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sábado, 8 de julho de 2023

Como Arthur Lira escapou das mãos de Barroso e suspendeu investigação no STF - O Globo

Enquanto preparava o terreno para a votação histórica da reforma tributária, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), obteve outra vitória, mais particular, no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes atendeu a um pedido de Lira e suspendeu, na última quinta-feira (6) as investigações na primeira instância relativas à Operação Hefesto, que mira um ex-assessor do parlamentar.

O caso chegou ao gabinete de Gilmar Mendes na última terça-feira (4), após Lira conseguir escapar, literalmente, das “mãos” do ministro Luís Roberto Barroso por duas vezes.

Gilmar e Barroso têm posições diametralmente opostas na área criminal, sendo expoentes de duas alas do STF que se chocaram ao longo dos últimos anos, especialmente em julgamentos da Lava-Jato.

De um lado, Gilmar é conhecido por ser um ministro da ala garantista, mais sensível a acolher argumentos da defesa – e mais crítico aos métodos de investigação da Lava-Jato. Barroso, por outro lado, integra a ala legalista, e é defensor da aplicação dura da lei e mais entusiasta dos resultados obtidos pela operação de Curitiba.

O recesso do Judiciário, o esquema de rodízio na presidência do Supremo neste mês de um julho e a estratégia jurídica de um parlamentar apoiador de Lira contribuíram para que o pedido do presidente da Câmara que resultou na suspensão das investigações acabasse não nas mãos de Barroso, e sim no gabinete de Gilmar Mendes.

Ao dar a liminar, Gilmar Mendes acolheu o argumento da defesa de Lira de que há indícios de que foi usurpada a competência do STF para supervisionar o caso, já que o inquérito que apura o desvio de R$ 8 milhões na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas com dinheiro do orçamento secreto cita autoridades com foro privilegiado. '

Mas antes do pedido de Lira, o deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF), mencionado nas investigações, já havia acionado o Supremo com argumentos semelhantes, também contestando a competência da Justiça Federal de Alagoas de tocar o caso.

Em junho, Gilvan entrou com uma reclamação no Supremo contra o inquérito alagoano, que acabou sendo distribuída – em sorteio eletrônico do qual participaram os demais magistrados da Corte para Barroso.

A “escolha” do algoritmo do STF colocou em alerta o meio político, já que, ao definir Barroso como relator do pedido de Gilvan, havia o risco concreto de o ministro se tornar “prevento” para os demais pedidos relacionados à investigação de Alagoas.

O deputado federal havia pedido ao STF para invalidar a busca e apreensão “com o descarte do material indevidamente apreendido”. Barroso entendeu não ser o caso de concessão da medida liminar sem ter mais informações do Ministério Público. Gilvan acabou desistindo da ação, antes mesmo que o ministro examinasse a fundo o mérito da questão.

Na prática, a desistência do deputado, com o arquivamento da ação, afastou o que os alvos da investigação mais temiam: o “risco Barroso”, ou seja, que os casos relacionados ao inquérito do kit robótica fossem encaminhados por prevenção para o ministro “linha dura” do STF.

Em julho, foi a vez do próprio Arthur Lira acionar o Supremo, com argumentos similares aos de Gilvan Máximo – mas desta vez apresentados ao tribunal em pleno recesso do Judiciário. As duas ações chegaram ao Supremo sob “segredo de Justiça”.

Lira recorreu ao STF no último dia 4, quando a Corte já estava em plantão – e Barroso chefiava os trabalhos interinamente, em esquema de rodízio com a presidente, Rosa Weber. Na prática, por estar ocupando a presidência interina, Barroso ficou excluído da distribuição da ação de Lira, já que, por questões regimentais, o presidente da Corte não recebe esse tipo de processo.

E como o processo de Gilvan Máximo já havia sido arquivado, não havia mais justificativa para tornar Barroso prevento às investigações de Alagoas. O algoritmo do STF, em um novo sorteio, escolheu Gilmar Mendes para ser o relator do pedido de Lira – e o “ministro garantista”, que está trabalhando em pleno recesso, deu a liminar.

A própria defesa de Lira queria que a ação fosse encaminhada “por prevenção” para Gilmar Mendes, alegando que o ministro havia cuidado de um caso envolvendo tese semelhante sobre prerrogativa de foro, ainda que não girasse em torno do presidente da Câmara.

Na chefia interina do plantão, Barroso entendeu não haver prevenção para o colega e determinou que fosse feito o sorteio eletrônico da ação de Lira contra a investigação do kit robótica. Isso porque cabe ao presidente da Corte determinar a distribuição dos processos e verificar se há ou não prevenção, por exemplo.

Ainda assim, Gilmar acabou sendo definido o relator, não por prevenção como queria a defesa de Lira, mas por sorteio como quis o sistema eletrônico do STF. Ou seja, por caminhos diferentes, o algoritmo acabou atendendo ao pedido de Lira e selou o destino do presidente da Câmara.

Na última semana, Lira, Gilmar e Barroso estiveram juntos no Fórum Jurídico de Lisboa, evento organizado pelo IDP, instituição ligada a Gilmar, na capital portuguesa. O presidente da Câmara foi um dos palestrantes -- na ocasião, destacou a atuação do Congresso na aprovação da agenda de reformas.

De acordo com os investigadores, os kits de robótica teriam sido adquiridos com verba de emendas parlamentares do orçamento secreto, beneficiando uma única empresa fornecedora, Megalic, cujo dono, Edmar Catunda, é aliado de Lira. O inquérito apontou que os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a atas de registro de preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento dos equipamentos.

Procurado pela equipe da coluna, Gilvan Máximo não se manifestou. A defesa de Lira alegou que não comenta o caso porque a investigação está sob sigilo. Esta não é a primeira vez que o “fator tempo” e as dinâmicas internas de um tribunal culminam com um resultado favorável a Lira.

No ano passado, um processo que impactava diretamente a sobrevivência política do presidente da Câmara mudou de mãos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e caiu no colo do ministro alagoano Humberto Martins, que já havia chamado o parlamentar de “meu querido amigo e conterrâneo”.

O caso estava com Og Fernandes, que deixou o acervo para Martins após assumir a vice-presidência do STJ. Ao receber o processo, Martins arquivou a condenação de Lira pela Justiça de Alagoas por improbidade administrativa.

Procurado pela equipe da coluna, Gilvan Máximo não se manifestou. A defesa de Lira informou que não comenta a ofensiva jurídica no STF porque a investigação está sob sigilo.

Coluna Malu Gaspar - Rafael Moraes Moura - O Globo


sexta-feira, 30 de junho de 2023

Arthur Lira no olho do furacão - Revista Oeste

 Silvio Navarro - Rute Moraes

Principal líder do Congresso Nacional, o presidente da Câmara, Arthur Lira, vira o inimigo número 1 do projeto de poder de Lula


Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Há dois meses, o governo Lula compreendeu que o principal entrave — talvez o único — para o sucesso do seu novo projeto de poder é a Câmara dos Deputados. A Casa é a última instituição que ainda impõe alguns limites para o consórcio que administra o país fazer o que quiser. Mas, quando se enfrenta um regime totalitário, a resistência tem um custo — e o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL-PP), está sentindo isso na pele.

A história começou no dia 2 de maio e foi contada na Edição 163 de Oeste. Desde então, a crise se agravou. Naquela manhã, Arthur Lira decidiu conversar diretamente com Lula. Não havia intermediários. O deputado levava a mensagem de que o Projeto de Lei nº 2630, redigido no gabinete de um deputado do Partido Comunista do Brasil, impondo mordaça nas redes sociais e limitando a monetização na internet, não passaria no plenário.

Há dois meses, o governo Lula compreendeu que o principal entrave — talvez o único — para o sucesso do seu novo projeto de poder é a Câmara dos Deputados. A Casa é a última instituição que ainda impõe alguns limites para o consórcio que administra o país fazer o que quiser. Mas, quando se enfrenta um regime totalitário, a resistência tem um custo — e o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL-PP), está sentindo isso na pele.

A história começou no dia 2 de maio e foi contada na Edição 163 de Oeste. Desde então, a crise se agravou. Naquela manhã, Arthur Lira decidiu conversar diretamente com Lula. Não havia intermediários. O deputado levava a mensagem de que o Projeto de Lei nº 2630, redigido no gabinete de um deputado do Partido Comunista do Brasil, impondo mordaça nas redes sociais e limitando a monetização na internet, não passaria no plenário
. [PL da Censura.]

Lira disse também que as operações financeiras atabalhoadas dos ministros, principalmente a dupla Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que liberaram R$ 10 bilhões em emendas parlamentares na véspera da votação, só pioraram as coisas. O recado era claro: como a ampla maioria da Casa não tem alinhamento ideológico com o governo, os deputados querem decidir sobre o destino do Orçamento — e não mais barganhar emendas. Outro detalhe: a distribuição de cargos em estatais no varejo tampouco dará resultado, porque faltariam postos para acomodar tanta gente. A base de Lula tem só 130 votos.

Lula teve de recuar. Lira afirmou em entrevista: “A Câmara não vai fazer sacrifícios para o governo”. Começou uma guerra.

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrega do projeto do novo arcabouço fiscal para o Congresso (18/4/2023) | Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Publicamente, o petista culpou sua articulação política pelo fiasco naquele dia, ameaçou demitir o ministro Alexandre Padilha, mas tudo não passava de fachada para os jornais. Nos bastidores, Lula mandou fustigar Lira — “tirá-lo da frente”, segundo os comentários nos corredores do Congresso.
Como o projeto de lei sobre a censura na internet era algo já combinado pelo governo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o castigo foi inevitável. Entrou em cena a Polícia Federal, comandada pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública).

O deputado alagoano passou a ser perseguido implacavelmente pela PF em Alagoas.

Não é exagero afirmar que a superintendência local realiza mais ações e diligências sobre o caso do que qualquer outro Estado combate o crime organizado, por exemplo.
Lira teve processos antigos destravados no Supremo e passou a ser criticado pela velha imprensa como alguém que trava o governo no Congresso — embora não haja uma única ideia colocada no papel pelos ministros para ser votada.

Nesta semana, surgiu outra frente de ataque: a vida pessoal de Lira começou a ser devassada, com acusações graves feitas pela ex-mulher, numa operação que tem as digitais do senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu arqui-inimigo há décadas (leia abaixo).

O que estão fazendo com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, parece revanchismo! Fica pior ainda quando se imagina que a PF virou instrumento pessoal de alguém grande do governo e a imprensa entrega o recado colocando Lira nas capas dos jornais.

O sistema é bruto!— André Fernandes (@andrefernm) June 27, 2023

Colocado contra as cordas, Lira cedeu o mínimo e ajudou a aprovar apenas as medidas provisórias centrais, como a que organizava a imensa Esplanada dos Ministérios e o reajuste do Bolsa Família.
Aos líderes dos partidos do chamado Centrão, ele admitiu que tem reagido conforme as ameaças de processos antigos no Supremo o último deles foi destravado pelo ministro Dias Toffoli horas antes da votação do PL 2630. [ainda parado e mais conhecido como o PL da Censura.]
Nesta semana, fez questão de participar da micareta jurídica promovida por Gilmar Mendes em Portugal. É uma forma de se aproximar dos ministros da Corte.

No Legislativo, Lira armou sua retaguarda em duas Comissões Parlamentares de Inquérito: deixou a CPI do MST, com maioria da oposição, correndo na Câmara, e emplacou seu aliado, Arthur Maia (UB-BA), no comando da CPMI do 8 de janeiro. Pode parecer pouco, mas não é. No caso dos sem-terra, ele força a esquerda — Gleisi Hoffmann à frente — a se mobilizar ao menos três vezes por semana para se defender diante da TV Câmara. A comissão virou uma dor de cabeça e tem acirrado os ânimos do próprio MST, que cobra proteção do Palácio do Planalto. Na CPMI do 8 de janeiro, ele participa indiretamente por meio do presidente da comissão.

Lira também reduziu as aparições nos corredores da Câmara — as principais reuniões têm ocorrido na Residência Oficial, longe da imprensa.

A briga com Renan
Há décadas, Renan Calheiros é conhecido no Senado por montar dossiês contra seus adversários. Em 2007, quando seu mandato estava por um fio, com cinco processos de cassação em andamento no Conselho de Ética, ele usou todas as armas. 

Os principais alvos foram Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) e Pedro Simon (RS), que ele conseguiu destituir da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na época. Depois, o amazonense Jefferson Peres (PDT) e os goianienses Marconi Perillo (PSDB) e Demóstenes Torres (DEM).
Contra os dois últimos, mandou o assessor Francisco Escórcio, conhecido como Chiquinho, instalar câmeras escondidas no hangar do Aeroporto de Brasília. Sobre aeronaves, seus arapongas montaram planilhas mostrando que Tasso Jereissati (PSDB-CE) abastecia a sua com dinheiro do Senado.

Em maio, na época desses vídeos, Renan participou de um jantar com políticos no interior de Alagoas. Disse que “Lira não iria durar até a metade de junho” na presidência da Câmara. A principal operação da Polícia Federal contra os aliados de Lira começou no dia 1º de junho
Quinze anos depois, a história se repete com Arthur Lira. Renan tem afirmado nas redes sociais que o presidente da Câmara agrediu a ex-mulher, Jullyene Lins, quando eram casados. O senador a incentivou a dar três entrevistas. O ruído só não foi maior porque o caso ocorreu há 17 anos e só veio à tona agora, o que pode sugerir armação política. Renan também tem divulgado informações sobre operações da Polícia Federal em seus perfis.

O rei Arthur está nu! https://t.co/3lXlCYezob— Renan Calheiros (@renancalheiros) June 26, 2023

Não para por aí. A reportagem de Oeste obteve vídeos com discursos de Renan atacando Lira em Alagoas. As imagens mostram como o senador age em palanques improvisados e como funciona a política num Estado onde ainda impera o coronelismo. O pano de fundo é que os dois rivais vão se enfrentar na disputa por uma cadeira no Senado em 2026.

O senador Renan Calheiros fala mal do presidente da Câmara, Arthur Lira, durante um evento em Alagoas, em 28 de maio deste ano pic.twitter.com/D9RoXXrI7i— Rute Moraes (@rutemoraesruth1) June 30, 2023

O senador Renan Calheiros fala que não vai concordar com o que o presida Câmara, Arthur Lira, faz com Alagoas, em 28 de maio. pic.twitter.com/gs6RM3cjoJ— Rute Moraes (@rutemoraesruth1) June 30, 2023

Em maio, na época desses vídeos, Renan participou de um jantar com políticos no interior de Alagoas. Disse que “Lira não iria durar até a metade de junho” na presidência da Câmara. A principal operação da Polícia Federal contra os aliados de Lira começou no dia 1º de junho. A determinação teria partido da Superintendência Regional da PF, atualmente comandada pela delegada Luciana Paiva Barbosa, nomeada por Lula neste semestre.

O presidente da Câmara já afirmou, inclusive numa conversa reservada com o ministro Flávio Dino na Residência Oficial da Câmara, que seu grupo está sendo monitorado em Brasília e Alagoas. Quem tem intermediado esses encontros entre os dois é o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), a quem Lira já chegou a sugerir que assumisse o crachá de Alexandre Padilha na articulação política. Até agora, as conversas não deram em nada. As ações policiais não arrefeceram e têm vazado diariamente na imprensa.Foto: Reprodução EstadãoFoto: Reprodução PiauíFoto: Reprodução Folha de S.Paulo

É impossível prever se as operações da Polícia Federal vão emparedar ou não Arthur Lira. Parte da sua força está no bloco que o elegeu: ninguém até então havia conseguido 464 dos 513 votos possíveis para comandar a Câmara — Ibsen Pinheiro, em 1991, e João Paulo Cunha, em 2003, conseguiram 434. 

 Para se ter uma dimensão do que isso significa, o impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado com 367 votos.  
Lira repete esses números com frequência nas reuniões a portas fechadas. 
Por enquanto, o que se pode afirmar é que Lula e seus aliados colocaram Arthur Lira no olho do furacão. 
E que ele tem (muitos) votos na Câmara.


Leia também “O Supremo navega na inconstitucionalidade”

Rute Moraes Silvio Navarro, colunistas Revista Oeste  

 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Arthur Lira se reúne com Luiz Fux no Supremo em esforço para derrubar liminar sobre orçamento secreto - Malu Gaspar

O Globo 

CONGRESSO

O presidente da Câmara, Arthur Lira, vai se reunir hoje com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para discutir a decisão da ministra Rosa Weber de suspender os pagamentos de emendas de relator, também conhecidas como do orçamento secreto. A reunião deve ter também um representante do Senado, já que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, está em Glasgow participando da COP-26.

Lira passou o final de semana procurando ministros da corte para dizer que a decisão é uma interferência indevida nos assuntos do Legislativo. O presidente da Câmara também tem cobrado apoio de alguns ministros mais próximos na votação em plenário a respeito da decisão da ministra, que ocorre de forma virtual das 0h de terça-feira até as 23h59 de quarta. 

As emendas do orçamento secreto são distribuídas entre os parlamentares da base e todas assinadas pelo relator, sem que se saiba exatamente quais os critérios para a escolha dos parlamentares beneficiados e para a aplicação do dinheiro. Os R$ 16,8 bilhoes deste ano são divididos entre Câmara (R$ 11 bilhões, administrados por Lira e R$ 5,8 bilhões a cargo do Senado). 

Na decisão tomada na sexta-feira, Rosa Weber não só determinou a suspensão dos pagamentos como também deu 24 horas à Câmara para explicar a tramitação das emendas e a forma como de decidiu quanto seria enviado, para onde e em nome de que parlamentar. Segundo a  ministra, as emendas de relator criaram dois regimes de distribuição do dinheiro do orçamento: o regular, em que o "dono" de cada emenda fica registrado; e o "sistema anônimo de execução das despesas decorrentes de emendas do relator", que é o orçamento secreto

Na prática, as emendas se tornaram moedas de troca no Congresso. São distribuídas a parlamentares da base a cada votação em troca de votos a favor do governo, por meio de de negociação com Arthur Lira e alguns de seus aliados. Para a ministra, tanto a falta de transparência como a diferença de regimes de pagamento são inconstitucionais porque violam os princípios constitucionais da “publicidade e da impessoalidade dos atos da Administração Pública e com o regime de transparência no uso dos recursos financeiros do Estado”. 

Nas conversas com os ministros e outros aliados, no final de semana, Lira tem dito que as emendas de relator não ferem a Constituição e que estão regulamentadas há anos pelo próprio Congresso. Mas a aposta de interlocutores dos ministros do Supremo  neste final de semana é a de que a votação no plenário será apertada, o que renderá dificuldades extras para Lira. Por essas contas, haveria pelo menos cinco votos favoráveis à liminar entre os dez membros da corte. 

Embora o presidente da Câmara tenha interlocutores próximos no Supremo,  como o ministro Gilmar Mendes, o clima para ele não é dos melhores na corte desde a aprovação da PEC da Imunidade, a emenda constitucional que proíbe a prisão cautelar por decisão monocrática, ou seja, de um único ministro do tribunal. Foi o que ocorreu com o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por decisão de Alexandre de Moraes.

A aprovação do Código Eleitoral, com dispositivos que enfraquecem o TSE, e a decisão de Lira de levar ao plenário a PEC do voto impresso geraram ruído no Supremo. Segundo relatos de ministros, Lira havia se comprometido a arquivar a proposta caso ela fosse rejeitada na comissão especial criada para avaliar o assunto. A comissão de fato rejeitou a proposta, mas Lira a enviou ao plenário mesmo assim. A PEC foi derrubada no plenário.

[Comentário: A IMPUNIDADE DA IMAGINAÇÃO FÉRTIL DA MÍDIA MILITANTES.
Curioso: quando a mídia militante imagina diálogos entre ministros do Supremo, parlamentares, interlocutores próximos, e apresenta  apresenta narrativa que deixa a impressão de desentendimentos entre Judiciário e Legislativo, nenhum partideco, ministro do Supremo, membro do MP considera que a narrativa, fruto da imaginação, seja  'fake news';
porém, se a mesma imaginação fértil que acomete a citada mídia acometer um apoiador do presidente Bolsonaro e  notícia de teor semelhante for veiculada, o 'imaginador' será preso sob acusação de: prática de fake news, ato atos antidemocráticos, atos contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.] 
 

Malu Gaspar, colunista - O Globo


sábado, 9 de outubro de 2021

Pacheco altera lei aprovada no Congresso mesmo após enviada ao Planalto - O Globo

Interferência em texto que limita candidaturas por partido acorreu depois que projeto já havia sido passado por Câmara e Senado 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), usou uma manobra burocrática na semana passada para facilitar o veto do presidente Jair Bolsonaro a trechos de um projeto que limita o número de candidaturas ao Legislativo em 2021 por cada partido. O intuito é diminuir ainda mais a quantidade de postulantes nas chamadas sobras eleitorais (vagas não preenchidas após a aplicação do quociente eleitoral, que é a divisão do total de votos válidos pelo número de cadeiras). Ele atendeu a um pleito do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que atuou em conjunto com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), para viabilizar a estratégia. O caso foi revelado pela “Folha de S.Paulo

A proposta já havia sido aprovada por Câmara e Senado e, portanto, seu conteúdo não poderia ser modificado. Antes de enviar o texto final à sanção da presidência, Pacheco fez alterações nas versão que havia sido chancelada pelo Congresso. Em mensagem enviada ao Palácio do Planalto, no dia 30 de setembro, ele solicitou a retificação de alguns itens do projeto com base na legislação que trata das regras para a elaboração, redação e alteração de leis. O senador alega que não houve mudança no mérito da proposta, somente na forma, segundo ele, para melhorar a redação.

O texto saiu do Congresso autorizava cada partido a registrar o número candidatos, mais um, equivalente ao de cadeiras disputadas. A regra vale para Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais. Ou seja, se a Câmara de uma determinada cidade dispusesse de 10 vagas para vereador, cada legenda poderia ter até 11 candidatos para aquele pleito. Em municípios menores, porém, a sigla poderia inscrever até 150% de candidatos, o equivalente a 15 postulantes numa Casa Legislativa com dez cadeiras, por exemplo. A exceção desagradava a Arthur Lira e seus aliados. Por isso, eles teriam acertado com Bolsonaro o veto a esse trecho — o que ocorreu em 1º de outubro.

Uma das principais mudanças determinadas por Pacheco transformou dois incisos que faziam parte de um artigo da lei em parágrafos distintos. Os trechos em questão, que acabaram vetados por Bolsonaro, permitiriam que o limite fosse ampliado para 150% em municípios de até 100 mil eleitores ou onde o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não excedesse 18.

Da forma como veio do Senado inicialmente, se Bolsonaro vetasse o item relativo aos 150%, também seria forçado a vetar o artigo como um todo, que também envolvia o novo limite de até 100%. Nesse cenário, voltariam a valer as regras atuais, ainda maiores, de 200% de candidatos. Autor da proposta, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) foi procurado por Lira e por Pacheco para fixar o limite em 100%, mas não aceitou, segundo aliados. Em uma das ocasiões, após a apreciação do projeto pelo Congresso, o presidente do Senado disse a Fávaro que Lira ficou “magoado” porque supostamente não foi respeitado o acordo com os deputados

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Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Presidente da Câmara alfineta Justiça Eleitoral sobre voto impresso

Presidente da Câmara diz ser inaceitável setor do Judiciário legislar sobre voto impresso quando sua função é apenas organizar os pleitos

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que não será aceito a Justiça Eleitoral legislar sobre voto impresso [VOTO AUDITÁVEL, VOTO VERIFICÁVEL ou REGISTRO DO VOTO.] ou qualquer outro tema. O deputado acrescentou que esse ramo do Judiciário deve apenas organizar as eleições com base nas decisões do Congresso, responsável pela aprovação de leis.
A questão do voto impresso tem sido motivo de uma série de ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem provas, o chefe do governo acusa o magistrado de ser contra a mudança no sistema de votação por querer manipular o pleito de 2022. 
[o que causa muito espanto, surpresa, é o ministro Barroso não declarar as razões que o levam a impedir que o voto seja registrado - um registro que será prova cabal da eventual ocorrência de fraudes. O ministro tem adotado uma postura de quem considera disponibilizar um sistema de segurança adicional nas eleições, uma ofensa pessoal.]

Aliado do Planalto, Lira comentou o assunto ontem (4/8), durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. “Aqui nós temos criado — pelo próprio Congresso — a Justiça Eleitoral, que visa administrar as eleições, fazer com que elas transcorram de forma tranquila. O que não se pode, o que não se deve e o que não vai se aceitar é que a Justiça Eleitoral legisle. Cabendo ao Congresso legislar, o que for decidido no Congresso tem de ser aplicado na Justiça Eleitoral”, frisou o deputado.

Uma comissão especial da Câmara tem previsão de votar, hoje, a proposta de emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), que prevê a adoção do voto impresso. A tendência é de que a matéria seja rejeitada. Dos 34 membros do colegiado, pelo menos 20 são contrários ao texto.

Durante a entrevista, Lira afirmou ser necessário que o Congresso se imponha com suas atribuições para decidir o que se deseja com relação ao tema. “As eleições são pertinentes ao Legislativo e ao Executivo. Ao Executivo, com relação ao pleito majoritário, e ao Legislativo, com relação ao pleito proporcional na Câmara e majoritário no Senado. (As eleições) não são pertinentes a outros Poderes”, alfinetou.

Lira destacou que o clima de animosidade em torno das eleições “não faz bem e não traz nada de produtivo” para a discussão a respeito do assunto. Quanto ao voto impresso, o parlamentar classificou o debate como “muito polarizado” no país e ponderou ter sido eleito pelo atual sistema eletrônico de votação nas oito vezes em que disputou diferentes cargos. Porém, o presidente da Câmara ressaltou: se há a discussão sobre o tema, é preciso haver alguma forma de auditagem dos votos, a fim de evitar qualquer contestação da eleição. “Na minha visão, se não há problemas, não há por que nós não chegarmos a uma situação de termos uma auditagem, seja lá de que maneira for, de forma mais transparente, para que não se tenha uma eleição, independentemente de quem seja eleito, contestada”, disse Lira, apesar de as urnas eletrônicas já serem auditáveis. [em outras palavras: "quem não deve, não teme".

Sugerimos o empenho do presidente da Câmara para que a PEC seja aprovada e vivendo o Brasil em um 'estado democrático de direito', restará ao ministro Barroso acatar o decidido pelo Poder Legislativo = o único dos Três Poderes que pode legislar.]

Saiba mais, Correio Braziliense
 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

‘Não vai ganhar na canetada’, diz Bolsonaro sobre Barroso - Revista Oeste

Presidente voltou a defender o voto verificável para as eleições de 2022, medida que não é apoiada pelo chefe do TSE 

Jair Bolsonaro voltou a criticar o chefe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, com quem vem protagonizando um embate público em torno do voto verificável para as eleições de 2022. Nesta quarta-feira, 4, o presidente voltou a defender mudanças no sistema de votação adotado no Brasil.

“O senhor Barroso, obviamente… É pessoal a questão dele comigo. E ele não vai ganhar na canetada”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal (RN). “Não estamos aqui brigando para dizer quem é mais homem, quem não é mais homem. É para termos a certeza de quem o povo votou, e o voto vai exatamente para aquela pessoa.”

Leia mais: “Arthur Lira: ‘Não se vai aceitar que a Justiça Eleitoral legisle’”

Também nesta quarta, como noticiamos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), lembrou que cabe ao Congresso Nacional, e não à Justiça Eleitoral, definir eventuais mudanças na legislação. Aqui nós temos criado, pelo próprio Congresso, a Justiça Eleitoral, que visa a administrar as eleições, fazer com que elas transcorram de forma tranquila, arbitrem. O que não se pode, o que não se deve e o que não se vai aceitar é que a Justiça Eleitoral legisle”, disse Lira em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Conflito aberto
Na segunda-feira 2, o TSE apresentou um pedido ao STF para que Bolsonaro seja investigado no âmbito do chamado inquérito das fake news, que apura a disseminação de supostas notícias falsas. O presidente, por sua vez, afirmou que não vai se intimidar e continuará defendendo o voto verificável nas eleições de 2022.

Como Oeste noticiou mais cedo, o corregedor do TSE, ministro Luis Felipe Salomão, solicitou ao STF o compartilhamento de provas e informações que possam contribuir com investigações em andamento sobre a chapa formada por Bolsonaro e Hamilton Mourão nas eleições de 2018. [a reativada nessa investigação = investigar o que não ocorreu = é uma tentativa de assustar o pressentir Bolsonaro - portanto, vale o ditado: 'quem não deve, não teme'.]

 Fábio Matos 

Militares da reserva divulgam nota em apoio ao voto ‘impresso’

Documento destaca que 'a confiabilidade e a transparência de um processo eleitoral constituem requisitos básicos para uma democracia saudável' 

Na segunda-feira 2, o Clube Militar, o Clube Naval e o Clube de Aeronáutica, formados por oficiais da reserva das Forças Armadas, emitiram uma nota conjunta em defesa do voto “impresso”. A proposta está em tramitação no Congresso Nacional, é apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro e mobilizou manifestações por sua aprovação em diversas capitais do Brasil no último domingo.

O documento destaca que “a confiabilidade e a transparência de um processo eleitoral constituem requisitos básicos para uma democracia saudável”, justificando “o debate sobre a implementação da urna eletrônica com voto ‘impresso’ auditável”. O texto classifica o equipamento utilizado na eleição no Brasil como “uma inescrutável caixa-preta”.

O TSE [Tribunal Superior Eleitoral], administrador-mor do sistema, prega a dependência absoluta do software, ao afirmar que um aumento da interferência humana ocasionaria erros que abririam brechas para a judicialização do processo eleitoral”, afirma a publicação. “Obviamente, nenhum sistema está totalmente a salvo da maldade dos homens. Mas seria a aceitação passiva dos resultados da urna eletrônica mais aconselhável, a fim de evitar questionamentos válidos, no melhor estilo ‘Cale-se, eu sei o que é melhor para você’? Eis a verdadeira ditadura.”

Leia a íntegra da nota dos militares da reserva em apoio ao voto “impresso”.

“Rio de Janeiro, 02 de Agosto de 2021

A confiabilidade e a transparência de um processo eleitoral constituem requisitos básicos para uma democracia saudável, e suscitaram o debate sobre a implementação da urna eletrônica com voto impresso auditável, em análise pelo Congresso Nacional, provocado pela PEC 135/2019.

As Urnas Eletrônicas (DRE – Direct Recording Electronic Voting Machines) de 1ª Geração foram implantadas em 1996. De 2006 a 2012, Holanda, Alemanha, EUA, Canadá, Rússia, Bélgica, Argentina, México e Paraguai abandonaram-nas. Em 2014, Índia e Equador adotaram modelos mais avançados. Embora já exista a Urna E de 3ª Geração, o Brasil insiste em utilizar as superadas Urnas E de 1ª Geração.[modelo que é utilizado apenas no Brasil, Butão e Bangladesh.]

A auditagem das urnas não pode ser enxergada a olho nu. Trata-se, de uma inescrutável caixa-preta. A inviolabilidade das urnas eletrônicas, atestada pela própria equipe técnica do TSE, não pode ser um dogma. O TSE bloqueia sistematicamente propostas de teste do sistema solicitadas por equipes externas, o que pode levar à suspeita de que tem algo a esconder. 
Por que essa exclusiva “segurança em obscuridade”? 
Por que tal segregação, se todos, indistintamente, têm direito à verdade?

No entendimento do TSE, apoiado na letra jurídica, o ônus da prova cabe a quem reclama de fraude. Mas, pelo fato de todo o processo ser digitalizado, sem a existência de provas visíveis e tangíveis, torna-se impossível atestar uma possível ilicitude. Se não há como apresentar provas materiais, a questão permanece em suspenso, o que favorece os tenazes defensores do sistema. Até quando vai perdurar esse circunlóquio?

Pessoas dotadas de nível mediano de conhecimentos sobre sistemas sabem que celulares e computadores são vulneráveis a vírus e invasões. No tocante a Urnas E, o universo de pragas cibernéticas pode compreender, dentre outros malefícios, a clonagem e adulteração de programas, a inclusão de programas maliciosos para desvio de votos de um candidato para outro, a supressão de votos, fraudes na apuração e totalização de votos e pré-inserção de votos nas urnas.

Sistemas digitais da Nasa, do Pentágono, de partidos políticos americanos e de grandes empresas privadas, mesmo protegidos por sistemas de segurança (CyberSecurity) up to date, já foram invadidos. Hackers, por ideologia e/ou interesses financeiros, são gênios do mal e estão sempre um passo à frente em termos de avanço tecnológico. Diante dessas inquestionáveis evidências, seriam as urnas eletrônicas brasileiras realmente inexpugnáveis?

De acordo com o previsto na PEC 135/2019, mediante a impressão, o eleitor não tocaria o voto, tampouco o levaria consigo, apenas o veria, verificaria se ele de fato corresponde ao candidato que aparece na tela, confirmaria, o papel cairia e permaneceria armazenado dentro de urna lacrada, o que possibilitaria, caso necessário, futuro cotejo e recontagem. Portanto, nada mais falso afirmar que, com a impressão do voto, o eleitor poderia ser pressionado por ‘benfeitores’, traficantes, milicianos e afins. Pura desinformação.[essa pressão pode existir nos dias de hoje - basta o eleitor levar o celular para a urna. O eleitor não é revistado quando vai para a urna, apenas declara que não porta celular.]

O TSE, administrador-mor do sistema, prega a dependência absoluta do software, ao afirmar que um aumento da interferência humana ocasionaria erros que abririam brechas para a judicialização do processo eleitoral. Obviamente, nenhum sistema está totalmente a salvo da maldade dos homens. Mas seria a aceitação passiva dos resultados da urna eletrônica mais aconselhável, a fim de evitar questionamentos válidos, no melhor estilo ‘Cale-se, eu sei o que é melhor para você’? Eis a verdadeira ditadura.

O sistema de urnas eletrônicas com voto impresso auditável, indubitavelmente, acrescenta equipamentos eletrônicos, o que aumenta a probabilidade da ocorrência de problemas sistêmicos, além de gerar necessidades logísticas e de segurança física. Caberia ao TSE ser proativo e estabelecer planos contingentes para que o sistema como um todo possa operar de maneira eficiente. A justificativa de que, em face da pandemia, o gasto de três bilhões de reais com o custo da implementação das urnas eletrônicas com voto impresso auditável seria inadmissível não se sustenta, pois a lisura e a transparência do processo eleitoral — essenciais para uma salutar democracia — não têm preço, seja em que tempo for.

O prazo final para a resolução desse imbróglio, visando às eleições de 2022, será outubro. Esperamos que não seja um outubro vermelho, mas sim verde e amarelo, pelo bem do Brasil.”

Artur Piva - Brasil - Revista Oeste


quarta-feira, 21 de julho de 2021

Alcolumbre que já era 'sem noção', desorientou de vez

Malu Gaspar - O Globo

Davi Alcolumbre articula indicação de Rodrigo Pacheco para barrar André Mendonça no Supremo 

[senador Alcolumbre! por um  desses desastres inexplicáveis, o senhor conseguir 'estar' presidente do Senado; tão absurdo evento certamente não se repetirá.Quem escolhe o procurador-geral da República é o presidente Bolsonaro - aceite e aproveite o resto do seu mandato = que, pelo seu desempenho, será o único.]

A recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República, anunciada ontem, eliminou a alternativa preferida do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP)  para tentar impedir a escolha de André Mendonça para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello. Mas isso não significa que Alcolumbre desistiu de impedir o atual advogado-geral da União, seu desafeto e candidato de Jair Bolsonaro, de assumir a vaga. 

Prevendo que Aras seria tirado da disputa pelo próprio presidente da República, ao nomeá-lo para mais um mandato na PGR, Alcolumbre articula há pelo menos um mês um plano B: tentar convencer os senadores que não se empolgam com a indicação de Mendonça a se engajar numa campanha pela nomeação de ninguém menos do que o próprio Rodrigo Pacheco, o atual presidente do Senado. [o cidadão foi eleito senador da República, por um desastroso acidente(incluindo entre outras coisas estranhas,a presença de 82 cédulas, quando só há 81 senadores) ficou presidente do Senado. Apesar de tudo, não aprendeu que quem indica ministros do STF é o presidente da República - se o indicado for rejeitado, o presidente da República indica outro, até que um nome seja aceito.]

Embora seja apenas um senador, Alcolumbre é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É por essa comissão que o nome de Mendonça precisa ser avaliado antes de ser submetido ao plenário do Senado, onde precisa de 41 dos 80 votos para ser aprovado. 

Leia mais: Arthur Lira cria ‘sistema de castas’ para distribuir R$ 11 bilhões em emendas a deputados

Mas Alcolumbre não só tem dito nos bastidores que não pretende pautar a sua indicação tão cedo, como trabalha incansavelmente para que ele seja rejeitado. Além de não gostar de Mendonça, ele também estaria magoado com Bolsonaro pelo fato de que não ter sido nomeado para um ministério depois de sair da presidência do Senado, como esperava.  Augusto Aras era o preferido do ex-presidente do Senado e de vários outros porque, além de ser visto como alguém simpático às causas da classe política e de ter contribuído para o enfraquecimento da Lava Jato, ele era considerado imbatível numa disputa com Mendonça. Quando sua indicação à PGR foi submetida ao Senado, Aras foi aprovado com 68 votos.  

Agora, por mais que a ida de Rodrigo Pacheco para o Supremo pareça uma ideia esdrúxula, uma vez que o presidente do Senado é um dos cotados para uma candidatura de terceira via à presidência da República, Davi Alcolumbre insiste. Desde que a ideia foi lançada num jantar em que estavam senadores como Katia Abreu (PP-TO), Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), ele  vira e mexe volta a ela. 

Nas últimas semanas, ele tem telefonado aos senadores, um a um, para pedir que não recebam Mendonça e nem votem nele. E quando lhe perguntam em quem votar, senão no candidato de Bolsonaro, Alcolumbre recorre ao nome de Pacheco.  Em sua batalha anti-Mendonça, o senador do Amapá já consultou inclusive o próprio Rodrigo Pacheco – que não deu corda à iniciativa, mas não a vetou. Bolsonaro também já foi informado da movimentação. 

Segundo a linha de raciocínio que Alcolumbre  expõe nas conversas, reproduzidas à equipe da coluna por três dos seus interlocutores, Pacheco seria um bom nome para Bolsonaro porque evitaria o "vexame" de o presidente de ter seu candidato rejeitado; seria bom para o Congresso, por ser um ministro do Supremo que já foi parlamentar. 

E por último, mas não menos importante, abriria espaço para recolocar na presidência do Senado algum aliado fiel de Bolsonaro, uma vez que Pacheco não seria suficientemente leal ao governo.  A questão é que, segundo o plano de Alcolumbre, esse aliado seria ele mesmo. Daí porque os principais interessados em barrar a candidatura de Mendonça – alguns emedebistas e a ala mais ligada ao Centrão, que não o consideram  "confiável" – não veem vantagem em trabalhar pela alternativa Pacheco. Nessa hipótese, só Alcolumbre, que alimenta a ideia fixa de tentar voltar à presidência do Senado, sairia ganhando. 

Enquanto isso, André Mendonça segue em campanha. Nesta terça-feira, ele foi a Goiania se encontrar com os senadores Vanderlan Cardoso (PSD) e Luis do Carmo (MDB). Na semana passada, participou de um jantar na casa do ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório, com os senadores Rose de Freitas (MDB-ES), Eduardo Gomes (MDB-TO), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Lucas Barreto (PSD-AP). 

A seguir nesse ritmo, periga Alcolumbre acabar falando sozinho.

Malu Gaspar,colunista  -Blog em O Globo


terça-feira, 6 de julho de 2021

'Não há nenhum fato novo que justifique' impeachment de Bolsonaro, diz Arthur Lira

Sofia Aguiar

Para o presidente da Câmara, as suspeitas sobre compra da vacina Covaxin não bastam para dar andamento a processo

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reforçou o discurso de que não há justificativa para dar andamento a um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Apesar da abertura de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), semana passada, para verificar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao não determinar a apuração das suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin, Lira avalia que "neste momento, não há nenhum fato novo que justifique e que tenha alguma ligação direta com o presidente da República". O fato de "algum parlamentar ter dito que entregou um documento" a Bolsonaro "não justifica", a abertura do processo de impedimento, ressaltou o deputado.

"Não podemos institucionalizar o impeachment no Brasil, temos de aprender a discutir esses assuntos com muita seriedade", declarou o presidente da Câmara à rádio Jovem Pan. Para ele, o País "não pode ser instabilizado politicamente a cada presidente que é eleito". Segundo Lira, a abertura de um processo neste momento "desestabilizaria a economia e pararia o Brasil". Na semana passada, o presidente da Câmara recebeu um 'superpedido' de impeachment firmado por diversos partidos de oposição, movimentos sociais e representantes do centro e direita, inclusive ex-bolsonaristas como o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).

Para Lira, os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid trouxeram "realidades" que já estão sendo investigadas pela comissão. "A presidência da Câmara tem o papel de atuar com imparcialidade e neutralidade e vai esperar o desenrolar dos acontecimentos", afirmou.

Reformas
Lira afirmou que busca o consenso para dar a andamento a votações importantes na Casa, tanto entre os parlamentares quanto com setores da economia. Sobre a reforma tributária, o presidente da Câmara avalia que chega um momento da discussão em que "as coisas tendem a subir um pouco a temperatura".

"Mas eu costumo dizer aqui sempre com muita paciência, com muita transparência, o assunto será discutido com os setores, com os setores produtivos, com o governo, com os entes federativos, com todos os que geram divisas e riquezas para o País", afirmou o deputado. Segundo ele, "não teremos aumento de carga tributária". "Nós vamos trabalhar para que a reforma seja neutra, sem a sanha arrecadatória da receita. Iremos desburocratizar, simplificar, dar segurança jurídica, sem atrapalhar o crescimento do Brasil", afirma.

Em relação ao projeto de lei da privatização dos Correios, Lira afirmou que o relatório deve estar pronto nesta terça-feira (6). Segundo ele, entre a segunda quinzena de julho e primeira semana de agosto, a matéria deve estar em Plenário para que seja discutida entre os parlamentares.

Voto impresso
Lira disse que não tem queixas sobre a urna eletrônica, mas que não vê problemas em ter auditagem "para acabar com a versão que está posta na rua que tem fraude no sistema", afirmou, referindo-se à Proposta de Emenda Constitucional em tramitação na Câmara. "Muito melhor uma averiguação matemática, calibrada, do que talvez uma eleição questionada." O voto impresso tem sido defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. "O que temos que afastar são as versões. Tem muita versão sobre voto impresso, polarização sobre voto auditável, tem muitas situações que a população tem tido informações muito divergentes", afirmou.

Terra - Estadão Conteúdo

 

terça-feira, 22 de junho de 2021

'A CPI não trará efeito algum', diz Arthur Lira, que não vê 'circunstâncias' para o impeachment

Aliado do Planalto nega demora do governo na compra de vacinas, critica trabalho da CPI instalada no Senado e diz que não vê espaço fora da polarização em 2022 

Incomodado com o trabalho da CPI da Covid no Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defende que não houve atraso na compra de vacinas da Pfizer. Caso o governo Bolsonaro tivesse adquirido os imunizantes antes, diz Lira, “não teria resolvido o problema da pandemia”. O parlamentar lamenta as mais de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil, mas alega que essa tragédia não é motivo para instaurar um processo de impeachment contra o presidente da República. De acordo com Lira, falta uma circunstância política. O presidente da Câmara ainda afirma que a reforma administrativa deverá ser votada neste ano, mas promete que o texto final não vai afetar a vida dos atuais servidores públicos. Sobre a disputa eleitoral em 2022, com Bolsonaro e Lula no páreo, ele não acredita na possibilidade de uma terceira via.

A CPI da Covid no Senado tem ganhado protagonismo na agenda do Congresso. Qual a sua opinião sobre o trabalho da comissão?
Neste momento, a CPI é um erro. A guerra está no meio. Como é que você vai apurar crime de guerra no meio da guerra? Como vai dizer qual é o certo? Até dois meses atrás, o Chile era a nossa referência. Como está hoje? Por que está desse jeito se já vacinou 60%, 70%? No combate à pandemia, não tem receita de bolo pronta. Você não sabe qual variante (predomina), se fica ou sai de lockdown. A CPI polarizou politicamente e não vai trazer efeito algum, a não ser que pegue alguma coisa.

O senhor não acredita que a CPI esteja apontando caminhos importantes?
Não. Participei das conversas com a Pfizer, numa reunião em fevereiro com o Rodrigo Pacheco, o (Paulo) Guedes, o general (Luiz Eduardo) Ramos e o presidente Bolsonaro. Naquela época, não tinha autorização da Anvisa e achavam que o contrato era leonino. O que dissemos? Se tem dinheiro, se tem empenho, se o mundo todo está assinando esse contrato... Então, faça. Do dia em que a Pfizer propôs ao dia em que o governo fez (o contrato), se não errei as contas, alteraria em três milhões de doses (a mais). É muita dose. Ajudaria muita gente. Mas resolveria o problema da pandemia?

Mas a Pfizer já vinha negociando com o governo desde agosto...
Mas onde ela fechou em agosto, fora nos Estados Unidos e em Israel? Tinha 500 mil doses num canto, 100 mil doses em outro. Não tinha nada grande. Israel tem quantos habitantes? Seis milhões? Um país riquíssimo, com todas as proteções. Num país como Portugal, três milhões de doses vacinam 30% da população. Três milhões de doses no Brasil não vacinam Alagoas.

Mesmo assim seria importante salvar vidas.
Não estou dizendo que não é (importante). Estou dizendo que não é a salvação da pandemia. Qualquer vida é importante. Salvar uma vida é bom demais. Agora, não sou governo. A minha atuação nisso foi fazer com que assinassem.

Há condições de abrir processo de impeachment contra o
presidente?
Não é por aí. A minha função no impeachment é de neutralidade. Não 
sou eu que faço o impeachment.
Você quer dizer que o presidente Bolsonaro não tem voto na Câmara para segurar um pedido de impeachment?
Que ele não tem base de apoio popular para se contrapor a um pedido de impeachment?
Então, o que é que estão querendo?
Que eu desorganize o país, que eu comece uma conflagração de 122 votos que querem contra 347 que não querem?
Vocês querem testar? O que a população quer é testar?
Acha que é o caminho? Vamos testar. O que eu estou dizendo é que o impeachment é feito com circunstâncias, com uma política fiscal desorganizada, uma política econômica troncha. O impeachment é político.

E as 500 mil mortes por Covid não seriam uma justificativa?
499 mil (mortes) seriam. 501 mil seriam. Uma seria. A questão é sobre se tem (circunstâncias). Tem? Ou é uma parte que está pedindo? Vai resolver o quê? É o (vice-presidente Hamilton) Mourão que vai resolver? O que é que vamos fazer com o impeachment? Impeachment tem várias circunstâncias, e venho dizendo isso muito claramente. O (ex-presidente Michel) Temer tinha apenas 3% de aprovação popular, com o Janot (Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República) todo o dia disparando uma flecha. E passou por dois pedidos negados na Câmara. Lula teve o mensalão e não teve pedido de impeachment, com um rebanho de gente pedindo. Fernando Henrique teve. Rodrigo Maia, claramente de oposição a Bolsonaro, teve 67 pedidos de impeachment na gaveta. Pautou um? Por quê?

O que falta então para tocar o impeachment?
Falta circunstância. Falta um conjunto de coisas. Enquanto a economia tiver em crescimento... Veja bem, não estou faltando com respeito a nenhuma vítima. 499 mil, 501 mil, são todas significativas como uma vida. Pelo amor de Deus! O que estou dizendo é que o impeachment não é feito só disso.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Parlamentares e associações de jornalistas criticam mudança do Comitê de Imprensa da Câmara - G 1 Jornal Nacional

A nova sala fica longe do plenário e dificulta acesso dos repórteres aos parlamentares. Não é a primeira vez que um presidente da Câmara tenta ocupar o espaço do Comitê de 
Imprensa, onde os jornalistas trabalham.
[se grande parte dos jornalistas trabalha em casa, realizando até entrevistas, regime de home office - tipo noticia cai no colo do repórter - mudar a sala de imprensa de um ponto da Câmara dos Deputados para outro (no mesmo prédio), representa evidente ato de censura, coerção e de bloqueio à atividade jornalística.
Na imposição da medida não existe nenhum impedimento legal que motive o recuo de Arthur Lira, certamente a matéria irá para o Supremo Tribunal Federal.] 

Parlamentares e associações de jornalistas criticaram a decisão da direção da Câmara de mudar de lugar o Comitê de Imprensa da casa. A nova sala fica longe do plenário e dificulta o acesso dos repórteres aos deputados.Não é a primeira vez que um presidente da Câmara tenta ocupar o espaço do Comitê de Imprensa, onde os jornalistas trabalham. [espaço interno da Câmara dos Deputados, sob administração daquela Casa legislativa - o novo espaço continua no interior da Câmara, apenas alguns metros distante do atual.]

Em 2007, o então presidente Arlindo Chinaglia, do PT, por exemplo, tentou. Eduardo Cunha, do MDB, também, em 2015. Na gestão passada da mesa diretora da Câmara, a deputada Soraya Santos, do PL, então primeira-secretária, assumiu o projeto da mudança. O presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas, decidiu dar prosseguimento.[se percebe que a necessidade da mudança vem sendo reconhecida pelas mais diversas correntes políticas; agora com Arthur Lira no comando, a mudança será realizada = o que complica é o atual presidente da Câmara ser aliado do presidente da República.] 

Como o Congresso Nacional é patrimônio cultural do Brasil, tombado em 2007 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a mudança teve que ser autorizada. O Iphan deu aval em 2018. Considerou que “a intervenção não apresenta riscos de descaracterização do edifício e se restringe à reorganização e redistribuição interna de diversos ambientes de trabalho, não havendo nenhuma alteração, seja na volumetria do edifício, suas fachadas ou obras de arte integradas”.

O comitê deve ir para um novo espaço, longe do plenário e bem menor que o atual, sem as cabines que são usadas pelas emissoras de rádio e TVs para gravações e entrevistas. O comitê tem 46 mesas para os repórteres e o novo espaço teria 41.Para sair da presidência da Câmara e chegar ao plenário, o presidente precisa passar por uma área de circulação, o chamado Salão Verde, onde pode ser abordado pelos jornalistas. Com a mudança da presidência para onde fica o Comitê de Imprensa, ele terá acesso direto ao plenário, sem passar pelos repórteres.

Já os repórteres vão perder esse acesso direto ao plenário - serão transferidos para outro andar. A mudança já tem data marcada. Os jornalistas deverão deixar o comitê na quinta-feira (11). Na segunda-feira (8), em nota, Arthur Lira disse que “a alteração em nada vai interferir na circulação da imprensa, que continuará tendo acesso livre a todas as dependências da Câmara como plenário, corredores, salões e à própria presidência”, e que “o objetivo da mudança é aproximar o presidente dos deputados”.

Na sessão desta terça-feira (9), deputados fizeram apelos para que Lira desista da mudança. Kim Kataguiri, do Democratas, que está recolhendo assinaturas de deputados para reverter a decisão, questionou o presidente: “Gostaria de questionar vossa excelência se essa decisão é definitiva ou se ainda existe possibilidade de 
reconsideração”.
Lira respondeu: “A decisão administrativa está tomada”. 

[nossa opinião: Considerando que tudo é judicializado no Brasil, estando qualquer assunto, por mais irrelevante que seja, sujeito a ser julgado pelo Supremo, acreditamos que algum partideco acionará o STF, para se manifestar sobre o tema.
Tem se observado, nos tempos recentes,  que os ministros do STF além do notório saber jurídico que a Constituição impõe que possuam, se consideram possuidores do saber holístico, sem prejuízo de especialização em algumas áreas. 
Exemplos: 
- O ministro Lewandowski, tem se destacado no conhecimento da área médica, especialmente a da imunização; 
- o ministro Gilmar Mendes atribuiu ao Exército Brasileiro a prática de genocídio - talvez pretendesse rechear o currículo para uma possível indicação ao TPI - Haia, Holanda; complicou quando o comandante da Força terrestre questionou sobre os cadáveres - indispensáveis a comprovação do crime de genocídio;
- o ministro Alexandre de Moraes, no entender do ministro Toffoli, está capacitado para atuar no campo do escatológico (nos referimos ao adjetivo  escatológico, o  que trata das implicações teológicas do fim do mundo, sobretudo o Juízo Final) tanto que foi designado  pelo então presidente do STF para conduzir o inquérito das fake news, mais conhecido como o inquérito do 'fim do mundo' - a designação foi nominal,sido dispensado o regular sistema de sorteio do relator.
Vamos torcer que a decisão da Suprema Corte seja favorável a que uma das casas de um dos Poderes da República possa administrar livremente sua área interna.]

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) disse que “o presidente da Câmara desmerece e prejudica jornalistas que trabalham na casa; que Oscar Niemeyer projetou o comitê ao lado do plenário para que os jornalistas tivessem acesso ao principal local de debates e deliberações; que, ao propor a mudança do comitê, fere a memória da casa que, desde sua instalação, abriu espaço e facilitou a atuação dos jornalistas. A Fenaj pede ao presidente Arthur Lira que reveja a decisão”.

A Associação Nacional de Jornais também divulgou nota lamentando a decisão que “não contribuiu para aproximar a imprensa do Legislativo” e disse que “toda medida que dificulta o trabalho da imprensa atenta contra a transparência do parlamento e a necessária cobertura e acompanhamento dos trabalhos legislativos”.

 Jornal Nacional e G1Transcrito em 10 fevereiro 2021