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domingo, 2 de outubro de 2022

Nunca foi tão fácil escolher - Revista Oeste

Ubiratan Jorge Iorio

A semeadura liberal plantada desde 2019 pela equipe econômica do governo brasileiro começa a mostrar os seus bons frutos

Lula e Jair Bolsonaro | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/PR/Shutterstock Lula e Jair Bolsonaro | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/PR/Shutterstock 

As eleições que estão ocorrendo são as mais importantes da nossa história e representam algo muito além de uma simples decisão dominical entre dois nomes. Desta vez, a vitória de um ou de outro candidato definirá a estrutura econômica, o arcabouço ético e moral e o esqueleto político e institucional da sociedade brasileira que serão trilhados por nós e nossos descendentes por um longo caminho.

A enorme importância do pleito deste ano não decorre somente da propalada divisão ou polarização da sociedade — fato que, costumeiramente tratado como algo indesejável, nada mais é do que a expressão salutar de um alargamento do espectro de ideias. A verdade é que, durante anos e até há pouco tempo, o Brasil foi território quase exclusivo de ideias de esquerda, com matizes um tanto diferenciadas, mas todas colocando o Estado como um pai cioso de sua missão de cuidar dos filhos, escolhendo o que acha ser melhor para os cidadãos, estabelecendo o que todos podem e o que não podem fazer.

Até pouco tempo atrás, vivíamos num país em que se dizer de esquerda ou progressista despertava admiração, e em que as pessoas sentiam acanhamento, ou mesmo vergonha, quando eram classificadas como de direita ou conservadoras, palavras que soavam como insultos e atraíam imprecações. Na economia — e sou um dos raros que podem atestar isso — era preciso, muitas vezes e em muitos ambientes, na academia, no bar e no escritório, ter coragem, determinação e bastante convicção para afirmar-se como liberal e defensor da economia de mercado. As reações dos pares, amigos e colegas de trabalho costumavam variar do deboche ao desprezo, do ar de superioridade ao descrédito, da arrogância à indignação.

Felizmente, nos últimos dez anos, graças em boa parte à internet, isso foi mudando e surgiram economistas e outros profissionais liberais sem medo de serem assim chamados, direitistas sem receio de serem identificados como tal e conservadores com a fortaleza necessária para defender valores morais imutáveis — mas que eram negados e ridicularizados em novelas, filmes e universidades. 
Quebrado o monopólio do pensamento, a reação da esquerda foi a de demonizar a “polarização” da sociedade, responsabilizando-a como propagadora de ódio e divisões. A esquerda, cuja essência sempre foi jogar uns contra os outros, só é democrática da boca para fora, porque não admite discordâncias. 
Sim, as coisas mudaram, e Bolsonaro foi e é o catalisador da transformação.

A guerra na Ucrânia vem sugerindo que o comando do mundo pode estar prestes a mudar de mãos rapidamente

Posto esse processo de acirramento de divergências, para entender mais amplamente o tamanho da responsabilidade que pesa sobre os eleitores nestes dias, é necessário pôr em pratos limpos tudo o que está em jogo. Para isso, temos de pesar e sopesar os vários e complicados elementos — internos e externos — que estão influenciando o processo eleitoral.

Três forças externas
Começando pelos componentes externos, é bastante claro que há atualmente no mundo três grandes forças com fortes interesses no resultado que sairá das urnas em 2 de outubro. A primeira é o globalismo, resumido nas proposições da Nova Ordem Mundial (NOM), liderada por megafinancistas, como Soros, as famílias Rothschild e Rockefeller, o Banco Morgan, os bilionários da high tech, entidades como o Fórum Mundial de Davos, palco do lunático Klaus Schwab, a ONU e outros organismos internacionais. Esse grupo poderosíssimo tem interesse na vitória de Lula, mesmo sabendo de seu passado repleto de ilícitos penais, — não tanto por ele, mas, sim, por causa de Geraldo Alckmin, que representa a chamada terceira via. 
Um eventual governo social-democratapara surpresa dos distraídos — lhes permitirá continuar a ditar os rumos do mundo sem os arroubos mofados do lulopetismo e livres dos conservadores e liberais defensores dos costumes e do livre mercado.
 
A segunda força externa é o Partido Comunista Chinês (PCC), que obviamente também apoia a campanha de Lula e da esquerda raivosa. Poder-se-ia cogitar uma união dos globalistas com o PCC, mas é visível que essa combinação é instável, devido às desconfianças de lado a lado, que também prevalecem na aliança entre o petista e o ex-tucano. 
Não há dúvida de que, caso a chapa saia vitoriosa, em alguns dias, traidores de ambos os lados — e não serão poucos — estarão mostrando os dentes, motivados pelas divergências internas ou pelas existentes entre essas duas forças mundiais. 
Na verdade, não existe uma China, mas pelo menos duas: a dos Brics, com Xi Jinping à frente, e a do PCC, em permanente disputa pelo poder. Isso significa que, em termos de China, o grupo que apoia Lula não é o mesmo que apoia Alckmin. As lâminas das tesouras lá de fora são diferentes das tupiniquins.

E a terceira força externa significativa é a dos soberanistas, formada por altas patentes das Forças Armadas dos Estados Unidos e de alguns Estados da Europa, pelos republicanos liderados por Trump e por poucos governos de direita de países europeus, como o da Polônia, o da Hungria e o da Itália — depois da estrondosa vitória de Giorgia Meloni e da coalizão de centro-direita no último domingo. Este terceiro grupo também tem interesse no fortalecimento dos Brics e apoia Bolsonaro. O discurso que o presidente brasileiro fez na ONU há poucos dias foi mais uma confirmação de que o Brasil se alinha a essa força.

O jogo mundial está mudando
A guerra na Ucrânia vem sugerindo que o comando do mundo pode estar prestes a mudar de mãos rapidamente. O boicote imposto à Rússia patrocinado pelo governo medíocre de Joe Biden e pelos europeus foi um tiro que saiu pela culatra: cumprindo as ordens dos seus senhores globalistas, esses governos de fantoches imaginaram punir a Rússia congelando suas reservas em dólares e proibindo suas exportações, especialmente de petróleo e gás
Só que deixaram de considerar o fato elementar de que a Europa, literalmente, depende do petróleo e do gás da Rússia. Cometeram o erro infantil de colocar o dedo na tomada e ainda estão sentindo o choque, que é forte.
A administração de Biden uma espécie de escritório dos globalistas perdeu rapidamente a capacidade de comandar o mundo e, consequentemente, o respeito.  
O resultado dessa péssima escolha é que a NOM — que, além do governo Biden, controla o Reino Unido, a Inglaterra, a França, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, além de outros países — vem perdendo poder e relevância.

Por outro lado, a importância dos Brics vem aumentando. Para começar, é preciso atentar para o fato de que a população total dos seus cinco países representa perto de 42% da população mundial, sua extensão territorial ocupa algo em torno de 25% de todo o planeta e três de seus membros, a saber, Rússia, China e Índia, possuem poderio nuclear.

Além disso, no embalo da questão da Ucrânia — acirrada pelos governos de Biden e de países europeus —, a liderança da Rússia foi crescendo em resposta às sanções que esses governos dominados pelos magnatas autoritários da NOM impuseram. Sobreveio, então, uma espécie de insubordinação internacional, desde que o país de Putin decidiu que apenas continuaria a vender petróleo, óleo e gás para os europeus se as suas exportações fossem pagas em rublos e lastreadas em ouro. Em seguida, intensificaram-se as relações comerciais dos russos com os chineses e com os indianos, fazendo surgir o embrião de um novo sistema internacional de pagamentos. 

Apareceram, então, os primeiros indícios de possíveis ameaças à velha hegemonia do dólar, que, como se sabe, desde 1971, é uma moeda sem lastro. Em adição, a inflação e a recessão nos Estados Unidos e na Europa estão fragilizando, respectivamente, o dólar e o euro e abalando negativamente as bolsas de valores, além de, paralelamente, enfraquecerem suas economias.  

O desastre aumenta com os efeitos catastróficos sobre a produção de alimentos e a oferta de energia decorrentes das sanções à Rússia, das políticas econômicas expansionistas catastróficas adotadas pelos governos dominados pelos globalistas durante a pandemia e do seu culto irresponsável ao “deus-clima”, uma crendice que os acabou levando a reautorizar o carvão a entrar na Europa pelo elevador social.

A economia no Brasil e no mundo
É nesse contexto geopolítico que estamos assistindo a um aumento considerável da importância do Brasil no novo arranjo mundial que parece estar se configurando. E, se olharmos apenas para a economia, o despertar do gigante verde e amarelo torna-se mais evidente, porque a semeadura liberal plantada desde 2019 pela equipe econômica do governo brasileiro começa a mostrar os seus bons frutos, mesmo tendo enfrentado a chuva da pandemia, a seca dos golpes baixos da velha imprensa, as cochonilhas de uma oposição não propositiva e os pulgões de um poderoso grupo de togados com vocação política.

Efetivamente, ao compararmos um a um o desempenho dos indicadores econômicos do Brasil com os mundiais, quando examinamos os dados da nossa economia, sacudimos várias vezes a cabeça para cima e para baixo em sinal de aprovação e, quando olhamos para os outros países, abanamo-la da direita para a esquerda, sinalizando reprovação. Aqui, inflação em queda, lá, em ascensão. Aqui, PIB em alta sustentada, lá, recessão. Aqui, vultosos investimentos privados esperando o resultado da eleição para ingressarem no Brasil, lá, o capital internacional em polvorosa. Aqui, mercado, lá, governo.

Depois de todas essas considerações, percebe-se que a reeleição de Bolsonaro fortalecerá a posição dos soberanistas e enfraquecerá ainda mais os globalistas e o totalitarismo da NOM, uma vez que o decorrente crescimento estrutural da economia brasileira, com baixa inflação, tenderá a fortalecer o real. Se Bolsonaro vencer, teremos de olhar para a possibilidade de sermos protagonistas na formação de um novo desenho financeiro no mundo. Nesse contexto, commodities como petróleo, fertilizantes, soja, minério de ferro, carne, milho, etc., bem como processadores de computadores e semicondutores, seriam comercializados em moedas dos Brics, a saber, o iuane chinês, o rublo russo, a rúpia indiana e o rand sul-africano, além do próprio real, o que tenderá a valorizá-las.

Isso significa maior escassez e inflação nos Estados Unidos e na Europa, quebras de grandes fundos de investimentos e a eventual destruição, para o bem da humanidade, dos illuminati da NOM. A velha lógica pós-Segunda Guerra Mundial, baseada no conflito entre capitalismo e socialismo, assim como a hegemonia norte-americana e o reinado dos petrodólares, poderá ir por água abaixo e naufragar de vez. Acrescentem-se os fatos de que hoje o Brasil supre alimentos para cerca de 20% do mundo, que é um país abundante em recursos naturais e que o poder mundial não é mais uma questão só de ter ou não mais armamentos, mas também de deter matérias-primas.

Exportações do agronegócio
Carregamento de milho no Porto de Paranaguá, no Paraná - 
Foto: Ivan Bueno/APPA
Por tudo issofora outros fatores que a limitação de espaço impõe —, entende-se o desespero dos globalistas.
 Apavorados com a possibilidade de que o Brasil passe a ser efetivamente um líder mundial importante, empenham seus imensos recursos na campanha do principal inimigo de Bolsonaro nas eleições.
E bancam coisas do arco da velha, desde que possam impedir a reeleição do presidente: ataques e mentiras de todos os tipos, manipulação de pesquisas de intenções de votos, dinheiro para o consórcio da velha imprensa e para qualquer um disposto a desempenhar o papel de pica-pau da arca de Noé
 Não é para estranhar que banqueiros e empresários brasileiros estejam tentando furar a barca com seus bicos de ouro. São globalistas. Amigos, nunca foi tão fácil escolher. 

Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor.
Instagram: @ubiratanjorgeiorio
Twitter: @biraiorio

Leia também “Pensando em nossos descendentes”

Ubiratan Jorge Iorio - Revista Oeste


domingo, 10 de maio de 2020

Melancolia - O Globo

 Dorrit Harazim
Haverá quem indague onde esteve a oposição a Jair Bolsonaro este tempo todo
O ensaísta radicado na Califórnia Dustin Illingworth acerta em cheio quando observa que melancolia é uma condição incompatível com o coronavírus. A realidade crua do nosso planeta infectado, com cadáveres que se empilham entre os vivos, não dá espaço ao que o britânico Robert Burton, em seu clássico do século 17 sobre o tema, definiu como “um tipo de loucura sem febre, tendo como companheiros o temor e a tristeza sem nenhuma razão aparente”. Com a Covid-19 em marcha pelo mundo, a melancolia foi deslocada por variantes menos românticas, como a ansiedade, o pânico, a depressão. É possível que no futuro venhamos a ter saudade do tempo em que foi possível sofrer só de melancolia, esse fundamento da condição humana.

Por ora não dá. Pelo menos não no Brasil, que encerra uma semana particularmente disfuncional, caótica e desconcertante. A hora, agora, é de grita, mesmo que seja apenas para se sentir vivo e humano. A semana começou com o Brasil órfão, também, de Flávio Migliaccio. Em terna carta aberta aos tantos que choraram o suicídio do ator de 85 anos, o filho Marcelo escreveu: “Meu pai fez o que fez à nossa revelia. Pegou um táxi e foi para o sítio enquanto eu cuidava da minha mãe. Sem nos avisar, sem se despedir. Ele sempre me dizia que não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rápida e irreversivelmente... Daqui para a frente só vai piorar, dizia...”. Mas nem em seu mais agudo desassossego Flávio Migliaccio imaginaria que dois dos policiais militares chamados à ocorrência fotografariam a cena e a postariam em redes sociais. Ambos envergavam a bandeira do estado em suas fardas. É a infâmia e covardia extremas destes tempos de apagão da decência.

Como se permitir ser melancólico quando a realidade nacional trata a Covid-19 com voracidade de caixa registradora? Arredondando, já são10 mil mortos e 150 mil casos confirmados, com o pico do contágio apontando para mais calamidade à frente. A nação desassistida nunca teve o luxo existencial de mergulhar no spleen literário, ela precisa fazer fila ao relento para tentar receber os R$ 600 de ajuda emergencial enquanto Jair Bolsonaro faz da presidência um reality show de programação livre — pode ser tanto uma Marcha na Praça dos Três Poderes, com lobistas/empresários no papel de extras, ou um churrasco de celebração à insânia. Enquanto só no Rio de Janeiro mais de mil pessoas aguardavam a vacância de um leito de UTI adequadamente equipado, Gabriell Neves Franco, que até o mês passado era ainda subsecretário de Saúde do mesmo estado, foi preso sob suspeita de integrar uma quadrilha de mercadores de ventiladores mecânicos. Só muito mais adiante, quando for possível estudar os desdobramentos desse período, se saberá a amplitude da rapina ocorrida nos subterrâneos dos contratos emergenciais em nome do combate à Covid-19.

Até aí nada de muito novo. Haverá quem indague onde esteve a oposição a Jair Bolsonaro este tempo todo, como ela evaporou, por que não conseguiu apresentar um mísero plano de contraponto a um governante tão desarticulado, se foi verdade que existiu um ministro da Saúde invisível de nome Nelson Teich. Na semana em que se comemora o 75º aniversário do final da Segunda Guerra na Europa, olhar para o passado adquire valor redobrado.

Ou então é fazer como Regina Duarte, cuja sombria e estarrecedora entrevista concedida à CNN Brasil regada a sorrisos mecânicos mereceria um estudo frase a frase. Somaram-se rasantes de despreparo, afagos à ditadura e viagens ao mundo da fantasia.

Difícil saber se quem as pronunciava era a atriz no papel de secretária executiva de Cultura, ou vice-versa, ou ainda, a fusão dessas duas entidades. Algum hippie dos anos 60 talvez definisse a entrevista como uma “transformação em metamorfose”. Já para a também veterana de palcos Camila Amado, ainda incrédula com o que assistiu, o diagnóstico é dolorido: “Acabou -se a imagem da ingênua usada e sem noção. Vi a pessoa mais feia e de uma loucura assustadora, exposta e sem controle de imagem, agora sim revelada pela televisão — ela, a Regina Duarte”, escreveu em rede social. A repulsa de Camila é explicável — a ditadura roubou-lhe o pai, Gilson Amado, e torturou sua mãe, a educadora Henriette de Hollanda Amado.

Na visão de Regina Duarte, “tem que olhar pra frente, tem que amar o país, parar de ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80... Se eu ficar olhando pelo retrovisor, vou levar trombada, vou cair no precipício ali na frente...”

Já caiu. O precipício é aqui. Para a respeitada revista britânica “Lancet”, que vai completar seu bicentenário em 2023, Jair Bolsonaro representa a maior ameaça mundial à Covid-19. [sic] Não é uma afirmação ligeira. A revista não analisa novelas, trata de ciência.

 Dorrit Harazim, jornalista - O Globo


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A namoradinha - Nas entrelinhas:

“Regina Duarte na Secretaria de Cultura pode representar o fim da ofensiva obscurantista e reacionária contra a classe artística, e não o contrário. Em miúdos, pode ser pior sem ela”

O presidente Jair Bolsonaro está em vias de transformar um limão em limonada, com a nomeação da atriz Regina Duarte para o cargo de secretária de Cultura, no lugar do neonazista enrustido Roberto Alvim. Ontem, o Palácio do Planalto confirmou que a protagonista da série Malu Mulher e das novelas Minha Doce Namorada, na qual era a jovem Patrícia, e Roque Santeiro, em que interpretou a Viúva Porcina, entre outros papéis de destaque, virá a Brasília amanhã para conhecer a Secretaria Especial da Cultura. Foi convidada por Bolsonaro para assumir o órgão. Os dois tiveram uma reunião no Rio de Janeiro, onde foi convidada. Depois da conversa, ela escreveu que está “noivando” com o governo.

[Cultura em uma definição simples, de um leigo em cultura, é um conjunto que inclui    a arte, as crenças, a lei, a moral,  o conhecimento, os costumes e demais hábitos todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem, em determinada época, local.

Assim, a classe artística, é apenas uma parte da Cultura e ser contra parte da classe artística (pelo que ela é ou pelo que produz) não implica, necessariamente, em ser contra a Cultura.]

Bolsonaro resumiu os entendimentos no Twitter: “Tivemos uma excelente conversa sobre o futuro da cultura no Brasil. Iniciamos um ‘noivado’ que possivelmente trará frutos ao país”, escreveu o presidente. Conservadora assumida, antipetista de primeira hora, Regina Duarte participou das campanhas das Diretas, Já!, de Tancredo Neves (1985) e José Serra (2002). Reconhecidamente, é uma grande atriz e tem o respeito da maioria de seus colegas, mas nunca teve unanimidade. Agora, sofrerá uma campanha de feroz oposição, porque assume o cargo em circunstâncias muito desfavoráveis, uma vez que seu antecessor desnudou um projeto reacionário de cultura, cuja inspiração estava na máquina de propaganda nazista. A questão é: fará uma inflexão nos rumos da pasta ou seguirá a mesma orientação? [esta questão só comporta uma resposta: seguirá a orientação do presidente BOLSONARO, que é o responsável maior por todas as áreas do seu Governo e que, obviamente, precisa ouvir seus assessores - detendo a palavra final.]
 
No governo Bolsonaro, a fronteira entre o conservadorismo e o reacionarismo é muito sinuosa, porém, já foi atravessada nas áreas da educação, cultura, direitos humanos e meio ambiente. Agora, o que foi barrado pela forte reação da opinião pública, do mundo artístico-cultural, da imprensa e até mesmo de setores militares no governo foi a narrativa fascista, que orienta a deriva contra a democracia de setores do governo. A crise provocada por Ricardo Alvim, ao reproduzir em vídeo trechos de um discurso de Joseph Goebbels, o ministro da Cultura e Propaganda de Adolf Hitler, levou-o à demissão, a contragosto do presidente. Pouco antes do “sincericídio”, numa live, Bolsonaro havia elogiado o seu então secretário de Cultura, que estava ao seu lado.

O episódio serviu para corroborar a narrativa dos setores da oposição que caracterizam o governo como fascista ou protofascista, ou seja, que denunciam a fascistização do país. Essa é uma discussão muito relevante por todas as suas implicações. Em todas as crises do governo, até agora, o que se viu foi um recuo de Bolsonaro diante das reações da sociedade civil e dos demais poderes da República. No caso de Ricardo Alvim, esse recuo se deu em menos de 48 horas, após os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), terem solicitado a demissão de Alvim, além das críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da opinião pública nas redes sociais, principalmente no Twitter, o principal instrumento de comunicação direta de Bolsonaro com a sociedade. Ou seja, nesses momentos, a democracia se fez mais forte do que o presidente da República.


Bonapartismo
A narrativa reacionária e chauvinista não basta para caracterizar um governo como fascista, a rigor, uma ditadura aberta, que recorre ao terror de Estado para esmagar a oposição. A expressão protofascista carrega ideia errônea de inevitabilidade da fascistização do regime político, porque proto significa primeiro ou o que antecede. Essa discussão não é nova. Historicamente, ocorreu na Alemanha da República de Weimar, às vésperas da ascensão de Hitler ao poder, quando os comunistas do KPD, herdeiros dos espartaquistas Karl Liebenik e Rosa Luxemburgo, chamavam a social-democracia alemã de social-fascista, abrindo caminho para a ascensão do Partido Nazista.


Aqui no Brasil, situação semelhante ocorreu em pleno Estado Novo, de clara inspiração fascista, mas o Brasil acabou entrando na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados, porque, em seu interior, os americanófilos liderados por Osvaldo Aranha, Amaral Peixoto e Gustavo Capanema demoveram o ditador Getúlio Vargas e isolaram os simpatizantes do Eixo, encabeçados por Francisco Campos, Góis Monteiro e Filinto Müller. Agora, Ricardo Alvim ofendeu a memória da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou nos campos da Itália contra o nazifascismo, daí a reação dos militares que integram o governo, que também pediram sua cabeça.

O governo Bolsonaro tem características bonapartistas, ou seja, preserva autonomia relativa e se coloca acima das classes sociais, embora sua política econômica esteja alinhada ao mercado financeiro.  
Ao confundir alhos com bugalhos, a oposição unifica o governo e acaba, ela sim, se isolando
De certa forma, a presença de Regina Duarte na Secretaria de Cultura pode representar o fim da ofensiva obscurantista e reacionária contra a classe artística, e não o contrário. Trocando em miúdos, pode ser pior sem ela.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

 

sábado, 21 de março de 2015

"Babilônia" a novela destinada a defender os gays e todas suas práticas que agridem à FAMÍLIA e quer a destruição dos VALORES DA FAMÍLIA BRASILEIRA

Sob ameaça de boicote, audiência de "Babilônia" volta a cair

Segunda-feira, dia 16: duas senhoras, trocam um beijo na boca - na novela formam um casal, sendo uma delas referida como a esposa; as atrizes que interpretam o casal de  lésbicas, Fernanda Montenegro e Natalia Timberg, não deixam dúvidas que se trata de um 'casal' com idade avançada, época da vida do ser humano em que manifestações de amor,  especialmente apresentada com gestos de conotação erótica, não existe; fica claro que a atitude das duas senhoras foi apenas a de divulgar práticas eróticas entre pessoas do mesmo sexo = fazer apologia da pouca vergonha;

Terça-feira, dia 17: as duas senhoras estão excitadíssimas com a notícia que o 'casamento gay' passará a ser oficial, não será mais apenas uma união civil; apologia a mais uma prática gay que busca desmoralizar, extinguir mesmo, a FAMÍLIA, a MORAL, os BONS COSTUMES. Já que o negócio é zonear mesmo, que tal manter a denominação CASAMENTO para a união entre um HOMEM e uma MULHER e CAGAMENTO para a união entre pessoas do mesmo sexo?  

Quarta-feira, dia 18:  uma das distintas senhoras é chamada ao colégio em que uma das suas vítimas estuda - isso mesmo, vítima.... é a classificação adequada para a criança que é criada, adotada, por um casal gay...com ou sem parentesco sanguíneo... os motivos para tanto são dezenas e saltam aos olhos - e com medo, se expressando com extremo cuidado, a professora alerta  (parece que a senhora que compareceu é a 'esposa', se for o marido ou marida é a mesma coisa) dos inconvenientes  do adotado ser criado com a concepção que possui duas mães.  Sugere dizer que é criado por duas tias, ou pela avó e uma tia. Não adianta, não aceitam que a versão de que o garoto tem duas mães seja modificada;

Quinta-feira, dia 19: nova menção a 'vitória' de logo estarem se casando, após tanta espera e mais um beijo na boca.

Sexta-feira, dia 20: parece que o 'fogo' das octogenárias estava menos intenso, ou os telespectadores  estavam ocupados em tentar digerir a cena em que a mãe bate na cara da filha e esta revida de imediato com uma bofetada na mãe.


Isso mesmo, dignos leitores e visitantes. Estamos falando da mais nova NOVELA GLOBAL, "Babilônia" - nome inadequado, o ideal seria que fosse denominada de SODOMA e GOMORRA - das 21h, e que a exemplo das três ou quatro anteriores, tem como objetivo principal DIVULGAR como normais, aceitáveis as práticas gays. Como bônus, o telespectador assiste mãe espancando filha, filha esbofeteando mãe, cafetão negociando a namorada, filho estimulando pai a arrumar mais amantes e outras coisas que jamais poderiam ser abordadas em um programa exibido as 21 h - horário que nos tempos atuais as crianças estão acordadas e assistindo TV.

Sob ameaça de boicote, audiência de ‘Babilônia’ volta a cair


"Caiu! Caiu! Babilônia" Sob ameaça de boicote, audiência de ‘Babilônia’ volta a cair

Com texto primoroso, atuações irrepreensíveis e bela edição, Babilônia teria todos os elementos para cativar de vez o público e se aproximar dos áureos tempos em que as novelas rendiam bons índices à Globo. 



Mas o que tem acontecido é exatamente o oposto e a audiência segue rolando ladeira abaixo. De acordo com os dados consolidados do Ibope, o capítulo dessa quinta-feira (19) rendeu somente 27 pontos à emissora na Grande São Paulo – cada ponto equivale a 67 mil domicílios.O resultado é muito abaixo do esperado pela Globo e chega a ser menor que os registrados pelas novelas antecessoras nos capítulos de sábado – dia de fraca audiência para todas as emissoras.



Na estreia, dia 16, o consolidado apontou 33 pontos. Na terça-feira (17), queda de um ponto. Na 4ª (18), o resultado foi mais alarmante: 29 pontos. E os números atingidos no capítulo de ontem são preocupantes.
Curiosamente, no mesmo dia, as redes sociais foram tomadas por mensagens de grupos evangélicos organizando um boicote à novela por exibir cenas de beijos entre as personagens Teresa e Estela, interpretadas por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg. Na trama, elas formam um casal e são mães de Rafael (Chay Suede). “Não tenho nenhuma dúvida que a Rede Globo é: a maior patrocinadora da imoralidade e do homossexualismo no Brasil. Uma vergonha!”, escreveu o pastor Silas Malafaia em nota publicada no site Verdade Gospel. “O nome da novela – Babilônia – representa muito bem o que tem sido a Rede Globo, um instrumento de podridão moral. E espero, que como a antiga Babilônia, que eles se autodestruam.”

A notícia teve mais de 40 mil compartilhamentos, alguns acompanhados em tom de indignação pelo fato de a novela colocar duas atrizes veteranas nos papéis de homossexuais. “A Globo nos quer fazer engolir esta ditadura gay”, escreveu um internauta – que terá sua identidade preservada. Não dá para afirmar que a queda da audiência de Babilônia esteja diretamente ligada ao movimento de boicote, que tomou força na tarde de quinta-feira. Procurada pelo blog, a assessoria da Globo não foi encontrada para comentar o caso.

As outras emissoras pouco se beneficiaram com a debandada da audiência cativa das novelas. No horário de Babilônia, a Record viu seu índice subir um ponto entre quarta-feira e ontem, registrando 8 pontos no horário na quinta-feira. Vale lembrar que, ultimamente, os capítulos iniciais das novelas não têm rendido bons números à Globo. Mas a tendência, sobretudo na primeira semana, é de uma oscilação mais sutil. No caso de Babilônia, o caso é mais grave: são seis pontos, a queda é bastante acentuada. Perder seis pontos em apenas quatro dias é preocupante.

Fonte: Blog  Gabriel Perline - Estadão