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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Defesa de Aécio deu tiro no pé

Ao pedir para deixar a Lava-Jato, defesa de Aécio deu tiro no pé

Senado afastado agora é julgado pela primeira turma, que costuma manter pedidos de prisão

A estratégia da defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de pedir para tirar do ministro Edson Fachin a relatoria do inquérito que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta ligação espúria com a JBS foi um tiro no pé. Antes, o caso era considerado do âmbito da Lava-Jato e, por isso, analisado pela Segunda Turma da corte, que tem tendência maior de libertar presos. Agora, o inquérito está na Primeira Turma, que tem outra inclinação. A mudança de endereço do processo causou o primeiro revés ao parlamentar, quando manteve a irmã dele, Andréa Neves, presa. Semana que vem, é o próprio Aécio que estará na mira, quando o colegiado analisará o recurso da Procuradoria-Geral da República insistindo na prisão do tucano. 
 Quando o inquérito chegou ao STF, Aécio e Andrea eram investigados junto com o presidente Michel Temer. A defesa do parlamentar queria separar as condutas – e conseguiu. Com isso, o caso saiu das mãos de Fachin, que é da Segunda Turma. Um sorteio definiu Marco Aurélio Mello, da Primeira Turma, o novo relator. Cada um dos colegiados é integrado por cinco ministros. A presidente, Cármen Lúcia, não participa desses julgamentos.

Ao discutir prisões, a Segunda Turma costuma ter interpretação “garantista”, na linguagem jurídica. Recentemente, com os votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, o colegiado mandou libertar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no mensalão e na Lava-Jato. Dias antes, a Primeira Turma tinha determinado a prisão do goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato de Eliza Samúdio, com quem tem um filho. Marco Aurélio havia libertado o réu, mas a Primeira Turma revogou o benefício.

Embora tenha posição conhecida contra a prisão de investigados antes da condenação, Marco Aurélio decidiu levar o recurso de Andrea para a análise dos colegas – que, na maioria, têm uma visão rígida do processo penal, especialmente em relação a crimes do colarinho branco. Eles mantiveram a prisão da irmã do senador por considerar graves as condutas atribuídas a ela. [destaque-se que o motivo considerado não existe no Código de Processo Penal, que é a legislação adequada para definir os fundamentos para decretação de uma prisão preventiva;
o motivo invocado existe apenas na interpretação dos ministros que o invocaram.]


Marco Aurélio também vai levar ao plenário da Primeira Turma o pedido de prisão de contra Aécio. O caso é diferente, já que, segundo as investigações, Andrea era responsável por negociar diretamente repasse de dinheiro com a JBS para beneficiar o irmão. Quando era relator, Fachin decidiu prender Andrea, mas deixou Aécio livre – embora tendo afastado o senador do mandato. [a penalidade de afastamento de um parlamentar do seu mandato INEXISTE na legislação brasileira, sendo fruto apenas do entendimento do ministro que a determina sua aplicação - entendimento sem origem ou fundamento.] Agora, caberá à Primeira Turma decidir se toma ou não uma decisão mais dura que a de Fachin.

No julgamento do recurso de Andrea, dois dos três ministros que votaram pela manutenção da prisão consideraram graves os fatos investigados até agora. Luís Roberto Barroso disse que há “provas abundantes e contundentes” e que os diálogos gravados revelam a habitualidade criminosa com a qual Andrea operava em nome do irmão. Rosa disse que há indícios mínimos de materialidade. Fux não se adiantou sobre o caso concreto. Disse apenas que considerava mais prudente manter Andrea presa enquanto as investigações estão em curso. O fato de manter Andrea presa, no entanto, não significa que a decisão será estendida ao irmão dela. Mesmo porque, se a Primeira Turma determinar a prisão de Aécio, a decisão precisa ser referendada pelo Senado. [será que precisa? se três SUPREMOS ministros decidirem pela prisão de Aécio - sem atender ao determinado na Constituição  - quem vai questionar os autores da ilegal decisão?]

Fonte: O Globo
 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Joesley Batista pensa ser esperto, mas se f ... - Justiça americana pode compensar o vacilo de Janot ao ser generoso com Joesley

Ida de Joesley para os EUA pode ser tiro no pé, avaliam especialistas

Avaliação é de que a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é bem mais rígida do que a autarquia brasileira; lá, um crime financeiro colocaria os irmãos Batista presos por mais tempo

A sensação de que o empresário Joesley Batista, ao ter viajado para os Estados Unidos, escapou da cadeia — beneficiado por acordo de delação premiada— para viver livre, leve e solto em Nova York com a família, o jatinho particular e o iate de luxo pode estar com os dias contados. Especialistas não têm dúvidas de que a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é bem mais rígida do que a autarquia brasileira. Lá, o peso de um crime financeiro é muito maior e os donos da JBS ficariam presos por mais tempo do que se fossem punidos no Brasil.

Além de a JBS ter vários frigoríficos nos Estados Unidos e ações negociadas em Nova York, a holding J&F tem subsidiárias norte-americanas. Portanto, Joesley Batista estará sujeito às leis de lá ao admitir que comprou dólares na véspera da divulgação da delação premiada. Além disso, as suspeitas de que ele e o irmão Wesley Batista usaram informações privilegiadas para lucrar quase R$ 500 milhões com a venda de ações da JBS, entre outras irregularidades, podem ser objeto de investigação nos EUA. “A normatização da SEC é muito mais acentuada do que a da CVM. É pouco provável que os empresários consigam escapar da prisão e de uma multa bastante rigorosa nos Estados Unidos”, avaliou o advogado Sérgio Camargo, especialista em crime organizado pela Universidade de Salamanca (Espanha) e professor de Direito Administrativo da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).

Para Camargo, apesar de o impacto inicial ser como um “soco no estômago do país”, a percepção, a longo prazo, é de que eles não conseguirão escapar de uma punição exemplar na terra do Tio Sam. “A família Batista também vai enfrentar processos dos acionistas norte-americanos por conta dos danos colaterais da delação premiada. Essa fatura pode ser bem alta”, avisou. Outra empresa envolvida em escândalos de corrupção da Operação Lava-Jato, a Petrobras pode ser multada em cerca de US$ 20 bilhões nos Estados Unidos devido aos processos de acionistas.

O sociólogo e sócio da Arko Advice Thiago Aragão também não tem dúvidas de que a punição dos irmãos Batista nos EUA será muito mais dura do que no Brasil. “Aqui, não vemos ninguém preso por operar no mercado com informação privilegiada (insider trading), mas, nos Estados Unidos, isso é muito comum e as penas vão de 10 anos a 20 anos, dependendo da gravidade do crime”, alertou.

Um investidor estrangeiro que pediu para não ser identificado criticou a morosidade da CVM em investigar irregularidades na JBS e também em empresas citadas na Lava-Jato listadas na bolsa. Ele mostrou indignação sobre a série de denúncias de pagamento de propinas a políticos. “A questão mais grave é que não tenho conhecimento do que a CVM tem feito acerca de uma companhia ser roubada pelos controladores. A J&F, que tem 44% das ações nas mãos da família Batista, tem retraído recursos da companhia para pagar negócios políticos, o que não foi identificado nem pela CVM nem pelos auditores independentes”, criticou. “Isso é muito ruim para a imagem do mercado acionário. O investidor estrangeiro compra de 50% a 70% das ações de empresas que fazem IPO (abertura de capital) na bolsa. Ele deixará de olhar para o Brasil se perceber que não se coíbe a corrupção e as atitudes de controladores que lesam minoritários”, avaliou.

A CVM divulgou a abertura de sete processos administrativos para investigar as irregularidades dos controladores da JBS somente após a divulgação da delação premiada dos irmãos Batista. Aragão criticou a demora da autarquia e lembrou que a morosidade é uma praxe. No caso da Oi, operadora em processo de recuperação judicial, a CVM ainda não concluiu as investigações, que correm o risco de não terem veredito antes da venda da empresa.


Falha
Para um ex-diretor da CVM, que pediu anonimato, o órgão “falha na fiscalização ao não punir com rapidez”. Procurada, a autarquia evitou comentar as críticas e disse que, “em razão de informações surgidas recentemente no contexto do acordo de colaboração de executivos da JBS com o MPF (Ministério Público Federal), a CVM questionou a companhia sobre essas informações”. A resposta, enviada pela JBS na terça-feira, está “em análise”.


A advogada Rita Maria Scarponi, ex-conselheira da CVM, ressaltou a necessidade de mudanças na legislação, que é de 1976. “As regras precisam atribuir instrumentos aos fiscalizadores”, afirmou. Para ela, “os procedimentos ilegais da empresa no Brasil podem ter uma punição ‘mais dura’ na SEC”.  Procurada, a JBS justificou que a viagem da família Batista para o exterior ocorreu “por razões de segurança”. A empresa não comentou a possibilidade de extradição do empresário. De acordo com o Itamaraty, não há nenhum pedido feito pelo Ministério da Justiça nesse sentido.


STF vai avaliar termos da delação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello disse ontem que vai analisar o mandado de segurança do Instituto Brasileiro do Direito de Defesa (Ibradd), que pede a anulação dos termos da delação premiada assinada pelos executivos da JBS. Porém, o ministro pretende receber, antes, os representantes da entidade. O encontro será na semana que vem. “O conteúdo excepcionalmente benevolente e generoso do acordo (…), em favor dos colaboradores e desfavor da coletividade brasileira, viola os princípios de proporcionalidade, razoabilidade e moralidade”, defende o Ibradd. Nos bastidores, ministros dizem que o pedido não será atendido.

Fonte: Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 23 de março de 2016

AGU atira em Moro e pode ter acertado Dilma

A reclamação da AGU no STF a respeito das gravações da conversa entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma pode ter sido um tiro no pé para ela 

STF decidirá se Dilma tentou obstruir a Justiça

A reclamação que resultou na decisão do ministro Teori Zavascki de levar para o Supremo Tribunal Federal o processo do ex-presidente Lula que estava em Curitiba com o Juiz Sérgio Moro pode ter duas consequências: ou a presidente Dilma Rousseff está de alguma forma envolvida em uma tentativa de obstrução da Justiça, e nesse caso o Procurador vai pedir uma abertura de inquérito contra ela, ou vai dizer que não há razão para abrir inquérito. 
 
Nos dois casos, o mais provável é que processo relativo ao ex-presidente Lula volte para o Juiz Sérgio Moro em Curitiba. No primeiro caso, o ministro Teori Zavascki analisará se há necessidade de manter o resto da investigação no Supremo. Pelas decisões assemelhadas, dificilmente o Supremo vai ficar investigando triplex no Guarujá ou sítio em Atibaia. Essa ação não tem nada a ver com os mandados de segurança contra a posse de Lula no ministério, que já foi objeto da decisão do ministro Gilmar Mendes.  O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, respondendo a uma reclamação dos advogados do ex-presidente Lula, disse hoje de manhã ao presidente do Supremo Ricardo Lewandowski que considerava o ministro Gilmar Mendes o juiz competente para decidir sobre os mandados de segurança contra a posse de Lula no ministério de Dilma.

 
 O ministro Zavascki disse que se considerava competente para analisar as ADPFs (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), mas que isso não causa prevenção em relação aos mandados de segurança. Na verdade, a decisão do ministro Teori Zavascki de requerer o processo do ex-presidente Lula não tem nada que já não tenha sido decidida pelo Supremo Tribunal Federal.


 O fato é o seguinte: havia em curso no Paraná vários inquéritos envolvendo o ex-presidente Lula, e no âmbito desses inquéritos foi decretada a quebra do sigilo telefônico, e captadas várias conversas. Algumas dessas conversas envolviam a presidente da República, uma onde teria ficado demonstrado que a presidente tentou obstruir a Justiça, obstruir justamente essas investigações.
 

O que deveria ter acontecido: independentemente de se tratar da nomeação do ex-presidente Lula para o ministério, o fato de ter havido uma possível tentativa de obstrução da Justiça por parte da presidente levaria automaticamente à imediata remessa dos autos para o Supremo Tribunal Federal.  Isso aconteceu em outras oportunidades, desde o primeiro caso do Paulo Roberto Costa. Como houve a autorização de divulgação, o ministro Teori Zavascki recebeu uma reclamação da presidente Dilma Rousseff, através da Advocacia-Geral da União (AGU), alegando que ela tem prerrogativa de foro. 

A decisão dele foi tomada em duas áreas:
1 – Mandar tudo para o STF, como tem acontecido outras vezes, e o Supremo vai, ouvido o Ministério Público, dizer se a presidente obstruiu ou não, se é caso de abrir um inquérito contra a presidente. Isso quem vai dizer é o Procurador-geral da República Rodrigo Janot. [o ingrato, segundo Lula.] Se ele disser que não aconteceu nada, não há indício de obstrução, o ministro Zavascki mandará tudo de volta imediatamente para o Juiz Sérgio Moro.
2 – Zavascki mandou também sustar imediatamente a divulgação desses áudios, restabelecendo o sigilo, embora reconhecendo que a esta altura, do ponto de vista prático, não há o que fazer. Mas ele, com isso, tenta minimizar o estrago que considera ter sido feito.


Nesse intervalo, enquanto não houver uma decisão, qualquer investigação que seja necessária, que não possa ser adiada, será feita pelo Supremo. Nesse momento a competência é do Supremo. Provavelmente a decisão final do STF será manter o que vem sendo feito desde o início da Operação Lava-Jato, separar os que têm foro privilegiado. 

 
Em raros casos o Supremo manteve o processo de quem não tinha foro privilegiado, como num envolvendo o deputado Eduardo Cunha, quando se decidiu manter uma prefeita. A experiência do mensalão mostrou aos ministros que é melhor para a finalidade da Justiça ficar com o Supremo apenas os casos de quem tem foro privilegiado.  O ministro Teori Zavascki comentou em sua decisão a incompetência do Juiz Moro para abrir o sigilo por que tinha que decidir sobre isso. Mas o ministro não analisará essa questão neste caso específico. O Supremo ainda vai decidir se a prova é válida ou se pode ser anulada, quando analisar a decisão sobre os mandados de segurança sustando a posse de Lula como ministro. 


Nos bastidores do Supremo há o temor de que a própria União possa ser responsabilizada por eventuais vazamentos. Muita coisa que está vazando não tem nada a ver com a investigação, são coisas privadas, a avaliação é de que não se teve o menor cuidado.  

 
Fonte: Merval Pereira - O Globo 
 

sábado, 25 de abril de 2015

Petistas acumulam incompetência e Lula silencioso como o diabo


Lula está construindo a ruína de sua biografia

Os R$ 6,2 bilhões de prejuízo da Petrobras apenas com corrupção são "mixaria" comparados à grande perda causada pela incompetência e soberba do governo petista. "Nunca ninguém chegou tão perto de arruinar a Petrobras do jeito que Lula e Dilma fizeram", comenta o colunista de VEJA José Roberto Guzzo no 'Aqui entre Nós', com Joice Hasselmann. 

Tiro no pé: articulação pró-Dilma pode anular Temer e paralisar Congresso

O PT está convencido de que, para dar fôlego a Dilma, tem que provocar um racha entre Renan Calheiros, presidente do Senado, e Eduardo Cunha, presidente Câmara. O partido só não se deu conta de que o maior inimigo de Dilma na articulação político é o próprio PT. Entenda os detalhes com Joice Hasselmann.

PT: o partido que adora pescar o dinheiro do povo

Marco Antonio Villa comenta o depoimento do executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que disse que toda cúpula petista sabia do esquemão do propinoduto da Petrobras. “E Lula continua silencioso como o diabo", reclama o colunista. Geraldo Samor fala sobre o Woodstock dos acionistas. E Felipe Moura Brasil faz um balanço dos rombos do PT.

TV Veja
 

segunda-feira, 9 de março de 2015

Dilma, você não tem jeito – atirou no próprio pé



Com pronunciamento, Dilma deu tiro monstro no próprio pé
A inabilidade e descolamento da realidade da presidente Dilma alcançou um novo patamar neste domingo 
Ao fazer um pronunciamento em cadeia de televisão, rompendo meses de silêncio, conseguiu falar não só tarde demais como errado demais, tanto no texto quanto no tom. Melhor teria sido continuar quieta. Seu jeito é o habitual deslocado e esquisito, que passa por ventriloquismo, falsidade.

Subitamente, depois da campanha eleitoral que era só otimismo, agora Dilma “descobriu” que são necessárias medidas econômicas mais duras, pediu confiança e disse que as dificuldades serão repartidas com justiça. Esse sim seria um ótimo discurso de campanha (fora o fato de que garantiria sua derrota). O problema é que esse discurso genérico vem em um momento em que o psiquismo das massas pressente que pode haver alguma mudança de verdade. Que as pecinhas do poder – executivo, legislativo e judiciário – não estão se encaixando nada bem. Que, com um pouco de sorte, alguns picaretas de plantão podem se derrubar uns aos outros (acontece às vezes, tipo quando ACM e Jader Barbalho se torpedearam), e que o joguinho de nervos entre Dilma, o presidente da câmara Eduardo Cunha e o presidente do senado Renan Calheiros está ficando realmente engraçado.

É evidente que o que está tensionando o cenário é “a lista do Janot”: o roteiro básico para onde vão se voltar as investigações do Petrolão. Dilma, presidente da República reeleita, ex-ministra das Minas e Energia e da Casa Civil, ex-presidente do conselho da Petrobrás, evidentemente está enfiada até o pescoço nessas tramas, mesmo que não tenha culpa alguma.

Não caberia de jeito nenhum o tom olímpico e genérico que adotou no pronunciamento, como se o Brasil não estivesse vindo abaixo. Toda a habilidade que Lula já teve em não deixar colar as tretas em si, Dilma parece ter com a chave virada ao contrário. Conseguiu fazer colar nela mesma o feeling de que é o problema, de que tem a ver com “tudo de ruim que está aí”. Pior, é como se Lula (esse sim um ser olímpico de verdade) tivesse passado por duas presidências deixando várias contas penduradas – e que agora essas contas todas, de Lula e do PT, podem ser cobradas de Dilma.

É como se toda a energia social acumulada do lulismo – e isso é muita energia – entrasse em colapso agora, junto com o projeto político do PT e tudo. As escolhas de campanha chantagistas, oportunistas e mentirosas de Dilma, de Lula e do marqueteiro João Santana estão cobrando muito cedo seu custo – desde o momento em que Dilma foi eleita, na verdade. A necessidade de aplicar uma espécie de programa econômico aecista-meia-boca fizeram dela, nas palavras de um amigo meu, aquela aluna de filmes de patricinha que não é da elite, mas que quer puxar o saco de quem é, e no fim consegue atrair a antipatia de todo mundo.

Resultado: um panelaço espontâneo durante o próprio pronunciamento, em mais de dez capitais e no Distrito Federal, cujo alcance ainda está sendo medido. É um hábito da esquerda ortodoxa desqualificar as manifestações que ela mesma não controla: no caso, seriam manifestações das “varandas gourmet” e, em algumas teorias conspiratórias, orquestradas pela própria CIA. Já vi gente inteligente (ou que parecia inteligente até então) postando esse tipo de coisas. Sem comentários.

Foi Dilma que escolheu o dia da Mulher para uma fala inadequada, indigna de uma presidente em exercício. Não adianta reclamar que é grosseiro com uma senhora ir à janela chamá-la de “vaca”Dilma é, efetivamente, uma senhora, mas essa senhora também é presidente e, assim como na Copa, continua ditando seu próprio timing inconveniente. Sem querer, reorganizou toda a lógica entre madames, panelas e o dia da Mulher.  Dilma achou que a (boa) notícia da lei do feminicídio ia sustentar todo o resto – sendo que todo o resto é só o país em plena crise econômica e política. Não sustentou. 

Agora não resolve nada jogar a culpa toda no “ódio da direita coxinha” e misógina (por mais que isso exista). Sem dois dedos de autocrítica, a casa vai cair. Provavelmente nem há mais tempo para autocrítica.

A pergunta que deveria ser feita é: quando foi que o PT, um partido que já teve uma forte percepção social, passou a ter refém de marqueteiro? Essa “quebra” memética tem pouco a ver com razão política, e mais com as metafísicas do psiquismo. Na verdade o jogo político todo tem muito menos a ver com razão do que se supõe. Se Lula escorregou como sabonete molhado pelos períodos difíceis, é porque tinha uma espécie de procuração psíquica de massas para ir em frente, para acertar algumas mesmo errando outras.

Já Dilma, neste domingo, fez o que Fernando Collor fez em 1992, quando pediu para saírem à rua em defesa dele, vestidos nas cores nacionais e usando fitas verdes e amarelas. Conseguiu inverter a tal chavinha: transformar todo o entusiasmo que tinha carreado na campanha eleitoral em repulsa. Passou recibo; coisa que Lula tinha evitado na “janela do mensalão”, uma ou duas semanas de choque durante as quais poderia ter sido alvo de um pedido de impeachment – e o PSDB decidiu não tentar.

Apesar de serem xingadas de “varandas gourmet”, as janelas dos manifestantes espontâneos em repulsa a Dilma marcam essa virada, em que Dilma chama para si o papel de principal vilã do condomínio Brasil. O que nem é exatamente justo – a concorrência é dura e farta. Mas quem disse que a percepção política das pessoas tem algo a ver com a ver com razão e justiça? Política em boa parte é timing, é teatro, é emissão simbólica. E timing é para quem tem.

Fonte: Blog do Alex Antunes 
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Senador petista Lindbergh afirma que MPs editadas por Dilma para endurecer benefícios trabalhistas são ‘tiro no pé’

Senador petista cita como exemplo o seguro-desemprego

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou, nesta terça-feira, que as Medidas Provisórias editadas pela presidente Dilma Rousseff para endurecer o acesso a benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego são um “tiro no pé”.

Leia abaixo a entrevista:
O senhor é um dos que está propondo alterações nas Medidas Provisórias encaminhadas pela presidente Dilma. Por que?
Vou lutar muito para que o governo mude a sua política em relação ao reequilíbrio fiscal. A gente tem que colocar a conta para o andar de cima pagar. Infelizmente no Brasil a tributação é muito regressiva. Quem paga imposto é o povo mais pobre e a classe média. Os ricos pouco pagam imposto.

Esse assunto foi discutido nesta terça-feira na reunião da bancada do PT no Senado?
A bancada como um todo vai propor que o governo encampe algumas dessas medidas. Eu apresentei cinco. Uma delas é o fim da isenção sobre lucro e dividendos de ações e cotas de empresas. Hoje é zero. Vai ter um reequilíbrio fiscal? Tudo bem, mas não pode ser dessa forma, com o trabalhador pagando a conta.

Os senhores estão preocupados com a perda de popularidade do governo e do PT?
Estamos muito preocupados com o clima político no país. Eu, sinceramente, acho que tem setores da oposição que estão flertando com posição claramente golpista, falando de impeachment de uma presidente recém-eleita. Vamos ter um ano de 2015 de muita luta política. Eu também acho, do ponto de vista da política, um equívoco (as MPs). A gente está dando um tiro contra nossas bases sociais, contra a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o movimento sindical. Esse povo é que sai em defesa do governo. [impeachment não é golpe; é uma medida prevista na Constituição, objeto de Lei específica e destinada a punir um presidente que comete 'crime de responsabilidade'. Caso da atual presidente.]

A presidente Dilma diz que não é perda de direitos e sim medidas corretivas.
Algumas medidas podem ser corretivas, mas na essência é um equívoco, porque acaba retirando direitos importantíssimos. Quando fala em seguro-desemprego está atingindo em especial os mais jovens, tem um problema que tem que ser discutido nesse aspecto que é a demissão arbitrária, e há uma rotatividade muito grande no mercado de trabalho. Essa discussão podia ser feita de outra forma.

Faltou diálogo?
Faltou mais diálogo no início. A presidente recebeu nesta terça-feira o presidente da CUT. A gente não pode se separar do movimento sindical, a gente tem que chamar esse pessoal para dialogar e corrigir.

A presidente não fez campanha para o senhor no Rio. O senhor se sente desobrigado agora de defender o governo?
De jeito nenhum. Eu quero que o governo dê certo, por isso estamos tratando aqui como aliados. É necessário virar o jogo. A pauta do jeito que está nos coloca na defensiva política. Dia 26 vai ter passeata das centrais sindicais em São Paulo contra isso.

Pesquisa Datafolha mostrou que seis de cada dez entrevistados consideram que Dilma mentiu na campanha eleitoral.
Foi um erro político colocar dessa forma essas medidas provisória. Uma coisa é o Lula em 2003 fazer o ajuste que fez, que foi importantíssimo, só que o Lula tinha 80% de popularidade e comunicou bem a população. Nós estamos em um quadro diferente do ponto de vista econômico e completamente diferente na política. Neste ano de enfrentamento fazer isso dessa forma é dar um tiro no pé. Queremos achar uma saída para que o governo consiga fazer seu reequilíbrio fiscal, mas sem comprometer bandeiras históricas nossas.

Entrevista ao Globo