Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador senadores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador senadores. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de abril de 2021

Senadores - “Juízes” da CPI da Covid têm passado nebuloso - Gazeta do Povo

CPI da Covid

Uma coisa que os políticos brasileiros aprenderam há muito tempo, com curso de pós-graduação fornecido pelo Supremo Tribunal Federal, é virar juiz de alguma coisa, em todas as oportunidades que lhes aparecem pela frente. É automático, ou pelo menos é assim que raciocinam: o melhor jeito de escapar da polícia é sair gritando “pega ladrão”. Como se sabe, pelo menos um terço de todo o Congresso brasileiro tem problemas com o Código Penal — possivelmente, a maior concentração per capita de gente enrolada com a Justiça, num ambiente só, que existe fora das penitenciárias em todo o território brasileiro.

É natural que utilizem as suas “imunidades parlamentares” para ficarem fora da cadeia — e que, além disso, vivam brigando para fazer o papel de julgadores. Enquanto estão julgando os outros, com pose de justiceiros, eles próprios não são julgados. Estão nessa vida há anos, ou até décadas. Já se viu aí todo o tipo de absurdo, mas poucas vezes exageraram tanto como nessa “CPI da Covid” que o Senado inventou para apurar incompetência, corrupção e outras coisas horríveis na administração da covid, e que começa nesta terça-feira (26) a sua atividade. 

Veja só quem participa da CPI, no papel de polícia correndo atrás de bandido — e acredite se quiser.

Está lá, na primeira fila, ninguém menos que o senador Renan Calheiros (MDB-AL), dono de uma das mais prodigiosas folhas corridas da história penal do Brasil; 
nem os seus advogados sabem ao certo quantos processos ele tem hoje nas costas. 
Há 30 anos vive fugindo, através de truques diversos, do seu encontro com a lei – trata-se de um verdadeiro maratonista, como descreveu o jornalista Augusto Nunes. Sua medalha de ouro é a participação na lista de políticos comprados que a empreiteira Odebrecht mantinha nos computadores do seu "departamento de corrupção". Seu apelido (cada um tinha o seu apelido, ali) é “Atleta”.
 
Pode parecer uma piada macabra, mas não é: 
uma das condições mais importantes para alguém ser juiz na CPI da Covid é fazer parte da lista de codinomes registrados no "departamento de corrupção" da Odebrecht. 
Ao lado de Renan, estão ali gigantes como Humberto Costa (o “Drácula”, por seu envolvimento na máfia dos ladrões de sangue quando era ministro da Saúde de Lula), ou Jader Barbalho (o “Wiskey”, pelos motivos que se pode imaginar; seu filho, o atual governador do Pará, Helder Barbalho, é o “Cavanhaque”). Detalhe: o Pará é um dos estados onde mais se roubou dinheiro público destinado ao combate da epidemia, segundo as denúncias correntes.[importante: chegaram ao ponto de comprar com superfaturamento de 340%, respiradores em uma adega, o que justifica o “Whiskey”.
Mesmo assim, muitos dos respiradores não foram entregues e outros só tinham a carcaça. Agora Renan investiga seu  filho e o Barbalho o seu pupilo dos respiradores.]
Não é preciso ser um nenhum doutor em ciência política para ver o que muitos membros da CPI estão fazendo lá. 
Desde o aparecimento da Covid, um ano e pouco atrás, cerca de R$ 60 bilhões de em verbas federais foram entregues aos estados — e uma grande parte dessa pilha de dinheiro, por conta da situação oficial de “emergência”, foi gasta sem licitação pública e outros controles legais. Como foi fartamente noticiado, as ”autoridades locais” roubaram de tudo: respiradores, máscaras, luvas, aventais cirúrgicos, diárias de UTI, desinfetante, o diabo. [o emergencial, que no Brasil equivale a permissão para roubar, pode ter consequências profundas. VEJA AQUI.]

Por que não? No governo Lula roubaram até sangue e o ministro da Saúde de então é um dos juízes da ladroagem de hoje. É assim que funcionam as sagradas “instituições democráticas” do Brasil.
 

LEIA TAMBÉM: Julgamento -     Julgamento de Lula em Brasília é piada – não vai acontecer nunca
CPI é sinônimo de farsa, chantagem e perda de tempo
STF se comporta como ditadura de terceiro mundo



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Roteiro para tempos difíceis - Fernando Gabeira

 In Blog

Usava o termo chorar em sentido figurado. Certamente expressei tristeza com a vitória de Arthur Lira, coroada com uma festa para 300 pessoas, sem máscaras, numa mansão do Lago. Mas se, como no poema, o bolsonarista nunca conheceu quem tivesse levado porrada, muito prazer, me apresento. Situações difíceis não devem nos intimidar, embora seja assustador pensar na continuidade de um governo que mata as pessoas com seu obscurantismo e destrói vorazmente os recursos naturais de um dos mais belos países do mundo.

Muita gente acha que Bolsonaro tornou-se mais forte em 22, porque controla o Congresso. Temer controlava, mas jamais foi uma alternativa eleitoral viável. As coisas não passam por aí. Pelo contrário, as relações de toma lá dá cá, as diárias afirmações de que é dando que se recebe, apenas reforçam a aura de decadência que envolve a política no Brasil. A ideia de uma frente não se esvai porque alguns setores saltaram do barco. O que a fortalece, de fato, não são as letrinhas que designam partidos, nem necessariamente o número de deputados e senadores que a compõem.

[não resistimos a expressar dois comentários:
- ser contra Bolsonaro é tão importante par alguns que se torna normal cogitar de uma frente contra o capitão sem partidos, sem senadores, sem deputados = o importante é ser contra, mesmo sem nada que sustente tão insensato entendimento; 
-sempre cabe perguntar: ainda neste semestre com a pandemia sob controle - alcançada a imunidade de rebanho, com a importante auxílio das vacinas - a economia iniciando a recuperação, alguém vai perder tempo indo para as ruas fazer pressão popular contra o presidente? faltam argumentos e todos sabemos que Bolsonaro foi impedido de exercer a coordenação do combate a pandemia.
Como coordenar o combate a covid-19, se governadores e prefeitos,  em grande parte movidos pela incompetência e o desejo de aproveitar o combate à pandemia para ganhar algum (muito) por fora, receberam do STF -  sem menção que a coordenação seria do Poder Executivo da União  - o protagonismo daquele combate?]

O importante para uma oposição é compreender essa nova relação de forças no Congresso e olhar mais para fora, buscar o apoio da sociedade, batendo em alguns pontos essenciais. Um deles é denunciar o estelionato eleitoral de Bolsonaro, separando-o das pessoas que acreditaram em seu discurso. Os outros estão claros na própria conjuntura: apoio emergencial para milhões de necessitados, defesa da ciência na condução da política contra a pandemia e luta para que todos se vacinem de forma eficaz e segura.

Esse encontro com a sociedade poderá ser mais amplo ainda na medida em que a vacinação avance. Muitos discutem as eleições de 22, quem será candidato, quem vai vencer. É um tema inescapável. No entanto, daqui até lá, há muita luta, muitas peripécias. Os nomes devem surgir desse processo. Não creio em candidaturas que ficam abrigadas da tempestade e aparecem apenas no momento eleitoral.

Bolsonaro, Witzel e outras figuras se elegeram num momento de decadência da política. Nas próximas eleições, possivelmente viveremos um clima em que não só a política, mas também as novidades radicais decaíram. Daí a importância do que sobrou de resistência, de como se mostrará no processo, sua habilidade para unir, coragem para encarar o governo de frente. Grande parte dos analistas descarta o impeachment quando um governo passa a dominar o Congresso. É razoável. Mas não se pode ver o Congresso como um bloco impermeável à pressão popular.

É preciso trabalhar com todos os cenários, sabendo que são tempos quase tão difíceis como no período da ditadura. É verdade que agora existe liberdade de imprensa, mas, no entanto, desapareceu um clima mais fraterno entre os opositores. E isso não apenas porque a história moderna do Brasil colocou em campos opostos os que lutaram pelas eleições diretas. O debate político não é mais mediado exclusivamente pela imprensa profissional. Ele vive noutras plataformas, deformado por fake news e num clima de agressividade verbal sem precedentes.

Um agradável lugar-comum que sempre vale a pena repetir: a história não coloca problemas que as pessoas não possam resolver. É urgente evitar mortes e, simultaneamente, desenvolver as lutas que possam fortalecer uma vontade de tirar o Brasil dessa condição de pária sanitário e ambiental, dominado pelo obscurantismo. Perdemos o Congresso, é verdade. Mas algum o dia o tivemos? Por enquanto, a parte que nos toca é uma modesta minoria. Vamos com ela, com o que sobrar, pois resistir ainda é melhor do que tudo.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Senado trava repasse de R$ 3 bi para deputados - UOL



[o que o Senado está fazendo - está não é a primeira vez neste ano -  é CHANTAGEM = EXTORSÃO = CRIME.]


Em sessão que entrou pela noite de terça-feira, o Congresso escancarou diante das câmeras uma cisão que envenena a atividade legislativa. Envolve o pagamento de emendas enfiadas pelos parlamentares dentro do Orçamento da União. A sessão era conjunta, com deputados e senadores. Após quase oito horas de debate, foi a voto proposta do Planalto que destina R$ 3 bilhões ao pagamento de emendas de deputados que ajudaram a aprovar a reforma da Previdência.



A coisa passou com folga na Câmara: 270 votos a 17. No Senado, verificou-se que o total de votos disponíveis, 37, era inferior ao quórum mínimo necessário: 41. Os senadores boicotaram deliberadamente a sessão, esvaziando-a. Por quê? Os senadores exigem que o Planalto envie proposta destinando algo com R$ 5 bilhões para o pagamento das suas emendas. Do contrário, nada feito. 

E a reforma previdenciária? Veja bem… Estimava-se que seria votada na primeira semana de outubro. Ficou para o final da primeira quinzena. Nesta terça, foi empurrada para o dia 22, que cai numa outra terça-feira. Imagina-se que até lá o governo encontre um dinheiro indisponível.



Aos pouquinhos, vai ficando claro que o problema do Brasil não é o esquerdismo retrógrado nem o direitismo arcaico. O grande problema continua sendo o dinheirismo. Em tese, o pagamento das emendas agora é obrigatório. Mas o governo, com os cofres em ruínas, administra sua penúria.

LEIA TAMBÉM:  Pressaeleitoral de Bolsonaro potencializa Huck 

[UM REGISTRO: os candidatos que estão sendo lançados agora pelo presidente Bolsonaro chegarão, no máximo, ao final do próximo ano - estarão 'queimados' e/ou esquecidos;
quanto a super valorizada repercussão do 'chamado' mencionado por Angélica, não se pode esquecer que os adeptos da especialidade dela, quando apresentadora, 'animadora de auditório infantil', NÃO VOTAM.]

Blog do Josias - UOL


segunda-feira, 29 de julho de 2019

Moro do Twitter desmente Moro do Senado - Folha de S. Paulo

Leandro Colon 

Ao contrário do que disse a senadores, ministro teve acesso a investigação sobre hackers

Os registros de áudio e das notas taquigráficas do Senado —um arquivo oficial, autêntico e não editado— guardam as palavras do ministro Sergio Moro (Justiça) aos senadores no depoimento de 8 horas e 30 minutos em 19 de junho. Disse o inistro às 9h36 sobre o caso dos hackers: “A investigação está sendo realizada com autonomia pela Polícia Federal. Eu já disse mais de uma vez no passado: o meu papel, como ministro da Justiça, é um papel estrutural, apenas para garantir também a autonomia dos órgãos vinculados ao Ministério da Justiça. Então, eu não acompanho, pari passu, cada um desses acontecimentos.”

 [salvo um equívoco, improvável, de nossa parte, o ilustre colunista da Folha se confundiu com as datas - engano que atribuímos a um equívoco.

Em 19  junho, Moro - que apesar de seu prestígio popular, sua competência e ser integrante do governo Bolsonaro, é um ser humano e não advinha o futuro -  declarou por várias vezes que o inquérito sobre os crimes que motivaram seu comparecimento ao Senado Federal, era atribuição da Polícia Federal e não estava acompanhava, pari passu, os acontecimentos do seu ministério.

Em 23 de JULHO - mais de um mês após as várias declarações de junho - a PF efetuou prisões e no decorrer dos interrogatórios apurou que celulares de uso do senhor presidente da República tinham sido hackeados. Por envolver autoridade máxima da República, o assunto se tornou da SEGURANÇA NACIONAL e,  por óbvio, o presidente da República teria que ser avisado, com urgência, e por questões de hierarquia, caberia a PF informar o ministro Moro e este informar ao presidente da República.

Assim, Moro não mentiu nos depoimentos nem nas declarações que prestou em junho, visto que só tomou conhecimento do inquérito (apenas da relação das autoridades cujos celulares foram invadidos) em julho.]

Ele voltou ao assunto às 11h32. “Relativamente à investigação, são duas questões: a investigação é sigilosa. Então, não se pode informar fatos relativos a essa investigação, sob risco de ineficácia; e, dois, eu, como ministro da Justiça, não tenho o papel de, vamos dizer assim, atuar nessas investigações diretamente. Meu papel é mais estrutural”, afirmou.

Às 16h48, Moro declarou aos senadores: “Eu, de todo modo, estou afastado, vamos dizer assim, da condução concreta desse inquérito. Essa é uma atribuição da Polícia Federal.”


Na terça-feira (23), depois de ser preso,  [- 23 de JULHO de 2019 ] - Walter Delgatti Neto prestou depoimento à PF em que confessou ser o autor dos ataques aos celulares das autoridades e a fonte que repassou os dados ao The Intercept Brasil. Às 14h09 do dia 24, [24 de JULHO ] Moro postou em sua conta no Twitter: “Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime.”

Na quinta (25), [TAMBÉM de JULHO] às 14h04, ele escreveu: “Pelo apurado, ninguém foi hackeado por falta de cautela”. O ministro telefonou para informar autoridades que foram atacadas e anunciar a destruição das mensagens. Ele não se afastou da investigação e ainda repassou fatos dela. O Moro do Twitter desmentiu o do Senado.
Leandro Colon - Folha de S. Paulo

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Reforma corre risco se for modificada no Senado - na melhor das hipóteses sofrerá atrasos

 Inclusão de estados e municípios na Previdência deve ser decidida no Senado

Senadores já se movimentam para formular a proposta

Com a decisão dos deputados de não incluir estados e municípios na reforma da Previdência, caberá ao Senado adotar estratégias para abarcar os entes da Federação no documento que altera as regras de aposentadoria. Por isso, senadores já se movimentam para formular a proposta.

A ideia é agilizar a elaboração de uma medida para que, quando o texto da reforma chegar ao Senado, a Casa aprecie a matéria em, no máximo, dois meses e devolva o projeto com as alterações à Câmara para que ele seja finalizado ainda no segundo semestre. “Temos a expectativa de tramitar a reforma na CCJ e no Plenário em 45 dias”, afirmou o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). [será que o primeiro-ministro Maia vai aceitar que o Senado modifique sua reforma? qualquer alteração no Senado implicará na volta da PEC à Câmara dos Deputados atrasando o processo.
Caso a Câmara modifique qualquer ponto do que foi aprovado no Senado, volta para o Senado e há o risco de um pingue-pongue.]
O entendimento de senadores de diferentes legendas é de que estados e municípios não deveriam criar as próprias normas de aposentadoria. “Deixar que os 2.108 municípios e os 27 estados que possuem regimes próprios de Previdência enviem para as câmaras legislativas um projeto polêmico como esse, na véspera de um ano eleitoral, simplesmente inviabilizaria a reforma”, disse o relator da Comissão Especial que acompanha o assunto no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Correio Braziliense

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Moro não é ministro. Está ministro

No aguardo do que possa vir



[com o pedido de vênia ao ilustre articulista, lembramos que o material até agora postado pelo IntercePT, não tem sua autenticidade comprovada e foi obtido de forma ilegal, criminosa = é produto de roubo.
A cada nova publicação, Moro se torne mais firme e o material divulgado mais desacreditado.]

Mesmo que venha a faltar a bala de prata capaz de atingi-lo mortalmente, o ex-juiz Sérgio Moro nunca mais será o mesmo depois que supostas conversas suas com procuradores da Lava Jato começaram a ser reveladas pelo site The IntercePT.  [Sugerimos ler: Moro ganhou um palanque.]

Isso quer dizer: Moro foi ministro durante cinco meses e pouco do governo Bolsonaro. Agora, está ministro da Justiça e da Segurança Pública. Diminuiu de tamanho. Mesmo que não se torne um anão, dificilmente ganhará uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Será menos difícil para ele sair candidato à sucessão de Bolsonaro do que vestir a toga no final do próximo ano quando se aposentar o ministro Celso de Melo. Abrigo partidário não lhe faltaria. Boa vontade no STF com toda certeza lhe faltará. Mas não só.

Para atravessar parte da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e aboletar-se no prédio do STF, Moro teria de contar com a aprovação do seu nome pelo Senado como manda a Constituição. Uma fatia expressiva dos senadores  lhe negará o voto.
 
Por ora, Moro continuará sangrando no cargo. Seu futuro não mais lhe pertence. Está nas mãos dos editores do Intercept. [enquanto os aqui chamados de editores do IntercePT publicarem material sem prova de autenticidade e obtido de forma criminosa, nada acontecera com o juiz Sérgio Moro.

Quanto a não obter votos no Senado que corroborem sua indicação é algo que só o tempo dirá - a consolidação do governo Bolsonaro será um fator a valorizar sua indicação de Moro para ministro do STF.]

domingo, 11 de novembro de 2018

Saber perder e os cartões corporativos de Temer

A primeira derrota do presidente eleito aconteceu antes mesmo de ele assumir seu novo cargo. Foi quando pediu ao Senado que não aprovasse o reajuste do Judiciário 

[Bolsonaro na condição de presidente eleito, legítimo representante do Brasil, apresentou o pedido em nome do Brasil, especialmente dos mais de 12.000.000  de desempregados.]

Ao longo da campanha que acabou por elegê-lo presidente da República, Jair Bolsonaro deu sinais de que não sabe ganhar. Mesmo liderando todas as pesquisas por larga margem, denunciou diversas vezes que havia tentativas de fraudes eleitorais e atacou sem cessar a mais eficiente urna eletrônica em uso em todo o mundo. E esses ataques seguiram até a véspera do segundo turno. Difícil dizer como vai reagir quando perder alguém que não sabe ganhar.

A primeira derrota do presidente eleito aconteceu antes mesmo de ele assumir seu novo cargo. E se deu porque ele resolveu se intrometer no assunto ao pedir ao Senado que não aprovasse o reajuste do Judiciário que vai causar impacto anual de R$ 4 bilhões nas contas públicas. Bolsonaro foi provocado por um repórter, poderia ter ficado calado, mas não só respondeu como fez a recomendação. Agiu corretamente, apesar de ao final ter perdido a votação, pois terá de lidar com o resultado do aumento salarial dos juízes no ano que vem. Não se omitiu, ponto para ele.

Mas o fato é que ele perdeu a primeira votação antes mesmo de inaugurar seu governo. E, pior, perdeu com dez votos de senadores que oficialmente o apoiam e vão fazer parte de sua base parlamentar a partir de 2019. Antes da votação do reajuste, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defendia fazer uma “prensa” no Congresso para aprovar sua agenda, e um dos filhos do presidente chegou a falar em “tratorar” o Legislativo. Bobagem, deputados e senadores não temem a fúria de presidentes, querem seus favores, e podem até fazer trocas. Mas grito não resolve.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, que não se reelegeu, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” que não lhe incomodou ter ignorado o pedido do presidente eleito. “Não me importo se Bolsonaro vai gostar ou não”, afirmou Eunício, responsável pela colocação do aumento do Judiciário na pauta. O senador denunciou ainda uma tentativa de constrangimento que sofreu em outro episódio. Segundo Eunício, Paulo Guedes teria dito a ele “ou você vota a Previdência ou o PT volta”. A informação não foi checada, mas, se existiu, confirma mais uma vez que é preciso cuidado para que a falta de jeito não vire marca registrada do novo governo.

O bom-senso recomenda cautela e muita saliva no tratamento das questões com o Congresso. Para cumprir uma de suas principais promessas de campanha, erradicar da prática governamental a troca de cargos por votos, Bolsonaro terá que negociar muito mais do que qualquer outro presidente antes dele. Com o famoso “é dando que se recebe”, um governo iniciava os entendimentos para aprovação de suas propostas com a maior parte dos votos necessários já consolidada. Sem ele, cada nova pauta começará a ser negociada do zero.

Nos próximos quatro anos, Bolsonaro vai ganhar um bom número de causas e perder outro tanto. Será fundamental ao novo presidente saber perder. A derrota pode ser dura e difícil, mas terá de ser engolida e digerida pelo novo presidente. Só assim poderá mostrar grandeza e exercer bem o cargo que o brasileiro lhe confiou. Um presidente não pode tudo, perder faz parte da sua rotina. Até sexta-feira, a primeira derrota tinha sido bem deglutida.

Ascânio Seleme - O Globo 

Governo Temer gasta R$ 2,3 milhões em cartões corporativos de Jaburu e Alvorada


Entre maio de 2016, quando Michel Temer tomou posse, e o mês passado, os cartões corporativos atrelados aos gastos dos Palácios da Alvorada e do Jaburu tiveram um total de R$ 2,373 milhões — ou cerca de R$ 84 mil por mês e R$ 2.825 por dia.


Guilherme Amado - O Globo