleta preta aparentemente esquecida no saguão de desembarque. Apanhou a valise e se dirigiu ao setor de Achados e Perdidos. Foi forçado a parar no meio do caminho. Repentinamente, o estrondo. Pânico. Correria. Instalações destruídas. Quinze feridos, dentre eles, Sebastião. Dois mortos: o jornalista e secretário do governo de Pernambuco, Édson Régis de Carvalho, e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes."

"Mais tarde, descobriu-se que o material teria como destinatário o general Costa e Silva. A autoria da ação permanece incógnita. O escritor Raymundo Negrão Torres descreve, no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo, o vai-e-vem de pessoas no local, momentos antes da explosão. "Além do elevado número de pessoas habitual em um grande terminal aéreo, havia muita gente que viera recepcionar o general Arthur da Costa e Silva. Poucos minutos depois das 8h, chegava a notícia de que houvera um problema no avião que conduzia o candidato e ele chegaria ao Recife por via terrestre. Muitas pessoas que o esperavam começaram a deixar o aeroporto", narra o autor.(...)
Observação do site: A verdade sufocada:
www.averdadesufocada.com

A autoria da ação não permanece oculta . Pelo que parece, a reportagem deve ser de 2006 ( quarenta anos do atentado). As autoridades, atônitas, procuraram os autores desses atentados. Por muitos anos não obtiveram resposta. Foi um comunista, militante ativo da luta armada, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR-, que teve a hombridade de denunciar esse crime: Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas - edição revista e ampliada - Editora Ática - 1998

Vejam o que ele escreve sobre o assunto:

“Membro da comissão militar e dirigente nacional da AP, Alípio de Freitas encontrava-se em Recife em meados de 1966, quando se anunciou a visita do general Costa e Silva, em campanha farsesca de candidato presidencial pelo partido governista Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por conta própria Alípio decidiu promover uma aplicação realista dos ensinamentos sobre a técnica de atentados.”

“Em entrevista concedida a Sérgio Buarque de Gusmão e editada pelo Jornal da República, logo depois da anistia de 1979, Jair Ferreira de Sá revelou a autoria do atentado do Aeroporto de Guararapes por militantes da AP".

"Entrevista posterior, ao semanário Em Tempo, referiu-se a Raimundinho como um dos participantes da ação. Certamente, trata-se de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que se transferiu para a VAR-Palmares (onde usava o nome de guerra Chico) e morreu, a vinte sete de abril de 1971, num tiroteio com policiais do Recife.”

Fica, portanto, esclarecida a autoria do atentado ao Aeroporto de Guararapes:

· Organização responsável: Ação Popular (AP);

· Mentor intelectual: ex-padre Alípio de Freitas - que já atuava nas Ligas Camponesas -, membro da comissão militar e dirigente nacional da AP;

· Executor: Raimundo Gonçalves Figueiredo, militante da AP.

Observação:

Raymundo Negrão Torres , escritor que o autor da reportagem cita, descreve no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo - Editora do Chain, página 85, revela a autoria do atentado , como se vê abaixo:

“Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas promovidas por Gorender, foi Raimundo Gonçalves Figueiredo, codinome Chico, que viria, mais tarde a ser morto pela polícia de Recife em 27 de abril de 1971, já como integrante da VAR-Palmares e utilizando o nome falso de José Francisco Severo Ferreira, com o qual foi autopsiado e enterrado. Esse terrorista é um dos radicais que hoje são apontados como tendo agido em defesa da democracia e cujos “feitos” estão sendo recompensados pelo governo, às custas do contribuinte brasileiro, com indenizações e aposentadorias que poucos trabalhadores recebem, recompensa obtida graças ao trabalho faccioso e revanchista da Comissão de Mortos e Desaparecidos, instituída pela lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. É um dos nomes glorificados no livro Dos filhos desse solo, página 443, editado com dinheiro dos trabalhadores e no qual Nilmário Miranda, ex-militante da POLOP e secretário nacional dos Direitos Humanos do governo Lula, faz a apologia do terrorismo e da luta armada, através do resultado dos trabalhos da tal comissão, da qual foi o principal mentor.”

Raimundo Gonçalves Figueiredo é nome de uma rua em Belo Horizonte/ MG e sua família também foi indenizada.

Rodolfo Bourbon continua a sua reportagem:

"A mudança de rota do general evitou maior número de vítimas. Para muitos, "sorte do imprevisto". O acaso, no entanto, teve contornos diferentes para o guarda civil que carregou a maleta preta munida da bomba. "Eu pedi ao meu chefe para folgar no domingo, para jogar uma 'peladinha' com os meus amigos, e ir trabalhar na segunda-feira", revelou. Foi a última partida de futebol de Sebastião. Ironicamente, a segunda-feira de serviço foi a de 25 de julho de 1966."

"Pesadelo" - Do exato momento do impacto da bomba, Sebastião conserva uma única lembrança. "Fui até o teto", rememora, feliz por ter sobrevivido ao incidente. "Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre", compara. "

"Casada com Sebastião há mais de 50 anos, a ex-funcionária pública Eurídice Cavalcanti de Aquino, 79 anos, não consegue se livrar das visões horrendas. "Fui ao local e me deparei com o desespero. Pessoas feridas, mutiladas. Gritos de socorro. Havia muito sangue", recorda a esposa, tentando, com movimentos bruscos e simbólicos, afastar os maus pensamentos. "
"Lembrado apenas no aeroporto"
Exato um ano após o Atentado dos Guararapes, o aeroporto da capital pernambucana recebeu uma placa de bronze, onde reluz frases de homenagem às vítimas: "Glorificados pelo sacrifício, seus nomes serão sempre lembrados, recordando aos pósteros o violento e trágico atentado terrorista, praticado à sorrelfa pelos inimigos da Pátria". O monumento saudou os mortos na tragédia. Já a história acabou por esquecer o papel e o legado de Sebastião Tomaz de Aquino. "

"Uma pesquisa na rede mundial de computadores comprova. Pouco se fala do homem a quem o destino impôs a tarefa de transferir, embora de maneira casual, o lugar da detonação da bomba. Quase nada se aborda sobre a trajetória de Sebastião no Santa Cruz. Hoje, o ex-jogador vive no anonimato, travando batalhas diárias para a sobrevivência, em uma humilde casa localizada no Ipsep, bairro da Zona Sul do Recife. Recebe salários como aposentado da Polícia Civil e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde trabalhou como auxiliar de portaria após a amputação da perna. As despesas com tratamentos e remédios abarcam a maior fatia de um montante inferior a R$ 2 mil.(...) "

" (...)A batalha do herói "
"Recolhido aos cuidados médicos, Sebastião demorou a dar conta do posto alcançado após a explosão. Muitos o tacharam como herói, pois acreditaram que, se a maleta tivesse permanecido no local onde foi estrategicamente abandonada, poderia ter causado ainda mais danos. Do leito do hospital, recebeu visitas ilustres. Castelo Branco, ex-presidente da República, e Pelé, Rei do Futebol, prestaram solidariedade à vítima. "

"Foram dias de batalha dos médicos para salvar a vida de Sebastião e meses para resguardar a perna direita. O ex-jogador escapou da morte. Mas não conseguiu evitar a amputação. "Meu marido foi atingido por uma bomba artesanal. Ela continha materiais que colaboraram para a infecção. A perna, vez por outra, ficava cheia da 'tapurus' (germes). Uma aparência horrível", relembra a esposa Eurídice."

"Sebastião relutou para aceitar a recomendada amputação. Só deu o sinal positivo à junta médica depois de ouvir o conselho de Amauri, ex-companheiro de profissão no Santa Cruz. "Ele me disse: 'tens amigos e uma família que te ama, e o que mais vale é a vida'. Virei para o doutor e ordenei: 'corte'. A adaptação foi horrível. Demorei a aceitar a nova condição. Hoje, no entanto, não me arrependo", garante.

"Sebastião cultiva bom humor para comprovar conformismo e desapego. "Com a perna direita, fui o canhão. E acabei perdendo ela por causa de uma bomba. Engraçado. Alguém andou colocando olho gordo demais", comenta, entre risos."

"Alzheimer - Os labirintos do cérebro marcam caminhos obscuros e praticamente sem saída na vida de Sebastião. Do seu passado, o ex-jogador ainda conserva boa memória. Já as lembranças recentes fogem da mente. Se em 1966, a luta foi para evitar a amputação da perna direita, a batalha atual é contra a perda gradual de neurônios. Ele sofre com a fase inicial do Mal de Alzheimer.(...) "

"(...)Batalha contra o álcool "
"Antes do dia 25 de julho de 1966, a vida de Sebastião era regada a viagens, aventuras e imprevistos. Depois da tragédia, doses concentradas de álcool, solidão e penúria tomaram conta da rotina. "Eu chorei muito. Perdi, muitas vezes, a vontade de viver. Cheguei a pensar em dar um tiro na minha cabeça", confessa Paraíba. Eurídice acompanhou todos os altos e baixos do marido. "Eu vi a miséria e a degradação de perto", revela, ouvindo os agradecimentos do companheiro. "Estou vivo por causa dela", credita o ex-jogador."

"Foram necessárias diversas intervenções para afastar Sebastião do consumo de bebidas alcoólicas. Devido à ingestão de remédios controlados, o aposentado se limita a degustar cerveja sem álcool. Casualmente, participa de rodas de dominó. A maioria dos colegas é de datas mais recentes. "Eu vi morrer quase todos os meus amigos de infância e juventude", lamenta. "

Observação do site: A Verdade Sufocada

- Em 25/12/2004, Cláudio Humberto, em sua coluna, no Jornal de Brasília, publicou a concessão da indenização fixada pela Comissão de Anistia,que beneficia o ex-padre Alípio de Freitas, hoje residente em Lisboa. Ele terá direito a R$ 1,09 milhão. Ao contrário do ex-padre Alípio de Freitas e dos familiares de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que inclusive é nome de rua em Belo Horizonte, Sebastião ou Paraiba e as outras vítimas jamais tiveram o apoio da Comissão de Anistia. Eles não foram beneficiados, com nenhum apoio dos dirigentes da Secretaria dos Direitos Humanos, nem no governo de Fernando Henrique, nem no Governo de Lula.